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    Segundo recente pesquisa da Fundação Ellen MacArthur, destacam-se os alarmantes níveis de descarte na indústria têxtil em todo o mundo, evidenciando o impacto ambiental da poluição gerada por esse setor. Em geral, a indústria opera em um ciclo linear de exploração de matéria-prima, produção, consumo e descarte, resultando em uma grande quantidade de resíduos. Enquanto na escala global, a referida Fundação mostra que cerca de 80% dos têxteis em escala gobal descartados são enviados para queima ou aterros sanitários; e; tratando-se de Brasil, aponta-se que apenas 20% das roupas no País são recicladas.

    De acordo com a pesquisa, essa dinâmica acabam favorecendo diretamente as empresas, as quais não assumem a responsabilidade pelo manejo dos resíduos. Como solução para mitigar esse problema, o relatório sugere a implementação da Responsabilidade Estendida do Produtor (REP), que atribui aos fabricantes a obrigação de coletar, classificar e recircular produtos após seu descarte pelo consumidor.

    Esse modelo se alinha ao conceito de economia circular, que visa prolongar a vida útil dos recursos naturais e promover a durabilidade dos produtos. A REP não se limita apenas ao setor da moda, podendo ser aplicada a diversas áreas da produção têxtil. A proposta de um desenvolvimento circular, embora já discutida teoricamente, é considerada benéfica tanto para o mercado quanto para o meio ambiente. A adoção desse modelo tem o apoio de ambientalistas e é vista como uma forma eficaz de transformar a abordagem da indústria têxtil em relação ao descarte, promovendo uma economia mais sustentável e responsável.

    Analista Responsável Thais Virga


    Segundo recente levantamento realizado pelo Banco BTG Pactual, as plataformas asiáticas digitais de e-commerce varejista Shein  e Shopee faturaram no ano de 2023 mais de R$ 35 bilhões juntas no Brasil; o que evidencia que tais empresas estrangeiras “vieram para ficar” no país.

    Apenas a Shein, empresa que gera grandes preocupações à indústrias e empresas de varejo ligadas ao setor de têxteis e vestuário no País, faturou o equivalente a R$ 15 bilhões no Brasil em 2023; acima dos R$ 7 bilhões estimados pelo BTG quanto ao ano de 2022. E sendo o montante de R$ 15 bilhões também acima do calculado anteriormente pelo banco para 2023; o qual previa ganhos próximos a R$ 10 bilhões. Assim, o aumento de R$ 5 bilhões na projeção surpreendeu o mercado.

    Como exemplo, o último resultado da Shein supera a receita operacional líquida da Renner, que somou vendas de R$ 13,6 bilhões em 2023. Também, e segundo matéria da Folha de São Paulo, “somente o faturamento da Shein no país é mais que o dobro da soma do GMV de grandes companhias brasileiras de moda, como C&A (R$ 1,4 bilhão), Renner (R$ 2,2 bilhões), Arezzo (R$ 1,4 bilhão) e Hering (R$ 300 milhões).

    De acordo com analistas do BTG, embora o Brasil costume ser um lugar bastante desafiador a players estrangeiros realizarem negócios, eles reforçam e atentam, em relatório, que  tanto a Shein, como a Shopee, ao adotarem o “gosto local”, investiram e atuaram, sobretudo: testando lojas pop-up (estabelecimentos físicos abertos temporariamente por uma marca); investindo em estratégias de marketing locais; e, atraindo vendedores locais.

    E é por essas razões e diante dos robustos resultados de faturamento, que o ímpeto dessas empresas deve se manter sobre o Brasil neste e nos próximos anos.

    Analista Responsável Thais Virga


    Na última semana, uma importante operação de fusão entre a Arezzo e o Grupo Soma  - dono de marcas como Hering, Animale e Farm foi anunciada, com as empresas chegando a um acordo que cria, além de uma gigante da moda, mas uma varejista de cerca de R$ 13 bilhões, conforme dados de valor de mercado de ambas no fechamento fo último dois de fevereiro de 2024.

    A nova companhia a ser criada após o anúncio dessa fusão partirá de cerca de R$ 12 bilhões em receitas, e abrande um portfólio total de 34 marcas. Dessas, destacam-se, por exemplo, como aponta O Globo, “um mix de grifes que vai do básico da Hering ao animal print da Animale, das sapatilhas da Anacapri aos tênis Vans (em licenciamento), passando pelo colorido da Farm ao estilo dos sapatos da Arezzo e o look masculino da Reserva”, dentre muitas outras marcas.

    A nova empresa, que ainda terá o nome definido nos próximos meses, contará com 34 grifes, partindo de mais de 2 mil lojas e e cerca de 22 mil funcionários, fora as franquias; além de já evidenciar perspectivas de ampliação da internacionalização no setor. Segundo Flavio Conde - analista de investimento em entrevista à Isto é Dinheiro, a fusão anunciada surpreendeu a muitos no mercado e será positiva a ambas empresas, como explica: “Estou vendo essa fusão com muito otimismo, já que as duas empresas são complementares e não competem em nenhum mercado. Estou vendo possibilidade de cross selling muito importante. Por exemplo: a Hering poderá vender calçados, bolsas e acessórios feitos pela fábrica da Arezzo”.

    Por fim, é importante observar que a citada fusão acontece em um cenário de forte aumento da concorrência no Brasil, puxada pelo aumento de desafios devido à recente ampliação de oferta de novas marcas, categorias, canais e players – destacando-se aqui a chinesa Shein no país, por exemplo. Assim, o cenário interno de maior competição no setor de moda e vestuário evidencia certa indução à integração de empresas e organizações respectivas para também  se tornarem competitivas em termos de: expansão de competências complementares; e, de maior racionalização de custos e estruturas.

    Analista Responsável Thais Virga


    Em recente artigo de Mírian Lavocat, a advogada tributarista atenta à questão tributária e seus negativos impactos à indústria têxtil brasileira. A importância do setor é evidente: mais de 200 anos de história, com a indústria contendo mais de 200 mil empresas – sendo 97% pequenas ou médias, e, gerando cerca de 1,7 milhão de empregos.

    Todavia, toda essa cadeia vem sendo negativamente afetada por uma medida governamental, a qual privilegiou, nos últimos anos, a indústria têxtil estrangeira em detrimento da nacional. Trata-se de isenção instituída para remessas internacionais de até US$ 50,00 entre pessoas físicas, com forte crescimento de produtos têxteis e confecções de plataformas asiáticas como Aliexpress, Shein e Shopee. Segundo Lavocat, essas atuavam indicando pessoas físicas como "vendedores", a despeito da compra ter sido negociada ante uma pessoa jurídica internacional, conhecidas, também, como empresas "cross borders".

    Impactando produtores de têxteis, roupas e calçados nacionais – portanto, empregos, vendas e faturamento de indústrias a comércio, a isenção abrangia milhões de encomendas.  Não à toa, em meados de 2023, a Receita Federal lançou o programa “Remessa Conforme”, através da portaria MF 612/2023, objetivando uma maior fiscalização das operações realizadas por tais empresas "cross borders", e, visando equiparar cargas tributárias para tornar o cenário interno mais competitivo. Como exemplificado pelo secretário da Receita, a sonegação fiscal era evidente, uma vez que uma única "pessoa” chegou a enviar ao país 16 milhões de pacotes.

    Todavia, apesar da portaria ter obrigado tais plataformas estrangeiras a pagar o Imposto de Importação (II), além de recolher o tributo estadual incidente sobre a importação, o Remessa manteve a isenção (ou seja, com a alíquota do II a 0%) das remessas postais ou encomendas de até US$ 50,00 (cerca de R$ 250 milhões), autorizando-as, agora, para operações tanto entre pessoas jurídicas, quanto pessoas físicas. E isso, com uma única contrapartida: a cobrança de 17% de ICMS sobre as vendas dos cross borders.

    Ou seja, em especial para o setor de têxteis e confecções, e, principalmente no comércio nacional, o que era para ser um “alívio” acabou tornando-se um “pesadelo”. Quanto ao ICMS, além da medida ainda estar em lenta implantação por Estados, ela infere alíquota inferior à cobrada do varejo nacional:  17% a estrangeiras, enquanto cerca de 39,04% de ICMS incidente sobre a nota fiscal dos comerciantes nacionais do mesmo segmento. Com isso, as ameaças a empresas e aos empregos no setor ainda se mantém, assim como a urgência de uma maior isonomia tributária no país.

    Analista Responsável Thais Virga


    Observando tais setores industriais, a começar do primeiro, constata-se que a questão sobre  desoneração  já era tratado como vital às indústrias têxtil  e de confecções e vestuário ainda em 2007, como forma de garantir a competitividade dessas indústrias com a concorrência externa. Em audiência pública nesse ano, segundo a Agência Câmara de Notícias , os assuntos “desoneração” e “redução da carga tributária” mostraram-se demandas antigas e, gradativamente mais constantes, por produtores. 
    Mais recentemente, uma movimentação e uma ameaça ainda mais proeminentes nos últimos anos até a atualidade, dizem respeito, respectivamente: à expansão e à invasão de varejistas chinesas do chamado "fast fashion online", como as plataformas Shein, Shopee e  AliExpress no Brasil (assim como em boa parte de outros países sul-americanos); e, à questão do consumo interno nacional vir, cada vez mais, sendo atendido por importações – o que gera apreensão e alertas a diversos representantes de têxteis, tecelagens e confecções apontando que alguns produtos chineses chegam ao país com preços ainda mais baixos do que os custos de produção no mercado brasileiro . Claramente, tais movimentações e ameaças impactam negativamente empregos e salários internamente.
    Assim, ademais da complicada concorrência à expansão chinesa no país, a prorrogação até 2027 da desoneração da folha de pagamento poderá beneficiar as indústrias têxteis/tecelagens e de confecções e vestuário no Brasil, o que é relevante à própria economia nacional, conforme aponta a Abit - Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, em suas últimas atualizações em 2023, com esse macro setor caracterizando-se por: cerca de 22,5 mil unidades produtivas formais em todo o país (IEMI); com o segmento de confecções sendo o 2° maior empregador da indústria de transformação (PIA-2020), atrás apenas da indústria de alimentos;  geração de 1,34 milhão de empregados formais e mais 8 milhões de de trabalhodores indiretos, dos quais 60% são de mão de obra feminina; e, com o Brasil destacando-se como entre os quatro maiores produtores de malhas do mundo, e, os cinco maiores produtores e consumidores de denim também globalmente.
    Já destacando-se o setor calçadista, sublinha-se que o volume de vendas de calçados, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC/IBGE), vem apresentando recuos em 2023. E isso, da mesma forma que as vendas de tecidos e vestuário, puxado tanto por uma desaceleração do varejo de moda no início deste ano, como a um movimento de mudança no perfil de consumo no pós-pandemia, acarretando em prejuízos a lojas físicas e favorecimentos de vendas online, onde também os chineses são muito fortes. Também às indústrias e fábricas de calçados, a prorrogação da denoneração da folha de pagamentos e suas repercussões à empregabilidade nessa indústria mostra-se acertada, como uma espécie de proteção adicional à invasão de calçados asiáticos, sobretudo, chineses no Brasil e que impactam, negativamente, o nível de empregos da indústria calçadista nacional .
    Durante a tramitação da prorrogação da desoneração da folha no Senado, a coordenadora da Assessoria Jurídica da Abicalçados, Suély Mühl, ressaltou que: “Somos um setor intensivo em mão de obra, empregando diretamente mais de 300 mil pessoas no País. A reoneração teria um impacto de queda de 20% na produção de calçados e, consequentemente, perderíamos, pelo menos, 30 mil postos nos próximos dois anos”.

    Especialista do Setor Thais Virga


    Inicialmente, destaca-se que o recente Programa Remessa Conforme (PRC) da Receita Federal diz respeito à permissão concedida a empresas de comércio eletrônico, nacionais ou estrangeiras, que utilizem plataformas, sites e/ou meios digitais de intermediação de vendas (aqui destaca-se, por exemplo, o chamado dropshipping ou envio direto) , para que tais empresas obtenham maior agilidade e antecipação ao fluxo do comércio exterior das compras internacionais. Há isenção de imposto às compras internacionais de até US$ 50 (cinquenta dólares).
    A adesão ao "Remessa Conforme" pelas empresas de comércio eletrônico é voluntária e, nesse sentido, conforme atendam todos os critérios para admissibilidade ao programa, obtêm uma certificação por parte da Receita Federal. Esses requisitos podem ser verificados na Portaria COANA n° 130/2023, que regulamenta o Programa. Com essa adesão, plataformas de venda digitais devem enviar à Receita informações referentes às compras internacionais de forma correta e antecipada à chegada no Brasil, permitindo a liberação de mercadorias junto à aduana de forma prioritária. 
    Já no último dia 14 de setembro, a Receita Federal informou que o conjunto das empresas habilitadas no programa representa cerca de 67% do total de remessas enviadas ao Brasil de janeiro a julho de 2023, sendo que, nesse período, o total de remessas se aproximou de 123 milhões de volumes, e desse total aproximadamente 83 milhões chegaram ao Brasil via operadores de transporte que prestam serviços a empresas já certificadas. A Receita Federal ainda destacou que: "para efetiva aplicação dos benefícios, como a alíquota zero do imposto de importação no envio por pessoa jurídica, além da certificação é necessário que as empresas concluam a adequação dos seus sites às exigências do Programa Remessa Conforme".
    Plataformas de relevância que também atuam no e-commerce associado ao setor têxtil e de confecções recentemente vêm sendo certificadas como participantes do referido programa, destacando-se duas gigantes chinesas. Primeiramente,  o AliExpress recebeu a certificação em 31 de agosto enquanto que em 14 de setembro, a Shein acabou anunciando também estar formalmalmente certificada no Programa Remessa Conforme, com a decisão constando em ato declaratório da Receita Federal publicado no "Diário Oficial da União" nessa última data. 

    Analista Responsável Thais Virga


    A pandemia da COVID-19 causou uma reviravolta econômica sem precedentes em todo o mundo. Empresas de todos os setores enfrentaram desafios significativos, desde restrições de operação até mudanças nos hábitos de consumo dos clientes.

    Nesse cenário de recuperação, é crucial que as empresas estejam preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem. E uma ferramenta valiosa para essa preparação estratégica é a análise setorial.

    Compreender as tendências do mercado, as mudanças de comportamento do consumidor e as demandas emergentes torna-se essencial para se posicionar de forma inteligente e competitiva.

    Este texto explora a importância da análise setorial como uma poderosa aliada das empresas na retomada econômica, e como a análise setorial pode ajudar as organizações a identificar oportunidades, mitigar riscos e tomar decisões informadas que impulsionem seu crescimento.

    Prepare-se para desvendar os segredos por trás da análise setorial e descubra como essa ferramenta estratégica pode levar sua empresa a um novo patamar de sucesso.

     

    Entendendo a retomada da economia e o papel da Análise Setorial

     

    Após um período desafiador de incertezas e instabilidades, a retomada econômica pós-pandemia já se tornou uma realidade.

    No entanto, é importante compreender que o cenário econômico atual é marcado por mudanças significativas nos comportamentos de consumo, nas dinâmicas de mercado e nas demandas dos clientes.

    As empresas que desejam se destacar nesse novo contexto precisam adotar uma abordagem estratégica, antecipando-se às transformações do mercado e se adaptando rapidamente. É aqui que a análise setorial desempenha um papel fundamental.

    A análise setorial permite que as empresas compreendam em profundidade o panorama do seu setor de atuação. Ela vai além da análise macroeconômica geral e mergulha nas especificidades de cada segmento, identificando as principais tendências, desafios e oportunidades que surgem durante a retomada econômica.

    Ao entender os fatores-chave que impulsionam o crescimento do setor, as empresas podem ajustar suas estratégias, reposicionar seus produtos e serviços e se adaptar às novas demandas dos consumidores.

    Além disso, a análise setorial ajuda as empresas a avaliarem a competitividade do mercado, identificando os principais concorrentes e suas estratégias. Com base nessas informações, é possível desenvolver estratégias diferenciadas, encontrar nichos de mercado pouco explorados e conquistar uma vantagem competitiva.

    Em suma, a análise setorial permite que as empresas estejam à frente da curva, antecipando-se às mudanças do mercado e tomando decisões fundamentadas. Na próxima seção, exploraremos em detalhes como essa ferramenta valiosa pode ser aplicada de forma eficaz, fornecendo vantagens estratégicas e impulsionando o crescimento empresarial na retomada econômica pós-pandemia.

    A análise setorial desempenha um papel crucial na tomada de decisões estratégicas das empresas durante a retomada econômica pós-pandemia. Ela oferece uma visão aprofundada das tendências e mudanças que estão moldando o mercado, permitindo que as empresas compreendam o cenário em que estão inseridas e se posicionem de maneira estratégica.

     

    Benefícios da Análise Setorial para as empresas

     

    Ao adotar uma abordagem estratégica baseada na compreensão das tendências e mudanças do mercado, as empresas podem obter vantagens significativas. Vejamos alguns dos benefícios-chave da análise setorial:

     

    Identificação de oportunidades de crescimento: permite que as empresas identifiquem oportunidades emergentes e nichos de mercado pouco explorados – o que permite a possibilidade de direcionar seus recursos e esforços para o desenvolvimento de produtos ou serviços inovadores, atendendo às necessidades específicas dos clientes.

     

    Tomada de decisões informadas: Com acesso a dados e informações precisas sobre o setor, as empresas podem tomar decisões estratégicas fundamentadas, permitindo que empresas se adaptem rapidamente às mudanças do mercado.

     

     

    Vantagem competitiva: A análise setorial ajuda a identificar os pontos fortes e fracos dos concorrentes, bem como as lacunas no mercado que podem ser aproveitadas. Isso permite que as empresas se posicionem de forma única, atendendo às necessidades dos clientes de maneira mais eficaz do que seus concorrentes.

     

    Mitigação de riscos: auxilia na identificação de riscos e ameaças que podem afetar o desempenho das empresas. Ao antecipar esses desafios, as empresas podem desenvolver estratégias de mitigação adequadas e estar preparadas para enfrentar obstáculos.

     

    Aproveitamento das tendências de mercado: as empresas podem se adaptar de maneira proativa e capitalizar as oportunidades que surgem, ajustando-se rapidamente às mudanças nos comportamentos do consumidor, nas demandas de mercado e nas inovações tecnológicas.

     

    A análise setorial é uma ferramenta poderosa para as empresas que deseja estar sempre prontas aos desafios do seu mercado.

    Ao identificar oportunidades de crescimento, mitigar riscos, adaptar a estratégia de negócios e conquistar uma vantagem competitiva, as empresas estarão bem posicionadas para se destacar no mercado e alcançar o sucesso.

    Lembre-se de que a implementação da análise setorial requer uma coleta cuidadosa de dados, análises aprofundadas e monitoramento contínuo. Além disso, contar com especialistas nessa área, como a LAFIS, pode fornecer um apoio valioso na interpretação dos dados e na orientação estratégica.


    O ano de 2023 iniciou-se, novamente, com desafios ao setor têxtil e de confecções a partir dos últimos dados disponíveis até maio deste ano. Particularmente, a produção industrial medida pelo IBGE (Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física) apresentou retrações nos primeiros cinco meses do ano. 
    O dado de fabricação de produtos têxteis apresentou recuo médio de 1,7% entre janeiro e maio de 2023 na comparação com o mesmo período de 2022. Importante mencionar que a produção média de janeiro a maio de 2023, encontra-se:
    1 - 12,6% abaixo de 2019 (último ano antes da pandemia) no mesmo período de comparação;
    2 - 31,1% abaixo da média histórica (considerando os dados mensais desde janeiro de 2002);
    3 - 48,9% abaixo do pico histórico que se deu em 2007.

    Quanto ao dado de produção industrial referente a confecções de artigos do vestuário e acessórios, o mesmo apresentou uma retração mais intensa na comparação com a fabricação de produtos têxteis: queda de 9,3% nos primeiros cinco meses de 2023 na comparação com o mesmo período de 2022. Também cabe mencionar que a produção média de 2023 até o momento encontra-se:
    1 - 25,9% abaixo de 2019 no mesmo período de comparação;
    2 - 41,7% abaixo da média histórica; 
    3 - 55,2% abaixo do pico histórico, ocorrida em 2002 nesse segmento.

    Já na avaliação dos respectivos segmentos com base na variação mensal (maio/23 ante abril/23), os recentes dados divulgados evidenciam um descompasso no setor, com crescimento do vestuário, mas queda na indústria têxtil. Nessa perspectiva, a produção de vestuário cresceu 0,30% em maio na comparação com abril - puxada por um aumento da produção de roupas feitas de malha e tricô; enquanto a produção têxtil retraiu 0,40% na mesma base de comparação, e, após os quatro primeiros meses de 2023 em alta - nesse caso, influenciada por um recuo em fiações e nas malharias. 

    Analista Responsável Thais Virga





    Na primeira quinzena de março foi discutido e anunciado pelo Governo Federal, e, particularmente, no âmbito do Ministério da Fazenda através da figura do Ministro Fernando Haddad, a taxação de e-commerces internacionais — leia-se, sobretudo, chineses — visando coibir a prática de concorrência desleal contra a indústria brasileira. A proposta lançada seria acabar com a isenção de tributação para compras internacionais entre pessoas físicas de até US$ 50, o que poderia gerar de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões em novas receitas para o governo. 
    Nada de novo ante o que outros países do mundo fazem, com certas particularidades, vendo em sites da China — como Shein, Shopee e AliExpress  — fortes ameaças às suas leis e normas internas. Países esses como Estados Unidos, África do Sul e Índia, por exemplo. E nada que, portanto e com alguma melhor estratégia de comunicação, deveria repercutir em tamanho alarde no Brasil, principalmente diante críticas e pedidos de diversas empresas têxteis e de confecções  para maior proteção da indústria nacional, reforçadas há cerca de uma década. Em matéria intitulada "Indústria brasileira de roupas sofre com concorrência asiática" na Carta Capital de maio/2013,  já se apontavam reclamações da indústria de roupas nacional às precárias condições de produção em países asiáticos.
    Explicitando em dados um movimento do setor têxtil e vestuário no decênio entre janeiro de 2013 e o mesmo mês de 2023 no Brasil, destaca-se, por exemplo, a linha de tendência decrescente da indústria da transformação quanto ao indicador "Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios (22=100)" do IBGE no período:
    Enfim, a ideia inicial do Governo seria "fechar o cerco" ao drible com que tais plataformas fazem à tributação de importados, coadunado ao fato de que empresas nacionais pagam impostos e geram emprego no Brasil. Todavia, com ruídos de informações em jornais e redes sociais, ampliados por certa demora em informar a população e tais meios com mais clareza e objetividade, alardes vários foram gerados, gerando reações contrárias, sobretudo de consumidores. Resultado? Alguns dias depois, o assunto havia sumido um pouco de entrevistas e noticiários, com o próprio Ministro da Fazenda anunciando certo recuo na proposta.
    Até que, no último dia 20 de abril, o mesmo anunciou que a Shein  - gigante chinesa de moda rápida - irá investir R$ 750 milhões (US$ 148,9 milhões) no Brasil. E isso após a assinatura de um memorando de entendimento com a Coteminas (controlada pela multinacional têxtil brasileira Springs Global) para um esforço conjunto com 2.000 fabricantes de têxteis no Brasil, visando gerar 100.000 empregos nos próximos três anos, ou seja, até 2026. 
    A Shein ainda destacou que objetiva transformar o Brasil num polo mais moderno de produção têxtil e de exportação à toda América Latina. Com o investimento voltado ao fornecimento de tecnologia e treinamento aos fabricantes nacionais, a empresa asiática visa adaptar suas operações ao seu modelo "sob demanda" focada no fast fashion. De acordo com o explicado pelo chairman da Shein para a América Latina à Bloomberg Línea (em 21/04/2023), com as fabricante de têxteis do país atuando como terceirizadas da Shein para a produção de roupas, essa tem a expectativa de trazer ao Brasil seu modelo de produção rápida e em pequenos lotes de apenas centenas de unidades (portanto, com estoques reduzidos). Diferente dos fabricantes tradicionais de vestuário "que processam pedidos em prazos longos e em grandes lotes". 
    De outra forma, a proposta asiática recém anunciada em aportes no Brasil diz respeito a operações sob demanda, produzindo, praticamente, o que o consumidor quer. A saber, a Shein (fundada na China e com sede em Cingapura), já havia visto suas vendas explodirem no País durante a pandemia: segundo estimativas do BTG Pactual do fim de janeiro, a empresa (de capital fechado) obteve R$ 8 bilhões de vendas em 2022, contra R$ 2 bilhões em 2021. Agora o que cabe observar serão os efeitos socioeconômicos, sobretudo na indústria de transformação e na questão do emprego, quantitativa e qualitativamente no Brasil. A empresa já atentou sobre a pretensão de manter os níveis de preços praticados internamente, visando compensar maiores custos de produção economizando em logística.  

    Analista Responsável Thais Virga


    O setor têxtil e vestuário brasileiro vem sendo castigado desde a eclosão da crise sanitária do novo coronavírus. Foram dois anos (2020 e 2021) de resultados aquém das capacidades setoriais, muito em função das restrições à movimentação de pessoas – menor demanda por roupas – além da inflação e desemprego que foram responsáveis pela perda de poder de compra da população.

    O ano de 2022 prometia ser um ano de recuperação para o setor. Prometia. O conflito bélico no Leste europeu ainda em fevereiro, desorganizou as cadeias de suprimento energético, lançando novamente pressões de custo para o setor; soma-se a isso, a elevação nos preços de transporte e de insumos para a produção industrial.

    O que esperar para 2023?

    Crescimento módico. O ano de 2023 poderá se caracterizar por um crescimento bastante comedido do setor em virtude de alguns fatores como a inflação global (reduzindo assim nossas exportações) e as elevadas taxas de juros nacional que pode arrefecer as compras domésticas. Além disto, as incertezas políticas ainda continuam turvando o horizonte temporal de curto prazo.

    Se o ano de 2022 pode ter sido um ano de expansão abaixo do potencial do setor, o ano de 2023 tende a seguir a mesma trajetória – e isto poderá significar que o ano não seja tão feliz para a indústria têxtil brasileira.

     Especialista do Setor Marcelo Balloti Monteiro


    O setor têxtil e vestuário brasileiro começou o ano com expectativa de recuperação, tímida é verdade, na produção industrial. Atualmente, a perspectiva inverteu-se e existe a perspectiva de queda na produção têxtil com eventuais melhorias marginais no segmento de vestuário. Por outro lado, o varejo relacionado ao segmento pode ter bons resultados.

    O que está por trás desses movimentos?

    No âmbito da indústria há uma conjuntura extremamente desfavorável. No âmbito internacional, a piora na China advinda do recrudescimento da pandemia e a política de COVID zero forçou a parada do país; soma-se a isso o conflito no Leste Europeu. Ambos os fatores foram responsáveis tanto pelas dificuldades na obtenção de insumos como pelo encarecimento dos mesmos.

    Já no varejo a inflação elevada e o desemprego em patamares elevados, embora em queda, tem trazido dificuldades para que o consumidor consiga manter o seu poder de compra. Mesmo assim, a injeção de estímulos fiscais fez com que a demanda por produtos têxteis mantivesse aquecida. 

    O restante do ano é carregado de incertezas tanto com relação ao comportamento da macroeconomia nacional como da evolução dos problemas internacionais. O setor têxtil que já vinha de anos difíceis provavelmente amargará mais um ano com problemas.

    Especialista do Setor Marcelo Balloti Monteiro


    A frente fria que chegou nessa semana ao Brasil atingindo principalmente as regiões Sul e Sudeste do país pode ser um estímulo ao setor de vestuário no Brasil. Embora oficialmente o país se encontre no outono, o intenso frio pode aquecer as vendas da coleção outono-inverno e impulsionar o setor.

    A coleção outono-inverno tem as suas peculiaridades como por exemplo preços mais elevados dos produtos além de uma espécie de efeito multiplicador: quando o consumidor vai até um estabelecimento em busca de um vestuário para se proteger do frio, ele acaba adquirindo outros produtos, desde moda íntima até acessórios.

    O otimismo pode ser contrabalanceado pela situação macroeconômica do país: inflação em desemprego em alta tem limitado o poder de compra da população. Deste modo, a tendência é que os consumidores sejam mais racionais com relação às compras apostando ainda mais no custo-benefício das suas escolhas.

    Os resultados desse “inverno antecipado” vão depender, em grande medida, da duração desse frio intenso fora de época. Caso ele persista por mais algumas semanas, os resultados podem ser bastante favoráveis ao setor; caso ele seja passageiro, talvez não tenha força suficiente para impulsionar o setor.

    Especialista do Setor Marcelo Balloti Monteiro


    A pandemia do novo coronavírus está longe de terminar e os problemas para o setor têxtil brasileiro também. Embora os resultados de 2021 ainda não estejam consolidados, é possível afirmar que o setor se recuperou do tombo de 2020; contudo, ainda está abaixo dos níveis anteriores à pandemia. O que esperar para 2022?

    Conforme os dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) a produção setorial poderá ter encerrado o ano de 2021 com crescimento de 11,7% e vendas internas de 14,5%. Para efeito comparativo, a produção em 2020 sofreu queda de 17% e as vendas foram ainda piores: retração de 22,5%.

    As expectativas para 2022 não são animadoras. A associação acredita que a produção setorial poderá ter crescimento de 1,2% enquanto as vendas domésticas devem apresentar expansão de 1,0%. A macroeconomia será a grande vilã do ano para o setor. Inflação persistentemente alta que reduz o poder de compra da população, além do desemprego ainda elevado faz com que a demanda se mantenha reprimida. 

    O setor têxtil possui desafios além dos conjunturais explicados acima. A concorrência externa, com a entrada maciça de produtos vindos do Sudeste Asiático, escancara a baixa competitividade do setor e mostra que há uma agenda para além do curto prazo.

    Especialista do Setor Marcelo Balloti Monteiro

    O setor têxtil vem passando por transformações importantes desde a eclosão da pandemia do novo coronavírus. A indústria 4.0 vem se consolidando cada vez mais dentro do processo produtivo e avanços tecnológicos na comercialização seja B2B, seja B2C, dão a tônica dos avanços setoriais pós pandemia.

    Embora haja uma trilha enorme de avanços tecnológicos a serem percorridos, são as questões externas ao setor que preocupam no curto prazo. A crise hídrica que é realidade no país tem exercido pressões de custos importantes além do aumento de combustíveis que vem encarecendo a logística e o aumento nos preços das matérias-primas. Ademais, a inflação vai correndo o poder de compra da população já aflita pelo elevado desemprego – embora este venha se reduzindo nos últimos meses.

    Estes fatores exógenos podem, de certa maneira, desacelerar a recuperação que se vislumbra para o setor. Os dados disponíveis até o momento mostram recuperação de 36% na produção têxtil na comparação com 2020 – devemos sempre ressaltar que abril e maio de 2020 foram o ápice da pandemia e por isto há relativa distorção nos dados.

    Caso a recuperação se materialize, podemos ter uma produção têxtil 7,0% maior do que aquela observada em 2020 com o faturamento do setor crescendo próximo de 8,0%. Embora os números não sejam superlativos como em outros setores da indústria brasileira, é importante retomar a trajetória de expansão e a incorporação de novas tecnologias que poderão aumentar a competitividade do setor.

    Analista Responsável Marcelo Balloti Monteiro

    O setor têxtil e de confecções no Brasil, como a maioria dos setores industriais, sofreram as consequências da pandemia no novo coronavírus. Em um primeiro momento, logo no início da crise sanitária, a indústria teve que parar suas atividades na tentativa de conter a disseminação da doença; posteriormente, quando as medidas de isolamento foram relaxadas, o setor se deparou com escassez de matéria prima e, consequentemente preços elevados.

    A recuperação, iniciada em meados de 2020, no entanto, não tem sido uniforme no setor. Analisando os dados até então disponíveis, nos primeiros quatro meses do ano a produção têxtil aumentou 30,9% e de confecções, 27,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Estes resultados se aproveitam da base frágil de comparação com abril do ano passado.

    No entanto, quando avaliam-se os últimos 12 meses, a produção têxtil apresentou expansão de 7,2% enquanto as confecções sofreram retração de 10,8%. O primeiro segmento, já está bastante próximo dos níveis observados antes da pandemia; já o segundo encontra-se distante da plena recuperação.

    Os números acima sinalizam que a recuperação setorial tende a ser heterogênea, com o setor têxtil voltando a patamares anteriores aos observados antes da pandemia e o setor de confecções com alguma dificuldade na retomada. A recuperação homogênea do setor passa por dois pontos cruciais: contínua melhora conjuntural e reformas estruturais. O primeiro é provável que ocorra em 2021; já o segundo dificilmente avançará com a profundidade necessária e a velocidade requerida.

    Especialista do Setor Marcelo Balloti Monteiro

    O setor têxtil e de confecções talvez tenha sido um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. As medidas de isolamento social e a implementação de estudo/trabalho remoto fez com que a demanda por roupas tenha diminuído embora o consumo de produtos de cama, mesa e banho tenha aumentado. 

    Vislumbra-se recuperação para o setor em 2021. A expectativa é que ao longo do ano, o Brasil volte a uma relativa normalidade à medida que a vacinação vai ocorrendo – mesmo que em um ritmo aquém do desejável – e isto pode representar uma expansão na demanda por produtos do setor.

    Esta recuperação, no entanto, deverá ocorrer muito mais em função de uma base extremamente deprimida de comparação do que uma retomada consistente do setor. Os números superlativos esperados para o ano (expansão de 8,3% em têxtil e 23% em vestuário) devem ser analisados com certo ceticismo em virtude da queda pronunciada que o setor enfrentou em 2020.

    A análise dos indicadores do setor têxtil para 2021 deve ser feita com extrema cautela uma vez que os crescimentos de dois dígitos que poderemos ver será muito mais em função da base de comparação do que de melhora efetiva do setor. Os problemas estruturais do setor persistem na esteira da ausência de reformas micro e macroeconômicas no Brasil; isto deve contribuir negativamente com as perspectivas futuras do setor.

    Analista responsável Marcelo Balloti

    Diante do cenário de crise do Covid-19 no País, de janeiro a agosto de 2020, o índice de fabricação de produtos têxteis (IBGE) apresentou uma retração de 17,1% ante o mesmo período de 2019. Nessa mesma comparação, o índice da produção industrial de confecção de artigos do vestuário e acessórios apresentou uma retração de 34,6%. Em agosto, os índices apresentaram desempenho opostos na comparação com o mesmo período do ano anterior, uma vez que têxteis apresentou uma variação positiva de 0,1%, e a fabricação de vestuário, uma retração de 23,8%.

    Embora haja uma trajetória de recuperação desde abril, o desempenho das duas categorias foi pior do que o resultado da indústria geral, que registra uma queda no acumulado do ano de 8,6%. Vale ressaltar que, percebe-se uma recuperação muito mais consistente da produção de têxteis do que no segmento de vestuário.

    A diferença no ritmo de recuperação dentre os dois segmentos pode ser explicada pelas mudanças de comportamento do consumidor diante do novo normal, que passou a priorizar e demandar mais itens relacionados à moda casa, que fazem parte da produção de têxteis, em detrimento do vestuário, além disso, a produção de têxteis está menos relacionada ao comportamento do varejo e um pouco mais à indústria de modo geral.

    De acordo com os indicadores da CNI, em agosto a indústria do segmento de Produtos têxteis apresentou um nível médio de utilização da capacidade instalada de 87%, acima do que existia no pré pandemia. Em agosto de 2019 esse nível era de 81,1%. A elevada ocupação da capacidade instalada aumenta a produtividade do setor. Além disso, o resultado indica uma forte retomada deste segmento do setor, que deverá contribuir positivamente para redução das perdas de 2020.

    Especialista do Setor Laís Soares.

    O brasileiro mudou a forma de consumir itens de vestuário e calçados - com a recessão, as compras por impulso diminuíram e peças clássicas e versáteis ganharam mais espaço no guarda-roupa. Os hábitos dos consumidores ainda não voltaram à condição anterior à crise.

    A recessão no País reforça hábitos de reciclagem de roupas e calçados pelos consumidores, além de conduzir às compras mais conscientes, o que pode impactar em uma redução da demanda do setor.

    O segmento de Tecidos, Vestuário e Calçados apresentou em dezembro de 2019, queda de 0,1% no volume de vendas, comparado ao mesmo mês de 2018, na série sem ajuste, ficando relativamente estável. Já a receita nominal apresentou uma variação de 0,6%, na mesma base comparativa. No acumulado do ano, o índice de volume apresentou uma variação de 0,1%, enquanto a receita apresentou uma variação positiva de 1,1%, indicando estabilidade.

    Quanto aos indicadores de preços, o IPCA da categoria Calçados e Acessórios, que indica os preços no varejo, apresentou uma queda 0,4% no acumulado de janeiro a dezembro de 2019, em relação ao mesmo período de 2018. Já, o IPCA da categoria Vestuário apresentou um crescimento de 0,6% nesse mesmo período. Tal resultado foi bastante díspare em relação a inflação geral dos preços da economia em 2019 nesta mesma comparação, que apresentou uma aceleração de 4,31%.

    Analista do Setor Laís Soares.

    A mudança de hábitos dos consumidores tem provocado as empresas a reinventar os seus negócios para sobreviver, de tal forma que, não basta apenas adotar novas tecnologias, e sim compreender as novas demandas do consumidor no mundo atual.


    Em relação a indústria da moda, dados de um estudo divulgado pelo site ThredUP mostram que a quantidade de itens de vestuário no armário dos americanos vem caindo, uma vez que, eles passaram a alugar mais roupas, e até mesmo vender alguns itens do guarda roupa antes de comprar peças novas, e muitas vezes acabam comprando peças usadas. O consumo de peças usadas tem aumentado.


    Grandes marcas americanas, como Urban Outfitters, Banana Republic e até a tradicional Bloomingdale’s já incorporaram essa mudança de hábitos do consumidor, e já se lançaram no negócio de venda de assinatura de roupas, que permite que as clientes levem emprestada determinada quantidade de peças, e devolvam após usar.


    No Brasil, após um longo período de crise, com aumento do desemprego, perda do poder de compra das famílias, os consumidores seguem cada vez mais cautelosos, alterando seus hábitos de consumo, de tal forma que, o minimalismo se coloca como uma tendência que veio pra ficar. O minimalismo muitas vezes relacionado à moda, ao design é um estilo que de vida que se contrapõe a ostentação das redes sociais e ao consumo desenfreado, sob o slogan de que “menos é mais”.

     

    Nos primeiros sete meses de 2019, a produção industrial do segmento de Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios (IBGE) apresentou uma variação de 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado. As vendas e a produção do setor têxtil seguem estagnada no País, mas vale ressaltar que ainda existem oportunidades para que as empresas sobrevivam a esse longo período de estagnação da economia brasileira.


    Analista do Setor: Laís Soares


    Diante da maior racionalidade do consumidor brasileiro antes da decisão de ir às compras, a produção industrial dos setores relacionados à indústria da moda, tal como os setores têxtil e confecções e calçadistas, apresentaram retração, contrariando o movimento da indústria de modo geral. 

    Enquanto, a produção industrial da indústria geral apresentou um crescimento de 1,1%, os segmentos de confecção de artigos do vestuário e acessórios e o de fabricação de couros e calçados apresentaram uma queda de 3,3% e 2,3%, respectivamente.

    Sob o contexto de um mercado de trabalho ainda enfraquecido, a confiança dos consumidores pertencentes às classes econômicas menos favorecidas ainda não foi restabelecida. Essa população tem lançado mão de estratégias como: reciclagens de roupas e calçados, e fabricação artesanal, buscando as antigas costureiras da família.

    De acordo com a Boa Vista SPC, em janeiro de 2019 o Indicador do Movimento do Comércio do setor de “Tecidos, Vestuários e Calçados” cresceu 1,2% em relação a dezembro, considerando o efeito sazonal. Entretanto, no acumulado em 12 meses, o indicador ainda apresentou uma queda de 1,2%, o que demonstra que as atividades do comércio desses setores relacionados à indústria da moda não estão fortalecidas, o que dificulta a retomada consistente da produção industrial e do faturamento do setor.

    Para 2019, a Lafis estima que diante da melhora das condições macroeconômicas, estes setores  deverão iniciar uma nova trajetória de crescimento, mas que deverá consolidar-se apenas no longo prazo (2020-2022) com a elevação da confiança dos agentes econômicos na economia do país e uma elevação mais expressiva da massa salarial, o que deverá impactar nas vendas do comércio varejista de confecções e calçadista no mercado interno.

    Especialista do Setor  Laís Soares.

    No primeiro bimestre, ancorados pelas perspectivas e confiança de uma melhora da demanda interna, os setores têxtil e calçadista, que haviam perdido um número significativo de empregados nos últimos dois anos registraram um saldo positivo de contratações.

    Todavia, na última semana de março tais setores foram surpreendidos pelo anúncio do Governo da Medida Provisória 774 (publicada dia 30 de março), que põe fim à desoneração da folha de pagamento das empresas dos setores calçadistas e de confecções, que vinham sendo beneficiados pela substituição da cobrança do INSS empresarial de 20% sobre o total dos salários pagos por uma alíquota situada entre 1,5% e 2,5%, sobre o faturamento da empresa a depender da atividade específica desta.

    De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), até então, a desoneração vinha garantindo certo alívio para o setor calçadista, já que o setor é intensivo em mão de obra, e contribuiu para a redução dos custos de produção. Neste sentido, a reversão neste momento deverá encarecer o calçado nacional para o consumidor final. De acordo com a entidade, o segmento setor não aproveitou o benefício fiscal para aumentar a margem de lucro, mas sim para reduzir preços e ganhar competitividade no mercado nacional.

    No cenário atual, tendo em vista a elevação do desemprego no País e queda no rendimento das famílias, uma elevação dos preços tende a reprimir ainda mais o consumo das famílias. Além disso, o setor calçadista e de confecções poderá apresentar maiores dificuldades para sair da crise, haja vista a concorrência que tais segmentos enfrentam com os produtos chineses importados que apresentam menores custos e preços mais reduzidos.

    A nova regulamentação da cobrança de contribuição previdenciária das empresas foi publicada por meio de MP (medida provisória), e entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do quarto mês subsequente ao de sua publicação. 

    Especialista do Setor Têxtil e Calçadista: Laís Soares


    O Real desvalorizado tem sido uma “tábua de salvação” para as indústrias em 2016. O câmbio favorável às exportações é uma vantagem para as empresas que estão com dificuldades de manter as vendas no mercado interno, mas possuem estrutura para exportar sua produção – que se encontra mais competitiva no mercado internacional. Entretanto, a recente valorização da moeda brasileira já começa a acender às luzes de alerta em alguns setores, sinalizando que talvez o bote salva-vidas das exportações também possa estar furado.

    Empresas dos setores calçadista e têxtil – como a Vulcabrás/Azaleia e Cedro Têxtil – já informam que fizeram seus planejamentos com base em uma taxa de câmbio mais próxima a R$ 4, seguindo a tendência do fechamento de 2015. A Fakini Malhas, por exemplo, informou que vendas efetuadas a um câmbio inferior a R$ 3,50 significam uma perda de rentabilidade para a empresa, segundo Francis Giorgio Fachini, diretor comercial da empresa.

    O cenário cambial vem sendo tratado de perto pelo novo ministro das Relações Exteriores, José Serra. Em discurso durante o Fórum Agrobusiness Global, que ocorreu em São Paulo na primeira semana de julho, o ministro ressaltou a importância de reduzir a tributação das exportações como forma de reduzir o chamado “custo Brasil”, além de fechar novos acordos comerciais com os grandes players mundiais, como a China. Além disso, mercados promissores na atualidade, como a região da África Subsaariana e o Irã despontam como potenciais clientes dos produtos brasileiros, mas que ainda são pouco explorados.

    Tais medidas são favoráveis aos setores produtivos, mas devem ser tratados com parcimônia, pois podem agir na contramão do esperado, dado que alguns desses mercados, como o chinês, são os principais competidores dos produtos brasileiros no mercado externo.

    Analista Responsável pelo Setor: Robson Poleto


    A crise política e econômica no Brasil, bem como a instabilidade no cenário internacional, tem pressionado, a taxa de câmbio da moeda brasileira em relação ao dólar, que já acumulou uma desvalorização de 48% até setembro deste ano. Diante disto, vários setores sofreram com o encarecimento dos produtos importados. Contudo, alguns outros tem se beneficiado do barateamento dos produtos brasileiros no mercado internacional, via exportações. Foi o que ocorreu com as indústrias de têxteis e confecções e de calçados.

    De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), as exportações, apesar de ainda estarem caindo quando comparadas ao mesmo período de 2014, tem desacelerado o ritmo de queda, podendo reverter o movimento já no inicio de 2016. Nos segmentos de produtos menos elaborados, como fios, as exportações já estão crescendo em relação ao ano anterior.  Além disso, a retração nas importações abriu espaço para a expansão das indústrias nacionais no mercado interno. Em setembro deste ano, as importações de produtos têxteis e vestuário reduziu, em toneladas, mais de 29% em relação ao mesmo mês de 2014. 

    Para o setor calçadista, a realidade é inda melhor quanto às exportações. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em setembro as vendas de calçados brasileiros no exterior cresceram 18,5% em relação ao mês anterior, e a expectativa para dezembro deste ano é promissora. Quanto às importações, as perspectivas não são tão animadoras, mesmo com uma redução de 8,4% no valor total importado em relação a setembro de 2014. A Abicalçados comenta que a crise nacional é tão profunda que talvez o mercado interno não substitua o produto importado pelo nacional, e sim simplesmente deixe de comprar. 

    Em geral, estes setores estão aproveitando os movimentos favoráveis no câmbio. Tendo em vista as previsões pouco otimistas para a inflação e para a recuperação da demanda nos próximos anos, as empresas devem atentar para as oportunidades no mercado externo como forma de compensar a crise no mercado nacional.

    Analista Responsável pelo Setor: Robson Poleto


    O setor têxtil e de confecções, no Brasil, começou a fazer o balanço do ano de 2014, e os dados iniciais demonstram que o faturamento deve ter fechado 2014 em US$ 55,4 bilhões, equivalentes a R$ 130,2 bilhões, e os investimentos feitos ao longo do ano foram de US$ 1,1 bilhão, segundo estimativa da Associação Brasileira da Indústria têxtil e de Confecções (Abit). O dado de faturamento verificado é inferior ao observado em 2013, quando este chegou a US$ 58,2 bilhões, porém, quando convertido em Real, cresceu 3,8% em relação ao ano anterior, influenciado, sobretudo, pela desvalorização da moeda nacional. Ademais, foram fechados 20 mil postos de trabalho ao longo da cadeia durante o ano. 

    As informações apresentadas ilustram a crise que a indústria têxtil e de confecções brasileira tem enfrentado, tendo como consequência principal a concorrência com os produtos asiáticos, já que estes possuem estrutura de custo mais competitiva, de forma que o produto brasileiro tem dificuldades em concorrer com os produtos asiáticos, principalmente os chineses, no mercado externo. Em adicional, a importação brasileira desses produtos tem aumentado a cada ano, de forma que, muitas fabricantes nacionais passaram a importar o produto acabado dessa região, como uma alternativa para garantir a sua lucratividade. 

    Apesar disso, o Brasil é o quarto maior produtor têxtil do mundo e possui o quarto maior parque produtivo de confecção. Além disso, o Brasil é, ainda, a última cadeia têxtil completa do Ocidente (passando desde a plantação do algodão até os desfiles de moda, estando entre esses extremos a produção das fibras, tecelagens, beneficiadoras, confecções e varejo). No Brasil, o setor é o segundo maior gerador do primeiro emprego e o segundo maior empregador da indústria de trasnformação, o que lhe garante um papel de destaque na indústria e na economia brasileira. 

    As perspectivas do setor para 2015 ainda não são animadoras, em consequência de fatores conjunturais, como o desaquecimento da economia brasileira, e fatores estruturais, que fazem com que o produto brasileiro não consiga concorrer com outros produtos, em especial, os asiáticos. Entretanto, a desvalorização do Real frente ao Dólar, com perspectivas da cotação desse último se manter alta ao longo de 2015, traz certo alívio aos produtores, que acreditam que haverá um aumento das encomendas, já que o importado está se tornando mais caro. 
          
    Analista do Setor Têxtil e Confecções: Amanda de Brito Andriotta


    A seca no Sudeste do País já começa a atingir a indústria, afetando, principalmente, aquelas que consomem muita água, entre elas a indústria têxtil, tintas, papel e celulose e químico e petroquímico. Em reportagem a Folha de S. Paulo, empresas relataram aumento nos custos, ocasionado pela necessidade de tratar a água cada vez mais poluída e de aprofundar os poços artesianos. Até mesmo, em casos mais extremos e, por enquanto, isolados, algumas companhias tiveram que recorrer a caminhões-pipa e outras paralisaram a produção.

    Como a prioridade das companhias de abastecimento de água estabelecida em lei é atender à população, algumas empresas, de forma a garantir o insumo e reduzir custos, começaram a captar água direto dos rios ou furar seus próprios poços. Mas mesmo com essas alternativas, são afetadas pelo problema.

    São Paulo representa um dos principais pólos brasileiros de confecção, localizado na cidade de Americana, uma das localidades mais afetadas pela seca. Na cidade, a Tinturaria têxtil, Saltorelli, foi obrigada a suspender o turno de fim de semana e demitir 30 pessoas. A Saltorelli está situada na região onde foram identificados os casos mais graves.

    O problema da falta de água vem somar a outras dificuldades já enfrentados pelo setor têxtil, como a concorrência desleal com os produtos asiáticos, que tem feito o segmento brasileiro perder cada vez mais espaço no comércio internacional, além de perder competitividade com estes mesmos produtos no mercado nacional.   

    Analista do Setor Têxtil e Confecções: Amanda de Brito Andriotta


    Em agosto deste ano, a Câmara de Comércio Exterior anunciou a redução durante o período de um ano do Imposto de Importação (II) sobre três insumos, sendo dois deles insumos utilizados pela indústria têxtil. Assim, o raiom de viscose (fibra sintética utilizada em tecidos) e o politereftalato (produto usado na formação de fibra para tecelagem) poderão ser importados por uma alíquota de 2% sobre o valor aduaneiro, a qual anteriormente era de 12%. Dessa forma, a iniciativa poderá favorecer o setor, já que com uma alíquota reduzida, as empresas poderão importar estes insumos necessários para a produção pagando menos impostos.  

    De modo geral, o setor tem grande importância econômica e social no País, e o Brasil ocupa a quinta posição dentre os maiores produtores têxteis e o quarto maior do segmento de vestuário do mundo, entretanto, o índice de volume de produção da indústria têxtil (IBGE) no acumulado até julho de 2014 apresentou forte retração de 6,7% ante o mesmo período de 2013, na série com ajuste sazonal. O volume de produção da indústria de vestuário, na mesma base de comparação, também apresentou retração, sendo essa de 2,3%, no mesmo período.

    Analista do Setor Têxtil e de Confecções: Amanda de Brito Andriotta

    A Hope, fabricante brasileira de roupas íntimas e de banho, resolveu acelerar o seu processo de expansão no Brasil com o conceito de loja dentro da loja ("store in store"), um modelo de negócios intermediário entre uma franquia e um espaço em lojas multimarcas. Adotado pela companhia em 2012, o novo formato tem como objetivo aumentar a presença da marca em regiões onde o custo de uma franquia não compensa a abertura da loja.

    Tal modelo tem como alvo, principalmente, as cidades de menor porte e bairros afastados nas regiões metropolitanas. Neste ano até julho, a Hope abriu 98 unidades sob esse conceito, chegando a 300 unidades. A expectativa da companhia é fechar o ano com 400 lojas dentro de lojas.

    A expansão desse novo formato de comercialização mostra a busca das empresas do setor em aumentar o alcance de suas marcas e, conseqüentemente, acrescer o volume de suas vendas. Principalmente em um momento em que a indústria têxtil não tem apresentado bons resultados. Até junho de 2014 a produção de produtos têxteis apresentou queda de 7,2% (IBGE), em comparação ao mesmo período do ano anterior, crescimento de 2,2% das importações e perda de 8,2% das exportações.

    Analista do Setor Têxtil e de Confecções: Amanda de Brito Andriotta

    A Restoque, donas das marcas Bo. Bô, John John e Le Lis Blanc compra por R$ 10 milhões da catarinense Marisol a marca Rosa Chá, famosa no segmento de moda praia.

    Segundo Márcio Camargo, sócio do Artesia fundo controlador da Restoque, a rede continua com seu plano de expansão, planejando inaugurar a primeira loja própria da Rosa Chá para  meados de 2013. Conforme o objetivo estratégico, a Marisol se desfaz de sua marca Rosa Chá que estava desacelerando suas vendas, alegando assim querer focar os  negócios no seu principal nicho de mercado, o infantil, que movimenta 85% dos negócios da empresa.

    As marcas da Restoque são voltadas para classe A e vê na diversificação um forte potencial para crescer. Com o crescimento econômico, a empresa aposta na migração de novos consumidores para classe A, expandindo agora também para o seguimento de moda praia com a marca Rosa Chá.


    As empresas Fipel - Fiação Pernambuco da indústria têxtil e a fábrica de bolsa de couro Brasilco investirão respectivamente, R$ 6,3 milhões e R$ 1 milhão para a construção de novas fábricas no município de Timbaúba e gerarão 200 novos postos de trabalho.

    Os investimentos ocorreram após a liberação dos recursos do Programa para Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe) que oferece redução do crédito presumido do ICMS que pode atingir até 85%. Além disso, por conta de um convênio entre o Governo de Pernambuco e a Prefeitura de Timbaúba, os terrenos serão dados e com terraplanagem concluída até o mês de outubro deste ano.

    A onda de investimentos nos Estados do Nordeste ocorre, apesar da queda na produção industrial têxtil e de calçados, devido principalmente à forte concorrência dos produtos  importados da Ásia, principalmente da China. Outro ponto, que o mercado nordestino está aquecido, com o aumento do poder de compra da população e a demanda reprimida por bens de consumo. O avanço de fabricantes têxtil e de calçados para a região ocorre devido à economia de custos com logística e aos incentivos fiscais, e demonstra a tendência de descentralização da produção do setor têxtil e de calçados, tradicionalmente localizado nas regiões sul e sudeste.  


    A Restoque, dona das grifes de moda Le Lis Blanc, Bo. Bô, John John e Noir-Le Lis voltadas para a classe A,  anunciou seu maior investimento no total de R$ 200 milhões. No ano de 2011, a Restoque fechou com lucro líquido de R$ 65 milhões.

    Com o investimento, a rede pretende dobrar o número de lojas para 207 unidades e ampliar o centro de distribuição. Além disso, o grupo tem como estratégia a diversificação entrando no ramo de moda masculina, jeans e cosméticos.

    Apesar das marcas serem voltadas para a classe A, com um tíquete médio de R$ 458,00, o grupo vê na diversificação um forte potencial para crescer. Apostando  no crescimento econômico que resultará na migração de novos consumidores para a classe A e no forte crescimento do setor de cosméticos e moda masculina.


    A Vogelsanger têxtil de Santa Catarina anuncia investimento de R$ 15 milhões em Macaíba, no Rio Grande do Norte para a construção de uma nova fábrica, com capacidade produtiva de 1,7 milhão de quilos de malhas por ano e estimativa de faturamento anual de R$ 30 milhões. A empresa irá gerar cerca de 300 empregos diretos e 450 indiretos no Estado.

    Dias atrás a Vicunha Têxtil também anunciou investimento no Rio Grande do Norte no valor de R$ 142 milhões para expandir a produção em 25%. Ambos os investimentos foram anunciados após o governo do Rio Grande do Norte (4º colocado na produção de peças no Brasil) divulgar a renovação de incentivos fiscais ao setor. Além do incentivo, o Estado estuda a possibilidade de desenvolver um cluster têxtil. Com o cluster, a cadeia produtiva será integrada, aumentando a produtividade e reduzindo os custos.

    O mercado no Nordeste está aquecido, com o aumento do poder de compra da população e a demanda reprimida por bens de consumo. O avanço de fabricantes têxtil para a região ocorre devido à economia de custos com logística e aos incentivos fiscais, e demonstra a tendência de descentralização da produção do setor têxtil, tradicionalmente localizado nas regiões sul e sudeste.  A onda de investimentos no Nordeste ocorre, apesar, de a indústria têxtil ser uma das que mais vem sofrendo com a valorização do Real frente ao Dólar e com as importações da Ásia, principalmente da China, sob competição em muitos casos desleal.


    A Vicunha Têxtil irá investir R$ 142 milhões para expandir a produção em 25% no Rio Grande do Norte, assim a produção anual passará para 60 milhões de metros de tecido.
    O investimento foi anunciado após o Governo do Rio Grande do Norte (4º maior produtor de peças no Brasil) divulgar a renovação de incentivos fiscais à ampliação do parque têxtil. Além do incentivo, o Estado estuda a possibilidade de desenvolver um cluster têxtil. Com o cluster, a cadeia produtiva será integrada, aumentando a produtividade e reduzindo os custos.
    A indústria têxtil é uma das que mais vem sofrendo com a valorização do Real frente ao Dólar e com as importações da Ásia, principalmente da China, sob competição em muitos casos desleal. O Estado do Rio Grande do Norte quer aumentar a participação nas exportações, pois a indústria têxtil ocupa apenas a 50º posição. Este é um grande desafio do setor, aumentar exportações neste cenário adverso.

    Karsten a fabricante de produtos para cama, mesa e banho investe R$ 6 milhões  para ampliar a capacidade produtiva do principal produto do segmento, os lençóis. Este investimento é anunciado num cenário adverso para o setor têxtil e para a empresa devido à alta do preço do algodão, da taxa de câmbio apreciada, que estimula as importações e desestimula as exportações, além disso, as chuvas em Blumenau (SC) onde a empresa esta instalada. 
    Neste primeiro semestre a empresa apresentou um aumento de 2% na receita, alcançando R$ 165,5 milhões, apesar disso apresentou prejuízo de R$ 24 milhões devido principalmente à dificuldade de repassar o aumento do preço do algodão ao consumidor (insumo que corresponde à 30% do custo da empresa). Além disso, o  câmbio valorizado resultou no aumento das importações e na queda das exportações de produtos têxtil. Devido à este cenário, em junho a empresa concedeu férias coletivas na sua principal fábrica, a de Blumenau. Para piorar a situação, neste mês de setembro, as chuvas em Blumenau (SC) aumentaram o nível do rio Itajaí-Açu em mais de 12,5 metros, assim por motivo de segurança a fábrica liberou os funcionários, paralisando desta forma a produção.
    Apesar de todos estes fatores adversos, a empresa decidiu aumentar a produção, pois espera um crescimento na demanda nos próximos anos e aumento da competitividade. Fora isso, o investimento será estratégico para a empresa ganhar competitividade e se beneficiar do Plano Brasil Maior, política industrial lançada no mês de agosto que isentou os impostos sobre a folha de pagamento e passou a tributar 1,5% sobre o faturamento.  Para se beneficiar de tal plano, o investimento será no processo de verticalização da produção de lençóis, internalizando desta forma o acabamento do produto que é terceirizado. Com a verticalização, a empresa espera dobrar o faturamento em produtos de cama até 2014, atualmente este produto representa 15% do faturamento.  Além disso, o aumento da produção de lençóis ocorrerá também para atender a demanda da primeira loja da fábrica, que será inaugurada no inicio de 2012 em São Paulo. Com isso, a Karsten entrará no setor de varejo de cama, mesa e banho para a classe A, comercializando seus produtos por meio da marca Trussardi.
    A maior concorrência no mercado interno com produtos importados, mais acentuadamente da China, estimula ainda mais essa busca por melhores condições de competitividade. A produção do setor têxtil é muito terceirizada, com a implantação do Plano Brasil Maior a tendência é que o setor integre parte da cadeia produtiva, para assim se beneficiar da isenção de imposto sobre a folha de pagamento e ganhar competitividade, tanto em âmbito interno quanto no internacional, deixando de depender tanto da taxa de câmbio.

    A Riachuelo uma das maiores varejistas de têxteis do Brasil, anunciou esta semana investimento da ordem de R$ 295 milhões. Este valor será utilizado na abertura de 75 novas lojas até 2012, fazendo com que a empresa esteja presente em todos os estados brasileiros. Além disso, estuda-se a possibilidade da abertura de uma nova fábrica para suprir a demanda dessas novas lojas, aumentando assim sua capacidade produtiva que hoje é de 9 bilhões de peças de roupas por ano.
    A abertura dessas 75 novas lojas tem como foco estratégico atingir o público feminino, principalmente o jovem. Estas lojas serão mais compactas com cerca de mil metros quadrados, (conforme uma tendência geral observada no varejo) facilitando assim a instalação em diversas regiões e estados como o Acre (abertura prevista para novembro) e Macapá (abertura da loja prevista para outubro de 2012). 
    Apesar das medidas de contenção do crédito adotadas pelo Banco Central, espera-se que o consumo nas redes varejistas se mantenha aquecido, principalmente com relação à moda feminina, devido à maior participação das mulheres no mercado de trabalho, à melhores condições de vida e o aumento da renda nas classes C e D.

    De acordo com a imprensa, a Vicunha Têxtil irá instalar sua fábrica na cidade de Cuiabá (MT), conforme parceria firmada entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Cuiabá, que consolidou a instalação da fábrica na cidade. Em um prazo de três anos, a Vicunha trará investimento de cerca de R$ 350 milhões. O início da produção está previsto para 2013.

    O investimento da empresa no Mato Grosso é estratégico, devido a localização do estado, que possui logística para o transporte pelo trajeto Sul/Sudeste e Nordeste, além de proporcionar o encurtamento das distâncias entre estados do Centro-Oeste e Norte. A região ainda possui preços de frete menores, o que diminui os custos com a distribuição dos produtos da empresa. Podemos citar, também, a facilidade para se encontrar mão de obra disponível na região.

    A indústria têxtil passa por um momento de dificuldade. Forte concorrência com produtos importados (principalmente asiáticos), câmbio desfavorável e alto preço do algodão no mercado internacional, são elementos preocupantes para o setor, que se refletem no enorme déficit da balança comercial têxil e no grande aumento de custos de produção. As perspectivas de crescimento para os próximos anos ainda são tímidas. A escolha do estado do Mato Grosso para a instalação da fábrica da Vicunha é uma maneira que a empresa escolheu de enfrentar o alto preço do algodão (principal matéria prima do setor) no mercado internacional, levando em consideração que o estado em questão é uma das áreas mais importantes de expansão da cultura do algodão no país.


    Foi anunciado, na segunda-feira, dia 15 de março, a construção da primeira fábrica da coreana Hyosung nas Américas. A planta se localizará na cidade de Araquari, no estado de Santa Catarina. Com um investimento no montante de US$ 100 milhões, a fábrica produzirá, inicialmente, 10 mil toneladas de fio de elastano por ano, e terá, em um segundo momento, sua capacidade produtiva dobrada.

    Com a implantação dessa fábrica no Brasil, a Hyosung tornar-se-á a maior produtora de fios de elastano na América Latina, consolidando sua liderança nesse seguimento do setor têxtil. A empresa, recentemente, investiu na Turquia, Vietnã e China, o que demonstra forte interesse na presença dentro do mercado têxtil de diferentes países, enxergando o Brasil como principal player latino-americano do setor.

    As perspectivas de bons resultados da demanda interna brasileira, tem atraído investimentos do setor, que tem por objetivo a redução dos custos logísticos de modo a fazer frente à entrada do produto estrangeiro no mercado nacional. Nesse ponto, a inserção da empresa coreana no Brasil, possibilita a  maior eficiência no atendimento, sobretudo considerando os significativos ganhos do cluster têxtil catarinense.


    A maior fabricante brasileira de produtos têxteis, Coteminas, prepara a expansão de suas operações no ramo do varejo através da compra de 65% da rede MMartan, cujo foco são os artigos de cama, mesa e banho. Esse tipo de expansão dialoga perfeitamente com os rumos que a indústria nacional vem tomando nesse período de crise. Com a renda média do trabalhador caindo, a necessidade de práticas de preços mais favoráveis ao consumidor vem se configurando cada vez mais como uma saída para que a indústria não veja suas operações se reduzirem em larga escala. Nesse cenário, a entrada da Coteminas no varejo elimina canais intermediários e alça a empresa a operações que agregam maior valor ao produto, colocando-a, também, no estágio mais lucrativo da cadeia produtiva de têxteis.
     A MMartan, cuja receita líquida foi de R$ 200 milhões no ano passado, foi criada em 1985 e conta com 80 lojas; ademais, seu processo de expansão vem se consolidando desde 2003 quando passou a franquear suas operações e, apesar de fabricar boa parte da mercadoria comercializada, pode obter boa sinergia com essa associação, já que seus produtos se destinam ao consumidores mais abastados enquanto que o foco da Coteminas é o varejo geral. Nesse quesito, a eficiência produtiva pode encontrar um ponto de fuga da comoditização dos artigos têxteis, agregando diferenciais de produto, mais precisamente, consolidando marca e design exclusivos. Com os R$ 55 milhões auferidos pela MMartan com a venda de 65% de suas operações, existem perspectivas que o mercado internacional seja o próximo passo da empresa.