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  • trigo, empresas do setor trigo, empresas do segmento trigo, setor trigo, segmento trigo, economia, macroeconomia

    O Departamento de Agricultura do Estados Unidos (USDA), estima uma produção global na ordem de 790,7 milhões de toneladas de trigo para a safra 2023/24, incremento de 0,5% em relação à temporada anterior. Quanto ao consumo, deverá ocorrer uma redução de 0,6%, atingindo 792,3 milhões de toneladas, resultando em estoques relativamente apertados. Problemas climáticos, como a escassez de chuvas na Rússia e na Ucrânia, têm prejudicado a produção nesses países, uma situação que é apenas parcialmente compensada pela vitalidade da produção na América do Norte, especialmente nos Estados Unidos e no Canadá.

    No caso brasileiro, o cenário de dólar alto tem aumentado os custos dos insumos, especialmente das sementes. Além disso, a pressão sobre as cotações do trigo, causada pelos baixos estoques, está reduzindo as margens da indústria de moagem. No Rio Grande do Sul, a redução e o atraso na produção de trigo pressionam a indústria de moagem a importar o cereal, o que ocorre em um contexto de preços elevados.

    Já na Argentina, a concentração de chuvas nos meses de março e abril ajudou na recuperação dos solos. Além disso, a queda nos preços dos fertilizantes e a atratividade das cotações sugerem uma maior área plantada e uma produção mais robusta no próximo ciclo. Assim sendo, a produção do país vizinho deverá, por um lado, exercer pressão competitiva ao setor nacional; e, por outro, amenizar a alta de preços para a indústria de derivados. A recuperação das exportações argentinas representa, portanto, um obstáculo – ainda que não completamente impeditivo – à perspectiva de autossuficiência brasileira.

    Ainda assim, conforme já observado, o movimento geral é de alta nos preços. Assim sendo, o setor está cauteloso quanto a seus repasses devido à competição do trigo com outras culturas de inverno, que também impulsionam uma alta nas cotações.

    Em relação à indústria farinácea, o atual projeto de reforma tributária prevê alíquota zero de impostos para esse produto, considerado essencial na cesta básica brasileira. Esse fator, aliado à perspectiva de redução da pobreza e ao crescimento constante, ainda que moderado, da renda domiciliar nos próximos anos, deve manter a demanda pelos derivados de trigo aquecida, compensando, pelo menos parcialmente, eventuais perdas decorrentes da pressão de custos.

    Especialista do Setor Henrique Pavan.

     


    Apesar da retomada dos preços no mercado interno – com altas verificadas nos estados do Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul para o mês de maio em comparação a abril – as receitas dos produtores mal têm coberto os custos operacionais, segundo o CEPEA/ESALQ. Concomitantemente, as importações seguem em ritmo positivo, com a Conab estimando um volume de seis milhões de toneladas para a safra 2024/2025. Já as exportações, entre agosto/24 e julho/25, estão previstas em dois milhões de toneladas, o que evidencia o déficit comercial estrutural do setor, devendo ser agravado por tendências de preços mais elevados no cenário externo.

    A este respeito, cabe mencionar, que, em maio, o USDA projeta aumento da produção mundial na ordem de 1,3% atingindo 798,18 milhões de toneladas na safra 2024/2025. Para o Brasil, estima-se produção de 9,5 milhões de toneladas, incremento de 17% em relação à safra anterior, que registrou 8,1 milhões de toneladas.

    Todavia, em se tratando do consumo mundial, o mesmo USDA projeta um montante de 802,36 milhões toneladas, 0,3% acima da estimativa divulgada para 2023/24 ( que era de 800,1 milhões). Com isso, haveria redução de estoques na ordem de 1,8% em relação à safra passada. Tal movimentação entre oferta e demanda deve pressionar para cima os preços internacionais – algo reforçado por problemas de produção na Rússia devido a questões climáticas -, o que deve reforçar, como já mencionado, no déficit comercial do setor aqui no Brasil.

    Tal cenário desagua em um contexto de redução da área cultivada prevista para a atual temporada. Segundo a Conab, prevê-se uma diminuição espacial na ordem de 11,1% o que, por outro lado, deve significar incremento na produtividade. Ainda não há estimativas concretas a respeito das calamidades ocorridas no Rio Grande do Sul, estado com a maior produção trigueira no contexto brasileiro. Certamente, as enchentes devem afetar negativamente os prognósticos para a próxima safra. No médio e longo prazo espera-se que as pesquisas a respeito do trigo no Cerrado e outras medidas de estímulo à produção possam mitigar a tendência deficitária do Brasil no setor triticultor.

    Especialista do Setor Henrique Pavan


    Um considerável esforço de investigação científica aplicada vem sendo implementado desde a década de 1980 no setor de trigo. Capitaneado pela Embrapa, em parceria, com empresas e outras instituições de pesquisa, o cultivo do trigo em ambiente tropical é hoje uma realidade palpável e com tendências promissoras.

    A área propícia ao cultivo de trigo tropical é estimada em 4 milhões de hectares potenciais, sendo 1,5 milhão disponível para o cultivo irrigado e 2,5 milhões para o cultivo de sequeiro, de acordo com a Embrapa. Atualmente, apenas 12,5% dessa área são cultivadas com o cereal, abrangendo os estados de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo e Bahia.

    A qualidade reconhecida do trigo tropical é resultado do clima favorável à cultura durante a safra, o que garante liquidez e valorização dos grãos. As ameaças à expansão do trigo tropical são o brusone (doença causada por fungo) e a falta de água durante os períodos de seca, desafios que a pesquisa já vem combatendo com o melhoramento genético e o manejo.

    A geração de tecnologias e a transferência de conhecimentos garantiram o crescimento de 110% na área e de 131,5% na produção de trigo tropical entre 2018 e 2023, segundo dados da CONAB. Conforme mencionado anteriormente, as perspectivas de crescimento contínuo são plausíveis para os próximos anos.

    Especialista do Setor Henrique Pavan.


    Com a semeadura quase em fase final em todos os estados, o levantamento da Conab apresenta aumento na área cultivada, em especial, na Região Centro-Sul do Brasil. De encontro a esse aumento na área, há a redução da produtividade nacional, especialmente em Goiás. Com isso, a produção do cereal será de 9,6 milhões de toneladas.

    Ainda de acordo com relatório da Conab, apenas os estados da Região Sul estão com lavouras no campo, nos outros estados, a colheita está concluída. Em relação à safra passada, há uma redução na produção na ordem de 8,7% impulsionada, especialmente, pela queda na produtividade do maior produtor nacional, o Rio Grande do Sul.

    No que se refere aos preços do cereal, a Cepea destaca que “o clima adverso em outubro durante a colheita de trigo deixou produtores atentos ao campo e preocupados com a qualidade das lavouras. Nos dois mais importantes estados produtores, Paraná e Rio Grande do Sul, alguns agentes consultados pelo Cepea já relataram perdas no campo. Diante desse cenário e da demanda mais ativa por parte de moinhos, os preços do cereal reagiram em outubro nas regiões acompanhadas pelo Cepea – vale lembrar que os valores vinham registrando movimento de queda há praticamente um ano.”

     Especialista do Setor Marcos Henrique


    A pandemia da COVID-19 causou uma reviravolta econômica sem precedentes em todo o mundo. Empresas de todos os setores enfrentaram desafios significativos, desde restrições de operação até mudanças nos hábitos de consumo dos clientes.

    Nesse cenário de recuperação, é crucial que as empresas estejam preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem. E uma ferramenta valiosa para essa preparação estratégica é a análise setorial.

    Compreender as tendências do mercado, as mudanças de comportamento do consumidor e as demandas emergentes torna-se essencial para se posicionar de forma inteligente e competitiva.

    Este texto explora a importância da análise setorial como uma poderosa aliada das empresas na retomada econômica, e como a análise setorial pode ajudar as organizações a identificar oportunidades, mitigar riscos e tomar decisões informadas que impulsionem seu crescimento.

    Prepare-se para desvendar os segredos por trás da análise setorial e descubra como essa ferramenta estratégica pode levar sua empresa a um novo patamar de sucesso.

     

    Entendendo a retomada da economia e o papel da Análise Setorial

     

    Após um período desafiador de incertezas e instabilidades, a retomada econômica pós-pandemia já se tornou uma realidade.

    No entanto, é importante compreender que o cenário econômico atual é marcado por mudanças significativas nos comportamentos de consumo, nas dinâmicas de mercado e nas demandas dos clientes.

    As empresas que desejam se destacar nesse novo contexto precisam adotar uma abordagem estratégica, antecipando-se às transformações do mercado e se adaptando rapidamente. É aqui que a análise setorial desempenha um papel fundamental.

    A análise setorial permite que as empresas compreendam em profundidade o panorama do seu setor de atuação. Ela vai além da análise macroeconômica geral e mergulha nas especificidades de cada segmento, identificando as principais tendências, desafios e oportunidades que surgem durante a retomada econômica.

    Ao entender os fatores-chave que impulsionam o crescimento do setor, as empresas podem ajustar suas estratégias, reposicionar seus produtos e serviços e se adaptar às novas demandas dos consumidores.

    Além disso, a análise setorial ajuda as empresas a avaliarem a competitividade do mercado, identificando os principais concorrentes e suas estratégias. Com base nessas informações, é possível desenvolver estratégias diferenciadas, encontrar nichos de mercado pouco explorados e conquistar uma vantagem competitiva.

    Em suma, a análise setorial permite que as empresas estejam à frente da curva, antecipando-se às mudanças do mercado e tomando decisões fundamentadas. Na próxima seção, exploraremos em detalhes como essa ferramenta valiosa pode ser aplicada de forma eficaz, fornecendo vantagens estratégicas e impulsionando o crescimento empresarial na retomada econômica pós-pandemia.

    A análise setorial desempenha um papel crucial na tomada de decisões estratégicas das empresas durante a retomada econômica pós-pandemia. Ela oferece uma visão aprofundada das tendências e mudanças que estão moldando o mercado, permitindo que as empresas compreendam o cenário em que estão inseridas e se posicionem de maneira estratégica.

     

    Benefícios da Análise Setorial para as empresas

     

    Ao adotar uma abordagem estratégica baseada na compreensão das tendências e mudanças do mercado, as empresas podem obter vantagens significativas. Vejamos alguns dos benefícios-chave da análise setorial:

     

    Identificação de oportunidades de crescimento: permite que as empresas identifiquem oportunidades emergentes e nichos de mercado pouco explorados – o que permite a possibilidade de direcionar seus recursos e esforços para o desenvolvimento de produtos ou serviços inovadores, atendendo às necessidades específicas dos clientes.

     

    Tomada de decisões informadas: Com acesso a dados e informações precisas sobre o setor, as empresas podem tomar decisões estratégicas fundamentadas, permitindo que empresas se adaptem rapidamente às mudanças do mercado.

     

     

    Vantagem competitiva: A análise setorial ajuda a identificar os pontos fortes e fracos dos concorrentes, bem como as lacunas no mercado que podem ser aproveitadas. Isso permite que as empresas se posicionem de forma única, atendendo às necessidades dos clientes de maneira mais eficaz do que seus concorrentes.

     

    Mitigação de riscos: auxilia na identificação de riscos e ameaças que podem afetar o desempenho das empresas. Ao antecipar esses desafios, as empresas podem desenvolver estratégias de mitigação adequadas e estar preparadas para enfrentar obstáculos.

     

    Aproveitamento das tendências de mercado: as empresas podem se adaptar de maneira proativa e capitalizar as oportunidades que surgem, ajustando-se rapidamente às mudanças nos comportamentos do consumidor, nas demandas de mercado e nas inovações tecnológicas.

     

    A análise setorial é uma ferramenta poderosa para as empresas que deseja estar sempre prontas aos desafios do seu mercado.

    Ao identificar oportunidades de crescimento, mitigar riscos, adaptar a estratégia de negócios e conquistar uma vantagem competitiva, as empresas estarão bem posicionadas para se destacar no mercado e alcançar o sucesso.

    Lembre-se de que a implementação da análise setorial requer uma coleta cuidadosa de dados, análises aprofundadas e monitoramento contínuo. Além disso, contar com especialistas nessa área, como a LAFIS, pode fornecer um apoio valioso na interpretação dos dados e na orientação estratégica.


    O Rio Grande do Sul colheu em 2022 um total de 5,7 milhões de toneladas de trigo, o maior volume da história da cultura no estado. Com isso, no ano passado, 53% da produção nacional do grão foi oriunda das lavouras gaúchas, o que não acontecia desde 2013, quando o Estado colheu 57% do trigo produzido no país, de acordo com dados da Conab. Os técnicos da companhia visitaram as principais regiões produtoras de trigo do Estado: Alto Uruguai, Planalto Superior, Missões, Planalto Médio, Centro e Sul.

    Foram incluídos no roteiro da pesquisa municípios como Santa Maria, Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Panambi, Passo Fundo, Carazinho e Erechim, entre outros. As produtividades variaram conforme a região, ficando entre 1.560 quilos e 6.060 quilos por hectare. A média chegou a 3.941 quilos por hectare, também a mais alta dos últimos anos. 

    O volume exportado de trigo em 2022 foi significativo, elevando a importância do Brasil no mercado internacional. Nos últimos cinco anos, o volume exportado de trigo pelo país aumentou exponencialmente em relação às importações, o que indica a redução da dependência externa do cereal. Segundo a Conab a produção brasileira deve bater recorde este ano, com 9,8 milhões de toneladas. Nesse sentido, de aumento da produção e da exportação de trigo pelo Brasil, marcou-se o recorde do país na movimentação do cereal (soma de importações e exportações), com 8,78 milhões de toneladas movimentadas. Em 2021 o volume ficou na casa das 7,34 milhões de toneladas.

    Especialista do Setor Marcos Henrique


    A relevância do trigo como insumo básico da alimentação mundial o coloca no centro da crise geopolítica, pois tanto Rússia quanto Ucrânia são grandes produtores e exportadores globais. Recentemente, a Rússia recusou formar um corredor de exportações de produtos alimentícios ucranianos, elevando ainda mais as pressões sobre os preços e dando ao maior país do mundo mais uma vantagem estratégica na oferta global do cereal. Algumas estimativas indicam que a Rússia deverá exportar cerca de 20% da produção mundial de trigo na safra 2022/23, em boa medida como retaliação às sanções impostas pela Otan.

    No Brasil, de acordo com relatório recente da Conab, para a safra 2022, foram revisados os números relativos ao quadro de oferta e demanda, no que se refere à produção, que passou de 9,161 milhões de toneladas para 9,363 milhões de toneladas, bem como ao consumo interno, no que se refere ao uso para sementes, pois houve aumento na estimativa de área a ser plantada. Além disso, foi alterada a estimativa de importações, que passou de 6,5 milhões de toneladas para 6,3 milhões de toneladas. 

    Ainda de acordo com relatório do órgão, em agosto de 2022, as atenções no mercado doméstico estavam voltadas para os principais parâmetros formadores de preços: cotações internacionais, câmbio e safra nacional. Os produtores se encontravam na expectativa da finalização da semeadura e início da colheita no Paraná e atentos ao clima e à chegada de uma frente fria nos principais estados produtores nacionais. Com o ingresso da nova safra e a proximidade do aumento da oferta interna, poucos negócios foram firmados, pois a indústria manteve-se reticente em pagar pelos valores pedidos, aguardando melhores oportunidades para novas aquisições. 

    Especialista do Setor Marcos Henrique


    A relevância do trigo como insumo básico da alimentação mundial o coloca no centro da crise geopolítica, pois tanto Rússia quanto Ucrânia são grandes produtores e exportadores globais. Recentemente, a Rússia recusou formar um corredor de exportações de produtos alimentícios ucranianos, elevando ainda mais as pressões sobre os preços e dando ao maior país do mundo mais uma vantagem estratégica na oferta global do cereal. Algumas estimativas indicam que a Rússia deverá exportar cerca de 20% da produção mundial de trigo na safra 2022/23, em boa medida como retaliação às sanções impostas pela Otan.

    No Brasil, de acordo com relatório recente da Conab, a safra 2022 começou desde março, com a implantação das primeiras lavouras de trigo no Centro-Oeste e no Sudeste, especialmente no Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais. Desde então, as demais regiões vêm recebendo os manejos necessários de preparação e já começando a executar as primeiras operações de semeadura, como no caso do Paraná, que é um dos maiores produtores da cultura e que iniciou seu cultivo agora em abril. Complementa ainda dizendo que “para a safra 2022/23, que está sendo plantada atualmente e que será iniciada em agosto de 2022, a estimativa é que haja um aumento de 3% na área, e sejam cultivados 2.821,9 mil hectares de trigo, resultando em uma safra de 8,130 milhões de toneladas (+5,9%) do grão, com incremento de 2,8% de produtividade, resultando em uma média de 2.881 kg/ha. 
    Internamente, o comportamento dos preços também não é diferente, de acordo com dados disponibilizados pela Cepea. O preço da tonelada no Paraná encerrou o mês de abril cotada em R$ 1.902,05, um avanço de 18,5% sobre o mesmo mês do ano passado. As cotações de maio até dia 24 reforçam que o comportamento deverá continuar desta maneira, pois em relação ao mesmo mês do ano passado, no mesmo número de dias, o avanço é de 21,7%, ultrapassando a barreira dos R$ 2000 por tonelada.

    Especialista do Setor Marcos Henrique


    O desempenho da indústria de massas e alimentos, cuja farinha de trigo é base atingiu resultados acima da média no ano passado. Segundo dados recentes da Abimapi, entidade que representa as empresas do setor, as indústrias de massas alimentícias, biscoitos, pães e bolos faturaram US$ 245,5 milhões em 2021 com suas exportações, o que significa um alta de 27% no volume e 25% nas receitas. Ainda de acordo com a entidade, o cenário do real desvalorizado compensou a alta de custo dos insumos, principalmente da farinha de trigo. Em nota, a Abimapi afirmou que “o preço do frete marítimo está extremamente abusivo com aumento de quase 50% dos valores que estávamos acostumados a trabalhar. Para atender nosso cliente, conseguimos nos adaptar mesclando o modal aéreo com o marítimo”.           

    Por outro lado, a crise político-militar entre Rússia e Ucrânia/OTAN deve entrar no radar dos produtores mundiais, tendo em vista o papel que estes países do leste europeu têm na oferta do grão. Os fundamentos de oferta e demanda, todavia, deverão ficar em desequilíbrio nos próximos meses, atuando decisivamente sobre os preços. Os dois países controlam juntos cerca de 29% do mercado global de exportação de trigo, de acordo com dados recentes do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA). Nesse caso, sanções à Rússia podem impedir que os grãos fluam das áreas controladas pelo país para o mercado mundial. 

    O Brasil, que importa cerca de 50% do trigo que consome, se prepara para ver o grão mais caro nos próximos meses. Embora 83% das importações tenham como origem a Argentina, a commodity tem seu preço cotado no plano internacional e influenciado por diversas outras variáveis. É certo que o Brasil tem um potencial produtivo elevado, especialmente diante da extensão da plantação de trigo no Cerrado, onde o papel da tecnologia é essencial. Por enquanto, toda cautela é pouca!

    Especialista do Setor Marcos Henrique


    O trigo é um alimento decisivo na mesa dos brasileiros, desde produtos como massas, pães e bolos no geral, até mesmo como parte da alimentação de animais e, com isso, os produtores vê expandindo a área plantada. A Conab revisou os números referentes à produção da safra 2021/22, que passou de 6.942,1 mil toneladas para 8.420,2 mil toneladas, bem como o do consumo interno no que se refere ao uso para sementes, pois houve aumento na estimativa de área a ser plantada. 

    Com estimativa de aumento de 36% da safra 2021/22 devido ao incremento de área de 12,3%, bem como de produtividade na ordem de 21,1%, estima-se redução no volume a ser importado, que passou de 6.400 mil toneladas para 6.000 mil toneladas, além do país encerrar a safra com estoque de passagem mais confortável, com 1,870 milhão de toneladas, aproximando-se do volume observado em safras anteriores, a 2019/20.

    Produtores estão expandindo área de cultivo nas regiões mais quentes do país, que, segundo pesquisas da Embrapa, têm potencial para produzir mais de 2 milhões de hectares. Isso foi possível devido aos intensos trabalhos de melhoramento para cultivares adaptadas a essas regiões conduzidas pela Embrapa e por entidades privadas. O trigo é mais uma alternativa nos sistemas de rotação de cultura da região, que poderá ocupar áreas normalmente descobertas durante o período de inverno, trazendo ainda benefícios para incremento de matéria orgânica no solo e redução da pegada de carbono. 

    Nesse modelo, a cultura integra-se no planejamento de plantio dos produtores em áreas maduras e já agricultáveis. A produtividade média do cereal no país é um pouco mais de 2,5 toneladas por hectares (ton/ha). No Nordeste, já existem áreas que atingiram produtividades de até 6 ton/ha. A região tem potencial para produzir até 2 milhões de hectares, segundo estudos da Embrapa.

    Analista responsável Marcos Henrique

    Característico de clima temperado, o trigo é a base alimentar de diversos povos há milênios, o que faz países como EUA e os europeus, serem os grandes fornecedores do grão. No caso do Brasil, que importa metade do trigo que consome, quase todo da Argentina (75% em 2020), as novidades tecnológicas tendem a contribuir para a melhora da disponibilidade interna. Concentrada na região Sul do país, especialmente no Rio Grande do Sul e no Paraná, a produção de trigo, nos últimos anos, se estende também ao cerrado brasileiro, graças à ciência produzida pela Embrapa.

    No Centro-Oeste o destaque é Goiás, onde é esperado um crescimento entre 120% a 200%, triplicando a área de cultivo que deverá ficar próxima a 70 mil hectares (ha). As perspectivas são boas, de acordo com pesquisadores da Embrapa. O atraso na colheita da soja na região e os preços em alta deverão favorecer o aumento da área com trigo, especialmente em sequeiro.  As operações de semeadura do trigo de sequeiro em GO e DF estiveram concentradas em meados de março, favorecidas pela boa umidade do solo. Como as chuvas cessaram na segunda quinzena do mês, muitos produtores podem acabar desistindo de implantar a cultura do trigo.  No cultivo irrigado, a semeadura deverá ocorrer entre 10 de abril e 30 de maio, seguindo o zoneamento agrícola. 

    Em Minas Gerais, tanto a área quanto o volume de produção de trigo mostraram um crescimento constante desde o início dos anos 2000, passando de 58 mil toneladas em 2006 para quase 300 mil t. em 2020, segundo dados do IBGE. Ainda assim, o volume atende apenas cerca de 30% da demanda do estado. Os preços no início deste ano, porém, seguem pressionados pelas cotações internacionais e também pelo câmbio, variável chave para o caso brasileiro que depende de importações.

    Todavia, a expansão da produção para regiões do Centro-Oeste se mostra promissoras, podendo reduzir o grau de dependência da economia brasileira no longo prazo.

    Analista responsável Marcos Henrique

    Dependente de importação do cereal, o Brasil vem iniciando um movimento de expansão da cultura rumo ao cerrado, o que pode tornar o país autossuficiente em um bem que faz parte da cesta básica. O governo planeja, por meio da Embrapa, a partir de 2021, ampliar em 50% os cerca de 200 mil hectares de trigo plantados no Cerrado. O objetivo é atingir 1 milhão, até 2025, em regiões de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, o que pode reduzir custos de derivados. A partir dessas variedades, a produção tem chegado até mesmo ao Ceará, região de clima radicalmente oposto às regiões onde o trigo é mais comum.

    Adicionalmente, a polêmica em torno da variedade transgênica (HB4 - confere tolerância à seca e tolerância ao herbicida glufosinato de amônio) do trigo aprovada pelo país recentemente, ameaça o abastecimento. De acordo com a Abitrigo, associação representante do setor, cerca de 85% dos moageiros se opõe à utilização e 90% se mostraram dispostos a interromper a importação vinda da Argentina. A associação setorial também ressaltou que pesquisas capitaneadas pela empresa estatal de pesquisa Embrapa e parceiros privados têm promovido avanços em qualidade e produtividade do trigo sem necessidade de tecnologia de modificação genética.

    A tecnologia é uma aliada importante, principalmente no campo, onde a produtividade crescente é resultante de investimentos nessa área. A indústria de produtos feitos com farinha de trigo registrou aumento de 4,9% no faturamento no primeiro quadrimestre, para 9,6 bilhões de reais, com impulso do setor de massas alimentícias na esteira de um maior consumo das famílias em tempos de isolamento pela Covid-19 e pela alta dos preços, informou nesta segunda-feira a Abimapi, associação setorial. 

    Assim, o momento é propício não apenas para novos investimentos no setor, mas para inovações que contribuam ainda mais para e melhora do desempenho, a despeito da forte desvalorização cambial que pressiona os custos.

    Especialista do Setor Marcos Henrique

    Cereal de tradição em países de clima temperado, o trigo é um dos mais consumidos do mundo, servindo como matéria prima para alimentos presentes na alimentação diária, tais como pães, bolos e massas em geral. O Brasil, um dos grandes consumidores do produto, é dependente de importações, cerca de 50% do que consome, a maior parte vindo da Argentina. Em função das características climáticas, o cereal é produzido majoritariamente na região Sul do país, particularmente no Paraná e Rio Grande do Sul, mas, recentemente, o desenvolvimento tecnológico promovido pela Embrapa, pode estender a produção para regiões do cerrado e, também para o Nordeste.

    Um experimento recentemente feito, com plantio de trigo no Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi, em Limoeiro do Norte, abre perspectiva de expansão da fronteira agrícola de grãos no Estado. Em 2019, produtores, com apoio e supervisão da Embrapa e IFCE, iniciaram o plantio em uma pequena área, como teste. Os resultados foram positivos e agora, o objetivo é expandir a produção de 5 hectares para 500 até 2022.De acordo com pesquisadores da Embrapa, a irradiação solar mais intensa no Nordeste que contribui para o desenvolvimento da planta, que tem ciclo mais curto de produção se comparado ao Sul do país.

    Dependente do câmbio e de custos de frete, o consumo de trigo no Brasil poderá ser aliviado pela maior disponibilidade interna do produto, ainda que no longo prazo.Adicionalmente, destaca-se que, objetivo de dinamizar o setor e melhorar as condições de oferta da commodity, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) apresentou uma proposta de Política Nacional do Trigo. Trata-se de um conjunto de medidas a serem sugeridas ao governo federal para incentivar a produção, o consumo e o comércio exterior do cereal. No período da pandemia de Covid-19, o isolamento social pressionou a demanda por produtos derivados de trigo, o que contibuiu para alta nos preços observada ao longo de 2020.

    Especialista do Setor Marcos Henrique.

    A pandemia global de Covid-19, que tem colocado as pessoas em casa em função do isolamento social, vem alterando também o padrão de consumo, especialmente no que se refere à alimentação majoritariamente dentro de casa agora. Produtos de fácil preparo como pães, macarrão e massas prontas em geral, têm seu consumo aumentado neste período; de acordo com a Abimapi, entidade representativa do setor, em março, a indústria de pães, massas e bolos industrializados registrou alta de 15% a 20% no volume comercializado em relação ao igual período do ano anterior, no momento em que parte da população temeu pela eventual escassez.

    Por outro lado, a recente desvalorização do real frente ao dólar tem feito os custos aumentarem, tendo em vista que o Brasil importa quase metade do que consome; das 11 milhões de toneladas demandadas em 2019, o país importou aproximadamente 5 milhões e toneladas, em sua maioria vindas da Argentina. O trigo produzido no Brasil tem menos concentração de glúten, de acordo com os especialistas do que o produzido no país vizinho por exemplo, o que significa que mesmo que o Brasil produzisse mais de 11 milhões de toneladas por ano ainda assim teria de importar o produto.

    Com isso, o setor estima reajustes de 12% a 30% em seu portfólio ao longo deste semestre, para repassar o aumento de custos com o cereal. Destaca-se, porém, que deverá haver algum escalonamento, com intuito de evitar uma explosão de preços do dia para noite, especialmente diante da perda de renda iminente do brasileiro frente ao isolamento. 

    Com objetivo de dinamizar o setor e melhorar as condições de oferta da commodity, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) apresentou uma proposta de Política Nacional do Trigo. Trata-se de um conjunto de medidas a serem sugeridas governo federal para incentivar a produção, o consumo e o comércio exterior do cereal. Tendo em vista políticas bem estruturadas para outros setores e seus impactos positivos, os produtores de trigo esperam ser levados em consideração nessa disputa, sobretudo diante da expectativa de entrada de trigo dos EUA sem tarifas, o que é incomum para países de fora do Mercosul.

    Especialista do Setor Marcos Henrique 

    A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) apresentou uma proposta de Política Nacional do Trigo. Trata-se de um conjunto de medidas a serem sugeridas ao novo governo para incentivar a produção, o consumo e o comércio exterior do cereal. Tendo em vista políticas bem estruturadas para outros setores e seus impactos positivos, os produtores de trigo esperam ser levados em consideração nessa disputa, sobretudo diante da expectativa de entrada de trigo dos EUA sem tarifas, o que é incomum para países de fora do Mercosul.


    O saldo da visita de Bolsonaro ao presidente Donald Trump em março deste ano, tem se mostrado mais positivo para os EUA, tendo em vista a perspectiva de entrada do Brasil na OCDE, o que o obrigaria a abandonar o status de país em desenvolvimento junto à OMC, resultando em vantagens comerciais para o Brasil. A ausência de contrapartidas na mesma intensidade das vantagens oferecidas aos EUA reforça a ideia de maior desequilíbrio de relações já desequilibradas.

     

    Do ponto de vista da produção interna do grão, cuja disponibilidade interna é reduzida, tornando o país dependente de importações, a Conab revisou o quantitativo de área plantada devido à retração de intenção de plantio, perfazendo um total de 1,97 milhão de hectares de trigo no Brasil. Essa diminuição se deve ao receio dos produtores quanto a problemas enfrentados na safra passada, em relação à produtividade do trigo. Foram realizados ajustes no Quadro de Oferta e Demanda do Trigo em relação à produção, que deverá ser 5,47 milhões de toneladas, ou seja, 0,7% superior à da safra passada, dado o aumento de 4,2% de produtividade.


    Especialista do Setor: Marcos Henrique


    Em viagem recente aos EUA, o presidente Jair Bolsonaro formalizou acordo de importação de 750 mil toneladas de trigo do país norte-americano, o que preocupa produtores internos, além da Argentina, principal fornecedora do produto ao Brasil. Dos 1,2 milhão de toneladas importadas, cerca de 1,1 milhão veio dos vizinhos latinos, de acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias do Trigo (Abitrigo).

    O novo acordo prevê isenção da tarifa de 10% imposta a países fora do bloco do Mercosul para entrada do produto. Das 11 milhões de toneladas de trigo consumidas no Brasil aproximadamente, cerca de 70% é importada, o que torna o país dependente do mercado externo e, portanto, de acordos de comercialização. A ideia de isenção tarifária já fazia parte das rodadas de negociação da OMC no Uruguai, mas nunca havia sido implementada.

    Mais importante que os interesses da Argentina, porém, são os dos produtores nacionais de trigo, concentrados na região do Paraná. Estes argumentam que sempre trabalharam junto ao governo para evitar a isenção de tarifas, além de ser de conhecimento geral o fato de que os produtores dos EUA são subsidiados pelo governo. Nesse sentido, para eles, a concorrência estaria sendo desleal.

    De todo modo, o saldo da visita de Bolsonaro ao presidente Donald Trump tem se mostrado mais positivo para este último, tendo em vista, sobretudo, a perspectiva de entrada do Brasil na OCDE, o que o obrigaria a abandonar o status de país em desenvolvimento junto à OMC, o que resulta em vantagens comerciais para o Brasil. A ausência de contrapartidas na mesma intensidade das vantagens oferecidas aos EUA reforça a ideia de maior desequilíbrio de relações já desequilibradas.

    Especialista do Setor Marcos Henrique.

    O Centro de Estudos Avançados em Economia Agropecuária (Cepea), divulgou recentemente que o preço do trigo pago ao produtor está em alta, em função do maior preço ofertado pelas indústrias e à menor competitividade do milho. Embora a área da safra seja definida apenas entre abril e maio (período mais frio, específico para melhor qualidade do produto), os preços têm estimulado os produtores, em especial no Rio Grande do Sul, onde se concentra cerca de 90% da produção. O preço médio do trigo cotado pelo indicador Cepea/Esalq, fechou a última quinta-feira (22/03) a R$ 695,62/Ton., acumulando alta de 2,21% no mês, mas até o início da semana acumulava alta de 4,7%.

    A persistência do nível de atividade interna em patamar ainda tímido, em especial no que se refere aos estratos de mais baixa renda, pode reduzir a demanda por produtos destes setores, sobretudo biscoitos, principalmente os recheados, líder de vendas. Além disso, o câmbio exerce impacto negativo sobre o setor, que importa cerca de 50% do consumo interno. Assim, uma possível desvalorização do real frente ao dólar derivada das conturbações políticas internas, comuns em período eleitoral, pode provocar efeitos negativos sobre os preços ao consumidor brasileiro.

    Por outro lado, as constantes pesquisas realizadas no âmbito da Embrapa, têm fortalecido o setor, especialmente com tecnologias que contribuem para novas formas de utilização do cereal. A exemplo disso, recentemente pesquisadores encontraram uma forma do trigo ser utilizado como ração para o gado de corte e de leite sem que isso causasse prejuízo à saúde dos animais. Desta forma, além de aumentar o interesse pela produção desta planta, estimula a diminuição da dependência em relação ao milho e à soja.

    Especialista do Setor  Marcos Henrique.


    O Centro de Estudos Avançados em Economia Agropecuária (Cepea), divulgou recentemente que o preço do trigo pago ao produtor está em alta, em função do maior preço ofertado pelas indústrias e à menor competitividade do milho. Embora a área da safra seja definida apenas entre abril e maio (período mais frio, específico para melhor qualidade do produto), os preços têm estimulado os produtores, em especial no Rio Grande do Sul, onde se concentra cerca de 90% da produção. O preço médio do trigo cotado pelo indicador Cepea/Esalq, fechou a última quinta-feira (22/03) a R$ 695,62/Ton., acumulando alta de 2,21% no mês, mas até o início da semana acumulava alta de 4,7%.

    A persistência do nível de atividade interna em patamar ainda tímido, em especial no que se refere aos estratos de mais baixa renda, pode reduzir a demanda por produtos destes setores, sobretudo biscoitos, principalmente os recheados, líder de vendas. Além disso, o câmbio exerce impacto negativo sobre o setor, que importa cerca de 50% do consumo interno. Assim, uma possível desvalorização do real frente ao dólar derivada das conturbações políticas internas, comuns em período eleitoral, pode provocar efeitos negativos sobre os preços ao consumidor brasileiro.

    Por outro lado, as constantes pesquisas realizadas no âmbito da Embrapa, têm fortalecido o setor, especialmente com tecnologias que contribuem para novas formas de utilização do cereal. A exemplo disso, recentemente pesquisadores encontraram uma forma do trigo ser utilizado como ração para o gado de corte e de leite sem que isso causasse prejuízo à saúde dos animais. Desta forma, além de aumentar o interesse pela produção desta planta, estimula a diminuição da dependência em relação ao milho e à soja.

    Especialista do Setor  Marcos Henrique.


    Com novos capítulos da crise política, diversas variáveis da economia brasileira deverão ser afetadas, principalmente o câmbio.  Como o câmbio é a variável mais relevante para o funcionamento do setor, é esperado que o mesmo tenha dificuldades de funcionamento.

    A maioria do trigo utilizado no Brasil vem de outros países, por meio de importação. Com a desvalorização cambial o preço do trigo importado deverá ficar maior, o que encarecerá os custos de produção dos produtos derivados de trigo, como a farinha. Caso essa desvalorização persista, acima de R$3,30, é esperado que o setor repasse para o consumidor final esse aumento de custo, o que deverá reduzir o consumo dos bens do setor.

    Assim, caso o choque no câmbio, pelas questões políticas, se mantenha, o faturamento do setor poderá ser impactado negativamente.

    Especialista do Setor: Ricardo Quirino.

    A produção de trigo e milho tiveram a sua projeção reduzida para 2016 nesta semana, de acordo com a secretária de agricultura paranaense, o que deve  afetar substancialmente a produção geral de grãos no estado.

    A queda é reflexo de um problema que vem afetando as principais regiões produtoras de grãos do país, o clima seco. A produção de milho em questão é referente a 2ª safra do ano, que já havia sido afetada em julho/junho. Para trigo é a primeira grande revisão negativa do ano, já que era esperada uma produção maior. Mas ainda assim a produção de trigo deverá ser 1% acima do observado em 2015.

    Assim, um dos maiores produtores agrícolas do País, o Paraná, deverá sofrer com queda da produção de milho e trigo, o que deverá impactar consideravelmente o faturamento dos setores de agricultura geral e trigo em 2016.

    Analista Responsável pelo Setor: Ricardo Quirino


    Desde 2014 os preços do milho vem caindo constantemente, tendo em vista o crescimento da oferta no mundo e especialmente no Brasil. Em 2016 os preços voltaram a subir, devido a quebra na oferta do grão, dado problemas climáticos e processo de substituição pela plantação de soja. No entanto, esse incremento no preço do milho está pressionando outro grão, o trigo. E a tendência é de que esse movimento se mantenha até o fim do ano.

    Apesar de a soja e milho serem os principais insumos para rações, e corresponderem pelos bons resultados da balança comercial de agronegócio, o trigo também é utilizado como ração, tendo em vista o seu alto valor nutricional. Assim, diversos produtores de animais de corte estão preferindo rações com o trigo na mistura, pressionando a demanda e preço do grão. Como é esperado que o movimento de valorização do milho se estenda até 2017, o preço do trigo deverá se manter em níveis altos até o fim do ano (No mínimo).

    Assim, os impactos desta valorização são relativos ao estágio da cadeia de produção do setor. Para os produtores de trigo, a valorização será muito boa e deverá ampliar os ganhos no faturamento. Porém, para moageiras e as fabricantes de derivados do trigo (Ex: Bolos, bolachas e massas) a valorização deverá ter efeito negativo no faturamento, já que os custos deverão ser pressionados e o repasse de preços para o consumidor final está comprometido devido a crise econômica.

    Analista Responsável pelo Setor: Ricardo Quirino


    Com a disparada do dólar nas últimas semanas, o preço do pão e de todos os produtos à base de farinha de trigo deve subir nos primeiros dias de abril, em todo o país. No Rio Grande do Sul, o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria e de Massas Alimentícias e Biscoitos no Estado (Sindipan-RS) estima o reajuste entre 10% e 20%, aplicado também a biscoitos e todos os tipos de massas. 

    Este reajuste só mostra o quanto o setor é dependente da importação de trigo, se tornando, automaticamente, mais vulnerável às variações na taxa de câmbio. Por isso é fundamental que a produção interna se amplie e atinja novos recordes, tendo em vista a enorme demanda que o setor de trigo enfrenta internamente.

    Apesar deste aumento nos preços do trigo, não necessariamente o faturamento será positivamente afetado. Para os moinhos e para a indústria de massas e biscoitos, as perdas costumam ser maiores que os ganhos, já que o preço do insumo principal fica maior, pressionando a margem e expondo o setor a uma possível redução na demanda devido ao aumento dos preços do bem final.

    Analista Responsável pelo Setor: Ricardo Quirino


    Os agricultores canadenses, ainda lutando para encontrar compradores para a sua colheita abundante do ano passado, vão plantar mais de canola e menos trigo este ano. Em 2013,  a safra canadense de trigo bateu o recorde histórico de 37 milhões de toneladas, uma alta de 38% em comparação a 2012. 

    É esperado que os agricultores plantem 23,3 milhões de acres de trigo, uma queda de 10 % ante o ano passado. Os agricultores direcionarão o plantio para a canola, que tem perspectivas mais positivas com relação ao seu preço para 2014.

    Este fato é mais um capítulo na tendência de baixa dos preços  internacionais do trigo, que é observada desde 2011. O Canadá é o 6º maior produtor da cultura no mundo e, bem como alguns dos maiores produtores de trigo no mundo, apresentou forte aumento na produção de trigo em 2013. Mesmo com essa redução,  a perspectiva é de que a safra 2013/14 continue batendo recordes, principalmente em países da Europa, aumentando assim a oferta do grão no mercado brasileiro, que importa boa parte do que consome de trigo, sem pressionar os preços dos produtos derivados do trigo - como o pão francês - produzidos internamente.

    A J.Macêdo está retornando ao ramo de fornecimento de produtos aos panificadores, segmento este que a companhia atuou por mais de 50 anos (de 1952 a 2004).

    Com investimentos de R$ 10 milhões neste projeto, a empresa passará a comercializar nas regiões Norte e Nordeste 30 novos produtos desenvolvidos para o uso profissional no food service (alimentação fora do lar).

    Com o alto nível de ocupação da população e o crescimento do rendimento médio, a tendência é de que, cada vez mais, a população se alimente fora de casa, impactando positivamente na procura dos produtos da linha de panificação, que incluem farinha de trigo e misturas para bolos e pães, dentre outros. Tal tendência justifica a projeção, feita pela empresa, de que a nova atividade corresponda a 10% do volume de vendas da J.Macêdo até o fim de 2013. 


    A multinacional Bunge anunciou um investimento de US$ 350 milhões para a construção de três moinhos no Brasil, sendo um no Rio de Janeiro e dois no Nordeste. O montante deverá ser aplicado nos próximos cinco anos, agregando de forma expressiva a capacidade de moagem de trigo da empresa.

    A companhia mantinha uma parceria há oito anos com a J. Macêdo, onde fornecia farinha de trigo para consumo doméstico ou como ingrediente de massas, o que impedia a multinacional de disputar tais mercados. Com o fim do acordo, a Bunge pretende se lançar nesse mercado, apostando na produção verticalizada e em produtos que ofereçam maior margem, como massas e biscoitos.

    A Bunge tem como principal receita o mercado de agribusiness, sendo a maior exportadora do setor no Brasil, entretanto é um mercado bastante volátil, dependente de clima, mercado externo, taxa de câmbio, preços, entre outros. Dessa forma, o investimento na produção, em especial de produtos de maior valor agregado e com consumo crescente deverá consolidar a presença da empresa em outros segmentos, além de diversificar sua fonte de recursos.


    A M. Dias Branco, líder brasileira na fabricação de massas e biscoitos, anunciou a aquisição do moinho cearense Santa Lúcia pelo montante de R$ 90 milhões. A empresa atua na moagem de trigo, fabricação de derivados e na industrialização e comercialização de biscoitos e massas alimentícias. A aquisição deverá incrementar o market share da M. Dias nas regiões Norte e Nordeste.

    A Santa Lúcia trabalhava com marcas próprias, como a "Predilleto" e a "Bonsabor", além de produzir para marcas de terceiros, que deverão ser mantidas. Do valor acordado, R$ 45 milhões foram pagos à vista, R$ 27 milhões parcelados em cinco anos e o restante deverá ser pago ao final de seis anos. A aquisição está nos planos da empresa de expandir os negócios organicamente e participar ativamente da consolidação do setor.

    A M. Dias continua em seu propósito de expandir sua participação nos mercados do Norte e Nordeste. No ano passado, a acompanhia já havia anunciado a aquisição de dois outros grupos com presença relevantes nessas regiões. O consumo de biscoitos e massas brasileiro ainda é bastante pequeno quando comparado a grandes consumidores internacionais, como Itália e Estados Unidos, o que mostra um grande potencial para o fortalecimento do mercado interno.


    A PepsiCo parece bastante interessada em se fortalecer no mercado de biscoito brasileiro. A companhia criou uma nova presidência no país voltada para a divisão de biscoitos e cereais e planeja investir pesado esse ano para alcançar seu audacioso objetivo: chegar ao primeiro ou segundo lugar do setor, triplicando o tamanho em três anos.

    A multinacional vai investir US$ 45 milhões na modernização das cinco fábricas da Mabel e no aumento da produção. Outros R$ 30 milhões serão investidos em logística e em ações de marketing, visando fortalecer as marcas Mabel, Quaker e Eqlibri. Nos mercados do Sul e Sudeste as marcas Quaker e Eqlibri estão bem consolidadas e as ações serão voltadas para a expansão das mesmas no Nordeste. No sentido contrário, a marca Mabel é bastante forte no Nordeste e os trabalhos serão focados em expandi-lá para o Sul e Sudeste. 

    A fatia de market share da PepsiCo em biscoitos gira hoje em torno de 7%. Para acelerar sua escalada no mercado nacional, a companhia continua tentando comprar a Marilan, que faria sua participação saltar para quase 13%. Seja por aquisições, seja por investimento, o fato é que a multinacional parece focada em crescer no mercado de biscoitos brasileiro. Inovação de produtos poderá ser o caminho.


    Impulsionada pela alta de 33% nas vendas de macarrão instantâneo no Brasil entre os anos de 2007 e 2011, a fabricante japonesa Nissin Ajinomoto anunciou investimento de R$ 46 milhões para a construção de sua nova fábrica em Glória do Goitá (PE). A fábrica terá capacidade para produzir 1,2 mil pacotes por minuto.

    A empresa, detentora das marcas Cup Noodles, Nissin Lámen e Nosso Sabor, representa 60% das vendas do produto no Brasil. Entretanto, no Nordeste esse número cai para 45% e justifica a escolha do local da construção da nova fábrica. Além disso, a companhia visa o potencial mercado existente no Norte e Nordeste, onde os hábitos estão mudando e as pessoas estão mais receptivas a alimentos industrializados.

    O mercado de massas instantâneas apresentou crescimento de 5,9% em 2011, acima do total do setor de massas alimentícias que obteve expansão de 3,5%. O Brasil é o décimo no mercado consumidor do segmento e apresenta bastante espaço para expansão. O país vem apresentando crescente hábito na escolha por comidas rápidas e fáceis de preparar, mas ainda muito abaixo dos patamares observados nos Estados Unidos e países asiáticos.


    A Bauducco anunciou para o início de abril, a construção da sua nova unidade fabril no estado de Alagoas. O investimento está estimado em R$ 97 milhões e contemplará as obras de construção da unidade, bem como a aquisição de equipamentos. A expectativa é que sejam gerados 250 empregos diretos no início das operações.

    A previsão é de que, no primeiro trimestre de 2013, as duas primeiras linhas de produção entrem em funcionamento, sendo capazes de produzir 3 mil toneladas em produtos por ano, com destaque para a produção de 900 kg/hora de wafers, 1200 kg/hora de mini bolos e 3200 kg/hora de biscoitos recheados e amanteigados. Neste primeiro momento, esta produção deverá atender a região Norte e Nordeste do país.

    O contínuo crescimento, principalmente da região Nordeste do Brasil, vem atraindo empresas de todos os setores. A demanda por biscoitos possui forte correlação com aumentos no nível de renda e a região tem apresentado boas taxas de expansão neste indicador, seja pelo próprio crescimento, seja pelos programas federais de transferência de renda. A estratégia da Bauducco visa atender essa demanda que por muito tempo esteve reprimida.


    Por um total de R$ 240 milhões, a M. Dias Branco firmou contrato de aquisição dos grupos Pelágio Participações e J. Brandão Comércio e Indústria. Esta compra inclui a aquisição das marcas Estrela, Pelággio, Salsito e A Estrela que possuem relevância principalmente no Norte e Nordeste do Brasil.
        
    O grupo adquirido tem produção de 87,6 mil toneladas de biscoito, 51,6 mil toneladas de massas e 7 mil toneladas de snacks e bolos. Com as aquisições, a M. Dias Branco poderá alcançar aproximadamente 25,3% do mercado nacional de biscoitos e 25,2% do mercado de massas, elevando em quase 1,2% e 0,7%, respectivamente, seu market-share, ampliando ainda mais seu domínio nestes mercados.
        
    A nova aquisição da M. Dias Branco visa o crescimento das vendas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, bem como a incorporação de novos produtos (snacks e bolos) ao portifólio da empresa. A tendência é que estas compras permitam aumentos nas receitas da empresa, além de ganhos de sinergia do grupo, o que tende a fortalecer ainda mais a marca em todo território nacional.


    A PepsiCo, grupo norte americano que atua no setor de alimentos e bebidas, confirmou a aquisição das fábricas de biscoitos do grupo goiano Mabel e mais 25 centros de distribuição. O valor não foi divulgado pelas empresa, mas fontes próximas estipulam valor entre R$ 800 e R$ 900 milhões. O segmento adquirido deverá mudar de nome, uma vez que o grupo Mabel continuará atuando nos outros ramos em que ela tem negócios.

    O segmento de biscoitos era extremamente relevante para o grupo Mabel - representava 60% das vendas total. Com cinco fábricas no Brasil (Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Sergipe) e um mix de aproximadamente 150 produtos (desde rosquinhas e biscoitos até wafers e torradas), o grupo possui forte penetração no Centro Oeste, Norte e Nordeste além de exportar para mais de 35 países.

    A investida da PepsiCo no segmento de biscoitos faz parte de uma estratégia do grupo em diversificar seus ramos de atuação. A empresa possui 7% do mercado e com os aportes da compradora, pretende-se ampliar essa fatia. Ademais, o grupo internacional aproveitará a distribuição geográfica das fábricas de biscoito para ampliar suas vendas nas regiões Norte/Nordeste e Centro Oeste uma vez que sua marca já é consolidada no Sudeste e Sul do Brasil.


    A M. Dias Branco vai utilizar uma antiga fábrica da Pilar Alimentos, da qual é proprietária, para construir o maior moinho do grupo. Orçado em R$ 380 milhões, esta nova unidade industrial deve consumir R$ 141 milhões em investimentos e deverá entrar em operação em 2013. Ainda dentro deste projeto, dois novos moinhos devem ser construídos com um entrando em operação em 2015 e outro em 2018 e devem, juntos, custar outros R$ 240 milhões.

    O primeiro moinho em operação deverá ter capacidade de processar até 600 toneladas por dia. Ao final do projeto (sete anos), a capacidade total do complexo industrial deverá atingir 485 mil toneladas por ano, o que poderá representar um faturamento de R$ 630 milhões ao grupo. A produção das unidades deve ter destino o mercado interno, principalmente o Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo.

    O maior grupo de moagem de trigo do Brasil, com 10% da participação, espera com esse novo projeto aumentar 3 pontos percentuais em sua participação. O setor de moagem de trigo no Brasil é bastante concorrencial com a presença de diversos pequenos moinhos espalhados pelo Brasil. Estes pequenos estabelecimentos podem tornar-se alvos de possíveis investidas de grandes grupos como a M. Dias Branco.


    A empresa cearense M. Dias Branco, líder nacional no mercado de massas e biscoitos adquiriu por R$ 69,9 milhões a pernambucana Pilar Produtos Alimentícios. Com a compra, é estimado que a empresa líder aumentará de 22,2% para 23,4% seu market share no segmento nacional de biscoitos e 22,4% para 24,7% no mercado de massas.

     A aquisição faz parte da estratégia da M. Dias Branco de buscar ganhos de sinergia por meio de processos de verticalização. A fábrica da Pilar está instalada na região central de Recife, ao lado do porto da cidade e esta localização foi um dos grandes atrativos para a M. Dias que já planejava lançar mão de operações de moagem de trigo em regiões próximas ao porto. A ideia por trás disto é que o fornecimento de matéria prima seja feito diretamente para a indústria.

     Este movimento da empresa líder no mercado sinaliza a consolidação do setor de massas e biscoitos brasileiro. Além disto a empresa, que busca ampliar sua posição competitiva no cenário nacional aproveitando-se da força da marca adquirida, acabará por expandir sua atuação na região Nordeste do país.

    Terceira maior fabricante de pães industrializados do país, a Wickbold estará investindo R$ 15 milhões com o objetivo de aumentar suas receitas. A estratégia da empresa é direcionar este aporte para campanhas de marketing e para ações promocionais nos pontos de venda dos seus produtos. Aliado a isto, a empresa pretende aumentar os preços de suas linhas de produto, na média de 7%.

     A tática da companhia vem em um momento onde os custos do setor estão em franca expansão. Os preços dos grãos atingiram patamares extremamente elevados mas não só eles; o açúcar e o trigo estão com cotações recordes e o nafta, derivado do petróleo, influenciado pelas tensões no Oriente Médio e norte da África, também apresenta movimento de alta em virtude dos aumentos nos preços desta commodity. O nafta é o principal insumo para a produção de embalagens utilizadas pelo setor.

     Este movimento da Wickbold talvez não seja suficiente para ela desbancar a segunda posição no mercado de pães industrializados ocupado pela Panco. No médio prazo a empresa vislumbra ampliar seus pontos de comercialização nas regiões Norte e Nordeste uma vez que, atualmente seus produtos estão disponíveis em poucos estados do país e suas indústrias se localizam apenas em São Paulo (3) e Rio de Janeiro (1). Talvez até pelos problemas de logística encontrados no Brasil, seja interessante para a expansão da empresa, novos centros de produção e distribuição em outras localidades do Norte e Nordeste do país.


    Na esteira de uma dinâmica favorável da demanda interna, a Nestlé aumentou sua intenção de investimentos no Brasil em 2011. Em 2010, os investimentos da corporação no país ficaram em torno de R$ 800 milhões; já para 2011 a empresa planeja investir R$ 1 bilhão no mercado nacional. E os projetos já começaram. A empresa anunciou a construção duas novas fábricas: uma na região serrana do Rio de Janeiro, para a qual serão destinados R$ 200 milhões e outra fábrica na região centro-sul do estado, que demandará cerca de R$ 100 milhões.

    O objetivo explícito da multinacional é crescer o dobro da expansão do PIB brasileiro no ano. Para cumprir esse objetivo, a empresa planeja investir no aumento da sua capacidade produtiva, aplicando recursos em ampliação e construção de novas fábricas, tecnologia, inovações, e, até mesmo, possíveis aquisições, a fim de atender ao crescente mercado interno. Além disso, os investimentos em diversificação de produtos e na sua divulgação poderão apresentar relevância crescente nos planos de investimentos da multinacional.

    O Brasil é o segundo maior mercado da Nestlé no mundo e atualmente onde a corporação mais cresce, segundo Ivan Zurita, presidente da empresa no país. Assim, a ampliação dos investimentos direcionados ao Brasil reflete a percepção otimista das grandes empresas acerca do mercado brasileiro para os próximos anos. De fato, a dinâmica do mercado de trabalho, com níveis de desemprego consideravelmente abaixo dos patamares históricos, a maior distribuição da renda, com o conseqüente crescimento da classe média e a relativa estabilidade inflacionária, tem indicado tendência favorável ao mercado de bens de consumo.

    Hoje foi anunciado um importante avanço para a triticultura brasileira. Após décadas de pesquisas, a cultivar de trigo desenvolvida pela Embrapa apresentou boa adaptação produtiva em climas menos favoráveis a esta cultura de inverno, concentrando força de glúten de 349 graus joules, acima do índice de "trigo melhorador", o que indica a alta qualidade desse trigo especial para a fabricação de farinha.

    A relevância desse resultado se exprime através de um dos grandes pontos fracos dessa cadeia produtiva: a necessidade histórica de importação de trigo pelo Brasil, o que aumenta os riscos da inerente alta volatilidade dos preços internacionais e de desabastecimento do grão, especialmente em situações de quebra de safra dos principais países exportadores, especialmente a Argentina e os Estados Unidos, que respondem por, respectivamente, cerca de 70% e 15% das importações brasileiras de trigo.

    Por ser uma cultura de inverno, o seu cultivo fica restrito a regiões com clima mais ameno, como a Região Sul, que concentra mais de 90% da produção nacional. Além da quantidade produzida internamente ser insuficiente para o abastecimento dos moinhos nacionais, o trigo brasileiro é considerado de baixa qualidade e comumente é destinado para a produção de ração, o que agrava a necessidade de importação do grão para a produção de farinha. Diante disso, a possibilidade de aumento das áreas cultiváveis, sob bons níveis de produtividade e qualidade, é um fator de extrema relevância para o setor.

    Diante da perspectiva de melhoria das condições de fornecimento de trigo, com redução da dependência externa, no médio e longo prazos, logo se tornará mais evidente a necessidade de uma maior integração entre triticultores e indústria, que deverão trabalhar conjuntamente no desenvolvimento de novas técnicas de produção, visando garantir quantitativa e qualitativamente o suprimento da matéria-prima. Além disso, por ser considerado um item importante na alimentação da população, cabe ao Governo a tarefa de incentivar a expansão dessa produção, através de políticas de incentivo e de crédito direcionado.


    A Tondo, fabricante gaúcha de misturas para bolo, farinha e massas da marca Orquídea, anunciou investimento de R$ 20 milhões na construção de um novo moinho em Caxias do Sul (RS), estendendo em 40% a sua capacidade de moagem. Nos últimos 12 meses, a empresa investiu cerca de R$ 40 milhões em infraestrutura e tecnologia. Esse pacote de investimentos compreendeu a construção de uma nova fábrica de biscoitos, outra de misturas para bolo e panificação além da automação de alguns processos internos e ampliação da sua capacidade de armazenamento. Tais investimentos visam claramente uma maior eficiência produtiva da empresa no segmento de massas e biscoitos, no âmbito de uma conjuntura favorável quanto à demanda por bens de consumo.

    Em virtude da característica fragmentada do segmento de moinhos de trigo, com grande número de pequenos processadores que não possuem influência sobre os preços do seu produto, uma forma estratégica de redução de riscos e custos por parte da indústria de massas e biscoitos está intimamente relacionada à tendência de verticalização da cadeia produtiva de derivados de trigo na direção da farinha, seu principal insumo. Os benefícios dessa integração já estão sendo percebidos pela indústria em questão, tanto que, atualmente, as grandes fabricantes de massas e biscoitos já possuem ou estão adquirindo moinhos próprios.

    A fabricação da própria farinha de trigo a ser utilizada tende a reduzir os custos de aquisição do insumo e amenizar os riscos quanto a choques de oferta (em função da maior capacidade de estocagem) e às oscilações de preços, uma vez que a indústria passaria a negociar diretamente com os triticultores e/ou importadores, de acordo com parâmetros próprios de qualidade.


    O presidente do Moinho Pacífico, Lawrence Pih, anunciou que o projeto de expansão da capacidade de armazenagem, engavetado durante um ano, finalmente será retomado e terá um aporte de R$ 80 milhões. O moinho de trigo localizado em Santos, com ponto de atracação no porto, possui capacidade de processamento de cerca de 2,5 mil toneladas diárias de trigo, sendo considerado a maior unidade moageira da América Latina.

    Apesar da intenção de iniciar um plano de verticalização na cadeia produtiva, com instalação de uma indústria produtora de massas alimentícias, biscoitos e pães, o projeto de expansão da capacidade de estocagem da organização foi privilegiado mediante a atual conjuntura do setor.

    Como cerca de 70% dos custos do setor moageiro referem-se à aquisição de trigo, a expansão da capacidade de armazenagem implica na possibilidade de realização de grandes compras na época da safra, quando o cereal é de maior qualidade e mais barato. No entanto, foi a instabilidade na oferta de trigo por parte da Argentina, principal mercado de origem da matéria-prima, que tornou prioritário tal investimento.


    Após adquirir três empresas gaúchas do setor alimentício, quais sejam, Mu-Mu, Wallerius e Neugebauer, a Vonpar, franqueada da Coca-Cola e distribuidora do portfólio Femsa no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, criou sua Divisão de Alimentos, marcando o início da diversificação dos segmentos de atuação da organização.

    O novo braço da organização já nasce internacionalizado, pois tanto a Wallerius e a Neugebauer têm presença em mais de 30 países. As três unidades produtivas empregarão mais de 1.000 funcionários e totalizarão um faturamento de aproximadamente R$ 300 milhões.

    Tal estratégia de diversificação mostrou-se bem sucedida no caso da PepsiCo., que ingressou no segmento de salgadinhos (Elma Chips e Lucky), achocolatados (Toddy e Toddynho), bebidas esportivas (Gatorade e Propel), pescados (Coqueiro) e água de coco (Trop Coco e Kero Coco). Por usufruírem redes de distribuição similares e por poderem compartilhar alguns insumos, é possível a ocorrência de ganhos de sinergia, com significativa redução de custos.


    No dia 29 de janeiro, os integrantes da Camex (Câmara de Comércio Exterior) optaram manter em 10% a Tarifa Externa Comum (TEC) sobre o trigo em grãos importado de outros países fora do Mercosul. O novo acordo reflete a dificuldade de abastecer o mercado nacional devido a suspensão da exportação da Argentina nos últimos meses do ano de 2007 e nos primeiros dias do ano de 2008. Nesse mesmo dia, a Argentina anunciou a liberação de exportação de mais de 2 milhões de toneladas, sem alterar o valor da tarifa, entretanto, insuficiente para atender toda a demanda nacional.
    Diante dessa dificuldade de suprir toda a demanda interna, no dia 06 de fevereiro, foi publicada pela CAMEX a nova lista de exceções do Mercosul, com redução de 10% para zero, a alíquota de importação sobre o trigo de países que não integram o Mercosul, com uma cota de 1 milhão de toneladas até a próxima avaliação da lista, prevista no dia 30 de junho de 2008.
    No ano de 2007, o Brasil comprou da Argentina aproximadamente, em volume, 5,6 milhões de toneladas, representando 84,8% do total de importação de trigo ( 6,6 milhões de toneladas). O valor de dispêndio com as compras externas de grãos foram de R$ 1,1 bilhão, participando 83,8% do total (US$ 1,3 bilhão). O Canadá exporta ao Brasil, em menor quantidade e receita , com participação de 5,1% e 5,2%, respectivamente. Portanto, há a perspectiva da elevação do volume de importação vindo do Canadá, assim como dos Estados Unidos e Uruguai nos próximos meses.


    No dia 29 de janeiro, os integrantes da Camex (Câmara de Comércio Exterior) optaram por manter em 10% a Tarifa Externa Comum (TEC) sobre o trigo em grãos importado de outros países fora do Mercosul. O novo acordo reflete a dificuldade de abastecer o mercado nacional devido a suspensão da exportação da Argentina nos últimos meses do ano de 2007 e nos primeiros dias do ano de 2008. Nesse mesmo dia, a Argentina anunciou a liberação da exportação de mais de 2 milhões de toneladas, sem alterar o valor da tarifa, entretanto, insuficiente para atender toda a demanda brasileira.
    Diante dessa dificuldade de suprir toda a demanda interna, no dia 06 de fevereiro, foi publicada pela CAMEX a nova lista de exceções do Mercosul, com redução de 10% para zero, a alíquota de importação sobre o trigo de países que não integram o Mercosul, com uma cota de 1 milhão de toneladas até a próxima avaliação da lista, prevista no dia 30 de junho de 2008.
    No ano de 2007, o Brasil comprou da Argentina aproximadamente, em volume, 5,6 milhões de toneladas, representando 84,8% do total de importação de trigo (6,6 milhões de toneladas). O valor de dispêndio com as compras externas de grãos foram de R$ 1,1 bilhão, participando 83,8% do total (US$ 1,3 bilhão). O Canadá exporta ao Brasil, em menor quantidade e receita, com participação de 5,1% e 5,2%, respectivamente. Portanto, há a perspectiva da elevação do volume de importação vindo do Canadá, assim como dos Estados Unidos e Uruguai nos próximos meses