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    A transição energética é um elemento-chave da nova configuração tecnoeconômica global: combustíveis renováveis e energias limpas entram em cena em um cenário disruptivo não só tecnologicamente como também em termos geopolíticos.

    Entretanto, mesmo com o avanço das tecnologias de descarbonização, o setor de óleo e gás natural continuará sendo uma peça fundamental na matriz energética global. A Petrobras recentemente confirmou seu interesse em voltar a investir no setor petroquímico e ampliar seus aportes em refinarias, com destaque para o biorrefino e a produção de fertilizantes. Embora as projeções indiquem uma queda gradual na demanda e oferta nas próximas décadas, esse setor permanecerá indispensável em indústrias nas quais a substituição total dos derivados de petróleo ainda não é viável, como é o caso da petroquímica, aviação e navegação.

    Além disso, o novo PAC, que prevê investimentos de aproximadamente R$ 1,4 trilhão para os próximos anos, deverá impulsionar a demanda interna de diesel. Tal aumento será favorecido tanto pela ampliação da oferta, como pela expansão da infraestrutura e capacidade produtiva, quanto pelo estímulo à demanda, gerado por mais empregos e renda. Esses mesmos fatores também impactarão o setor aéreo, que, em recuperação pós-pandemia, verá um aumento na demanda por querosene. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) projeta que o número de passageiros em 2025 ultrapassará o recorde registrado em 2014/15. O consumo de gasolina deverá ser igualmente estimulado, sustentado pela robustez da dinâmica econômica interna.

    Dentre os fatores que sustentam a demanda por óleo e gás, destacam-se o crescimento populacional e econômico em países emergentes, a transição gradual, onde o pico de demanda será seguido por um declínio lento e progressivo ao longo dos anos, e a necessidade de coordenação entre a introdução de fontes alternativas e a redução do consumo de combustíveis fósseis.

    Especialista do Setor Henrique Pavan

     


    O plano estratégico da Petrobras para o período de 2024 a 2028, divulgado no fim de 2023, projeta um incremento de 31% em relação ao anterior, prevendo assim um dispêndio total de US$ 102 bilhões nos próximos 5 anos. Algumas medidas aqui merecem destaque.

    Espera-se um aumento significativo na capacidade de processamento das refinarias, com um acréscimo de 225 mil barris por dia. Além disso, a produção de diesel S-10 deverá crescer em mais de 290 mil barris por dia até 2029. Com relação aos biocombustíveis, haverá destinação de parte dos recursos à instalação de plantas específicas para a produção de bioquerosene de aviação e diesel totalmente renovável na RPBC e no Gaslub, com conclusão prevista para além de 2028.

    Outro ponto que merece atenção é a alocação de 2,1 bilhões de dólares na eliminação de gargalos logísticos: isso inclui a ampliação e a adequação da infraestrutura existente, melhorias nos terminais para otimizar as operações e a expansão dos modais de transporte.

    Neste contexto, a Petrobras também planeja construir quatro navios da classe handy, que serão operados pela Transpetro, e realizar estudos para o desenvolvimento de outras embarcações. No total, o plano prevê a entrada em operação de 14 novas plataformas FPSOs entre 2024 e 2028, das quais dez já foram contratadas.

    Por fim e não menos importante, nos próximos anos a Petrobras espera alcançar uma produção diária de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás sendo 2,5 milhões de barris por dia apenas de petróleo.

    Tais medidas podem ser promissoras para o fortalecimento da oferta interna de petróleo e derivados, adensando cadeias produtivas e atingindo efeitos benéficos em nossa balança comercial. Entretanto, alguns riscos no cenário ainda permanecem e merecem ser observados. A transição energética e as demandas ambientais – as quais, inclusive, possuem forte apelo externo – não devem ser deixadas de lado, sob o custo de prejudicar a imagem brasileira, assim como a da própria Petrobras. É preciso, também, ter atenção quanto ao cenário geopolítico externo e suas tensões, que podem causar efeitos importantes no mercado de petróleo. Enfim, a importância estratégica da Petrobras deve ser utilizada com sabedoria, cautela e eficiência para o bem do desenvolvimento econômico do Brasil.

    Especialista do Setor: Henrique Pavan.


    A transição energética vem sendo foco de debates e de ações práticas por parte de autoridades por todo o mundo impactando, assim, no mercado global de petróleo. Muitos analistas apontam que o crescimento da indústria de automóveis elétricos, bem como o incremento na produção de biocombustíveis sinalizam uma redução na demanda por petróleo para os próximos anos. Relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado neste mês, prevê queda na demanda de petróleo em 2024: 1,3 milhão de barris por dia (bpd), ante 2,3 milhões de bpd do ano passado.

    Entretanto, os preços do petróleo ainda resistem, sustentados por cortes na produção da Opep+ e por instabilidades geopolíticas, como os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio. O Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos estima que o preço do barril do Brent deve fechar o ano de 2024 a uma cotação de US$ 82,42, um aumento de 6,1% em relação a 2023, quando encerrou o ano cotado a US$ 77,69.

    Ainda assim, os fatores de baixa devem prevalecer no médio e longo prazo. Um bom exemplo é a China, tradicionalmente um dos grandes motores do consumo de petróleo. Já há evidências de uma desaceleração em sua demanda pelo combustível fóssil, fruto de sua transição gradual para fontes de energia mais limpas. Por outro lado, a Índia emerge como um novo epicentro de crescimento energético, sinalizando para onde os ventos da demanda estão se dirigindo. Seus recentes acordos de trocas comerciais em moedas locais com a Rússia a transformam em um pilar de sustentação no mercado, sobretudo no que concerne à energia russa.

    Em suma: as perspectivas de curto prazo apontam para uma tendência de alta nos preços dos derivados de petróleo. Fatores como os baixos estoques, interrupções na produção de refinarias e indicadores econômicos favoráveis nos Estados Unidos corroboram essa previsão, sugerindo um período de valorização no horizonte próximo. Entretanto, o cenário geopolítico incerto e os avanços tecnológicos no campo das energias renováveis continuam a moldar o futuro do mercado de petróleo, desafiando sua tradicional hegemonia.

    Especialista do Setor Henrique Pavan.


    A Opep decidiu no início de abril pela redução da oferta de petróleo podendo chegar até 1,66 milhão de barris por dia (bpd) ao final de 2023; em junho, nova reunião decidiu estender os cortes até 2024. As decisões tomadas pelo grupo vem contribuindo para que os preços do barril se mantenham estáveis ao longo deste ano, com média acima de US$ 80 o barril do brent.
    Em relatório recente do mês de agosto, todavia, a organização prevê um acréscimo de demanda em torno de 2,4 mb/d (milhões de barris por dia) até o final deste ano, chegando a um total de 102,0 mb/d. Em adição, o relatório prevê que a oferta fora dos países que integram a organização aumente 1,5 mb/d em 2023, em especial em nações como EUA, Brasil, Noruega, Cazaquistão, Guiana e China. O maior declínio esperado é da Rússia.
    Em linhas gerais, a despeito de condições menos intensas que as observadas ao longo de 2022, o cenário externo ainda é o principal fator de preocupação para o setor, assombrado também pelos possíveis desdobramentos na guerra entre Rússia e Ucrânia que se arrasta há um ano e meio.
    Internamente, o cenário é benigno e o Brasil segue batendo recordes de produção, tanto de petróleo como de gás natural. Foram produzidos 4,482 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboe/d), superando o recorde de junho de 2023, com 4,324 MMboe/d, segundo o Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural, que traz os dados consolidados da produção nacional. Com relação apenas ao petróleo, foram 3,513 milhões de barris por dia (MMbbl/d), um aumento de 4,3% na comparação com o mês anterior e de 18,6% em relação a julho de 2022. A maior produção registrada anteriormente era a de junho de 2023: 3,367 MMbbl/d.

    Economista Responsável Marcos Henrique


    A pandemia da COVID-19 causou uma reviravolta econômica sem precedentes em todo o mundo. Empresas de todos os setores enfrentaram desafios significativos, desde restrições de operação até mudanças nos hábitos de consumo dos clientes.

    Nesse cenário de recuperação, é crucial que as empresas estejam preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem. E uma ferramenta valiosa para essa preparação estratégica é a análise setorial.

    Compreender as tendências do mercado, as mudanças de comportamento do consumidor e as demandas emergentes torna-se essencial para se posicionar de forma inteligente e competitiva.

    Este texto explora a importância da análise setorial como uma poderosa aliada das empresas na retomada econômica, e como a análise setorial pode ajudar as organizações a identificar oportunidades, mitigar riscos e tomar decisões informadas que impulsionem seu crescimento.

    Prepare-se para desvendar os segredos por trás da análise setorial e descubra como essa ferramenta estratégica pode levar sua empresa a um novo patamar de sucesso.

     

    Entendendo a retomada da economia e o papel da Análise Setorial

     

    Após um período desafiador de incertezas e instabilidades, a retomada econômica pós-pandemia já se tornou uma realidade.

    No entanto, é importante compreender que o cenário econômico atual é marcado por mudanças significativas nos comportamentos de consumo, nas dinâmicas de mercado e nas demandas dos clientes.

    As empresas que desejam se destacar nesse novo contexto precisam adotar uma abordagem estratégica, antecipando-se às transformações do mercado e se adaptando rapidamente. É aqui que a análise setorial desempenha um papel fundamental.

    A análise setorial permite que as empresas compreendam em profundidade o panorama do seu setor de atuação. Ela vai além da análise macroeconômica geral e mergulha nas especificidades de cada segmento, identificando as principais tendências, desafios e oportunidades que surgem durante a retomada econômica.

    Ao entender os fatores-chave que impulsionam o crescimento do setor, as empresas podem ajustar suas estratégias, reposicionar seus produtos e serviços e se adaptar às novas demandas dos consumidores.

    Além disso, a análise setorial ajuda as empresas a avaliarem a competitividade do mercado, identificando os principais concorrentes e suas estratégias. Com base nessas informações, é possível desenvolver estratégias diferenciadas, encontrar nichos de mercado pouco explorados e conquistar uma vantagem competitiva.

    Em suma, a análise setorial permite que as empresas estejam à frente da curva, antecipando-se às mudanças do mercado e tomando decisões fundamentadas. Na próxima seção, exploraremos em detalhes como essa ferramenta valiosa pode ser aplicada de forma eficaz, fornecendo vantagens estratégicas e impulsionando o crescimento empresarial na retomada econômica pós-pandemia.

    A análise setorial desempenha um papel crucial na tomada de decisões estratégicas das empresas durante a retomada econômica pós-pandemia. Ela oferece uma visão aprofundada das tendências e mudanças que estão moldando o mercado, permitindo que as empresas compreendam o cenário em que estão inseridas e se posicionem de maneira estratégica.

     

    Benefícios da Análise Setorial para as empresas

     

    Ao adotar uma abordagem estratégica baseada na compreensão das tendências e mudanças do mercado, as empresas podem obter vantagens significativas. Vejamos alguns dos benefícios-chave da análise setorial:

     

    Identificação de oportunidades de crescimento: permite que as empresas identifiquem oportunidades emergentes e nichos de mercado pouco explorados – o que permite a possibilidade de direcionar seus recursos e esforços para o desenvolvimento de produtos ou serviços inovadores, atendendo às necessidades específicas dos clientes.

     

    Tomada de decisões informadas: Com acesso a dados e informações precisas sobre o setor, as empresas podem tomar decisões estratégicas fundamentadas, permitindo que empresas se adaptem rapidamente às mudanças do mercado.

     

     

    Vantagem competitiva: A análise setorial ajuda a identificar os pontos fortes e fracos dos concorrentes, bem como as lacunas no mercado que podem ser aproveitadas. Isso permite que as empresas se posicionem de forma única, atendendo às necessidades dos clientes de maneira mais eficaz do que seus concorrentes.

     

    Mitigação de riscos: auxilia na identificação de riscos e ameaças que podem afetar o desempenho das empresas. Ao antecipar esses desafios, as empresas podem desenvolver estratégias de mitigação adequadas e estar preparadas para enfrentar obstáculos.

     

    Aproveitamento das tendências de mercado: as empresas podem se adaptar de maneira proativa e capitalizar as oportunidades que surgem, ajustando-se rapidamente às mudanças nos comportamentos do consumidor, nas demandas de mercado e nas inovações tecnológicas.

     

    A análise setorial é uma ferramenta poderosa para as empresas que deseja estar sempre prontas aos desafios do seu mercado.

    Ao identificar oportunidades de crescimento, mitigar riscos, adaptar a estratégia de negócios e conquistar uma vantagem competitiva, as empresas estarão bem posicionadas para se destacar no mercado e alcançar o sucesso.

    Lembre-se de que a implementação da análise setorial requer uma coleta cuidadosa de dados, análises aprofundadas e monitoramento contínuo. Além disso, contar com especialistas nessa área, como a LAFIS, pode fornecer um apoio valioso na interpretação dos dados e na orientação estratégica.


    A Opep decidiu pela redução da oferta de petróleo podendo chegar até 1,66 milhão de barris por dia (bpd) ao final de 2023. Liderada pela Arábia Saudita, maior produtora global e seguida por Iraque e Emirados Árabes, a medida visa fortalecer os preços da commodity no plano internacional, contribuindo para elevar as receitas de governos internamente e fortalecer seus projetos nacionais de infraestrutura, por exemplo. Trocando em miúdos, não fizeram nada diferente do que EUA ou qualquer país da União Europeia faria com tais poderes de mercado. A crítica sobre a medida, todavia, ganhou certa virulência na imprensa “ocidental” (porta-voz de Washington), pois a alta do preço do petróleo, mais do que potencializar a inflação nesses países, tem potencial de beneficiar os planos da Rússia.

    Joe Biden, como todo presidente norte-americano, e ao contrário de articulistas emocionais, sabe que política se faz com cérebro e não com o fígado. Criticado por ir à Arábia Saudita em 2022 — medida que, segundo a imprensa, “daria legitimidade a uma ditadura sanguinária”, o fez de maneira calculada, pois a ditadura sanguinária monárquica é uma das principais aliadas do “ocidente” no caldeirão fervilhante do Oriente Médio. Noves fora quem ainda crê que os impérios fazem amigos para ensinar sobre democracia, a visita de Biden parece não ter surtido efeito e o príncipe saudita, agiu em favor do próprio umbigo. Surpresa para nós apenas, acostumados a encher a barriga alheia, mesmo que isso custe nossa autonomia energética. 

    Putin não reclamou da medida que, aliás, fez o barril do Brent disparar até 8% logo após o anúncio. Metido numa guerra na qual não pode recuar, achou que Kiev dobraria fácil a seus desígnios, mas os ucranianos, ao menos o presidente humorista, seguem resistindo. Diferente de um país pequeno e sem exército, a Rússia não corre risco de ser invadida pela Otan e esta, por sua vez, não permitirá que a Ucrânia entre para o grupo, pois sabe que o país encravado na porta de Putin é a principal moeda de troca para tentativas de enfraquecimento da Rússia. Enquanto isso, Putin segue abrindo e fechando as torneiras do gás natural, que será oferecido à UE, pasmem, pelos EUA.

    Por fim, mas não menos importante, deve-se lembrar que Juan Guaidó, reconhecido por Trump como presidente legítimo da Venezuela, país dono das maiores reservas de petróleo fora do Oriente Médio, já não é mais reconhecido por Biden. Desde o início da guerra na Europa, os EUA decidiram que Nicolás Maduro é um grande estadista e a Venezuela uma pujante democracia.

    Na eleição norte-americana que deu a Bill Clinton a vitória em 1992, o economista James Carville criou o slogan que seria a síntese da razão pela qual os eleitores trocavam Bush pai pelo democrata: “é a economia, estúpido”. Ele estava correto e hoje pode-se estender o slogan para algo como “é a geopolítica, estúpido”. E olha que nem inserimos o dragão chinês nessa estória!

    Analista Responsável Marcos Henrique


    Em relatório recente, a ANP afirmou que a produção média de petróleo no Brasil somou o volume recorde de 3,2 milhões de barris por dia (bpd) em outubro. O resultado representa um avanço de 2% em relação ao registrado em setembro, quando o país registrou o maior volume desde janeiro de 2020. O gás natural produzido no país durante o mês passado também atingiu um recorde de 147,9 milhões de metros cúbicos/dia. Já a produção média de petróleo e gás foi de 4,1 milhões barris de óleo equivalente por dia (boe/d) no mês.

    No terceiro trimestre do ano, porém, a Petrobras apresentou queda de 6,8% na extração de petróelo em comparação ao mesmo período de 2021. A produção total da empresa no período foi de 2,115 milhões de barris de óleo equivalente ao dia (boed). Em comunicado, a empresa destacou que houve impacto de uma redução da participação da Petrobras nos contratos da cessão onerosa nos campos de Atapu e Sépia, no pré-sal da Bacia de Santos, de 43 mil boed em relação ao segundo trimestre.

    Adicionalmente, houve uma parada para descomissionamento de plataforma no Parque das Baleias. Nesse caso, a Petrobras afirmou que "irá recuperar sua produção com a transferência de poços para a plataforma P-58 e uma nova plataforma, o FPSO Maria Quitéria, com início de operação previsto para 2024.”

    Especialista do Setor Marcos Henrique

    O petróleo é um tipo de bem que não está totalmente subordinado às leis de oferta e demanda. Motivo de controvérsias ao longo da história, produtores oligopolistas e, em muitos casos, monopolistas, costumam utilizar seu poder de mercado como instrumento de barganha política. A posição da Rússia em mais uma guerra na Europa confirma a tese do uso político da commodity, assim como fizeram EUA e Opep ao longo da história.

    Todavia, mais uma vez, o Brasil se vê na encruzilhada da dependência de combustíveis. Diferente dos anos 1970, como reflexo do aumento dos preços provocado pela Opep, o que colocou o país à beira da hiperinflação, atualmente há condições de produzir a maior quantidade de combustíveis necessários ao consumo. Em que pese as privatizações recentes que diminuíram a capacidade de refino do país, ampliando as importações, especialmente de diesel, o Brasil vem conseguindo atender sua demanda interna. O conflito maior se dá, como a Lafis vem apontando em relatórios recentes, em torno da Política de Preços adotada pela Petrobras (PPI). Motivo da queda de quatro presidentes da estatal no governo Bolsonaro, o PPI tem dado grande contribuição a uma inflação não vista desde o Plano Real no país, exatamente num ano de corrida eleitoral acirrada.

    De um lado, o atual presidente da República amarga baixos índices de popularidade e vê na estatal uma forma de retomar o capital político para as eleições. Da redução do ICMS com compensação federal aos estados, taxação de exportações do petróleo e CPI contra os próprios diretores indicados para a empresa, todas as cartas estão na mesa, tendo em vista os poucos mais de três meses até o primeiro turno. Por outro lado, primeiro colocado nas pesquisas eleitorais, o ex-presidente Lula, vem falando publicamente de “abrasileirar” os preços da Petrobras, o que tem feito o mercado ter calafrios a partir das memórias recentes de intervenção na empresa.

    De todo modo, fica evidente que a questão do petróleo continua sendo o que sempre foi, uma questão mais de política do que de oferta e procura, no mundo e no Brasil.

    Especialista do Setor Marcos Henrique



    Os preços do petróleo dispararam em 2021 e ao que tudo indica, este movimento continuará ao longo de 2022. No último dia 4 de fevereiro o barril do brent atingiu o pico de US$ 93,27, o maior valor desde setembro de 2014, período em que o petróleo iniciou trajetória abaixo da marca de US$ 100. Em 2021, o brent encerrou o ano cotado a US$ 79,2, sendo que seu preço médio ao longo dos 12 meses foi de US$ 71,6, o que significa que atingiu patamar 72,1% superior ao registrado em 2020. Entre as razões para a disparada dos preços estão a retomada da atividade global, puxada principalmente pela demanda chinesa e dos EUA, além da geopolítica europeia.

    Recentemente, o evento político-militar que vem ampliando as tensões na Europa e, portanto, afetando preços de petróleo e gás natural, é a disputa entre russos e membros da UE e EUA acerca da entrada da Ucrânia na OTAN, aliança militar constituída logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Vladimir Putin se opõe à entrada do país vizinho em uma aliança potencialmente enfraquecedora da Rússia, o que tem elevado os ânimos na região. Como consequência, os preços do barril de petróleo e do gás natural têm se elevado, pois a Rússia, além de segunda maior produtora de petróleo fora da Opep (atrás dos EUA), fornece cerca de 40% do gás natural da Europa, essencial à indústria da UE, além de decisiva para calefação em uma região de inversos rigorosos. 

    Em complemento, a principal passagem do gás natural para o restante do continente fica exatamente na Ucrânia, o que reforça a pressão russa por manter sua influência sobre aquele país. De modo geral, os preços devem continuar se elevando, com perspectiva de recordes sejam atingidos nas próximas semanas, o que é positivo do ponto de vista da performance das empresas. Por outro lado, é preciso cautela, pois desequilíbrios geopolíticos podem transformar o desempenho positivo em receio por parte dos investidores.

    Especialista do Setor Marcos Henrique


    Os preços do petróleo dispararam em 2021. O preço médio do barril de Brent está 77,5% acima do observado em 2020 no período acumulado de janeiro a outubro e com sinais invertidos no que diz respeito ao seu comportamento nos próximos meses. A retomada da atividade econômica na esteira da vacinação desestrututou diversas cadeias produtivas, de microchips à falta de contêiners para transportar grãos e a demanda por petróleo também foi alavancada, fazendo os preços saírem da média ao redor de US$ 40,00 em 2020 para média de US$ 71,00 em 2021 e, apenas em novembro, a commodity já ultrapassa os US$ 80,00 no mercado futuro.

    Os impactos da alta do preço do petróleo são sentidos, principalmente, nos combustíveis e, no caso brasileiro em particular, o preço de paridade de importação (PPI), completa 5 anos e literalmente tem jogado mais gasolina na fogueira da inflação. Adotado em 2016, ainda no governo Temer, a política buscava uma gestão mais próximas aos interesses do mercado e, nesse sentido, foi bem sucedida. O reflexo pode ser observado no balanço da maior empresa brasileira, a Petrobras que, no terceiro trimestre de 2021 registrou lucro de R$ 31,1 bilhões, resultado que fez a companhia alterar sua política de distribuição de dividendos, que chegarão ao total de R$ 63,4 bilhões neste ano, recorde em sua história.

    No plano internacional, a disputa entre países da Opep+ e não Opep+ deve se acirrar nos próximos meses e munição para isto ambos os lados possuem. De acordo com a impresna especializada, o Porta-voz do Ministério do Petróleo do Iraque, Assem Jihad elogia a postura da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) no mercado da commodity e diz que o esquema atual deve ser mantido no próximo ano. Ao lado de aliados que formam a Opep+, o cartel tem retomado a oferta de modo apenas gradual a cada mês, a fim de sustentar os preços. O porta-voz lembra que alguns países, como os Estados Unidos, pediram que a Opep amplie a oferta. “A Opep age de modo cauteloso com a produção e cortes na produção, e esse programa de retorno gradual tem sido um sucesso.“
    Analista Responsável Marcos Henrique

    Os preços do petróleo dispararam em 2021. O preço do barril do Brent está 67,9% no acumulado de janeiro a maio desde ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Deve-se levar em consideração, todavia, que nos últimos dias de junho, houve um aumento ainda mais veloz, tendo em vista o anúncio de que o presidente dos EUA, Joe Biden, e seu partido Democrata, fecharam um acordo para ampliação de obras de infraestrutura com os adversários Republicanos sem envolver aumento de impostos. A expectativa de retorno da atividade econômica, especialmente da indústria e da construção civil nos países ricos, vem estimulando os preços da commodity.

    Um fato evidente do aumento da demanda nos EUA, o maior consumidor do mundo, é proveniente da Administração de Informações sobre Energia, que reportou queda nos estoques norte-americanos de 7,6 milhões de barris para a semana encerrada em 18 de junho, a quinta semana consecutiva de queda nos estoques, o período mais longo desde janeiro de 2021. A vacinação em massa é, sem dúvida, o principal fator a animar os mercados, que devem ver os preços do petróleo subir nos próximos meses.

    Na contramão, porém, está a Opep+ que, nos próximos dias, deverá se reunir para referendar ou não um aumento da oferta, evitando com isso processos inflacionários mais intensos decorrente do aumento do preço da commodity. Recentemente, o ministro indiano do petróleo fez um apelo por uma energia mais "acessível", alertando sobre o impacto do aumento dos preços do petróleo no bolso do consumidor. O país é o terceiro maior consumidor mundial e essa sinalização tem potencial para aumentar as pressões entre os membros do grupo. 

    Analista Responsável Marcos Henrique

    Desde janeiro, a gasolina vendida pela Petrobras acumula alta de 34,7%, enquanto o diesel, combustível mais demandando, principalmente por causa da frota de caminhões que transporta a maior parte das mercadorias pelo país, acumula elevação de 27,7% no mesmo período. Apenas em 2021, a gasolina sofreu quatro reajustes e o diesel três; esse movimento é reflexo da alta observada no preço petróleo nos últimos dias, na esteira da melhora dos ânimos econômicos no mundo diante da vacinação. Adicionalmente, a taxa de câmbio no atual patamar, intensifica a alta dos preços, pois o Brasil vem reduzindo sua capacidade de refino interno e importando mais diesel, principalmente dos EUA. Além disso, o Brasil importa parte do petróleo que consume pela qualidade do produto.

    O presidente da República vinha dando sinais publicamente do seu descontentamento em relação aos reajustes promovidos pela estatal, principalmente diante de novas ameaças de paralisações por parte dos caminhoneiros, o que trouxe a memória amarga da greve de 2018, quando o então ainda candidato Jair Bolsonaro apoiou o movimento. A substituição no comando da companhia na semana passada veio junto às críticas quanto à condução da política de preços, além de ataques do presidente Bolsonaro ao trabalho remoto por parte da diretoria.

    Como reflexo da mudança na presidência da empresa, o mercado reagiu negativamente derrubando as cotações dos papéis da companhia no início da semana. As ações da Petrobras caíram mais de 21,5% só na segunda-feira (22) e a companhia chegou a perder R$ 102,5 bilhões em valor de mercado desde sexta-feira (19). Ainda é cedo para saber para qual lado vai o general Joaquim Silva e Luna, que assumirá o lugar de Castello Branco e ainda aguarda deliberação do conselho; mas certamente haverá mudanças na política de preços, ao menos no que diz respeito ao escalonamento e prazos de reajuste dos preços. Enquanto isso, a inflação, principalmente de alimentos e combustíveis, corrói a renda do brasileiro, comprimida desde o início da pandemia.

    Analista responsável Marcos Henrique

    A produção de petróleo atingiu 3,1 milhões de barris de óleo equivalente (MMbbl/d) ao dia em junho, o que representa uma alta de 5,4% em comparação a maio e 17,8% em relação a junho de 2019. No primeiro semestre, a produção acumula alta de 15,2% em relação aos seis primeiros meses do ano passado, o que revela um salto importante na produção, particularmente na região do Pré-Sal. O aumento de produção deve-se, principalmente, aos campos de Lula e Búzios, que respondem em conjunto por mais de 50% da produção total nacional, tanto de gás quanto de óleo. 

    Em 2020, a produção de petróleo tende a manter a trajetória de expansão observada em 2019, com participação crescente das áreas de produção localizadas no Pré-Sal. O crescimento, entretanto, deverá ser acompanhado de preços mais baixos após forte choque observado nos primeiros meses do ano. O preço do petróleo é cotado sob forte influência de eventos políticos, como se pôde observar na tensão entre EUA e Irã no início do ano, ou da disputa entre Rússia e Opep. 

    Para o longo prazo, a expectativa é de maior equilíbrio entre a oferta e demanda de petróleo no mercado. Os preços, por sua vez, tendem a ter elevação no médio e longo prazo, expressando maior demanda pelo combustível fóssil, a despeito da onda de redução de poluentes. Adicionalmente, os conflitos envolvendo EUA, Oriente Médio e Opep seguem apresentando um risco para o setor, extremamente sensível às perturbações geopolíticas, particularmente num contexto de aproximação entre Irã e Venezuela, dois atores estratégicos nesta indústria.

    Especialista do Setor Marcos Henrique.

    Os mercados na Ásia abriram o pregão do dia 09/03 em forte queda motivados pela redução de 30% no preço do Brent; as ações do petróleo recuavam mais de 10% no início do dia. O óleo, cotado a US$45,27 no fechamento da semana anterior, ronda US$35,53 na data de hoje após abertura do mercado brasileiro (-21%). O motivo central é a frustração do acordo para manutenção da redução da oferta entre Rússia e Opep que, representada pela Arábia Saudita (maior produtora do bloco com cerca de 13% do total em 2018), não apenas não incluiu novos cortes como respondeu removendo todos os próprios limites de bombeamento. Destaca-se ainda, todavia, que se trata da maior queda para matéria-prima desde a Guerra do Golfo entre Ago/1990 e Fev/1991.

    Os preços do barril já vinham em queda desde o início de janeiro e se intensificaram em fevereiro frente às incertezas quanto aos efeitos deletérios do Coronavírus sobre os mercados globais. O maior patamar do ano havia sido no dia 06/01, quando atingiu US$68,91 e, desde então, vem oscilando com tendência de queda. Em resposta à ação, a Rússia afirmou que tem condições de sustentar os preços do petróleo entre US$25 e US$30 o barril por até 10 anos, o que reforça a probabilidade dos preços baixos de estenderem por algum tempo.

    Os reflexos na economia brasileira vão da paralisação das negociações na B3 em função da queda de 10% do Ibovespa (circuit breaker) e a queda de 24% nas ações da Petrobras; o dólar, em mais um dia de forte alta frente ao real, chegou a R$4,79, o maior valor nominal da história, fazendo o Banco Central aumentar de US$1 para US$3 bilhões o leilão de swaps. No que se refere especificamente ao setor petrolífero, os efeitos sobre a Petrobras são diversos, mas, principalmente, a queda das receitas tende a prejudicar a busca de compradores privados para o programa de abertura do setor.

    No curto prazo, o preço do barril ao redor de US$35 pressiona a alavancagem financeira da empresa que, com o dólar em alta vê sua situação piorar dado que 76% do seu endividamento é indexado à moeda americana. Com receitas em queda, o quadro tende a se agravar. Adicionalmente e com impactos a longo prazo, os novos investimentos da estatal na região do pré-sal tem como referência o preço do petróleo entre US$35 e US$45 e, com as cotações chegando próximas a esse piso, a ampliação da capacidade produtiva pode ser adiada.

    Especialista do Setor Marcos Henrique

    Ataque por meio de drones ao maior campo de petróleo do mundo na Arábia Saudita no sábado (14/09), gerou tensões no mercado financeiro ao longo dos últimos dias. O grupo denominado Houthis, do Iêmen, aliado ao governo do Irã, reivindicou a autoria do ataque, informando que dez drones atingiram as instalações; este fato, sem dúvida, aumentou ainda mais as tensões na região, em especial no que se refere à atribulada relação entre EUA e Irã.

    No início da semana, o barril do Brent teve alta de 14,5%, rondando os US$ 70,00, mas a decisão dos EUA de autorizar a utilização dos estoques de emergência contribuiu para diminuir as tensões que rondaram a commodity. Por outro lado, no que diz respeito aos impactos desse movimento na economia brasileira, a movimentação da semana serviu para dar ao menos dois sinais importantes. 

    O primeiro é de que o governo federal não tem uma política clara com relação ao timing dos ajustes de preços dos combustíveis derivados de petróleo, expresso pelo espontaneísmo do presidente Jair Bolsonaro em comunicar à imprensa de que não haveria reajuste imediato. O segundo é que a Petrobrás, de maneira autônoma, optou por subir 3,5% a gasolina nas refinarias e 4,2% o diesel; isso reforça que a empresa tem compromisso com uma gestão mais independente e voltada aos interesses dos investidores.

    A política, sem dúvida, é variável chave nesse caso. De um lado, ninguém quer ver novamente uma greve de caminhoneiros como a ocorrida em maio de 2018. Mas, por outro, diante da possibilidade de novos leilões e do aumento da concorrência no setor de petróleo e combustíveis, dar o sinal errado aos mercados pode fazer o país perder grandes oportunidades.


    Especialista do Setor Marcos Henrique

    Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, tendo a Rússia como liderança, decidiram reduzir a oferta de petróleo em 1,2 milhão de barris a partir de 1º de janeiro de 2019, por um prazo de 6 meses. A Opep se comprometeu com redução de 800 mil barris, enquanto aliados deverão reduzir 400 mil no período estipulado. Na sexta-feira (07), em meio a decisão, o Brent avançava 2,7% (US$61,67/barril) e o WTI 2,2% (US$55,61/barril).

    O objetivo do grupo é reduzir o estoque global, evitando, assim, a queda nos preços internacionais. A despeito das pressões de Donald Trump para que o fato não se consumasse, os países produtores optaram pelo corte na produção, com forte liderança da Arábia Saudita, a maior produtora e também aliada dos EUA na região. Irã, Venezuela e Líbia ficarão isentos de cortes; o primeiro em função das sanções econômicas que vem sofrendo dos EUA e os outros dois, como resultado das dificuldades internas de suas economias.

    As cotas individuais não foram divulgadas, o que retrata, em parte, os conflitos internos no bloco. No entanto, embora boa parte dos analistas esperasse um corte da ordem de 1 milhão de barris, o número superior deve contribuir positivamente para o equilíbrio entre oferta e demanda. Outro fato relevante, é a demonstração de poder limitado dos EUA, pois Arábia Saudita e Rússia, que haviam aderido ao pedido de Trump para aumentar a produção e derrubar os preços (o que prejudicaria o Irã), foram as principais lideranças na reunião de 48h que decidiu pelos cortes. 

    Especialista do Setor Marcos Henrique.

    A disputa comercial entre os dois gigantes do comércio internacional segue a todo vapor. A China decidiu continuar comprando petróleo iraniano, apesar das sanções impostas pelos EUA em função do programa nuclear do país do oriente médio. O chefe do escritório internacional da Federação Chinesa de Petróleo e Indústria Química (CPCIF), Andrey Yu, afirma que as empresas do seu país continuarão a comprar petróleo bruto iraniano, independente da posição dos EUA. 

    Nesse sentido, com receio de que seja temporária a decisão do país asiático de manter o petróleo norte-americano fora da lista de produtos sobretaxados, desde o início de agosto as empresas chinesas não carregaram nenhum navio-tanque com a commodity dos EUA. Em junho e julho, foram carregados cerca de 300 mil barris por dia, o que dá uma dimensão do volume de prejuízo às empresas submetidas à disputa geopolítica.

    De maneira estratégica, China e Rússia se aproximam cada vez mais do Irã, importante player nesse mercado. Porém, a Arábia Saudita, proprietária da maior bacia de exploração de petróleo e líder da Opep, é aliada dos EUA e disputa com o Irã a hegemonia política da região. Trump, por sua vez, tem feito esforços para evitar a cooperação entre seus adversários, o que minaria a influência estadunidense no Oriente Médio. Por outro lado, a região já conflituosa por natureza, ganha ingredientes adicionais a partir da guerra comercial encampada pelas grandes potências.

    Especialista do Setor  Marcos Henrique.

    A 14ª Rodada de Licitações de blocos para exploração de petróleo e gás natural da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), que ocorreu nesta quarta-feira (27) terminou com a maior arrecadação entre os leilões de concessão já realizados no país, R$ 3,84 bilhões. 

    Esta foi a primeira rodada depois da flexibilização, anunciada em 2016 pela ANP, das normas do regime de concessão brasileiro. Dentre as medidas destaca-se: a adoção da fase de exploração única e possibilidade de estendê-la por razões técnicas; retirada do conteúdo local como critério de oferta na licitação; royalties diferenciados para áreas de nova fronteira e bacias maduras com maiores riscos; além dos incentivos para o aumento da participação de pequenas e médias empresas. 

    Participaram do leilão 20 empresas petroleiras, originárias de oito países, das quais 17 arrematam 37 blocos para exploração de petróleo e gás natural, correspondente a 12,9% das áreas de exploração ofertadas. Embora a presença de empresas estrangeiras tenha sido significativa, as petroleiras nacionais foram as que mais arremataram. 

    O destaque do leilão foi a Petrobras, que, em parceria com a norte americana Exxon, arrematou os blocos mais disputados: seis blocos na Bacia de Campos (RJ) localizados na chamada franja do pré-sal, área adjacente ao pré-sal com potencial de possuir reservas no pré-sal. Juntas, as duas empresas foram responsáveis por 93% da arrecadação, R$ 3,59 bilhões. Além das aquisições em parceria, a Petrobras arrematou seu primeiro bloco exploratório na Bacia do Paraná, por R$ 1,7 milhões de reais. 

    A estratégia adotada pela Petrobras no leilão e sua parceria com a Exxon são positivos, pois reafirmam a estratégia do maior player do mercado de petróleo brasileiro em buscar rentabilidade e não apenas elevar o volume produzido.  

    O resultado do leilão surpreendeu até os mais otimistas. O sucesso do leilão é sinal da retomada do setor petroleiro no Brasil, que apresenta queda expressiva de faturamento desde 2015. Entre os impactos para o setor que podemos inferir de imediato, estão os investimentos mínimos obrigatórios previstos em contrato, que somarão cerca de R$ 845,6 milhões nos próximos anos.

    Especialista Responsável: Beatriz Araujo.


    O governo federal, por meio do ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho, começa a dar indícios da realização de um novo leilão de campos do pré-sal.  Inicialmente a intenção era realizar o leilão somente em 2018, porém já existem pressões para que o mesmo seja realmente realizado em novembro de 2017. 

    As áreas que seriam leiloadas ainda não foram definidas, mas provavelmente em fevereiro deverão ser divulgadas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). A intenção do adiantamento do leilão é atrair grandes grupos do setor, como a gigante ExxonMobil. Apesar das informações desencontradas, o governo estaria esperando arrecadar cerca de R$ 4,5 bilhões com os leilões. 

    Assim, os leilões sendo adiantados poderiam ampliar a extração de petróleo do Brasil antes do esperado, inclusive atraindo mais empresas para o setor, já que o último leilão do pré-sal atraiu bem menos empresas estrangeiras que o esperado. 

    Analista Responsável pelo Setor: Ricardo Quirino


    O resultado das eleições Norte-Americanas, divulgado esta semana, trouxe temor aos mercados globais, devido, em grande parte, não só a imprevisibilidade do candidato eleito, mas também devido ao viés mais protecionista do partido republicano, o que poderá limitar os planos de aumento dos preços do petróleo que a OPEP pretende intensificar. 

    A vitória de Donald Trump e com o legislativo norte-americano nas mãos do partido republicano (partido detém maioria no poder legislativo) é esperado um viés mais protecionista nos EUA, o que deverá reduzir o crescimento global e até mesmo, em um primeiro momento, uma queda no próprio crescimento dos EUA, o que deverá afetar consideravelmente a demanda por combustíveis, afetando a produção de petróleo e o plano da OPEP para aumentar os preços da commodity. 

    Assim, apesar dos recentes movimentos da OPEP, a estratégia de queda na produção para ampliar os preços começa a ficar comprometida, principalmente se o presidente recém eleito resolver implementar somente uma parte do que foi prometido em campanha. Com isso, os ganhos no faturamento do setor de Petróleo deverá ser bem mais limitado que o esperado.

    Analista Responsável pelo Setor: Ricardo Quirino.


    Nas últimas semanas a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) anunciou um corte na produção de petróleo, o que não acontecia desde 2008. O corte era esperado e apesar de ser considerado pequeno, sinaliza a intenção do bloco, aumentar os preços do petróleo, após oito anos de aumento de produção. 

    O aumento da produção do petróleo após 2008 contava com um grande objetivo, dificultar o funcionamento das empresas que operavam no mercado de gás de xisto, especialmente nos EUA, onde não existiam grandes grupos atuantes no mercado de xisto, o que as tornavam mais vulneráveis às quedas no preço de petróleo. Porém, os níveis baixos de preços também afetaram países fortemente dependentes da produção do mesmo, como Rússia e especialmente a Venezuela, que acabaram entrando em crise por causa do nível dos preços de petróleo, por isso o bloco decidiu que seria a melhor hora de subir novamente os preços. 

    Assim, é esperado para os próximos meses que a produção caia novamente, tendo em vista a necessidade dos produtores, inclusive da própria Arábia Saudita de recuperar a margem de lucro da sua produção. Em termos de mercado brasileiro, isto é uma ótima notícia, especialmente para a Petrobras, que no momento está passando por uma reestruturação, com foco em sua atuação no mercado de petróleo e gás natural. 

    Analista Responsável pelo Setor: Ricardo Quirino


    No dia 20, a Petrobras anunciou o seu novo plano de investimentos para o período 2017-2021, que prevê uma redução dos investimentos, com uma inversão total de US$ 74,1 bilhões contra US$ 98,4 bilhões do plano anterior, para o período de 2012-2016. A medida busca não somente reduzir as obrigações de investimentos, mas também reduzir o endividamento.  

    As medidas do plano de investimentos preeveem venda de ativos e a saída de alguns mercados derivados do petróleo - no qual a Petrobras detém uma parcela significativa -, caso de fertilizantes, biodiesel, petroquímicos e distribuição de GLP. Nestes mercados as participações deverão ser vendidas para integrantes do próprio mercado. 

    As medidas foram bem recebidas por analistas e pelo mercado em geral, que enxerga a medida como uma forte tentativa de reduzir o endividamento e ao mesmo tempo ampliar a captação de recursos sem que seja necessário requisitar no mercado. 

    Assim, no curto/médio prazo é esperado que a Petrobras mantenha-se neste novo rumo, se focar na exploração de petroleo e gás, o que deverá devolver a rentabilidade da empresa e ampliar a margem de lucro do setor no médio prazo. 

    Analista Responsável pelo Setor: Ricardo Quirino


    A maior empresa do Brasil e mais relevante no setor de petróleo no país registrou prejuízo de R$ 34,8 bilhões em 2015. Os principais motivos apontados na apresentação do balanço foram: “i) impairment de ativos e de investimentos, principalmente em função do declínio dos preços do petróleo e incremento nas taxas de desconto, reflexo do aumento do risco Brasil pela perda do grau de investimento (R$ 49,8 bilhões); e ii) despesas de juros e perda cambial (R$ 32,9 milhões).”

    A piora dos resultados não é uma exclusividade da Petrobras e nem mesmo do setor de petróleo (basta observar a queda da cotação do minério de ferro e os resultados em grandes mineradoras, incluindo a Vale e também a reversão dos investimentos de grandes petrolíferas internacionais).

    Além de questões operacionais (alto endividamento, aumento do risco país e desvalorização cambial) e de mercado (desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado de petróleo, reduzindo o preço da commodity), a Petrobras também é afetada pelos escândalos de corrupção dentro da companhia. Tais fatos não podem ser desconsiderados, pois em um cenário incerto e desafiador a eficiência se torna ainda mais relevante e desvios de recursos, bem como decisões que não sejam estritamente econômicas são o oposto de eficiência.

    Assim, do mesmo modo que seria um exagero atribuir os resultados negativos da companhia somente a má administração e a corrupção, seria um erro negligenciar seus impactos na credibilidade e nas perspectivas da companhia.

    Analista Responsável pelo Setor: Marcel Tau

    No dia 23 de junho de 2014 o preço do barril de petróleo (Brent) era cotado a US$ 115,06, a máxima do ano. Desde então o que se observou foi uma queda vertiginosa da cotação da commodity, chegando à mínima de US$ 62,02 ontem (16/11/14). Deve-se destacar que é o menor nível de preço do produto desde maio de 2009, período marcado pela crise econômica que teve origem nos Estados Unidos. Além disso, o mercado acredita que ainda há espaço para uma queda e que o petróleo pode chegar ao patamar de US$ 40.

    Dentre as causas para tal queda, destaque para a decisão dos membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de manter a produção atual, a despeito do avanço da produção em outros países e do baixo ritmo de crescimento econômico mundial.

    Paralelamente a esse movimento, se desenvolve a Operação Lava-Jato da Polícia Federal, que vem acusando as maiores empreiteiras do país, bem como executivos da Petrobras de corrupção. Algumas das consequências que já podem ser vistas dessa investigação são: adiamento do balaço trimestral da Petrobras, processo por parte de acionistas norte-americanos na SEC (a CVM dos Estados Unidos), pois a Petrobras possui ações listadas nos EUA e pressão de credores da estatal.

    Considerando o cenário descrito acima e as diversas responsabilidades da Petrobras (algumas mais evidentes, como por exemplo, de ser a principal produtora de petróleo e distribuidora de derivados, outras menos evidentes, como o papel da companhia para fomentar a indústria naval e geração de divisas, por meio de suas exportações) pode-se dizer que a queda do preço do petróleo ocorreu em um péssimo momento para a companhia e para o momento econômico atual e que se o preço do petróleo se mantiver baixo nos próximos anos, a tendência é de que o plano de investimento da estatal seja revisto, impactando o setor, a cadeia de produção que o cerca, e, considerando o peso da empresa no país, o nível de crescimento econômico do país nos próximos anos.

    Por fim, embora a redução do preço do petróleo possa beneficiar no curto prazo diversos outros setores que utilizam o produto como matéria prima, ao considerar seus efeitos nocivos sobre a Petrobras e seu impacto econômico (como descrito acima) e social, considerando que os recursos advindos dos royalties do petróleo serão destinados para a educação e saúde pública, a Lafis chama atenção para os dois fatos mencionados acima (queda acentuada do preço do petróleo e as consequências das denúncias de corrupção) e os considera atualmente os maiores riscos ao desenvolvimento do setor para o médio e longo prazos. 

    Analista Responsável: Marcel Tau Carneiro


    No último dia 27 de novembro, foi anunciado investimento da Forjaria Marcora do Brasil com o objetivo de fortalecer a cadeia da indústria de petróleo e gás do Estado do Rio de Janeiro. O investimento da Forjaria, focalizado na produção de aços especiais, foi de R$ 120 milhões na cidade de Seropédica (RJ) e deverá criar cerca de cem postos de trabalho.

    A perspectiva da Forjaria é fornecer até 40 mil toneladas de aços especiais, por ano, voltados à produção de equipamentos de exploração em condições submarinas. O anúncio proporcionará uma grande oportunidade à cadeia da indústria de petróleo e gás no Rio de Janeiro, tendo em vista a alta demanda por aços especiais e a possibilidade de um elo estratégico entre as cadeias.

    A previsão para início das operações da Forjaria é de julho de 2015. O projeto da obra é resultado de uma parceria entre as empresas italianas Forgiatura Marcora e Fomec, juntamente à brasileira Gaia Partners. A escolha da localização visando atender as demandas do setor de óleo e gás na região ressalta parceria da prefeitura de Seropédica com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, visando a atração de investimentos.


    Foi lançado o programa Inova Petro, uma parceria entre o BNDES, Petrobras e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) que tem como objetivo apoiar fornecedores da cadeia petrolífera.

    Ao todo serão destinados R$ 3 bilhões ao programa, que está inserido no âmbito do Brasil Maior, no intuito de estimular investimentos privados no setor para ampliar, de forma competitiva e sustentável, o conteúdo local em projetos da indústria de petróleo e gás.

    Cabe destacar ainda, que o programa foi concebido para incentivar a inovação e criação de tecnologia no Brasil, almejando fomentar uma indústria local, capaz de atender às necessidades da Petrobras e também competir no mercado internacional; ou seja, a intenção do Inova Petro não é proteger e criar reserva de mercado para os fornecedores de P&G, mas criar mecanismos que os tornem mais competitivos.

    Outro ponto importante é que, assim como a indústria automotiva, o setor possui uma cadeia produtiva extensa, necessitando de uma ampla gama de bens e serviços que, se nacionalizados  - com eficiência - podem contribuir significativamente para o crescimento econômico


    A Petrobras anunciou que investirá US$ 236,5 bilhões entre os anos de 2012 e 2016, somando todas as áreas em que atua; esse valor é US$ 11,8 bilhões superior ao plano de investimento anterior, referente ao período de 2011 a 2015. Ao segmentar os investimentos previstos entre os setores de atuação da petrolífera, fica evidente o foco em exploração e produção, com um montante de US$ 141,8 bilhões, seguido pelas áreas de refino, transporte e comercialização com US$ 65,5 bilhões.

    Apesar desse aumento ser reflexo da ampliação da demanda por derivados de petróleo observada nos últimos anos,  para o setor e sobretudo para a estatal a notícia não pareceu ser favorável; pelo contrário, pois ao mesmo tempo que a companhia elevou os investimentos revisou para baixo a meta de produção, ou seja, serão necessários investimentos superiores para uma produção aquém do previsto anteriormente.

    Diante desse novo plano de investimentos, os investidores mostraram-se preocupados; prova disso foi a queda considerável nas ações da empresa na quinta-feira (14/06). Ao avaliar os fatores que podem ter contribuído para a ampliação dos investimentos da estatal, o que trouxe maior preocupação foi o quanto as regras de conteúdo local influenciaram esta decisão, ou seja, qual é o preço que a empresa/setor pagou e ainda pagará para desenvolver uma cadeia nacional de petróleo?


    Em novembro de 2011 a Chevron apresentou vazamento de petróleo no Campo de Frade. Ao todo 2.400 barris vazaram e desde então, o incidente vem sendo investigado tanto pelo órgão regulador do setor (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Combustível) como pelo Ministério Público Federal. Ademais, no mês de março deste ano, outro incidente ocorreu no campo de Frade, a poucos quilometros do primeiro durante a perfuração de um novo poço pela companhia.

    Diante deste cenário, a empresa suspendeu a produção da commodity no Brasil. Esta havia sido reduzida pela metade desde o primeiro incidente, quando a produção passou a ser de apenas 31,8 mil barris diários e agora aguarada a decisão do Ministério Público Federal, que já solitiou o pagamento de fiança e da ANP, que pode inclusive caçar a licença de exploração da Chevron no campo de Frade.

    Por outro lado, é importante observar que apesar do ocorrido, a Petrobras, que é a maior produtora de petróleo no Brasil, possuí um índice de vazamento inferior ao de outras grandes empresas do ramo, reflexo de aumentos nos investimentos em segurança e essenciais para explorar, de forma adequada, a camada do pré-sal.


    Assembléia da Petrobras aprovou esta semana investimentos de R$ 58,8 bilhões para 2012, sendo R$ 55,5 bilhões em recursos próprios e R$ 3,3 bilhões com recursos de terceiros. Deste montante, 59,02% serão destinados às áreas de exploração e produção, 33,10% para abastecimento, 5,42% para gás e energia e outros 2,46% para outras áreas.

    Diante disto, é importante atentar para duas importantes características deste investimento: em primeiro lugar, a maior parte dos recursos serão destinados ao setor de exploração e produção, reiterando que o principal objetivo da companhia é ampliar a capacidade produtiva; em segundo lugar, chamou atenção o fato do orçamento para 2012 ser inferior ao de 2011, sendo este um fato positivo pois, além diminuir a pressão sobre o caixa da companhia, também faz com que a empresa minimize o risco de não cumprir com os investimentos planejados, como ocorreu no ano anterior.

    Por fim, deve-se destacar que o maior volume de recursos destinados à exploração é uma consequência das descobertas do pré-sal e que a manutenção do preço do petróleo à níveis atuais impulsiona ainda mais este segmento.


    A petrolífera HRT fechou um acordo no dia 30 de outubro de 2011 com a anglo-russa TNK-BP, no qual a empresa russa pagará US$ 1 bilhão para ter controle de 45% dos 21 blocos da companhia brasileira, localizados na bacia do Solimões. No entanto, o negócio envolve uma opção que garante que a TNK-BP poder comprar mais 10% das ações da HRT daqui a dois anos e meio, o que permitirá que ela se torne operadora do negócio.

    Esta negociação chama atenção, principalmente por dois motivos distintos: se trata de uma área de exploração de petróleo em terra, que não envolve as áreas do pré-sal e também porque faz com que a empresa brasileira, com pouco tempo de existência, ganhe um parçeiro que tem experiência na área de exploração, o que pode refletir em redução dos custos com aprendizagem, além de agilizar o processo de prospecção. 

    Ademais, esta parceria confirma um fenômeno que recentemente vem se mostrando cada vez mais frequente: a participação de empresas estrangeiras no setor de petróleo e gás brasileiro, no qual a Petrobras detém participação fundamental. Desta forma, com mais players no mercado, a produção de petróleo e gás tende a se dinamizar de forma mais intensa, permitindo que ambos elevem sua importância relativa no Brasil.


    Foi anunciada a criação da companhia Raízen fruto da joint-venture entre a brasileira Cosan e da anglo-holandesa Shell. A nova empresa contará com 23 usinas, heranças da Cosan, devendo se tornar a quinta maior companhia de energia do Brasil com valor aproximado de R$ 20 bilhões e faturamento estimado em R$ 50 bilhões.

     A capacidade de moagem atual do grupo é de 62 milhões de toneladas mas já foi aprovado um plano que pretende, dentro de 5 anos, ampliar a produção para 100 milhões de toneladas. A partir desta estratégia, a produção de etanol do grupo deverá se elevar dos 2,2 bilhões de litros atuais para 5 bilhões, uma tentativa de aumentar a penetração do etanol de cana-de-açúcar em mercados como Ásia e Europa. Além do aumento na produção do combustível, pretende-se aumentar a geração de energia dos atuais 900 megawatts para 1300 megawatts e a produção de açúcar deverá expandir de 4 milhões de toneladas para 6 milhões nestes cinco anos.

     A forte penetração da Shell no mercado internacional, principalmente no mercado asiático e europeu, aumenta as expectativas de expansão nas vendas de etanol derivado da cana-de-açúcar nestes mercados; além  disto as constantes pressões ambientais para uso de combustíveis renováveis poderão significar o crescimento do setor sucroalcooleiro em geral e deste grupo em particular.

     


    A Petrobras anunciou a compra de 30% da Refap (quinta maior refinaria nacional) nesta quarta feira (15/12). A estatal pagará R$ 350 milhões à Repsol (controlodarora da Refap) pelo negócio e assumirá mais de R$ 500 milhões em dívidas da refinaria. A empresa controlada pelo Governo projeta ainda alguns investimentos na refinaria que foram relegados pela empresa espamhola no passado.

    O negócio permitirá a Petrobrás a manutenção do processo de verticalização de sua cadeia produtiva, aproveitando vantagens geográficas estratégicas para produção, refino e distribuição de petróleo e seus subprodutos, algo que algumas de suas principais concorrentes internacionais são meno eficientes. Tal estrategia pode levar a estatal a controlar melhor seus custos e aumentar sua competitividade na distribuição de derivados de petróleo advindos do pré-sal.

    Se tratando de uma commodity altamente negociada no mercado internacional, o petróleo pode apresentar grande volatilidade em seu preço. Isto implica em oscilações nos ciclos de lucros das empresas do setor. Dado que a estatal brasileira é tomadora de preços, a verticalização de sua cadeia produtiva pode trazer ganhos substanciais, elevando ainda mais sua representatividade na fatia de distribuição.

     


    A ANP anunciou nesta sexta feira (29) que o volume estimado de reservas petrolíferas do poço Libra, na camada do pré-sal localizada na bacia de Santos, pode conter entre 3,7 bilhões a 15 bilhões de barris, sendo que a expectativa mais provável é algo em torno de 15 bilhões. Tal número esta em linha com as estimativas realizadas pela consultoria internacional Gaffney, Cline & Associates a pedido da ANP, que indicou potencial entre 7,9 bilhões e 16 bilhões de barris. Tupi, até então a maior reserva brasileira, possui algo em torno de 7 bilhões de barris estimados. Já o poço de Franco, a terceira maior jazida, localizada na mesma região da descoberta atual, tem estimativas que contabilizam 4,5 bilhões segundo a ANP. Atualmente, as reservas comprovadas no país estão em torno de 14 bilhões de barris, ou seja, praticamente o mesmo volume estimado para o campo de Libra.

     O poço está localizado a 183 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, em uma profundidade de 1,9 mil metros. Até o momento, a profundidade atingida no poço em Libra é de 5,4 mil metros, sendo que a profundidade final prevista gira em torno de 6,5 mil metros, devendo ser alcançada no início de dezembro. Esta nova descoberta está em uma área pertencente à União a qual deve continuar sendo propriedade do Estado segundo o novo marco regulatório, elaborado pelo governo e em tramitação no Congresso. Segundo expectativas do mercado o prospecto de Libra deve ir a leilão no próximo ano para ser explorado sob o regime de partilha, no qual as empresas atuam como prestadoras de serviço para a União. Portanto, a Petrobras será a operadora única do bloco, de acordo com o novo modelo, em parceria com outras companhias que venham a vencer o leilão.

     Tal descoberta faz com que o Brasil se posicione de forma diferenciada entre os países produtores de petróleo ao redor do mundo, ou seja, ele esta se tornando uma potência em ascensão, principalmente quando se trata das perspectivas exploratórias. Enquanto muitos países buscam desenvolver tecnologias que permitam aumentar a longevidade de poços já explorados, como é o caso do México que vê suas reservas se dilapidando ano após ano, o Brasil possui um potencial que começa a ser explorado de forma mais eficiente nesta década.  Como é o caso do litoral do nordeste brasileiro, onde nesta mesma semana foi realizada a perfuração do primeiro poço em águas ultraprofundas da Bacia de Sergipe-Alagoas e esta identificou a presença de petróleo de qualidade semelhante ao das águas profundas da Bacia de Campos.

     


    Após a aprovação pelo senado da lei que permitirá a capitalização da Petrobras, sancionada pelo Presidente no dia 30 de junho, foi encaminhada ontem, pelo Senado à sanção presidencial, a segunda proposta do marco regulatório da exploração do petróleo na camada pré-sal, ou seja, a que cria uma nova empresa pública para gerir os contratos de partilha de produção a Pré-Sal Petróleo S/A (PP-AS), o outro nome que vinha sendo cogitado pelo Governo (Petro-Sal) não pode ser utilizado devido ao fato de que já vinha sendo utilizado por uma empresa maranhense.

    Será responsabilidade da nova estatal administrar os contratos de partilha de produção negociados pelo Ministério de Minas e Energia, além da gestão dos contratos para comercialização de petróleo e gás da União. É bom ressaltar que o sistema de exploração (partilha) ainda inexiste, pois o projeto de lei que cria este novo modelo em substituição ao contrato de concessão adotado atualmente na exploração do petróleo deverá ser votado pela após as eleições. O governo planeja que a nova estatal seja pequena, com poucos funcionários. Seus conselheiros terão mandato fixo e os diretores terão que passar por período de quarentena ao deixar a empresa.  


    A Petrobrás anunciou na última terça-feira, 22 de junho, o seu novo plano estratégico de investimentos, que agora será de US$ 224 bilhões para o período de 2010 a 2014, sendo deste total US$ 212,3 bilhões no Brasil. Em seu plano anterior, a empresa havia anunciado o valor de US$ 174,4 bilhões. É importante ressaltar que as novas intenções contemplam uma necessidade de capitalização.

    Neste novo plano foram engavetados as pretensões de aquisição de novas refinarias, além de um corte de US$ 5 bilhões na área internacional, onde os investimentos caíram de US$ 16 bilhões para US$ 11 bilhões. Além disso, segundo Jorge Zelada, diretor da área internacional da empresa, a companhia pretende se desfazer de áreas no exterior através da venda de sua participação acionária.

    Por outro lado alguns investimentos foram ampliados, como os referentes à exploração e produção de petróleo e gás (US$ 118 bilhões), de gás e energia (US$17,8 bilhões) podendo incluir novas termelétricas e fábricas de amônia e uréia além de refino (US$ 73,6 bilhões). Dos US$ 118 bilhões previstos para as áreas de exploração e produção, US$ 30,9 bilhões serão destinados ao pré-sal e US$ 77,3 bilhões para as áreas no pós-sal onde já tem concessões em produção, como em Roncador e Mirim. Além disso, dentre os novos projetos, estão ocorrendo vários testes de longa duração para o pré-sal, incluindo pilotos de Guará e Tupi Nordeste.


    A Shell e a Cosan anunciaram nesta segunda feira (01/02) a assinatura de um memorando de entendimento não vinculante com o objetivo de criar uma joint venture no valor de aproximadamente US$ 12 bilhões no Brasil, para a produção de etanol, açúcar e energia, e suprimento, distribuição e comercialização de combustíveis. Pelo acordo anunciado, o valor dos ativos a serem transferidos pela Cosan à associação somam US$ 4,925. A companhia ainda vai incorporar dívidas líquidas de cerca de US$ 2,524 bilhões. Enquanto isso, a Shell vai fazer, em até dois anos, um aporte em dinheiro na joint-venture de cerca de US$ 1,625 bilhão e valor contingente estimado em 300 milhões de dólares ao longo de cinco anos, a título de contribuição adicional baseada em ganhos futuros da estrutura conjugada.

    O acordo também poderá fortalecer as perspectivas de crescimento e a posição da joint venture nos mercados de combustíveis (varejo e industrial) no Brasil. Com uma rede de cerca de 4.500 postos de serviço e volumes totais de cerca de 17 bilhões de litros anuais, a empresa será uma das  líderes na distribuição de combustíveis do país. O negócio permitirá que a empresa brasileira assuma posição de terceira maior distribuidora do país e abrirá perspectivas de expansão das exportações e projetos de desenvolvimento do etanol celulósico. Além disso, esta união aumentará a pressão sobre a liderança histórica da BR Distribuidora em pelo menos um dos segmentos da distribuição de combustíveis, o de etanol. A BR tem 32,5% do total, contra 29,2% da nova companhia. A BR já é seguida de perto pelas duas bandeiras do grupo Ultra (Texaco e Ipiranga), que somadas tem 29,6% do segmento de etanol.

    O negócio segue a tendência de crescimento de investimentos estrangeiros na indústria de biocombustíveis do Brasil. Em 2008, a britânica BP adquiriu uma fatia de 50% na Tropical Bioenergia. A Bunge fez acordo em dezembro do ano passado para comprar a Moema, por US$ 452 milhões, enquanto em meados de 2009 a francesa Louis Dreyfus ampliou sua participação no setor ao assumir a Santelisa Vale.


    A Petrobras anunciou dia 06/03 que sua produção diária de petróleo no Brasil bateu um novo recorde dois dias antes, quando foram extraídos 2.012.654 barris, superando em 12.420 barris a marca anterior, que havia sido registrada no dia 25 de dezembro de 2007.
     Segundo o comunicado divulgado pela empresa, a principal responsável pelo novo recorde é a entrada em operação de três novas plataformas localizadas na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro (P-51, P-53 e Cidade de Niterói). Ainda de acordo com a petrolífera, o "bom desempenho" de outras duas plataformas - P-52 e P-54 -, ambas instaladas no campo de Roncador, em Campos, também contribuíram com o resultado.
    A empresa busca a consolidação do patamar acima de 2 milhões de barris por dia para reduzir a dependência do país na necessidade da importação de óleo leve e futuramente ser um exportador de derivados de petróleo.


    A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) anunciou oficialmente um corte de 2,2 milhões de barris por dia (mbd) em sua produção, ao término de uma reunião realizada na Argélia, dia 17/12.
    Esta redução passará a vigorar a partir do dia 1º de janeiro de 2009. Com o corte, a oferta total foi reduzida em 4,2 milhões de barris diários desde setembro, levando em conta os dois cortes anteriores de 2 mbd. A nova cota oficial da Opep, que fornece mais de 40% da produção mundial, passa então a ser de 24,845 mbd.
    Preocupada com a demanda petroleira em queda livre, causada pela crise econômica mundial – que fez com que os preços despencassem mais de 70% em relação a seu recorde, registrado em julho –, a Opep convidou para a reunião na Argélia outros produtores que não integram o cartel (Rússia, Azerbaijão, Omã e Síria) para coordenar posições.
    A Rússia, que disputa com a Arábia Saudita o lugar de maior produtor mundial de petróleo, prometeu um corte de 320.000 b/d em suas exportações caso a situação não melhore. Em novembro, Moscou já havia anunciado uma redução de 350.000 b/d.
    A Opep já avisou, após o corte, que estava decidida a cortar sua produção de petróleo até conseguir que os preços se estabilizem.


    Dia 18/12 foi realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a 10ª Rodada de Licitações de blocos de petróleo e gás natural, sendo vendidos 54 blocos dos 130 ofertados. O total arrecadado foi de R$ 89,4 milhões, o segundo menor volume de recursos já obtido nos leilões anuais realizados desde 1999.
    Esta foi a primeira vez que a ANP colocou apenas
    blocos em terra à venda. Petrobras e Shell foram as únicas representantes das grandes produtoras de petróleo no leilão. Dos 28 blocos que a Petrobras disputou, a empresa levou 27. A estatal levou 27 dos 54 blocos vendidos no leilão.
    De acordo com a ANP, após assinados os contratos com as empresas vencedoras do leilão, o número de concessionários no setor de petróleo e gás no Brasil subirá de 72 para 77, já que cinco empresas estrearam na 10ª rodada: Agemo, Cemig, Codemig, Sipet e a colombiana IST.


    Dia 21/11 a Petrobras anunciou que a perfuração de dois novos poços na camada do pré-sal no litoral do Espírito Santo comprovou uma "expressiva descoberta" de petróleo do tipo leve (de melhor qualidade) na área chamada de Parque das Baleias, na parte norte da Bacia de Campos.
    A empresa estimou as reservas descobertas entre 1,5 e 2 bilhões de barris de óleo equivalente. Os poços foram perfurados a cerca de 80 km da costa e a cerca de 5 km do poço 1-ESS-103A, que já produz com alta vazão desde setembro. Ainda segundo a Petrobras, as reservas se encontram abaixo dos campos de óleo pesado de Baleia Franca, Baleia Azul e Jubarte, sob uma camada de sal de até 700 metros e em lâminas d' água de 1.348 e 1.426 metros.
    As reservas da chamada área do Parque das Baleias já totalizam 3,5 bilhões de barris de óleo equivalente, incluindo as descobertas anunciadas, segundo os cálculos da própria Petrobras. Ao todo, sem considerar o pré-sal, as reservas conhecidas atualmente no Brasil somam cerca de 14 bilhões de barris de petróleo e gás.
    Vários campos e poços de petróleo já foram descobertos no pré-sal, entre eles o de Tupi, que é considerado o principal, e outros, como Guará, Bem-Te-Vi, Carioca, Júpiter e Iara. Os campos de Tupi e Iara têm reservas dimensionadas entre 7 bilhões a 12 bilhões de barris, capazes de triplicar as atuais reservas do país.


    Os ministros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiram dia 24/10 reduzir a produção do cartel em 1,5 milhão de barris diários. 
    A produção total da Opep passará a ser de 27,3 milhões de barris por dia a partir do dia 1º de novembro.
    O corte foi uma resposta à queda de preços do combustível verificada nas últimas semanas. Em junho, o barril havia chegado à casa dos US$ 140, e em meados de outubro estava abaixo dos US$ 70.
    Três fatores interligados contribuiram para a queda verificada do preço do petróleo: (1) redução da forte especulação que havia anteriormente, que fez os preços atingirem um pico em julho, (2) a crise financeira global e o medo de recessão, fazendo com que a demanda pelo produto fique menor e (3) a valorização do Dólar, que automaticamente deixa o preço do barril menor por este ser cotado na moeda americana.
    A Opep espera que o volume que deixará de ser produzido interrompa o movimento de queda dos preços. A próxima reunião do grupo será em dezembro.


    O presidente Lula inaugurou dia 7 de outubro, em Angra dos Reis (RJ), a plataforma semi-submersível P-51, da Petrobras – primeira do tipo construída integralmente no Brasil. A unidade de produção, que tem capacidade para produzir 180 mil barris de petróleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás por dia, será instalada no campo de Marlim Sul, na bacia de Campos (RJ). Quando atingir sua plena capacidade operacional, o que deve ocorrer em 2009, a plataforma será responsável por cerca de 8% da produção nacional de petróleo.
    Com mais de 75% de conteúdo nacional, a unidade custou US$ 1 bilhão, 25% a mais que o orçamento original, de US$ 800 milhões. O aumento foi conseqüência da elevação do preço do aço no mercado internacional e da queda da cotação do Dólar, segundo a Petrobras. A P-51 está prevista no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e é parte fundamental do plano de consolidação do país como produtor auto-suficiente de petróleo.


    Na quarta-feira da semana passada (10/09), a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu que iria cortar a produção total do grupo em 520 mil barris diários.
    Segundo o cartel, o mercado de petróleo está bem abastecido e os estoques se encontram em níveis confortáveis em termos de cobrir a demanda futura. Na nota distribuída, a Opep chamou atenção para o fato de os preços do petróleo recuarem significativamente nas últimas semanas, em razão da debilidade econômica mundial e de um abrandamento no crescimento da demanda por petróleo. Citou ainda a oferta maior de óleo cru, o fortalecimento do Dólar e a redução das tensões geopolíticas.
    A cota total de produção dos países pertencentes à Opep, ajustada para incluir Angola e Equador e descontando Indonésia e Iraque, passou a totalizar cerca de 28,8 milhões de barris diários. Anteriormente, esse nível estava acima dos 29 milhões de barris.
    No mesmo dia, a Petrobras anunciou que estimou reservas recuperáveis entre 3 bilhões e 4 bilhões de barris de petróleo leve e gás natural na acumulação denominada Iara, dentro do bloco BM-S-11, em águas ultraprofundas na Bacia de Santos. O bloco BM-S-11 tem participação de 65% da Petrobras, 25% do BG Group e de 10% da Galp Energia e é o mesmo onde já se descobriu Tupi, com reservas recuperáveis estimadas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo e gás natural.
    Se comprovadas as reservas em seus níveis máximos, Tupi e Iara elevariam em aproximadamente 85% as jazidas de petróleo provadas da Petrobras, que estavam em 14 bilhões de barris de óleo equivalente ao final de 2007. A expectativa de exploração do campo de Iara é de um a dois anos e a descoberta fez com que as ações da empresa tivessem alta de 9,5% no pregão do dia seguinte.


    A Petrobras iniciou semana passada (dia 1º de setembro) a produção do primeiro óleo da camada pré-sal, no campo de Jubarte, na Bacia de Campos (litoral sul do Espírito Santo). De acordo com a empresa, o potencial de produção do primeiro poço é de 18 mil barris por dia e seu desenvolvimento tem como principal finalidade ampliar o conhecimento sobre as reservas do pré-sal no Estado capixaba e em outros pontos do litoral brasileiro.
    A produção começa com um Teste de Longa Duração (TLD), com o objetivo de observar e analisar as condições do óleo do pré-sal, tanto no reservatório quanto na unidade de processo da plataforma, teste esse que deve durar de seis meses a um ano.
    A Petrobras, nos últimos dois anos, investiu aproximadamente R$ 1,7 bilhão na perfuração de 15 poços que atingiram as camadas pré-sal; oito já foram testados e indicaram presença de petróleo leve de alto valor comercial e grande quantidade de gás natural associado, mas os poços ainda não tiveram declarada a comercialidade, pois estão em fase de avaliação.


    A semana que passou foi marcada pelo aumento das discussões em torno das receitas geradas pelo petróleo que será extraído da camada pré-sal. Inicialmente, haviam rumores de que o governo criaria uma nova estatal para cuidar apenas das reservas de petróleo da região, ainda não leiloadas. Os recursos da extração futura do petróleo seria direcionado para combater a pobreza e investir em educação.
    Porém, o presidente Lula, posteriormente, negou que já existia a definição sobre a criação da nova estatal que vai ser responsável por gerir os recursos provenientes da exploração do petróleo da região pré-sal. Segundo o presidente, o que existe é uma discussão de um conselho interministerial sobre o que fazer com estes recursos.
    Outro assunto com relação ao petróleo do pré-sal que entrou em pauta foi a distribuição de royalties pelos Estados. Preocupados com a arrecadação, governadores dos três maiores Estados brasileiros produtores de petróleo (Rio de Janeiro, Espírito Santo e Sergipe) defenderam a manutenção das atuais regras sobre a distribuição e pagamento dos royalties no país, mas sugeriram uma elevação na Participação Especial (PE) para aumentar a arrecadação. Os governadores disseram que estavam abertos à discussão sobre o modelo ideal para a monetização da nova fronteira petrolífera brasileira, mas defendem algumas mudanças na legislação atual. Eles sugerem um aumento da participação especial paga por campos com alta produção.
    A discussão se formou porque alguns integrantes do governo defendem que os royalties do petróleo sejam distribuídos para um maior número de municípios e não fiquem restritos às cidades afetadas pela produção de óleo.
     


    A Petrobras comunicou semana passada a descoberta de uma nova acumulação de óleo leve na camada pré-sal da Bacia de Santos. Conforme a companhia, a descoberta se deu no bloco BM-S-11 e revelou uma jazida de óleo com densidade em torno de 30ºAPI. Isso é importante porque o Brasil importa óleo leve, de melhor qualidade, e exporta o pesado, por conta da limitada capacidade de refino do país.
    O consórcio de exploração tem a participação da Petrobras (65%) da BG Group (25%) e da Galp Energia (10%). A nova jazida está localizada no poço batizado de Iara, em uma área exploratória menor do bloco original. Na área maior foi encontrada a acumulação chamada de Tupi, notificada em 11 de julho de 2006. O poço ainda encontra-se em perfuração.
    Após a conclusão do poço, o consórcio dará continuidade às atividades e investimentos necessários para a verificação das dimensões da jazida e das características dos reservatórios de petróleo, cujo resultados devem estar prontos em 2009.
     


    Com a divulgação dos dados do segmento de petróleo semana passada pela ANP, verificou-se um aumento de cerca de 630% no déficit da balança comercial do setor, de janeiro a abril. O resultado negativo de US$ 2,75 bilhões superou o déficit de todo o ano passado, que foi de US$ 2,33 bilhões.
    Alguns motivos para esse forte aumento foram relacionados ao crescimento econômico do país, que expandiu-se 5,8% no primeiro trimestre, em comparação ao mesmo período de 2007. Isso fez com que o consumo de diesel para caminhões crescesse. Além disso, houve aumento do uso do óleo para o acionamento das termelétricas no início do ano, época em que o nível dos reservatórios se encontraram baixos.
    O aumento pequeno da produção de petróleo (+2,1% no quadrimestre) e a expansão do preço internacional do barril no período também foram fatores importantes para explicar os números desfavoráveis na balança comercial, que devem continuar nessa tendência, uma vez que os investimentos em capacidade de refino demoram algum tempo para maturar.

    As ações da OGX, braço de petróleo e gás da holding EBX, fizeram sua estréia na sexta-feira passada (13/06) na Bovespa. A empresa conseguiu levantar R$ 6,71 bilhões de reais na oferta pública de ações, o maior IPO da história do país, mesmo sem a empresa ter dado início às suas atividades de produção, previstas para 2011.
    A OGX ficou em evidência no final do ano passado quando a empresa se destacou no leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP), onde fez 23 lances e saiu vitorioso em 21, sendo em 14 deles sem parceiros. Pelas concessões, a OGX pagaria o bônus de US$ 1,471 bilhão.
    Ainda com relação ao segmento de petróleo, a Petrobras informou quinta-feira (12/06) que encontrou óleo leve em uma nova jazida, chamada de Guará, em águas ultraprofundas, na Bacia de Santos, com densidade em torno de 28 graus API nos reservatórios do pré-sal. O bloco BM-S-9, composto por duas áreas exploratórias, é formado por um consórcio entre a estatal brasileira (45%), BG Group (30%) e Repsol YPF (25%). Nos próximos dias, a companhia vai divulgar as projeções de dimensões da jazida.

    Na semana passada, o barril de petróleo de West Texas Intermediate (designação do "light sweet crude" negociado nos EUA) e o Brent negociado em Londres, ultrapassaram a barreira dos US$ 130. No primeiro dia útil do ano de 2008, ambos estavam cotados em US$ 99,6 e US$ 97,8 respectivamente.
    A escalada do preço do óleo, motivada principalmente por conta da forte demanda mundial, da queda dos estoques americanos, da desvalorização do Dólar e de movimentos de especulação, está fazendo com que os custos de diversos setores produtivos se elevem.
    Além disso, a atual crise dos alimentos também tem fatores relacionados ao petróleo, uma vez que os fertilizantes e pesticidas usados em lavouras são derivados do óleo. Não há indícios de que o preço se arrefeça dos próximos meses, uma vez que a Opep, em comunicado vinculado na semana passada, disse que não alterará sua produção.
     


    Na segunda-feira, dia 14/04, o presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP) divulgou que o campo chamado Carioca, na Bacia de Campos, a cerca de 300 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, poderia conter uma reserva em torno de 33 bilhões de barris. Segundo ele, o novo campo teria até cinco vezes mais petróleo do que o estimado para Tupi (de 5 bilhões a 8 bilhões de barris de óleo equivalente). Anunciado em novembro, Tupi é até então o maior campo já achado no país.
    Seria a maior descoberta feita no planeta nos últimos trinta anos, e atualmente acabaria sendo o terceiro maior campo de petróleo do mundo, colocando o Brasil entre os 10 países com maiores reservas.
    O anúncio fez com que as ações da Petrobras e das empresas envolvidas no consórcio de exploração do campo, disparassem nas Bolsas em todo mundo. Estima-se que o valor das companhias tenha subido US$ 20 bilhões.
    Posteriormente, na quinta-feira (17/04), o presidente da Petrobras reiterou que não tem condições de confirmar o volume da reserva de petróleo anunciada, já que ainda estavam em processo de perfuração. A empresa acredita que dentro de 3 meses poderá ter um parecer sobre o potencial do campo.


    A Petrobras anunciou no início do mês de março que registrou lucro líquido de R$ 21,5 bilhões em 2007, valor 17,0% inferior ao lucro de 2006 (que havia sido de R$ 25,9 bilhões). Foi a primeira queda no lucro da empresa desde 2003. Considerados os resultados do quatro trimestre de 2007, houve queda de 8,6% no lucro. O resultado de outubro a dezembro foi positivo em R$ 5,05 bilhões, contra R$ 5,53 bilhões do mesmo período do ano anterior.
    De acordo com seu balanço financeiro, o aumento dos custos para exploração e produção de petróleo tiveram impacto negativo no desempenho da companhia. Além disso, a reestruturação do fundo Petros e o aumento dos custos operacionais, como os custos com pessoal, também contribuíram para o resultado. O Real valorizado afetou os negócios internacionais da Petrobras, informou o comunicado aos acionistas.
    O aumento dos preços do petróleo, especialmente no quarto trimestre de 2007, também contribuiu para o resultado negativo, já que a Petrobras não repassou internamente a escalada dos preços da commodity, esperando um tempo maior para que haja um arcabouço sólido que justifique a magnitude do repasse. Assim, se o petróleo permanecer no patamar acima dos US$ 90, a empresa provavelmente terá que rever os preços que cobra atualmente no país.

    A Petrobras descobriu óleo leve em um poço no bloco BM-S-21, em águas profundas na camada de pré-sal na Bacia de Santos, anunciado dia 20/12. A companhia detém 80% do bloco, em sociedade com a portuguesa Galp Energia. O poço 1-BRSA-526-SPS está localizado a 280 quilômetros da costa do Estado de São Paulo, em lâmina d'água de 2.234 metros e com profundidade, a partir do leito marinho, de 5.350 metros. De acordo com nota divulgada pela Petrobras, o consórcio dará continuidade às atividades e investimentos necessários para a verificação das dimensões da jazida e das características dos reservatórios de petróleo, e está elaborando o Plano de Avaliação de Descoberta para ser encaminhado à Agência Nacional do Petróleo (ANP).
    A descoberta é mais um indício de que a área do pré-sal - reservatórios de óleo leve que ficam abaixo de uma camada de sal existente alguns quilômetros abaixo do leito do mar - pode conter uma grande reserva de petróleo de alta qualidade. A magnitude da descoberta deverá ser detalhada à Agência Nacional de Petróleo nos próximos meses. O óleo leve é de melhor qualidade, por conta da facilidade do refino.
    A descoberta do campo reforça a tese de, futuramente, o país ser um importante exportador mundial de petróleo.