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    O Centro Universitário das Faculdade Metropolitanas Unidas, ou como è comumente conhecida, FMU, entrou com pedido de recuperação judicial, por conta de uma dívida de R$ 116,4 milhões. As receitas da instituição de ensino chegam a cerca de R$ 300 milhões por ano.

    No cerne dessa recuperação está uma crise milionária entre a família fundadora (Alves Silva) e a atual gestora do grupo estadunidense Farallon, que gere a instituição desde 2021 (quando a Ânima vendeu suas ações ao grupo, evitando uma investigação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE).

    A família fundadora já obteve, na justiça, uma penhora de R$ 7 milhões. Além disso, outros títulos estão sendo cobrados, referentes a passivos de 2023. Tais passivos correspondem a contratos de locação firmados em 2014, quando a instituição era administrada pela Laureate Brasil.

    Segundo a FMU, a pandemia é o principal fator para o passivo de R$ 116,4 milhões, período em que uma parcela expressiva dos alunos trancou suas matrículas ou se transferiu para cursos à distância, nos quais as mensalidades chegam a ser três vezes menores que no presencial.

    Além disso, a pandemia gerou um cenário adverso para o setor educacional brasileiro nos últimos anos, com uma evolução da inadimplência, crescimento da evasão escolar e queda no número de matrículas presenciais em várias instituições. Deste modo, a instituição decidiu que a recuperação judicial seria o melhor recurso para readequar sua estrutura de capital e ajustar seus planos de crescimento.

    Especialista do Setor Jaime Charles


    Dados do relatório de reclamações do Banco Central, divulgados na manhã desta sexta-feira (24), aponta que o Nubank atingiu a marca de 100,7 milhões de clientes, ultrapassando o Itaú em 2,2 milhões clientes. Assim, tornando-se o terceiro maior banco do país em número de correntista, um número 2,3% superior ao Itaú, que segundo o relatório, possui 98.503.297 clientes.

    Em junho de 2023, o banco digital já havia ultrapassado Banco do Brasil que até então era o 4º maior banco do país em número de clientes, com base nessa mesma métrica. Agora, o Nubank está atrás apenas da Caixa Econômica, que possui cerca de 154,16 milhões de clientes, e do Bradesco, que tem aproximadamente 109,11 milhões de clientes.

    Ainda de acordo com o relatório, o Nubank se desta como o banco com menor número de reclamações por milhão de usuários, seguido pela Ame Digital, Caixa Econômica e o Neon.  Na outra ponta desta lista, as instituições que tiveram o maior número de reclamações foram o PagBank e PagSeguro, Inter e C6 Bank.

    O banco digital vem se destacando no mercado nacional e internacional, em pouco mais de uma década de operação. Recentemente, a instituição divulgou que atingiu a marca de 10 milhões de clientes no México e 3 milhões na Colômbia, além da aquisição de uma participação na fintech sul-africano Tyme Group, que atua na África do Sul e nas Filipinas, tendo mais de 15 milhões de usuários.

    Além disso, informações publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo e posteriormente, confirmadas pelo CEO do banco, David Vélez, no Fórum Econômico em Davos, na Suiça, de que o Nubank iniciará suas operações nos Estados Unidos como um banco Regional.

    Especialista do Setor Jaime William de Andrade Charles

     

     

     


    O debate sobre a regularização das apostas esportivas ("bets") e o posicionamento do Banco Central do Brasil em setembro de 2024 é um tema delicado, especialmente quando se leva em conta a trajetória recente desse mercado no país. A liberalização das apostas online realmente ganhou força durante a pandemia, com o aumento do interesse e da adesão a essas plataformas, sem regulamentação ou fiscalização clara. Por exemplo, o marco regulatório das apostas esportivas no Brasil foi sancionado em dezembro de 2018, com a Lei nº 13.756/2018. Essa lei permitiu a exploração de apostas de quota fixa (ou seja, apostas em eventos esportivos, como o futebol) de forma legal no país, mas dependia da regulamentação por parte do governo para que pudesse ser implementada de forma completa. A regulamentação em si avançou de forma lenta, e foi apenas em julho de 2023 que o governo federal, sob a gestão do presidente Lula, publicou a Medida Provisória nº 1.182/2023, que trouxe regras mais claras para o setor, incluindo a criação de impostos sobre as apostas, exigências de licenciamento para as empresas e medidas de proteção para os jogadores.

    O Banco Central tem estado preocupado com os efeitos macroeconômicos dessa atividade não regulada, especialmente na estabilidade do sistema financeiro. Proteger a população contra os efeitos negativos das apostas excessivas também pode ser um fator importante. Além disso, o mercado de crédito no Brasil tem sofrido, e um aumento nos níveis de inadimplência, causado pelo endividamento irresponsável, pode criar mais pressão sobre os bancos.

    Se por um lado podem ocorrer consequências sobre o próprio comercio varejista devido à disponibilização de menos recursos pela população endividada, por outro, decisões regulatórias como essa não são amplamente compreendidas pelo público, e as motivações reais podem passar despercebidas, especialmente quando os argumentos são apresentados como uma medida de proteção ao consumidor ou estabilização econômica. É provável que o foco da comunicação oficial seja nos riscos das apostas para a população, como o endividamento, o vício e a vulnerabilidade de grupos mais expostos. Porém, se a iniciativa do Banco Central é uma resposta a pedidos dos grandes bancos que estão enfrentando problemas com inadimplência, o foco pode estar menos na saúde financeira dos indivíduos e mais na preservação dos lucros e da estabilidade dessas instituições. Além disso, as apostas esportivas, quando mal reguladas, podem criar um efeito de concentração de recursos em conglomerados que já controlam uma parcela significativa da economia.

     Especialista do Setor Alexandre Favaro Lucchesi

     


    Após um ano de vigência do Desenrola Brasil, pesquisadores da UFRJ apontaram vantagens e desvantagens do programa para clientes e instituições. O maior ponto de atenção, na visão da pesquisa, é em relação a quais progressos podem ser feitos no sentido de efetivar pagamentos, isto é, reverter a condição dos inadimplentes para que se tornem potenciais tomadores de crédito de boa qualidade, uma vez que o Desenrola encerra a negativação de clientes com passivos inferiores a R$ 100,00, muito embora a renegociação de R$ 35,6 bilhões de dívidas ainda representava 1% do saldo de operações de crédito a pessoas físicas de dezembro de 2023 (i.e. R$ 3,5 trilhões).

    Já a questão do rotativo ainda gera divergências com as empresas de pagamento, favoráveis às medidas do governo de limitar as dívidas de cartão de crédito ao dobro do montante original. Players como o Itaú entendem que o impacto do teto no rotativo do cartão de crédito será muito marginal nas taxas, pois “ninguém pagava mais de 100%, já que a taxa divulgada pelo Banco Central é anualizada e, por lei, o cliente só pode ficar 30 dias nessa linha”, conforme o presidente Milton Maluhy Filho.

    Por fim, as fraudes continuam assombrando o ambiente supervisionado pelo Banco Central. Foi informado que, entre setembro e março, um vazamento de 87.368 chaves Pix de clientes da Sumup Sociedade de Crédito Direto S.A. abrangeu informações de nome do usuário, Cadastro de Pessoa Física (CPF) com máscara, instituição de relacionamento, agência e número da conta. O vazamento ocorreu por causa de falhas pontuais em sistemas da instituição de pagamento, informou a autoridade monetária, destacando que a exposição ocorreu em dados que não afetam a movimentação de dinheiro. Dados protegidos pelo sigilo bancário, como saldos, senhas e extratos, não foram expostos. O setor financeiro continua entre os principais ramos da economia visados para ataques digitais contra a segurança de dados. Relatório do Netskope Threat Labs revela que os trojans bancários seguem como os mecanismos de ataque mais utilizados por hackers, assim como ransomware e download de outras cargas de malware.

     

     


    O mercado financeiro respondeu positivamente aos esforços do ministro da fazenda, Fernando Haddad, em levar adiante a meta de déficit primário zero em 2024. Numa pesquisa Genial/Quaest, que fez 101 entrevistas com fundos de investimento com sede no Rio e São Paulo entre os dias 14 e 19 de março, com público-alvo de gestores, economistas, analistas, tomadores de decisão do mercado financeiro, a maioria entende que ele está mais forte politicamente e comprometido com o combate à inflação, muito embora não haja maioria na crença em atingir tal meta. De uma maneira geral, a avaliação contrasta com a do presidente da República, Lula (PT), que seria responsável por um risco de intervencionismo.

    Nesse sentido, o governo tem tomado ações caras ao setor, como a retomada do consignado privado, praticamente relançando o produto, o que animou os bancos. A medida tem potencial para multiplicar em várias vezes os volumes atuais do consignado privado. Ainda assim, deve demorar alguns meses para que seja implementada e, seja como for, é complementar às linhas de antecipação do saque-aniversário do FGTS, e não substituta. A questão é que o consignado privado pode atender uma parte do público da antecipação de FGTS, porém com taxas mais altas, e dependerá de políticas de crédito conforme a instituição financeira. Quando se antecipa o FGTS ou ainda um empréstimo consignado no INSS, a operação independe de uma situação negativa do cliente junto à instituição, enquanto que na operação consignada privada isso já é um complicador. Por fim, o setor se mostra favorável a implantação do FGTS Digital para entrar no nicho de convênios de depósitos, o que ainda deve demorar alguns meses para ser ativado, por conta da prioridade dos bancos públicos no processo.

    Especialista do Setor Alexandre Favaro Lucchesi


    O ambiente de queda de juros no Brasil poderá sofrer mudanças com a sinalização pelo banco central americano, o Fed, de que a flexibilização monetária nos EUA pode ser mais rápida durante o ano de 2024. Somados ao ambiente de melhora da inflação corrente e desaceleração da economia brasileira, resultou-se na redução, por parte de importantes participantes do mercado local, de projeções para a taxa Selic ao fim do ciclo de afrouxamento monetário, muitos deles indicando menor patamar ao final do próximo ano.

    Já as negociações acerca das mudanças propostas nos juros sobre capital próprio (JCP) e no rotativo dos cartões de crédito ganharam novo capítulo no encontro do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com presidentes dos maiores bancos privados e a Febraban. O destino do mecanismo de distribuição de JCP está prestes a ser selado, pois a MP 1.185/23 (“das subvenções”) avançou no Congresso após o texto ser aprovado integralmente na Comissão Mista.

    Ao invés de extinguir o benefício fiscal, a proposta é estabelecer restrições para os valores que as empresas podem considerar para a base de cálculo dos juros sobre capital próprio. Não houve muitos avanços em relação ao rotativo, enquanto Haddad ficou de conversar sobre o assunto com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, antes da próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) no dia 21 de dezembro. O teto do rotativo previsto no Desenrola deve prevalecer por falta de consenso no setor, porque, perto do fim do prazo para apresentação de proposta que reduza a taxa, a chance de acordo entre bancos, empresas de "maquininhas" e varejistas é remota. O texto da lei estabelece limite de 100% do valor da dívida para cobrança de juros. As instituições financeiras insistem em mudanças no parcelado sem juros, como uma forma de compensação ao teto.

     

    Especialista do Setor Alexandre Favaro Lucchesi


    Com o avanço do Pix por sua facilidade, as Transferências via DOC (Documento de Ordem de Crédito) terminarão até 15 janeiro de 2024. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) estipulou um prazo que já está sendo antecipado por Itaú, Santander e Banco do Brasil. Bradesco e Caixa Econômica Federal decidiram abandonar o DOC seguindo o cronograma da Febraban. Na data limite, os clientes podem agendar as transações até 29 de fevereiro de 2024. Os bancos que vão suspender o DOC antecipadamente ainda podem receber esse tipo de transferência das instituições que ainda realizam a operação. Bancos nativos digitais, como C6 Bank e Original, nunca ofereceram o serviço, mas podem receber.
    Já o Drex será a primeira moeda virtual oficial do Brasil, extensão das tradicionais cédulas físicas de dinheiro, mas a ser transacionada exclusivamente no ambiente digital. Classificado como uma Central Bank Digital Currency (CBDC, Moeda Digital de Banco Central, na sigla em inglês), será emitido e ficará sob custódia do Banco Central. A cotação do Drex frente a outras moedas será a mesma do real hoje e sua distribuição para o público será intermediada pelos bancos. Dentre os objetivos estão a maior segurança jurídica e a maior privacidade no compartilhamento de dados pessoais. Inicialmente referida como Real Digital, a moeda digital brasileira, rebatizada em agosto de 2023, se propõe a ser uma forma de diminuir os custos de operações bancárias, como a emissão de papel-moeda, e de ampliar o contingente de pessoas no mercado financeiro. O foco são os “consumidores conectados ao mundo digital, por meio de uma infraestrutura que deverá integrar, pela primeira vez em um só lugar, tanto dinheiro quanto ativos financeiros, a exemplo de ações, debêntures, títulos públicos e até certificados de propriedade de imóveis e automóveis.
      
    Especialista do Setor  Alexandre Favaro Lucchesi


    A pandemia da COVID-19 causou uma reviravolta econômica sem precedentes em todo o mundo. Empresas de todos os setores enfrentaram desafios significativos, desde restrições de operação até mudanças nos hábitos de consumo dos clientes.

    Nesse cenário de recuperação, é crucial que as empresas estejam preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem. E uma ferramenta valiosa para essa preparação estratégica é a análise setorial.

    Compreender as tendências do mercado, as mudanças de comportamento do consumidor e as demandas emergentes torna-se essencial para se posicionar de forma inteligente e competitiva.

    Este texto explora a importância da análise setorial como uma poderosa aliada das empresas na retomada econômica, e como a análise setorial pode ajudar as organizações a identificar oportunidades, mitigar riscos e tomar decisões informadas que impulsionem seu crescimento.

    Prepare-se para desvendar os segredos por trás da análise setorial e descubra como essa ferramenta estratégica pode levar sua empresa a um novo patamar de sucesso.

     

    Entendendo a retomada da economia e o papel da Análise Setorial

     

    Após um período desafiador de incertezas e instabilidades, a retomada econômica pós-pandemia já se tornou uma realidade.

    No entanto, é importante compreender que o cenário econômico atual é marcado por mudanças significativas nos comportamentos de consumo, nas dinâmicas de mercado e nas demandas dos clientes.

    As empresas que desejam se destacar nesse novo contexto precisam adotar uma abordagem estratégica, antecipando-se às transformações do mercado e se adaptando rapidamente. É aqui que a análise setorial desempenha um papel fundamental.

    A análise setorial permite que as empresas compreendam em profundidade o panorama do seu setor de atuação. Ela vai além da análise macroeconômica geral e mergulha nas especificidades de cada segmento, identificando as principais tendências, desafios e oportunidades que surgem durante a retomada econômica.

    Ao entender os fatores-chave que impulsionam o crescimento do setor, as empresas podem ajustar suas estratégias, reposicionar seus produtos e serviços e se adaptar às novas demandas dos consumidores.

    Além disso, a análise setorial ajuda as empresas a avaliarem a competitividade do mercado, identificando os principais concorrentes e suas estratégias. Com base nessas informações, é possível desenvolver estratégias diferenciadas, encontrar nichos de mercado pouco explorados e conquistar uma vantagem competitiva.

    Em suma, a análise setorial permite que as empresas estejam à frente da curva, antecipando-se às mudanças do mercado e tomando decisões fundamentadas. Na próxima seção, exploraremos em detalhes como essa ferramenta valiosa pode ser aplicada de forma eficaz, fornecendo vantagens estratégicas e impulsionando o crescimento empresarial na retomada econômica pós-pandemia.

    A análise setorial desempenha um papel crucial na tomada de decisões estratégicas das empresas durante a retomada econômica pós-pandemia. Ela oferece uma visão aprofundada das tendências e mudanças que estão moldando o mercado, permitindo que as empresas compreendam o cenário em que estão inseridas e se posicionem de maneira estratégica.

     

    Benefícios da Análise Setorial para as empresas

     

    Ao adotar uma abordagem estratégica baseada na compreensão das tendências e mudanças do mercado, as empresas podem obter vantagens significativas. Vejamos alguns dos benefícios-chave da análise setorial:

     

    Identificação de oportunidades de crescimento: permite que as empresas identifiquem oportunidades emergentes e nichos de mercado pouco explorados – o que permite a possibilidade de direcionar seus recursos e esforços para o desenvolvimento de produtos ou serviços inovadores, atendendo às necessidades específicas dos clientes.

     

    Tomada de decisões informadas: Com acesso a dados e informações precisas sobre o setor, as empresas podem tomar decisões estratégicas fundamentadas, permitindo que empresas se adaptem rapidamente às mudanças do mercado.

     

     

    Vantagem competitiva: A análise setorial ajuda a identificar os pontos fortes e fracos dos concorrentes, bem como as lacunas no mercado que podem ser aproveitadas. Isso permite que as empresas se posicionem de forma única, atendendo às necessidades dos clientes de maneira mais eficaz do que seus concorrentes.

     

    Mitigação de riscos: auxilia na identificação de riscos e ameaças que podem afetar o desempenho das empresas. Ao antecipar esses desafios, as empresas podem desenvolver estratégias de mitigação adequadas e estar preparadas para enfrentar obstáculos.

     

    Aproveitamento das tendências de mercado: as empresas podem se adaptar de maneira proativa e capitalizar as oportunidades que surgem, ajustando-se rapidamente às mudanças nos comportamentos do consumidor, nas demandas de mercado e nas inovações tecnológicas.

     

    A análise setorial é uma ferramenta poderosa para as empresas que deseja estar sempre prontas aos desafios do seu mercado.

    Ao identificar oportunidades de crescimento, mitigar riscos, adaptar a estratégia de negócios e conquistar uma vantagem competitiva, as empresas estarão bem posicionadas para se destacar no mercado e alcançar o sucesso.

    Lembre-se de que a implementação da análise setorial requer uma coleta cuidadosa de dados, análises aprofundadas e monitoramento contínuo. Além disso, contar com especialistas nessa área, como a LAFIS, pode fornecer um apoio valioso na interpretação dos dados e na orientação estratégica.


    Considerando-se os recursos provenientes do crédito bancário e dos mercados de capitais, a captação líquida das empresas vem caindo há seis meses consecutivos e está no menor nível desde março de 2020, quando se iniciou o fechamento de comércio e foram interrompidas atividades presenciais na pandemia de coronavírus. A captação líquida foi de R$ 37,092 bilhões na média móvel de três meses, se comparada ao pico de setembro de 2022, a retração é de 84,1%. De acordo com o Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe (Cemec-Fipe), a retração se explica pela queda nas emissões de títulos no mercado local, mas os empréstimos de bancos estão no menor patamar desde 2016, quando o Brasil enfrentou recessão severa. As condições financeiras para empresas devem continuar difíceis nos próximos meses, pressionando os indicadores de inadimplência, e, até mesmo resultando em recuperação judicial para muitos casos. Ainda que o Banco Central (BC) sinalize redução de juros, os cortes provavelmente serão lentos e o efeito no nível de atividade, portanto, não será imediato. Em parte pelo efeito sazonal, de início do ano, em outra pelo “efeito Americanas”, o quadro de forma geral é bastante preocupante, pois os números indicam dificuldade das empresas para rolarem suas dívidas. 
    Empresas que haviam se recuperado após pedidos realizados entre 2015 e 2016 voltaram a estudar novamente essa possibilidade devido ao acúmulo de dívidas. Dados da Serasa Experian mostram que, em abril, foram 93 pedidos de recuperação judicial, alta de 43,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2023 já são 382 recuperações requeridas, uma expansão de 38,9%. Já as falências requeridas somam 346 neste ano, com expansão de 34,1%. Outros indicadores também têm trazido apreensão, como a demanda por crédito (queda de 20%a 25% no “Middle Market”) e de inadimplência (com o fim da carência dos programas federais Pronampe e FGI-Peac). As emissões de dívida caíram fortemente devido ao elevado patamar de juros para se contratar novos financiamentos. 
    Em linhas gerais, no mundo todo o período pandêmico exigiu dos governos providências para se manter o fluxo de renda de empresas e famílias, o que resultou na expansão monetária e permitiu uma competição agressiva por concessão de crédito entre maiores grupos de private equity, como Blackstone, Apollo e KKR nos EUA. Conforme são elevados os juros para se conter a inflação, a atividade econômica se contrai e reduz a tomada por crédito. Por outro lado, provedores dispostos a ter retornos com dívidas podem ter boas perspectivas, uma vez que estão escassas as fontes de recursos. No Brasil, a necessidade de se enfrentar os elevados custos do setor de crédito fez com que o ministro da Fazenda Fernando Haddad realizasse uma reunião com representantes de várias instituições financeiras para discutir soluções para as altas taxas juros rotativo do cartão de crédito, que atualmente estão em 417,4% ao ano, de acordo com o BC. Segundo Haddad, a discussão não é simples porque a indústria de cartões de crédito tem muitos atores envolvidos, incluindo bandeiras, maquininhas, bancos e lojistas. O presidente da Febraban Isaac Sidney afirmou que a entidade está disposta a trabalhar com o governo e o BC para encontrar soluções. Um grupo de trabalho será criado, sem prazo para a conclusão da análise.
      
    Especialista do Setor Alexandre Favaro Lucchesi


    O Brasil terminou 2022 com alta de 42% no número de fintechs de crédito, startups de tecnologia com foco na concessão de empréstimos, totalizando 105 empresas do tipo atuando no país, face a 74 no ano anterior. O segmento é regulamentado pelo Banco Central desde abril de 2018, o que permitiu a ampliação da concessão de crédito às pessoas físicas e empresas, seja para financiamento de veículos e capital de giro. A agilidade é o fator de mais destaque, pois conseguem realizar a análise de crédito e a liberação do empréstimo em menos de 24 horas, pagamento por WhatsApp e ativam inteligência artificial. Empresas iniciantes da área têm estruturas simplificadas ou menores, enquanto possuem um sistema de corporação consolidado há mais tempo no mercado. A regulamentação diferencia a categoria de crédito das companhias com outros focos, como instituições de pagamento e bancos múltiplos. E há expectativa de mais expansão, após a autorização para as fintechs de crédito também atuarem como iniciadoras de transação de pagamento, o que permite um caminho simplificado entre a compra de um serviço ou produto e o pagamento por crédito.

    Por outro lado, após três anos de crescimento muito forte durante a pandemia, superior a 15% ao ano, a concessão de crédito pelo sistema bancário deve desacelerar em 2023, para algo perto de 8%, em razão da alta da Selic e do aumento da inadimplência. Com a inflação persistente, o risco é de juros altos por mais tempo. Paralelamente, os calotes ainda devem crescer neste início de ano, mas a tendência é que se estabilizem no 2º semestre. Ainda não está claro como será a atuação dos bancos públicos, se deverão ou não elevar os desembolsos no novo governo.

    Dois fatos trouxeram turbulências ao setor financeiro nas últimas semanas. O pedido de recuperação judicial das Lojas Americanas envolve o relacionamento do grupo varejista com seus credores bancários, dentre os quais Bradesco e BTG, cujas manifestações públicas de desagravo à divulgação do passivo das Americanas resultou em apreensão nos mercados financeiros. No último dia 26 de janeiro, o Banco Central (BC) divulgou ter encontrado erros na construção da série histórica do fluxo cambial do País, o total de dólares que entram e saem. Antes da revisão, a instituição registrava uma entrada líquida de 9,574 bilhões de dólares em 2022. Depois, o montante virou saída líquida de 3,233 bilhões. As consequências da revisão dos dados obrigaram Fernando Rocha, chefe de estatística do BC, a um pedido de desculpas. 

    Especialista do Setor Alexandre Favaro Lucchesi


    Pesquisa Especial De Crédito da Febraban indica que o saldo total da carteira de crédito deverá mostrar novo crescimento no mês de agosto, coma alta estimada de 1% ante a julho. O avanço deve ser liderado pelo crédito direcionado com alta de 2,4%, distribuído entre pessoas físicas (2,9%) e jurídicas (1,5%), refletindo acomodação após o ciclo de alta da taxa de juros Selic.

    Cabe assinalar que o número de pessoas com contas atrasadas voltou a bater recorde no Brasil, de acordo com a Serasa Experian. Foram registrados 67,9 milhões de inadimplentes em agosto, maior cifra desde o início do levantamento, em 2016. A confluência de fatores como a elevada inflação dos preços do consumidor e os baixos rendimentos do trabalho assalariado explicam boa parte dessas dívidas, que acarretaram elevado número de negociações de num total de 2,8 milhões débitos em agosto, 22% a mais do que em julho, de forma que foi possível conter o crescimento das dívidas em atraso no país.

    No âmbito regulatório, o Projeto de Lei 4.188/21, que institui o Marco Legal das Garantias de Empréstimos, deve ser remetido ao Senado após aprovação na Câmara dos Deputados. Dentre as mudanças, estão normas que regulamentam empréstimos em instituições financeiras e os bens dados como garantia em caso da não quitação da dívida, criando Instituições Gestoras de Garantias para atuar com a gestão especializada dos bens dados como garantia de empréstimos. Além disso, a possibilidade de regulamentar o acesso ao crédito internacional anima médias e grandes empresas que buscam acesso utilizando garantias reais como área rural, industrial, comercial - tanto própria, como de terceiros.

    Especialista do Setor Alexandre Favaro Lucchesi


    O Pix, meio de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central do Brasil, é um verdadeiro sucesso de adesão da população brasileira, ajudando até mesmo no avanço da bancarização no país. Até maio deste ano já foram cadastrados 128,7 milhões de usuários e 454,5 milhões de chaves. Além da modalidade inicial de transferências eletrônicas instantâneas, o Banco Central segue modernizando e adaptando o Pix a fim de aumentar a competitividade no setor de meios de pagamentos digitais. Até o momento, novas funções já foram lançadas, como o Pix Saque e Pix Troco, que permite ao consumidor obter dinheiro em espécie diretamente com o lojista; e outras ainda serão divulgadas, como Pix Débito Automático, Pix Garantido, Pix Internacional, dentre outros.

    Porém, o crescimento exponencial do Pix gera também um potencial risco de golpes a partir desta modalidade. Mesmo com todas as medidas de segurança já tomadas pelo Banco Central, como limites menores para as operações noturnas, redução do limite pelo próprio cliente ou permitir transferências para contatos previamente cadastrados pelo usuário, as fraudes seguem ocorrendo. Dentre as mais observadas está a criação das chamadas “contas laranjas”, quando dados bancários de terceiros são utilizados para a movimentação de dinheiro.

    Uma medida sugerida pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é que o limite original para transações no Pix seja definido pelas próprias instituições financeiras, e não seguir a mesma regra da TED (Transferência Eletrônica Disponível), como é feito atualmente. Além disso, os bancos no Brasil investem constantemente em tecnologias para aumentar a segurança dos produtos. De acordo com a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, o orçamento total que as instituições financeiras pretendem destinar, em 2022, para a área de tecnologia deverá atingir R$ 35,5 bilhões, 18% acima do que foi investido em 2021. Os investimentos em treinamentos em segurança cibernética específicos para pessoas de TI cresceram 268% entre 2021 e 2022, assim como o número de pessoas treinadas para este fim (+28%), alcançando 6,9 mil profissionais.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    No início de março deste ano, o Banco Central (BC) anunciou a ampliação das exigências prudenciais para as instituições de pagamento (IPs), proporcionais ao porte e complexidade. Para isso, foram criadas três classificações: i) tipo 1: conglomerado prudencial liderado por instituição financeira; ii) tipo 2: conglomerado prudencial liderado por instituição de pagamento e não integrado por instituição financeira ou por outra instituição; e iii) tipo 3: conglomerado prudencial liderado por instituição de pagamento e integrado por instituição financeira ou outra instituição.
    A regulação prudencial tem como principal objetivo o gerenciamento de riscos e o requerimento mínimo de capital para minimizar os riscos decorrentes das instituições financeiras e suas atividades. Este gerenciamento impede, por exemplo, um efeito dominó no sistema financeiro no caso de falência de uma instituição financeira. Neste sentido, a nova regra da autoridade monetária implica que as instituições de pagamento maiores deverão ter mais capital para cobrir os possíveis riscos de suas atividades.
    Tal mudança fez-se necessária diante da diversificação dos serviços de pagamento em meio ao avanço tecnológico, o que envolveu a criação de subsidiárias financeiras e o surgimento de novos riscos não contemplados na antiga regra. Segundo o BC, a medida preserva a entrada facilitada para novos concorrentes e aumenta a competição no segmento de pagamentos, bem como a inclusão financeira.
    A notícia foi bem recebida pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que acredita em uma gradual implementação destas mudanças, respeitando a segmentação e o tipo de risco trazido por estas instituições. Por outro lado, a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) acredita que as novas regras prudenciais foram pesadas e, no longo prazo, podem criar barreiras para o crescimento de fintechs menores.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    No último dia 25 de novembro, o Governo Federal apresentou um projeto de lei aprimorar as regras de garantia no mercado de crédito nacional, denominado Novo Marco de Garantias. O projeto de lei ainda será encaminhado ao Congresso Nacional em caráter de urgência, e a expectativa é que seja aprovado em 2022.

    O principal ponto do projeto é a gestão especializada de garantias, realizado pelas Instituições Gestoras de Garantia (IGGs), que irão avaliar as garantias de pessoas físicas e jurídicas e, assim, definir o valor dos empréstimos. Tal avaliação permitirá uma menor assimetria de informações e, consequentemente, menores riscos às instituições financeiras, que poderão conceder empréstimos com taxas de juros mais baixas ao identificar bons pagadores e maiores garantias.

    De acordo com a Secretaria de Política Econômica, atualmente, quando uma pessoa compra uma casa ou um carro em alienação fiduciária, ela não tem a propriedade desse bem até a quitação do empréstimo. Com as IGGs, essa propriedade poderá ser transferida a ela e o bem utilizado como garantia em outras operações com outros bancos.

    A notícia foi bem recebida pelo setor bancário nacional que, representado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), avalia a geração de um bom ambiente de negócios com a nova medida, contribuindo para mitigar o risco de inadimplência e de perdas com as operações de crédito. Assim, mais famílias e empresas terão a oportunidade de oferecer garantias em suas operações de crédito e com isso ampliar a sua capacidade de tomar empréstimos e a taxas mais baixas.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    No último dia 29 de agosto, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal ameaçaram deixar a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Tal decisão se deu por conta de um manifesto elaborado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e assinado pela Febraban com um pedido de harmonia entre os três Poderes, e que ainda não foi divulgado. Os bancos públicos entenderam que, por se tratar de uma instituição que representa o setor privado, este tipo de posicionamento é político e não condiz com a atuação da Febraban, uma vez que o manifesto tece críticas implícitas à gestão do atual Ministro da Economia, Paulo Guedes.

    Até a data de liberação deste comentário, tal ameaça não se cumpriu. Porém, o clima de discordância entre as instituições permanece, algo que já se verifica há algum tempo, sendo discutida até mesmo a criação de uma associação nacional dos bancos públicos. De acordo com matéria publicada pela revista Exame, uma eventual saída da Caixa Econômica Federal e do BB da Febraban representaria uma perda de 22,5% nas receitas da principal entidade que representa o setor bancário brasileiro.

    Desta forma, ainda que a Febraban possua diversos associados, os dois bancos públicos, que figuram entre os cinco maiores do Brasil, são alguns dos principais contribuintes para o orçamento da entidade. Além disso, a possível desvinculação das instituições da Febraban é vista com preocupação pelo mercado financeiro, pois no caso do Banco do Brasil, por ser um banco de capital aberto, o mercado tende a compreender o movimento como ingerência política e aumentar a instabilidade no setor.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    Em outubro do ano passado, o Banco Central aprovou a implantação do sandbox regulatório no Sistema Financeiro Nacional e que será oferecido pela instituição a fim de testar soluções e inovações financeiras e de pagamentos. Neste sentido, o sandbox é definido como um ambiente em que empresas autorizadas podem testar um projeto que leve inovação ao setor financeiro, garantindo também a eficiência e segurança destas novas soluções.

    Durante este período de testes, os requisitos e monitoramento regulatórios são diferenciados, de modo que as empresas participantes ficam sujeitas a orientações personalizadas por parte dos agentes reguladores, bem como à regulamentação compatível com o serviço a ser testado. Apenas pessoas jurídicas podem participar, como associações e sociedades, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, e o prazo para cada teste é de um ano, podendo ser prorrogado por até duas vezes, chegando ao limite de três anos de duração.

    Caso seja identificado algum risco destes novos serviços e/ou produtos ao longo da experiência no ambiente sandbox, o Banco Central poderá solicitar melhorias ou estabelecer limites para sua execução, podendo até mesmo proibir tais iniciativas. Por outro lado, caso a experiência seja bem-sucedida, o Banco Central poderá liberar sua comercialização.

    As inscrições para sandbox regulatório foram abertas no início deste ano e serão selecionadas entre 10 e 15 propostas até o dia 25 de junho. De acordo com o Governo Federal, esta etapa faz parte do Ciclo 1, que tem como prioridades propostas sobre os seguintes temas: i) soluções para o mercado de câmbio; ii) fomento ao mercado de capitais por intermédio de mecanismos de sinergia com o mercado de crédito; iii) fomento ao crédito para microempreendedores e empresas de pequeno porte; iv) soluções para o Open Banking; v) soluções para o Pix; vi) soluções para mercado de crédito rural; vii) soluções para o aumento da competição no Sistema Financeiro Nacional (SFN) e no Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB); viii) soluções financeiras e de pagamento com potenciais efeitos de estímulo à inclusão financeira; e ix) fomento a finanças sustentáveis (Governo Federal, 2021).

    Especialista do Setor: Fernanda Rodrigues

    Em mais um passo em direção à modernização do sistema bancário nacional, o Banco Central reúne esforços para implementar o Open Banking no Brasil. Este modelo propõe o compartilhamento padronizado de dados e serviços pelas instituições financeiras com a abertura e integração de seus sistemas por meio de uma infraestrutura onde essas informações possam fluir, sem ruídos, dentro do Sistema Financeiro Nacional.

    Desta forma, o Banco Central estabelecerá o sistema e o formato nos quais os bancos deverão disponibilizar e trocar tais informações, fornecendo a infraestrutura e a padronização tecnológica. Todo este processo cumprirá também as diretrizes da nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) instaurada em 2020.

    Na prática, esta tecnologia permitirá que qualquer cliente, mediante sua autorização prévia, possa transferir seu histórico de dados a qualquer instituição financeira regulamentada pelo Banco Central, reduzindo a vantagem informacional do modelo anterior, quando o histórico ficava preso à instituição antiga. Ou seja, a principal ênfase do Open Banking é na titularidade das informações, que passa a ser do cliente e não mais das instituições financeiras.

    O modelo tende a beneficiar tanto o usuário quanto os bancos, uma vez que seu histórico poderá gerar uma taxa de crédito mais barata, por exemplo, além de mitigar os riscos para as instituições financeiras, principalmente relacionados à concessão de crédito. Com isso, a expectativa é de crescimento na competitividade no setor, com o surgimento de novos produtos e serviços em meio às novas informações disponibilizadas pelo Sistema Financeiro Aberto.

    Por fim, a regulamentação foi editada no início de 2020 e já vinha sendo discutida há pelo menos dois anos, com previsão inicial de implementação em meados do ano passado. Porém, com a pandemia, o calendário foi alterado para início em 1º de fevereiro de 2021 e término em 15 de dezembro de 2021. Este período compreende a implantação do Open Banking em quatro fases: Fase I) dados sobre produtos e serviços das instituições: informações detalhadas sobre produtos e serviços das instituições participantes; Fase II) dados cadastrais de clientes: identificação e qualificação do cliente; Fase III) sados transacionais de clientes: histórico de informações financeiras; e Fase IV) serviços: iniciação de serviços de pagamento (Bacen, 2019).

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    A nova Pesquisa Febraban (Federação Brasileira de Bancos) de Tecnologia Bancária aponta que, em 2019, o orçamento dos bancos no Brasil para tecnologia cresceu 24% em relação ao ano anterior, somando R$ 24,6 bilhões. O volume destinado especificamente para investimentos cresceu 48% no período, alcançando R$ 8,6 bilhões, enquanto o restante do orçamento enquadrou-se como despesas com equipamentos para usuários finais e mainframe¹. Desta forma, o setor bancário nacional segue como o principal investidor privado em tecnologia do País, responsável por 14% do aporte total realizado em 2019 (US$ 38,1 bilhões).

    Tais resultados estão em linha com as mudanças no perfil dos usuários, uma vez que, no mesmo período, foi possível verificar um crescimento de aproximadamente 10% no volume de transações realizadas via canais digitais, somando 56,2 bilhões, e impulsionadas pelo avanço significativo da modalidade mobile banking, ou seja, aquelas realizadas via smartphones (+19%). Em cinco anos, as operações via mobile banking apresentaram uma taxa de crescimento anual composta (CAGR, sigla em inglês) igual a 37%, representando 44% do total de transações bancárias realizadas em 2019.

    Com isso, as empresas do setor focam em esforços para responder às evoluções do setor, de modo que o total de investimentos em software e hardware entre 2018 e 2019 teve um crescimento superior ao das despesas com estas tecnologias: enquanto os investimentos cresceram 58% e 38% em software e hardware, respectivamente, no período, as despesas apresentaram um aumento menos intenso (19% e 15%, respectivamente).

    Porém, o avanço destas tecnologias é acompanhado também por um maior risco de fraudes no ambiente virtual, o que pode ser observado de forma clara nos últimos meses. Isto porque a pandemia e a necessidade de isolamento social fizeram com que o acesso remoto aos serviços financeiros crescessem significativamente ao longo deste ano, abrindo espaço para fraudes. De acordo com a Febraban, o número de tentativas de golpe bancário por meio do envio de links ou arquivos falsos por e-mail cresceu 80% desde o início de março deste ano, e 70% das tentativas de fraude aplicaram técnicas de engenharia social para induzir as pessoas a fornecerem suas senhas e outros dados sigilosos no mesmo período.

    Portanto, o cenário pós-pandemia e o surgimento de novos hábitos de consumo tendem a intensificar os investimentos do setor em tecnologia, seja para o desenvolvimento de novos processos e serviços, que atendam às novas necessidades, bem como para uma maior segurança destas operações em um ambiente virtual.

    ¹ computador de grande porte operacional destinado ao processamento de grandes volumes de dados, com alto desempenho, performance, escalabilidade e segurança.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues.

    No último dia 29 de janeiro, o Banco Central divulgou as estatísticas de crédito do Sistema Financeiro Nacional referentes ao ano de 2019. De acordo com a instituição, o saldo das operações de crédito total cresceu 6,5% no período, em relação ao ano anterior, confirmando as estimativas da Lafis ao alcançar R$ 3,47 trilhões. Tal resultado foi impulsionado pelo avanço na modalidade recursos livres1, que no total cresceu 14,1% em 2019, sendo esta a taxa positiva mais intensa desde 2011.

    A demanda por esta modalidade foi significativa para ambos os agentes considerados na análise: pessoas físicas (+16,6%) e pessoas jurídicas (11,2%). O cenário macroeconômico envolvendo a queda da taxa de juros, inflação controlada e melhora, ainda que lenta, do mercado de trabalho, contribuiu tanto para a expansão no consumo das famílias, quanto para a iniciativa de novos investimentos por parte das empresas. Neste último caso, observa-se ainda uma substituição do crédito público (BNDES, por exemplo) por fontes alternativas de financiamento no setor privado. Tal análise provém da queda de 13,6% no saldo das operações de crédito com recursos direcionados2 para pessoas jurídicas em 2019.

    Somado a este comportamento, o crescimento mais consistente da economia em 2020, bem como a implantação do Cadastro Positivo, são fatores que contribuem tornar os bancos nacionais menos restritivos e seletivos na oferta de crédito. Ou seja, diante deste cenário, as instituições financeiras estarão mais dispostas a assumir um maior grau risco, ofertando um crédito de maior qualidade tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, visando mitigar, cada vez mais, os riscos envolvidos nestas operações. Com isso, a Lafis espera um crescimento igual a 8,2% no saldo das operações de crédito em 2020, com avanço também no médio e longo prazo.

    ¹ operações de crédito contratadas no período de referência com taxas de juros livremente pactuadas entre mutuários e instituições financeiras. Não inclui operações referenciadas em taxas regulamentadas, operações vinculadas a recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou quaisquer outras lastreadas em recursos compulsórios ou governamentais (BCB, 2019).

    ² operações de crédito regulamentadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) ou vinculados a recursos orçamentários. Refere-se aos financiamentos com destinação específica, vinculados à comprovação da aplicação dos recursos voltados para a produção e investimento de médio e longo prazos, tendo como fonte de recursos parte das captações de depósitos à vista e de caderneta de poupança, e fundos e programas públicos (BCB, 2019).

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues


    De acordo com as Estatísticas de Pagamento de Varejo e de Cartões, divulgadas pelo Banco Central, o número de transações via smartphones chegou a 29 bilhões em 2018, o que representa um avanço de 18,5% em relação ao ano anterior. Esta foi a modalidade mais utilizada no Sistema Financeiro Nacional no período, seguida pelo internet banking, com 21,9 bilhões de transações em 2018, um avanço de 6,3% em relação ao ano anterior. Juntas, as modalidades via smartphones e internet banking representam cerca de 70% do total de transações do sistema financeiro no Brasil.

    Para complementar esta análise, cabe destacar também, segundo dados da Federação Brasileiro de Bancos (Febraban), o crescimento de 83,5% no número de transações de pagamento via mobile banking entre 2017 e 2018, enquanto o canal internet banking permaneceu estável neste tipo de movimentação no mesmo período. De forma ainda mais significativa, o volume de transações via celular para transferências / DOC / TED cresceu 119% em 2018, em relação ao ano anterior, e 10,1% via internet na mesma base de comparação. Tal comportamento se estende para outros serviços bancários, como contratação de crédito, investimentos e aplicações, e consulta de saldo.

    Estes resultados confirmam, portanto, a crescente adesão dos usuários aos meios de pagamentos eletrônicos, e tal preferência já vem sendo acompanhada pelo setor bancário nacional. Segundo a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, somente em 2018 os bancos no Brasil investiram R$ 19,6 milhões em tecnologia da informação, sendo R$ 10,1 bilhões destinados ao desenvolvimento de softwares. Além disso, atualmente, 80% dos bancos têm como prioridade o desenvolvimento de aplicações para o mobile banking, tendo em vista a preferência dos usuários por este dispositivo.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    No início deste ano, a PagSeguro, credenciadora de cartões, anunciou a aquisição do Banco Brasileiro de Negócios (BBN) e passou a oferecer crédito a seus clientes, geralmente microempreendedores e profissionais autônomos. Ou seja, além da atuação no mercado das “maquininhas”, antecipando o fluxo de recebíveis de cartões de créditos, a PagSeguro oferecerá também uma conta corrente a seus clientes, além de cheque especial, financiamentos e até mesmo seguros, segundo estratégias futuras da empresa.

    A iniciativa é vista com atenção pelos principais bancos tradicionais do Sistema Financeiro Nacional, já que a PagSeguro conseguiu, com muito sucesso, entrar no mercado de meios de pagamento eletrônicos e abalar a liderança de empresas já estabelecidas, como a Cielo e a Rede.

    Além de enfrentar tal estratégia, os bancos tradicionais vêm lidando também com a crescente atuação de bancos digitais, como o Nubank. A empresa lançou, ao final de 2018, as funções de débito e saque, nos caixas eletrônicos da rede Banco24Horas, para seus usuários. Tendo em vista a menor estrutura física destes bancos digitais e da ausência de tarifas, que reduz os custos das operações financeiras e dos pacotes de serviços, os grandes bancos tradicionais precisam encontrar soluções que aumentem sua competitividade frente a estes novos concorrentes.

    Dentre estas soluções está o uso estratégico de informações para melhorar a experiência do consumidor por meio da criação de jornadas mais tranquilas, além de estabelecer preços baseados em relacionamentos, recompensar clientes a partir de sua fidelidade e criar produtos e serviços de acordo com o ciclo de vida do usuário. Tais iniciativas foram listadas pelos bancos entrevistados na pesquisa World Retail Banking Report 2018 elaborado pela Capgemini em parceria com a Efma.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues.

    No dia 4 de dezembro de 2018, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lançou seu novo livro gratuito: “Como fazer os juros serem mais baixos no Brasil”. A edição traz as principais medidas necessárias, sob o ponto de vista da Febraban, para a redução dos juros no país como forma de melhorar a oferta de crédito e reduzir a inadimplência, além de outros temas como o spread bancário e a concentração bancária, entre outras resoluções.

    Dentre as principais medidas discutidas no livro, estão: i) cadastro positivo, cujo projeto de lei está em análise no Congresso Nacional e visa a inclusão automática de consumidores no cadastro de bons pagadores; ii) lei de falência, que atualmente permite que apenas 15% do valor da garantia seja recuperado pelos bancos, enquanto em outros países vizinhos e emergentes esse percentual é superior a 60%; e iii) liberdade tarifária, já que muitas tarifas seguem as regras do Banco Central, mas são isentas para fintechs, que prestam serviços bancários de forma gratuita.

    Para a Lafis, o sucesso da implantação destas medidas favorecerá a melhora no cenário econômico geral, uma vez que, diante da redução dos custos de intermediação financeira e do risco de inadimplência, maior será o estímulo à oferta de um crédito mais barato, tanto para as famílias quanto para as empresas, o que poderá impulsionar o consumo e os investimentos não apenas para a retomada da capacidade até então ociosa, mas também sua expansão e modernização. As incertezas, porém, ficam por conta da aprovação destas medidas e o tempo necessário para implementá-las.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues.

    O Ministério do Planejamento, em parceria com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), anunciou a autorização de depósitos automáticos do Fundo PIS/Pasep em contas de bancos privados, sendo eles Bradesco, Itaú, Santander e Bancoob. Até então, apenas a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil eram as instituições responsáveis por estes depósitos.

    Para a operação, os bancos deverão certificar-se sobre a movimentação destas contas nos últimos seis meses e garantir o depósito apenas em contas com saldos positivos. De acordo com o Ministério do Planejamento, R$ 8 bilhões em recursos serão depositados automaticamente na conta dos trabalhadores que possuem este direito.

    A medida faz parte do processo de flexibilização de acesso a este benefício iniciado em outubro de 2017, e tem como objetivo impulsionar a economia. Do início até 19 de agosto de 2018, foram pagos R$ 13,8 bilhões a 13 milhões de pessoas, representando apenas 45,5% dos cotistas do Fundo.

    Portanto, espera-se que esta iniciativa aumente o volume de saques do PIS/Pasep, revertendo-o em maior consumo e pagamento de dívidas, uma vez que os beneficiários que não possuem contas na Caixa e/ou no BB não precisarão comparecer pessoalmente às agências destes bancos.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues.

    Após o Itaú Unibanco confirmar que negocia a compra de parte da XP Investimentos, a corretora terá seu pedido de IPO (abertura de capital na Bolsa) cancelado. O contrato prevê que o Itaú tenha preferência de compra de até 75% da corretora. Agora, o banco comprará 49%, com o controle permanecendo na mão do sócio fundador, Guilherme Benchimol, e outros minoritários. A previsão é de que os papéis sejam assinados nesta quinta-feira, 11.

    O valor, segundo uma fonte, deve ficar em torno de R$ 6 bilhões, com injeção extra de capital entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões. As negociações foram antecipadas na terça-feira,9, pela Coluna do Broad. 

    Sobre a compra de participação da corretora é importante frisar que a possibilidade do Itaú Unibanco constituir-se no maior grupo financeiro do país aumenta, já que a instituição terá acesso ao mercado de corretagem de valores ao associar-se com um dos maiores players do setor. Porém, é importante destacar que o CADE ( Conselho Administrativo de Defesa Econômica) talvez intervenha nas negociações. 

    Por fim, não deixa de ser irônico que uma corretora que vendia a ideia dos clientes não deixarem o dinheiro no banco para investir em valores mobiliários, tenha se associado com um banco. 

    Especialista do Setor: Francisco Lira. 


    Os grandes bancos atuantes no Brasil apresentaram um crescimento considerável de seus lucros no segundo trimestre de 2015. Juntos, Santander, Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Bradesco terminaram o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 15,1 bilhões, 17% maior que o total reportado no mesmo período de 2014.

    É importante destacar que os grandes bancos elevaram sua margem de ganhos no trimestre em função do aumento das taxas de juros dos empréstimos bancários, em linha com o aumento da taxa básica de juros, SELIC.

    No entanto, o setor vem demonstrando que a inadimplência e a desaceleração do volume de crédito concedido se apresentam como dois dos principais desafios a serem enfrentados pelos bancos ao longo de 2015. Tal cenário também leva os bancos a adotarem uma postura mais cautelosa para emprestar, dado um cenário de incertezas e piora nas variáveis macroeconômicas.

    Deste modo, os bancos devem manter em 2015 uma postura de redução dos custos, cautela e manutenção da tendência de ganho da participação das receitas de serviços em detrimento da participação das receitas de intermediação financeira (RIF). Vale destacar que as receitas de prestação de serviços são mais estáveis do que a RIFs e, portanto, devem ser um importante fator para manutenção dos resultados dos bancos, sobretudo os maiores e mais sólidos.

    Analista Responsável pelo Setor: Marcel Tau Carneiro


    O Itaú Unibanco anunciou nesta quarta-feira uma nova bandeira de cartão de crédito, chamada Hiper. A bandeira será aceita nos estabelecimentos credenciados pela Redecard. São mais de 1 milhão de pontos de venda, de acordo com o banco. É importante destacar que a clientela em potencial é a base de correntistas do banco, aproximadamente 40 milhões de pessoas.

    Para o Itaú, o setor é uma das prioridades de negócio, a prova disso é que ele vem se mostrando bastante ativo nesse mercado. Dentre as recentes investidas do banco neste setor, temos: o fechamento do capital da Redecard no ano passado e a aquisição da Credicard, em maio deste ano.

    No entanto, o banco não é o único que vem mostrando interesse em crescer no mercado de cartões. Um exemplo recente, foi a aquisição da Getnet pelo Santander, que corrobora o avanço das grandes instituições financeiras no setor.

    Os dois maiores bancos privados brasileiros - Itaú Unibanco e Bradesco reportaram o resultado do terceiro trimestre de 2012. O primeiro apresentou uma redução do lucro de 13% ante igual período do ano anterior que já tinha apresentado o maior lucro da história. Por sua vez, o Bradesco apresentou um avanço de 1,7%.

    Neste sentido, é importante notar que, embora os bancos venham sofrendo com pressões por parte do governo, que tem agido por meio das entidades financeiras públicas para reduzir o preço do crédito ao consumidor final, eles tem conseguido compensar parte das perdas do spread com elevação das tarifas e maior volume de negociações.

    Deste modo, vale destacar que, mesmo com os atuais movimentos governamentais de intervenção no setor, o mesmo deve manter os patamares de retorno de períodos anteriores. No entanto, a tendência é de que a concorrência - lembrando que se trata de um mercado altamente concentrado - aumente, o que deve refletir em um maior esforço para elevar a eficiência no setor. 


    O Itaú Unibanco e o Banco BMG anunciaram uma nova sociedade, o acordo cria uma administradora de crédito consignado, denominada Banco Itaú BMG Consignado. O novo banco nasceu com um capital de R$ 1 bilhão e começa a operar em 90 dias, a associação permitiu ao Itaú 70% do controle da administradora, porém o controle do banco mineiro continua pertencendo a Flávio Pentagna Guimarães, fundador da instituição. 

    Com a nova  joint venture, o Itaú terá acesso à rede do BMG de 3 milhões de clientes, 637 convênios com órgãos públicos e 4 mil lojas. No mercado de empréstimos com descontos na folha de pagamento, o Itaú ocupa a sexta colocação no ranking, com uma carteira de R$11 bilhões, ao passo que o BMG fica apenas atrás do Banco do Brasil, com R$ 29 bilhões. A previsão é que o Itaú BMG Consignado alcance em dois anos uma carteira de R$ 12 bilhões e que por mês o banco gere R$ 800 milhões em novos créditos consignados. 

    Para o BMG, a associação foi a saída possível em um momento delicado para as instituições de menor porte. Após novas regras impostas pelo Banco Central com relação ao crédito consignado, as receitas entram para o balanço gradualmente de acordo com o prazo do empréstimo cedido, anteriormente as receitas dessas operações eram capturadas pelo banco de forma imediata, fator que contribuiu para que o banco registrasse no primeiro trimestre do ano um prejuízo de R$ 69,2 milhões.


    No início de julho, o Itaú Unibanco anunciou que adquiriu de 20% a 30% do capital da Ideal Invest, gestora de crédito universitário, por meio de aumento de capital. De acordo com acionistas da Ideal Invest, a operação foi fechada nesse intervalo percentual para que o Itaú tenha uma participação relevante, mas que não altere a gestão da companhia. Entretanto o valor da transação não foi revelado.

    O relacionamento comercial do Ideal Invest com o Itaú teve início há cerca de um ano, quando o banco passou a administrar os contratos de financiamento estudantil, contando hoje com cerca de 30 mil alunos /clientes. O principal concorrente do Ideal é o Fies, programa do governo federal, com juros anuais de 3,4% contra 12% da gestora. Em contrapartida, o Ideal concede financiamento para alunos com renda familiar acima de 10 salários mínimos, para alunos de pós-graduação e ensino á distância, benefícios não concedidos pelo MEC.

    No final do ano passado, ocorreram outras movimentações entre os sócios da Ideal Invest. O Gávea, que estava no capital da empresa desde 2007, vendeu sua participação para o DLJ South American Partners, assim como o Pragma, "family office" responsável pela administração dos recursos dos fundadores da Natura, que também vendeu suas ações para o grupo de fundadores da Ideal Invest. Além disso, a gestora de crédito universitário também tem como sócio o IFC (braço privado do Banco Mundial), que em 2009 fez um aporte de R$ 12 milhões. O segmento de concessão de crédito estudantil e universitário possui boas perspectivas de crescimento no país, tendo em vista uma considerável melhora das variáveis do mercado de trabalho, como desemprego e massa salarial, que podem acarretar em maiores gastos com educação.


    A divisão de private equity do BTG Pactual, anunciou na última semana de maio a compra da participação de 35,9% da varejista Leader, que possui 65 lojas e presença em oito Estados. A aquisição foi realizada pelo valor à vista de R$ 558,4 milhões, sendo que a conclusão do negócio deverá ser realizada em meados de junho. O acordo prevê ainda que 6,4% do capital da Leader seja subscrito por controladas da BTG Participations.

    O braço de participações do BTG Pactual anunciou também a avaliação acerca de novas aquisições no segmento varejista visando a estratégia de crescimento da Leader. O BTG terá ainda a opção de adquirir mais 20% a 30% adicionais da empresa no prazo de 90 dias a partir da data de fechamento da aquisição inicial. Caso a aquisição de mais 30% ocorra, o valor do negócio ficaria em perto de R$ 1 bilhão.

    Nos últimos anos, o BTG vem expandindo sua atuação em private equity e como merchant bank. Por isso o banco possui ações de diversas empresas em setores diferentes, como na rede de estacionamentos Estapar, na holding de drogarias Brazil Pharma e no grupo hospitalar Rede D'or. O objetivo da BTG Pactual é conseguir recursos de longo prazo no mercado ao menor custo possível para financiar a expansão de empresas que sirvam como veículo de consolidação em setores relevantes da economia.


    O Itaú Unibanco anunciou no dia 8 de fevereiro, uma oferta para o fechamento de capital da Redecard, credenciadora de cartões de crédito e débito, que deve movimentar cerca de R$ 12 bilhões. Com 49,9% das ações, o Itaú Unibanco se comprometeu a pagar aos demais acionistas até R$ 35 por ação, prêmio de 9,6% em relação ao fechamento de segunda-feira, dia 6 de fevereiro, de R$ 32,04. A expectativa é que a operação ocorra entre 90 e 120 dias.

    O Itaú que é o maior banco privado brasileiro, registrou lucro líquido de R$ 14,6 bilhões em 2011, 9,7% maior do que em 2010. O desempenho foi resultado da expansão das operações de crédito, que somaram R$ 397 bilhões, 19% a mais do que no ano anterior.

    A proposta do Itaú é um movimento estratégico do banco. Seu objetivo é impulsionar os ganhos de eficiência da controlada, com economia de custos, aumento de receitas, aumento da agilidade como a transferência do serviço de captura de transações da Hipercard para a Redecard, além do ganho de sinergia, que possibilitará o credenciamento de estabelecimentos comerciais com as áreas de crédito e seguros, que prestam serviços financeiros a essas empresas.

    Com a saída da bolsa de valores, a Redecard não precisa informar ao mercado, uma eventual redução de preços para ganhar participação de mercado não precisariam mais ser reveladas, o que prejudicaria a concorrente Cielo. Em compensação, a Cielo seria a única empresa no setor de adquirência no Brasil para se investir, num setor que deve fechar o ano de 2011 com um crescimento de 23,4% no faturamento, com boas expectativas para os próximos anos, impulsionado pelo aumento do poder de renda da população e pelo aumento do uso do cartão pelas classes mais baixas.


    Na última quinta-feira, dia 19, o Banco do Brasil anunciou a conclusão da  aquisição de 100% do capital social EuroBank, instituição financeira norte-americana, localizada no estado da Flórida. O acordo foi concluído através de um  pagamento de US$ 6 milhões aos antigos controladores. Em breve, o nome do Eurobank será trocado para Banco do Brasil Américas, dando sequência à estratégia de internacionalização do BB. Ao adquirir um banco norte-americano, o Banco do Brasil complementa seu atendimento a todos os seus públicos e tem a oportunidade de expandir seus negócios em mercado potencial constituído por mais de 1,5 milhão de brasileiros residentes nos Estados Unidos, que poderão dispor de produtos bancários como cartões de crédito e débito, além de contas e linhas de financiamento diversificadas.

    Com sede localizada em Miami, o Eurobank está em atividade desde 1991. Sua estrutura enxuta de apenas três agências, além da localização no mais latino dos estados americanos, favorece a estratégia de ingresso e de expansão futura do Banco do Brasil para praças onde também há concentração de brasileiros. Já o banco brasileiro, com presença há 70 anos no exterior, é o banco brasileiro de maior presença no mercado internacional. A rede externa possui 47 unidades ativas no exterior, localizadas em 23 países. Além da rede própria, o BB mantém relação de negócios com 1.066 instituições financeiras de 133 países. O Banco do Brasil, dentro da sua atual estratégia internacional, busca atender à comunidade brasileira no exterior, prestar serviços e crédito às empresas brasileiras e apoiar o fluxo comercial com o Brasil.

    É importante ressaltar que o setor bancário brasileiro é considerado um dos mais estáveis do mundo, visto que suas instituições vêm apresentando crescimento robusto e solidez, com grandes instituições como o Banco do Brasil, Bradesco e Itaú, aparecendo na lista dos maiores bancos do munco. Desta forma é natural que cada vez mais esses bancos busquem novos mercados, expandindo sua atuação em todo o globo.


    Segundo dados disponibilizados pela ABECIP (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), apesar do forte crescimento observado no volume total de recursos direcionados ao crédito imobiliário no primeiro trimestre de 2011 (60,4%), houve leve desaceleração ante o volume observado no mesmo período de 2010, quando foi alcançada alta de 69,9%, em relação ao ano imediatamente anterior. O resultado de 2011, citado acima, reflete a desaceleração no volume de crédito concedido a aquisições, categoria que apresentou desaceleração de 36,5 p.p. na relação entre o primeiro trimestre de 2011 e 2010. Por outro lado, o volume de crédito concedido a construções apresentou aceleração de 33,8 p.p., na mesma base de comparação.

    De fato, o cenário se mostra bastante favorável à expansão do crédito imobiliário. Por parte da demanda por esse tipo de crédito, o cenário que se delineia é bastante promissor e advém de diversos fatores, como a estabilidade macroeconômica, que proporciona a melhora das condições de poder de compra da população além da perspectiva de manutenção de condições favoráveis de renda, uma vez que os créditos em questão referem-se, essencialmente, a financiamentos de longo prazo. Outro fator crucial para o aquecimento da demanda por esse tipo de crédito advém dos incentivos governamentais para aquisição de casa própria, por meio de programas como o Programa Minha Casa, Minha Vida. O potencial de crescimento do mercado brasileiro, explícito no ainda gigantesco déficit habitacional, abre perspectivas para a manutenção da demanda crescente pelos próximos anos.

    A oferta de crédito imobiliário, por outro lado, está sendo favorecida pela possibilidade de utilização de alienação fiduciária como instrumento de garantia de crédito. O uso desse instrumento, considerado menos burocrático pelos credores que a hipoteca, pode consistir em uma maior segurança jurídica ao credor em caso de execução da garantia em vigor, o que contribui para o alongamento dos prazos de financiamento e para a redução das taxas de juros aplicáveis. Diante disso, os principais bancos atuantes nesse segmento, a saber, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Santander e Bradesco, pretendem expandir suas operações de crédito imobiliário. A Caixa, que detém 70% da carteira total, prevê fechar 2011 com R$ 84 bilhões em novas contratações (ante R$ 75,9 bilhões em 2010) e  o Bradesco pretende expandir entre 25% e 28% a carteira própria.

    O Banco Central do Brasil divulgou nesta semana as novas regras aplicáveis à utilização de cartões de crédito que devem entrar em vigor a partir de 1º de junho. Tais regras compreendem a redução e a padronização das tarifas sobre cartões de crédito e a criação do cartão-base, que deverá ter custo mais baixo ao cliente.

    A redução dos números de tarifas referentes à prestação de serviços de cartão de crédito, de 80 para 5, poderá estimular a queda no valor dessas tarifas, uma vez que o cliente terá maior facilidade para comparar valores. Tais tarifas foram padronizadas e deverão corresponder a anuidade, emissão de segunda via, saque, pagamento de conta e avaliação emergencial de crédito. Espera-se, com isso, que as reclamações proveniente das condições dos cartões de crédito sejam substancialmente reduzidas.

    Apesar de poderem continuar oferecendo os cartões com os serviços tradicionais e cobrar taxas extras para esses benefícios, o cartão-base, que terá uso exclusivo para o pagamento de contas ou serviços, deverá ser obrigatoriamente oferecido pelos bancos aos clientes e contribuirá para alargar o acesso da população aos cartões de crédito, com a maior adesão das classes mais baixas, contribuindo favoravelmente a expansão do rendimento dos emissores de cartões.

    Além das duas medidas supramencionadas, a política quanto ao pagamento mínimo das faturas também foi alterada: a partir da data do início da vigência, o pagamento mínimo das faturas não poderá ser inferior a 15% do valor total da fatura. Será, portanto, necessária a adaptação dos produtos e dos processos para se adequar às novas exigências do Banco Central, o que demandará investimentos por parte das instituições financeiras.

    Foi suspensa, através de decreto, a incidência de IOF em dívidas oriundas de operações de crédito rotativo, incluindo cartões de crédito e cheque especial, que estejam atrasadas há mais de um ano. O objetivo dessa medida é, fundamentalmente, reduzir os custos da renegociação dessas dívidas, com reflexos sobre o nível de inadimplência. Outras operações de crédito já contam com essa condição, agora expandida às operações de crédito rotativo.

    A medida, aplicável tanto para Pessoa Física quanto para Jurídica, entrou em vigor em 24/maio e deverá estimular a renegociação das dívidas. Além disso, tal política poderá representar um alívio para o caixa dos bancos, uma vez que estes não precisarão desembolsar mensalmente o montante referente ao IOF não pago durante todo o período que o cliente permanecer inadimplente.

    Entretanto, as instituições financeiras poderão manter o cálculo do IOF em separado, mesmo depois de caracterizada a inadimplência, embora não seja obrigatório o recolhimento do tributo à Receita Federal.  O benefício desse critério reside no fato de que, caso não haja um acordo e o banco não consiga receber mesmo após a execução da dívida, não haverá obrigatoriedade de repasse do imposto à Receita.

    O Banco do Brasil - BB anunciou sua pretensão de aumentar sua participação em segmentos de negócios em que ainda não possui uma participação relevante e são altamente rentáveis. Assim, o banco pretende usar sua própria base de clientes para expandir sua carteira de crédito dentre outros produtos financeiros, como seguros, previdência complementar e financiamento imobiliário. A instituição também objetiva aumentar sua atuação no segmento de cartões de crédito através da busca por não-correntistas.

    Com isso, o banco evidencia a atual estratégia em crescer nesses segmentos em que ainda perde da concorrência na comparação com os grandes bancos privados do país. Através do aperfeiçoamento de seu sistema de relacionamento com o cliente, o banco identificou 18 milhões de clientes com propensão a se tornarem tomadores de crédito, sendo que atualmente apenas cerca de 27% desses possuem empréstimos contratados com a instituição. Conforme anúncio do banco, somente com os 13 milhões de clientes que ainda não tomam crédito, a carteira de crédito poderá ser dobrada.

    O banco também irá explorar um nicho de 10 milhões de pessoas que recebem salários por ele, após a constatação de que, mensalmente, cerca de 30 mil pessoas simulam empréstimos habitacionais em suas máquinas de atendimento. Somado a essas atuações, a fim de tornar suas operações de crédito mais competitivas, o BB anunciou que oferecerá juros menores a clientes com histórico de relacionamento com o  banco e baixa taxa de inadimplência. Com isso, o BB corre atrás de importantes negócios e pretende uma grande expansão para os próximos anos.

    O Banco do Brasil anunciou na última segunda-feira, dia 25, a finalização do processo de compra do EuroBank, banco americano que, além de atuar em seu país, atende  hispânicos, portugueses e brasileiros. O contrato de aquisição de 100% do capital social do banco norte-americano foi fechado pelo valor de US$ 6 milhões.

    O EuroBank é um banco de pequeno porte que tem sua sede na Flórida - EUA, possuindo também três agências nas regiões de Coral Gables, Pompano Beach e Boca Raton. Segundo o BB, no último dia 2010 o adquirido possuía ativos no valor de US$ 102,1 milhões, uma carteira de crédito de US$ 74,8 milhões além de postar depósitos e patrimônio líquido de US$ 91,4 e  US$ 5,5 milhões, respectivamente.

    A compra reitera a posição do banco brasileiro em expandir sua atuação mundialmente, assim, segundo informações do próprio, o objetivo desta compra se dá pela intenção de expandir seus negócios nos Estados Unidos, além de permitir ao BB atuar no mercado de varejo norte-americano, com foco em atendimento das comunidades brasileiras e hispânicas residentes no país.

    O banco mineiro BMG anunciou na última quarta-feira, dia 13, a compra do Banco Schahin, ligado ao grupo empresarial de mesmo nome. O BMG se caracteriza como uma das principais e mais ativas instituições brasileiras na concessão de crédito com desconto em folha de pagamento, o consignado. O valor da transação não foi divulgado.

    Entretanto, segundo informações, a aquisição deverá ser financiada em parte com capital do próprio banco, elevando seu nível de alavancagem. Assim, o BMG realiza uma compra sem folga de capital, de modo diferente ao que acontece no setor. O Schahim também é um banco especializado em crédito consignado em folha de pagamento bem como o financiamento de veículos usados; todavia este vinha operando desde meados de 2010 com o índice de Basiléia (alavancagem) abaixo dos 11% permitidos pelo Banco Central, apontando 10,97% em dezembro de 2010, necessitando então, de um aumento de capital, situação percebida pelo BMG, sendo este um ponto importante na decisão dessa transação.

    Após adquirir a seguradora Conapp - Companhia Nacional de Seguros, a GE Money, incluindo a GE Capital e a promotora de vendas GE Promoções, especula-se que o banco também poderá fechar nos próximos dias a compra do Banco Morada, um banco de pequeno porte do Rio de Janeiro especializado em financiamento habitacional. Uma justificativa para as aquisições é que após o caso do Panamericano, instituições financeiras especializadas e de médio porte passaram a apresentar dificuldades para manter o ritmo de seus negócios. Assim, começou-se um movimento de venda de carteiras de crédito para outras instituições e outras carteiras que se formam, se caracterizando como uma forma de conseguir dinheiro num menor espaço de tempo sem que, como contrapartida da venda antecipada, seja concedido um desconto para a instituição compradora.


    Nesta sexta-feira, dia 15, o Banco Itaú anunciou a compra de 49% do Banco Carrefour, à vista,  pelo montante de R$ 725 milhões. O banco lider do mercado nacional irá participar diretamente da gestão do banco da rede varejista, cuja principal operação é a de cartões de crédito, seguida pela de seguros.

    O Banco Carrefour já havia sendo sondado pelo Bradesco e a expectativa era de que este iria adquiri-lo, porém, em uma rápida negociação o Itaú anunciou a compra, que, segundo o diretor corporativo e de controladoria deste, Rogério Calderón, porta o objetivo de ampliar sua presença no financiamento ao consumo, reafirmando o foco do banco também pela baixa renda. 

    O Carrefour, cujo objetivo na venda de parte ao Itaú é  expectativa de alavancagem das vendas, manterá o controle do banco, através de seus 51% do capital, porém com gestão compartilhada. Assim, a aquisição evidencia o intenso processo de consolidação e expansão do setor bancário no Brasil, em vistas às ótimas perspectivas de uma maior bancarização da população brasileira, aumentando seu faturamento. O Itaú também já sinalizou a possibilidade de inclusão de novos produtos e serviços financeiros para serem oferecidos nos 163 supermercados do Carrefour no País.


    O governo anunciou na última quinta-feira, dia 28, que aumentará a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) aplicada aos empréstimos externos de bancos e empresas em 2 p.p., passando de atuais 4% para 6%. O objetivo da implementação da medida compreende a tentativa de conter a grande expansão do endividamento do setor privado com o mercado, que apenas em janeiro e fevereiro deste ano, já cresceu US$ 16,4 bilhões.

    Além desse endividamento, outra questão central de preocupação do governo é o gasto de brasileiros em viagens ao exterior. Os gastos com essas viagens registraram US$ 10,5 bilhões em 2010 e US$ 1,9 bilhão apenas nos dois primeiros meses de 2011. Assim, o governo anunciou o aumento do IOF sobre as compras com cartão de crédito no exterior, passando de 2,38% para 6,38%. As novas tributações fazem parte de medidas já assinadas e aprovadas pela presidente Dilma.

    Com o aumento do IOF nas compras externas com cartões de crédito, o Ministério da Fazenda almeja uma redução dos gastos de brasileiros com viagens internacionais além de encarecer as pequenas importações que possam ser utilizadas para revenda dentro do país. Essa medida reforça o objetivo principal de conter o déficit em conta corrente do Balanço de Pagamentos nacional, que em janeiro e fevereiro chegou a US$ 8,8 bilhões, o maior da série histórica conforme pode ser observado pelo gráfico abaixo.


    A Companhia Brasileira de Soluções e Serviços (CBSS), conhecida por administrar os cartões vale-alimentação e vale-refeição Visa Vale, anunciou na última quarta-feira, dia 16, compra de fatias da Ibi Promotora de Vendas e da Processadora Fidelity, pertencentes ao Bradesco. O valor da aquisição realizada foi de R$ 976,9 milhões.

    A venda das participações à CBSS é decorrente da estruturação pela qual o Banco Bradesco está passando, juntamente ao Banco do Brasil, para constituírem a Elo Participações, caracterizada por uma holding não operacional na qual os dois bancos lançarão uma nova bandeira de cartões de pagamento: a Elo, projeto anunciado ha cerca de um ano. A Caixa Econômica Federal está nos trâmites finais de um processo para se integrar à sociedade e assim, juntos, os três bancos prevêem que os primeiros cartões emitidos com a nova bandeira aconteça já no mês de março.

    No patamar abaixo na Elo Participações haverá uma holding de serviços, responsável pela gestão da bandeira nas modalidades crédito, débito e pré-pago, estrutura essa que irá abarcar a CBSS e é onde entram a Ibi e a Fidelity. Assim, a incorporação da primeira pela CBSS tem como objetivo potencializar o negócio de cartões pré-pagos, importante parte da bandeira Elo, enquanto a segunda já é a processadora dos cartões Visa Vale. O objetivo maior que é vislumbrado pelas instituições envolvidas é aumentar verticalmente a cadeia de sinergias entre elas, o que já era esperado no plano de criação da nova bandeira.

    Em seu segundo encontro sob a presidência de Alexandre Tombini, o Comitê de Política Monetária (COPOM) elevou novamente a taxa básica de juros (SELIC) em 0,5% atingindo 11,75% ao ano, a maior taxa real do mundo. A decisão foi mais uma tentativa de trazer a inflação para o centro da meta fixada pelo Comitê Monetário Nacional de 4,5% ao ano.

    A decisão tomada foi unânime indicando o total alinhamento dos responsáveis pela condução da política monetária e foi condizente com o que a maioria do mercado estava esperando. A contínua deterioração dos indicadores de preços desde a última reunião e a falta de detalhes mais específicos sobre aonde o corte no orçamento do governo (R$ 50 bilhões) iria ter impacto, influenciaram a opção do Banco Central por uma política monetária mais restritiva.

    Até a reunião de abril, uma melhor avaliação dos resultados das medidas macroprudenciais tomadas no final de 2010 poderá ser feita e é provável que o corte orçamentário seja mais bem explicitado. Caso estas medidas não comprovem serem eficientes para que a inflação convirja para o centro da meta, com riscos que ela ultrapasse o teto de 6,5%, a restrição monetária com mais aumentos de juros pode ocorrer nas próximas reuniões.

    No último dia de janeiro foi confirmada a venda do Banco Panamericano para o banco de investimentos BTG Pactual. O anúncio foi realizado pelo proprietário do Panamericano, Silvio Santos, que relatou que a negociação aconteceu  sem perdas ou ganhos para o Grupo Silvio Santos (dos quais fazem parte o SBT, Jequiti cosméticos e Lojas do Baú).

    Para assumir o controle do Panamericano, o BTG desembolsou R$ 450 milhões, quantia entregue por Silvio em títulos de pagamento que seu banco devia junto ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), após descoberto um grande rombo financeiro na instituição, de valor maior que R$ 4 bilhões em dívidas acumuladas. Assim, com a aquisição, o BTG assume todos os ativos da instituição financeira.

    O BTG poderá pagar os R$ 450 milhões até a data de 31 de julho de 2028, valor que será corrigido até o limite de R$ 3,8 bilhões. O banco passa a deter, então, 51% das ações ordinárias e 21,97% das preferenciais e já anunciou, também, que irá fazer uma Oferta Pública de Ações (OPA) aos minoritários pelo mesmo valor do negócio com  Panamericano, fixando o valor de R$ 0,489 por ação. Com essa aquisição, a situação dos bancos de médio porte poderá ser favorecida no sentido em que se cria condições para o restabelecimento da  confiança em instituições dessa escala.


    A Ambev anunciou investimentos de R$ 1,1 bilhão para a ampliação e modernização de fábricas na Região Sudeste e Centro-Oeste. Essa quantia faz parte de um montante de R$ 2,5 bilhões que já eram previstos em seu plano de investimento para 2011.

    O objetivo do investimento é adaptar algumas plantas para que seja possível modificar o produto fabricado, de acordo com as oscilações de sua demanda. Desta forma, a Ambev conseguirá também diminuir os custos e o tempo logísticos despendidos, variável que é de grande impacto no setor.

    Outra parte do investimento, cerca de R$ 245 milhões, serão direcionados a ampliação/duplicação de sua fábrica Cebrasa, em Anápois (GO). Com o valor, será possível produzir e envasar cerca de 120.000 latas por hora, produzindo mais de 4 milhões de hectolitros de cerveja por ano.

    Desta forma, os estados do Centro-Oeste, Brasília, Minas Gerais,  Bahia e Pará poderão contar com uma maior distribuição de produtos da Ambev na região, o que já era o objetivo da companhia há algum tempo.

    A Ambev possui as suas menores participações de mercado no Norte e Nordeste e, com a ampliação da produção, o aumento de seu market share no segmento de cervejas poderá se tornar mais viável. A empresa, embora apresente pouco crescimento em sua produção de cerveja, tem aumentado o seu faturamento via ajuste de preços. O plano de ampliação do mercado pode ser uma nova estratégia de aumento de ganhos para o grupo.

    A Caixa Econômica Federal lançou, na última segunda-feira, dia 20 de dezembro, o "Cartão Aluguel Caixa", com o objetivo de substituir o fiador, assim como a necessidade de pagamento de depósito caução ou seguro-fiança como garantia para locação de imóveis residenciais. A iniciativa possui um cunho social, visto a dificuldade burocrática em se alugar imóveis, principalmente em cidades metropolitanas. Sendo assim, a renda mínima para se ter o cartão será de R$ 1 mil.

    O novo cartão terá uma taxa de anuidade de R$ 96,00 e será oferecido nas bandeiras Mastercard e Visa versão internacional. O cliente terá dois limites, sendo um para o pagamento de compras no varejo e outro exclusivamente para aluguel. Assim, se a função de locação for ativada, será cobrada uma taxa de manutenção de 6,67% em contrato fechado entre banco e imobiliária, podendo variar de 2 a 12 meses. A fatura então passará a incluir o valor do aluguel que, no caso de inadimplência, acarretará um pagamento de juros de 10,02% ao mês, que deverá ser pago em cartão convencional.

    Em um primeiro momento, o serviço está disponível em quatro imobiliárias, sendo duas de São Paulo e duas de Goiânia. A perspectiva é de que até 2 mil imobiliárias sejam credenciadas no período de um ano. Assim, enquanto o custo do seguro-fiança oscila entre o valor de 1 a 1,5 mês de aluguel, o custo do novo cartão será de 0,66% do valor do aluguel-mês, o que favorecerá o mercado imobiliário nos próximos anos, haja a vista o grande número de imóveis para locação e a dificuldade em se conseguir a documentação exigida ou o pagamento da caução ou fiança. Segundo o presidente do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo), José Augusto Viana Neto, a importância do novo produto se dá no maior estímulo à competição tanto intrabancária, onde novos bancos poderão lançar produtos semelhantes, como com as seguradoras, que pensarão em reduzir o valor dos seguros, estimulando, assim, a atividade imobiliária.

    O Banco Central anunciou, na última quinta-feira, dia 06 de janeiro, uma medida com o objetivo de evitar que as instituições financeiras comprem dólares no exterior para aplicar e/ou emprestar no Brasil. Segundo a instituição, a medida tem como principal característica um maior controle das operações câmbiais no Brasil, com vistas à limitação de apostas acerca do dólar.

    Assim, os bancos deverão, a partir de agora, recolher, sob a forma de compulsório, 60% do valor correspondente à sua posição "vendida" no mercado de câmbio que exceder o menor valor entre US$ 3 bilhões ou o seu patrimônio de referência. A saber, segundo informações concedidas pelo Banco Central, as apostas dos bancos na queda do dólar, as chamadas posições "vendidas", alcançaram um nível recorde de US$ 16,8 bilhões.
     
    O novo compulsório será recolhido em espécie e ficará depositado no Banco Central sem remuneração. As instituições terão 90 dias para se adaptarem à nova regra. Neste contexto, a decisão tomada evidencia um mecanismo importante do Banco para evitar a especulação de curto prazo no câmbio, ao mesmo tempo em que evita as operações de arbitragem com juros nos bancos. Outra característica relevante à medida é a necessidade de manutenção do nível de reservas internacionais do País, que, em 2010, já apresentaram elevação em relação a 2009, além de possuirem um custo de carregamento muito alto.

     


    No ultimo dia 03 de dezembro, o Banco Central anunciou aumento de 4 pontos percentuais na taxa de compulsórios de depósitos à vista, aumentando as exigências dos empréstimos concedidos às pessoas físicas. Assim, a autoridade monetária fará com que a taxa de estoque desses recursos, recolhidos pelas instituições financeiras ao Banco, aumente de 8% para 12%, evidenciando um aumento de controle monetário.
     
    Com a medida, o Banco retirará de circulação um volume considerável de dinheiro para empréstimos, através do enxugamento de R$ 61 bilhões. Com menos dinheiro em circulação a medida também exigirá maiores garantias das instituições financeiras fornecedoras de empréstimos às pessoas físicas com prazos acima de 24 meses. Essas deverão apresentar 50% mais garantias ao Banco Central.

    Analisando o valor em espécie dos depósitos compulsórios no país observa-se que apresentaram pouca elevação no período de 2002 a 2007. Em 2008, em decorrência da crise financeira eles foram fortemente liberados acarretando em uma grande liquidez em circulação na economia, que juntamente à uma maior facilidade de crédito, estimulariam um maior consumo. Ao final de 2009, início de 2010, com o passar dos efeitos da crise nota-se que o patamar de compulsórios volta a se elevar, evidenciando a precaução da autoridade monetária a fim de evitar distorções no mercado de crédito no longo prazo, objetivando a sustentabilidade do crescimento creditício.

    A Caixa Econômica Federal anunciou em 08 de setembro, que irá realizar a primeira securitização de sua história, através da utilização de sua própria rede de agências para realizar a distribuição de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), priorizando com isso, uma oferta mais ampla, não somente à grandes investidores.

    A operação, que deverá variar entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões, se apresenta como uma das alternativas que a instituição busca para complementar o funding para o financiamento imobiliário com recursos da poupança, que já se apresenta próxima do limite. Não representando uma situação crítica, apenas devido à robusta aceleração das concessões nos últimos anos - que devem atingir R$ 60 bilhões liberados apenas em 2010 - deixando o banco em um patamar próximo de seu teto para a liberação de novos empréstimos com recursos da caderneta.

    Para melhor visualização do objetivo da ação do banco, de acordo com critérios do Banco Central, as instituições financeiras precisam cumprir o direcionamento de pelo menos 65% dos recursos da poupança para a habitação, seja construção ou aquisição de imóveis prontos. A Caixa atingiu 95,6% dessa relação no mês de maio de 2010, para se ter uma comparação, em janeiro de 2008, a relação era de 65,9%. Assim, a instituição anuncia a securitização como a saída mais viável para complementar suas fontes de recursos, juntamente à poupança, FGTS e Letras de Crédito Imobiliário (LCI)


    A Caixa Econômica Federal (CEF) anunciou na última terça-feira, dia 10 de agosto, a assinatura de um memorando de entendimento com o Banco do Brasil (BB) e o Bradesco para entrar na gestão da bandeira de cartões de crédito, débito e pré-pago Elo, lançada em abril deste ano. Além disso a CEF entra no mercado para desenvolver novos negócios para cartões pré-pagos, mediante criação de empresa ou utilização de companhias já existentes e atuantes no negócio, como o exemplo da Visa Vale.

    A bandeira Elo foi criada com o objetivo de ser uma marca de cartão nacional, com foco nas classes C e D, além de aumentar a sinergia entre os negócios de cartões do BB e Bradesco. A empresa constitui-se como uma holding de capital privado e fechado, na qual o Bradesco possui participação de 50,01% e o BB, de 49,99%, obtendo, inicialmente, ativos estimados em R$ 15 bilhões, visto que abrigará duas empresas controladas pelos dois bancos: a Cielo e a Companhia Brasileira de Soluções e Serviços (CBSS), que administra os cartões de benefícios Visa Vale. A estimativa é que o primeiro cartão com a nova bandeira seja emitido até outubro deste ano.

    Inicialmente, a CEF obterá cerca de um terço do capital da holding que irá administrar a bandeira e, com a entrada neste mercado, o objetivo é aumentar sinergias através de ganhos em escala e base de clientes. A meta é que a holding obtenha 15% do faturamento do mercado de cartões em cinco anos. A Caixa também apresentou na mesa de negociações uma intenção de ampliar sua participação na Cielo (ex-Visanet), que atualmente é de apenas 1,4%.


    A parceria firmada no último dia 09 de agosto e publicada no dia seguinte tem como objetivo maior acompanhamento da internacionalização de empresas do Brasil e Portugal, além do aumento da atuação dos três bancos no varejo e consequente sinergia no processo de internacionalização dos próprios. Nesse sentido, aliado ao grande potencial de crescimento do continente africano, o Banco do Brasil (BB), Bradesco e o Banco Espírito Santo (BES), de Portugal, anunciaram uma aliança através de um memorando de entendimentos a fim de iniciar projetos de investimentos na África e com isso aumentar a exploração dos negócios bancários nos países da região. O interesse dos bancos no continente africano dá-se a priori pela abundância de recursos minerais, principalmente reservas de petróleo e gás, além de um grande potencial de crescimento do agronegócio.

    A parceria se justifica pelo continente ser considerado, sob a visão do executivo dos três bancos, a última fronteira de desenvolvimento no mundo, dando possibilidade de apoio tanto às empresas brasileiras como portuguesas que objetivam negócios na região. Segundo o diretor presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, o objetivo é "aumentar, turbinar e fazer com que cresçam as economias africanas com a força das três instituições". O prazo estimado para que os bancos definam a estrutura da parceria e o volume de investimentos necessários para a colocação dos planos em prática é de 60 a 90 dias, que será realizada a partir das operações do BES África.

    O esperado é que as instituições brasileiras façam um aporte de capital através da holding portuguesa no continente africano em troca de uma participação a ser definida. Ressalta-se que a nova parceria não prevê exclusividade, ou seja, cada uma das instituições poderá traçar diferentes estratégias para a África, caso julguem necessário, mas ressaltando a importância de atuarem de forma coordenada com os governos locais, segundo alegou o presidente do BES, Ricardo Salgado. Assim, a associação dos três bancos justifica-se pela contribuição específica dada por cada um para o sucesso da parceria, sendo que, o BB entrará com sua experiência no financiamento da agricultura e liberação de crédito à produção; o Bradesco com seu histórico e talento para a pulverização e popularização dos serviços bancários e o BES com sua experiência e conhecimento privilegiado do continente africano, visto sua presença na África há mais de cem anos.


    A Caixa Econômica Federal (CEF) anunciou na última quinta-feria, 29 de julho, que entrará nos únicos segmentos que ainda não atuava, os de seguro saúde e odontológico, a partir de janeiro do próximo ano. Inicialmente os novos seguros serão oferecidos aos clientes corporativos do banco, ou seja, o plano de saúde será voltado para empresas. Já os planos odontológicos serão ofertados para as pessoas físicas correntistas da CEF.

    Neste novo negócio, a Caixa Seguradora Saúde, nome dado ao novo segmento da CEF, será controlada pela Caixa Seguros, com 75% do capital, e pela Tempo, que terá 25% das ações, sendo que esta última fará um aporte de R$ 75 milhões no negócio. Deste montante, R$ 10 milhões serão utilizados no momento presente, R$ 20 milhões deverão ser aplicados daqui um ano e, o restante, pagos via prestação de serviços.

    O objetivo do novo seguro da Caixa é entrar no mercado com uma grande vantagem à frente dos outros bancos, visto já possuir uma grande base de clientes em outros tipos de seguros, além das mais de 2 mil agências espalhadas por todo o país que servirão de canais de venda dos produtos.


    Após meses de negociação, o Banco do Brasil anunciou na última quarta-feira, dia 21 de abril de 2010, a compra do controle acionário do Banco Patagonia, o sexto maior banco da Argentina, por US$ 479,6 milhões, iniciando assim uma nova etapa de internacionalização do Banco.

    Segundo o Banco do Brasil, essa estratégia de avanço para o exterior se fundamenta segundo três importantes fatores: a expansão das relações comerciais do Brasil com o mundo, a existência de comunidades de brasileiros no exterior e a internacionalização de grandes empresas nacionais.

    Assim, a operação visa três objetivos: Primeiramente, ampliar negócios com empresas brasileiras e argentinas que atuam na Argentina; diversificar o portfólio de produtos e serviços do Patagonia e com isso expandir sua restrita carteira de crédito, principalmente em operações com empresas brasileiras e argentinas que atuam no atacado e, como último objetivo, participar na cadeia de valor do segmento empresas na Argentina, via atendimento às micro e pequenas empresas, empregados dessas, fornecedores, dentre outros.


    Após mais de 10 anos de discussões os bancos Bradesco, Santander e Banco do Brasil decidem compartilhar a rede de caixas eletrônicos existente no país. Inicialmente serão partilhados os caixas que estão fora das agências, do quais, o Bradesco possui 30.657 terminais de autoatendimento; o Santander tem cerca de 7.600; o Banco Real, comprado pelo banco espanhol, possui 11 mil e o Banco do Brasil conta com 40 mil caixas eletrônicos.

    Os bancos também discutem o compartilhamento total das máquinas dos lojistas que fazem a "captura" das operações por meio de cartões de crédito e débito.

    O Brasil ainda é um dos poucos países em que os caixas eletrônicos não são universais. Isso porque os bancos viam na abrangência da rede eletrônica de atendimento um ativo importante para se diferenciar das instituições de menor porte e alcance geográfico. Mas as discussões vêm evoluindo bastante nos últimos meses, principalmente pelo fato de o governo brasileiro mostrar iniciativa para apertar a regulação junto às empresas de cartões de crédito.

    O setor bancário possui expectativa de crescimento de 4,4% neste ano de 2010, taxa crescente em relação aos anos anteriores o que implica que o setor tem tido uma trajetória de crescimento. Sendo assim,o compartilhamento dos terminais pode ser um elemento facilitador para a sua expansão, principalmente em regiões com boas perspectivas de crescimento e acesso limitado, reduzindo os custos de instalação. Isso pode acarretar em um compartilhamento a nível nacional, reduzindo ainda mais os custos entre os bancos, além de um aumento da eficiência quanto à operacionalização dos sistemas e aos acessos de mais pessoas aos serviços bancários.


    Foi anunciado em 20/04, em uma operação que durou apenas duas semanas, a retomada pelo banqueiro André Esteves do controle do Banco Pactual, vendido para o banco suíço UBS três anos atrás. Na época da venda do Pactual, o valor real da transação foi de R$ 2,6 bilhões, e na recompra o valor ficou um pouco abaixo, R$ 2,5 bilhões.
    O UBS indicou o reposicionamento do banco como motivação da venda e, sobre o valor da transação, foi relatado que o banco se apoderou dos lucros do negócios neste intervalo de três anos. Porém, o UBS tem sofrido as revezes da crise financeira mundial, apresentando vários resultados negativos nos últimos exercícios, impondo ao banco medidas para amenizar tais eventos, como a promoção de diversas demissões em seu país sede, a Suíça.
    O Pactual será assumido pela BTG Investments, uma gestora de recursos controlada por Esteves e por Pérsio Arida. Atualmente, o banco detém cerca de 700 funcionários, ativos de R$ 14 bilhões, patrimônio líquido de aproximadamente R$ 4 bilhões e administração de R$ 60 bilhões de seus clientes. Sendo assim, o Pactual passará a se chamar BTG Pactual e deverá acirrar a concorrência com o único banco de investimento de capital nacional, o Itaú BBA.
    Agora a finalização da compra dependerá exclusivamente do Banco Central, que deverá ser comunicada em até quatro meses. Segundo André Esteves, o BTG Pactual espera alçar o posto de maior banco de investimento do país, além de expandir os outros dois focos do banco, que são assset management e private banking.

     No dia 15/04, o Itaú Unibanco anunciou que irá encerrar as atividades de crédito pessoal através da financeira Taií. Até o final de maio serão fechadas as 135 lojas da rede. A Taií emprega cerca de 1.000 funcionários, que segundo o banco, pretende reaproveitar a maior parte dos funcionários em sua rede de agências e justificou o fechamento à reorganização da área de crédito ao consumo.
     O Unibanco possui uma empresa que atua no mesmo ramo de crédito pessoal, a Fininvest, que além de ser mais antiga neste tipo de negócio, emprega cerca de 2.500 pessoas e tem 13 mil pontos de venda no país, tendo 14 milhões de cartões de crédito emitidos.
     Sendo assim, as duas empresas ficariam sobrepostas e a melhor decisão encontrada pela instituição foi encerrar as atividades da Taií, dada sua precocidade no mercado (atuava desde 2004), contrapondo-se à Fininvest que atua no mercado desde 1961, que possuindo maior abrangência e experiência na área deverá manter-se como a empresa que cuidará deste segmento dentro do novo banco.
     De acordo com o Itaú, o atendimento aos clientes continuará sendo realizado por telefone e aqueles clientes com cartão de crédito e limite de crédito disponível poderão manusear os caixas eletrônicos do banco normalmente.

    O Banco Central aprovou no dia 18/02 a fusão entre Itaú e Unibanco anunciada ao mercado em novembro de 2008, mas decidiu impor restrições às tarifas praticadas pelo novo conglomerado financeiro como condição de aprovação.
    De acordo com a instituição, as empresas envolvidas foram informadas sobre a exigência  e se comprometeram a respeitar esses limites pelos próximos seis anos. Salienta-se que os juros cobrados nas operações de crédito não sofrerão nenhum tipo de limitação e continuarão sendo fixados livremente pelo novo banco.
    Segundo o informativo divulgado à imprensa, o banco que resultará da fusão do Itaú e do Unibanco deverá cobrar, durante um ano, a tarifa mais baixa entre as praticadas atualmente por cada uma das instituições. Terminado este prazo, passará a valer uma outra regra por cinco anos: o novo banco só poderá reajustar as tarifas caso o seu preço esteja abaixo da média praticada pelas cinco maiores instituições financeiras do país. A restrição vale apenas para as 20 tarifas cobradas sobre o que o Banco Central classifica de serviços prioritários, que inclui, por exemplo, confecção de cadastros, emissão de segunda via de cartão de débito, transferência de dinheiro entre contas (por DOC ou TED) e fornecimento de mais de dois extratos por mês (a lista completa pode ser encontrada na página do Banco Central na internet, em www.bcb.gov.br/?CIRCULAR3371).
    Mesmo com o parecer do BC, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) fará seu próprio julgamento sobre a fusão entre Itaú e Unibanco, sem data prevista para o anúncio da decisão. Lembrando que o Cade aprovou, sem restrições, a união entre Santander e ABN Real, que resultou na formação do quarto maior banco do país.

    A Lei 11.795/2008 aprovada em setembro de 2008 e sancionada em outubro pelo Presidente da República, modificou o termo consórcio, que passou a ser definido como um reunião de pessoas físicas ou jurídicas em grupo, com prazo de duração e número de cotas  previamente determinados, promovidos por uma administradora de consórcio com o objetivo de facilitar aos integrantes, em igualdades de condições, a aquisição de bens e serviços por meio de autofinanciamento.
    A nova Lei traz mudanças significativas na prática de consórcios no Brasil e entrou em vigor no dia 6 de fevereiro de 2009. A principal medida trazida pela nova lei será a permissão de utilização de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para quitar ou amortizar parcelas dos consórcios de imóveis. Antes só era possível usar o FGTS para dar lance ou para complementar o valor do imóvel adquirido por consórcio.
    Além disso, a lei traz consigo outras novidades: permissão para a criação de grupos para aquisição de serviços, como pacotes turísticos, serviços médicos, próteses dentárias, cirurgias plásticas e até pós-graduação no exterior; possibilidade de o cliente utilizar o crédito obtido no grupo do consórcio para a quitação de financiamentos, desde que o valor seja compatível ao total do financiamento; criação de condições  para a devolução  de recursos  aos consorciados  excluídos do grupo; e serão estabelecidos novos requisitos para o contrato de adesão, que passa a ser caracterizado como "título executivo extrajudicial".


    A partir de 29 de janeiro, os caixas eletrônicos do Itaú e Unibanco poderão ser utilizados pelos clientes de ambos os bancos. Logo, a quantidade de pontos de atendimentos somarão cerca de 28 mil atendimentos. Nesta primeira fase, o compartilhamento estará disponível somente para titulares de contas corrente e de caderneta de poupança.
    À princípio, a integração se restringirá apenas aos caixas eletrônicos, deixando de fora os demais canais de atendimento, como agências, bankfone e internet.
    Segundo, as instituições financeiras, os correntistas do Itaú e Unibanco poderão realizar saques e consultas a saldos em conta correntes e de poupança, mantendo os cartões e senhas já existentes. Além disso, será mantida as tarifas dos serviços utilizados, dando início, assim, aos ganhos de sinergia que espera-se da união dos bancos.


    No dia 09/01, o Banco do Brasil anunciou a compra de parte do Banco Votorantim. O banco estatal irá se apropriar de 44,99% do capital votante e 50% do capital social da empresa. Sendo assim, a família Ermírio de Moraes manterá o controle acionário, porém a gestão será compartilhada com o Banco do Brasil.
    O valor do negócio foi fechado por R$ 4,2 bilhões. O BB pagará R$ 3 bilhões em 33.356.791.198 ações ordinárias do Banco Votorantim e fará a subscrição de 7.412.620.277 novas ações preferenciais emitidas pelo Banco Votorantim pelo valor de R$ 1,2 bilhão.
    O anúncio ocorre após três meses de negociações, principiadas quando o Banco Votarantim enfrentou dificuldades financeiras por causa da intensificação da crise financeira internacional.
    Com isso, o BB aproxima-se do ranking em ativos da liderança do ItaúUnibanco, além de fortalecer sua carteira de veículos, ramo que mantém atuação discreta, em comparação aos seus concorrentes. Em novembro de 2008, o banco anunciou a compra da Nossa Caixa por R$ 5,4 bilhões e está em negociações para compra de mais dois: BRB (Banco de Brasília) e Banespes (Banco do Estado do Espírito Santo)..


    O Banco Central (BC) e o Conselho Monetário Nacional (CMN), na terceira semana de dezembro, diminuiu as exigências de capital sobre créditos tributários para os bancos. A medida eventualmente expande em R$ 87,8 bilhões a capacidade dos dez maiores bancos do país em conceder empréstimos.
    De acordo com o BC, a medida não visa estimular a expansão do crédito bancário, que houve um esfriamento em outubro em decorrência dos reflexos no Brasil da crise financeira mundial. Portanto, esta seria somente mais um passo em direção a adaptação do sistema financeiro nacional ao Basiléia 2 (v.nota) , um acordo internacional que visa dar solidez ao sistema bancário mundial. Entretanto, a medida não descarta a ajuda que exercerá sobre o crédito, na tentativa de evitar sua desaceleração em 2009. Atualmente o Índice Basiléia 2 é de 13,5%, próximo do mínimo legal de 11%.
    Na prática, a circular editada pelo BC tem o poder de reduzir a exigência de capital dos créditos tributários originados das chamadas “diferenças temporais”. Isto é, os riscos de não realização desses créditos tributários era significativo pelo BC, sendo determinado que os bancos provessem mais capital para cobrir o risco de frustração desses ativos. Para cada R$ 100 em créditos tributários, os bancos tinham que mobilizar R$ 33 em capital próprio para cobrir perdas. Agora, a exigência é de R$ 11.
    Estas diferenças temporais consistem em dois pontos: o primeiro é aquele decorrente de prejuízos contabilizados pelos bancos num determinado exercício e que só pode ser compensado, parcialmente, quando houver geração de lucros tributáveis; o outro diz respeito a créditos tributários de natureza temporária, que são originados em função de calote dos clientes e são compensados integralmente somente depois da Receita Federal constatar a perda.
    Além disso, outra medida anunciada pelo BC diz respeito à alteração dos limites de créditos tributários que podem ser considerados no capital dos bancos. Anteriormente, este limite não poderia ultrapassar 40% do chamado “patrimônio de referêncial 1”, considerado o mais importante indicador de capitalização dos bancos. Sendo assim, o CMN fez duas mudanças nessa regra, uma arrocha a exigência e outra alivia. Em suma, o efeito líquido da duas regras é favorável aos bancos, suavizando a provisão de capital de R$ 2,225 bilhões até 2011. Segundo o CMN, a capacidade de conceder empréstimo dos bancos será ampliada em R$ 6,7 bilhões, já em 2009.

    Nota: O Basiléia 2 está dividido em três pilares: a) O primeiro define o capital mínimo necessário que os bancos devem reservar para fazer frente ao riscos de crédito, de mercado e operacional aos quais a instituição está sujeita; b) O segundo estabelece os critérios para validação dos modelos de medição e acompanhamento dos referidos riscos pelo Bacen; c) O terceiro requer que os bancos elevem o nível de transparência na divulgação de informações de suas operações ao mercado.


    O Conselho Monetário Nacional (CMN) realizou mudança no estatuto do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) permitindo que esta instituição apóie a expansão das carteiras de crédito de bancos pequenos e médios, que foram os mais atingidos pela crise financeira internacional.
    Sendo assim, o novo estatuto possibilita o FGC a emprestar recursos a bancos menores para expandirem suas carteiras de crédito, enquanto que num segundo momento, o próprio FGC compraria estas carteiras de crédito.
    Com a alteração, a instituição poderá realizar investimento de cerca de 50% (atualmente o fundo conta com um patrimônio da ordem de R$ 18 bilhões) de seu patrimônio na compra de carteiras de crédito destes bancos médios e pequenos (anteriormente, o valor estava limitado a 20%). Além disso, o FGC deverá mudar suas diretrizes de investimento, ficando restrito os investimentos em compra de carteiras de créditos de instituições financeiras com patrimônio de até R$ 2,5 bilhões. Adicionalmente, as carteias adquiridas não poderão passar do limite de 50% do patrimônio de referência de cada instituição.
    De modo geral, a medida traz um certo receio, pois com o aumento de 20% para 50% do patrimônio líquido que o FGC pode utilizar na compra de carteiras de crédito, irá diminuir a liquidez da instituição para socorrer os depósitos, caso ocorra a quebra de uma instituição. Mas esta possibilidade é considerada remota pelo governo, afirmando que não existe uma crise patrimonial no sistema, mas sim uma crise de liquidez.
    Em suma, esta medida irá beneficiar os bancos médios e pequenos, que geralmente são aqueles que operam em financiamentos de automóveis novos e usados, onde atualmente estão encontrando dificuldades para obter recursos às novas operações. Na prática, a medida irá tentar anular o efeito da redução do IPI para veículos novos, que reduz o preço final do produto, mas prejudica aquele consumidor que irá entrar com seu usado como entrada.


    O Banco do Brasil, segunda maior instituição bancária do país, fechou dia 20/11 a aquisição da Nossa Caixa, banco do Estado de São Paulo. O valor da operação foi de R$ 5,37 bilhões. Mesmo com a compra, no entanto, o BB não deve retomar a liderança do ranking dos maiores bancos brasileiros, já que a fusão entre o Itaú e o Unibanco deu origem à maior instituição do setor no Hemisfério Sul.
    O anúncio da compra da Nossa Caixa pelo BB foi feito pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o pagamento será feito em dinheiro, em 18 parcelas mensais, a partir de março do ano que vem. A aquisição do controle acionário da Nossa Caixa foi acertada através de um memorando de entendimento, com efeito vinculante, entre o BB e o Estado de São Paulo.
    Apesar de não dar a liderança do setor ao BB, o negócio foi visto como o primeiro passo do gigante estatal no sentido de retomar a liderança. Na mira do BB estão, por exemplo, o Banco Regional de Brasília e parte do banco Votorantim. Se fechar esses negócios, pode voltar ao topo.


    Após dois anos de negociações, o conselho administrativo do Banco do Brasil (BB) finalmente aprovou a incorporação dos ativos do Banco do Estado do Piauí (BEP). O BB irá emitir 2.930.649 ações ordinárias (BBAS3), correspondente ao valor econômico do BEP, de R$ 81,7 milhões.
    Esta foi a primeira aquisição do BB depois do anúncio da fusão do Banco Itaú com o Unibanco. Segundo o comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários detalhando o negócio, o BB descreveu que esta operação possibilita uma nova trajetória de crescimento a ser seguida, como alternativa ao modelo de expansão orgânica, com intuito de defender sua posição competitiva.
    Vale ressaltar que as negociações sobre a compra da Nossa Caixa estão em ritmo acelerado, e que em breve será efetuado também esta aquisição, dependendo apenas de três acertos, envolvendo diferentes combinações de preço, condições de pagamento e prazo. As negociações de preço têm oscilado entre R$ 6,4 bilhões e R$ 7 bilhões. Além da Nossa Caixa, o BB também quer adquirir os ativos do Banco de Brasília e do Banco Votarantim (esta última não confirmada pela instituição).
    Todo este movimento de aquisições tanto por instituições financeiras de controle do Estado quanto instituições do setor privado, reforça o movimento de concentração em curso dentro do sistema financeiro nacional, em particular, o setor bancário. Cabe aqui salientar que as medidas coordenadas entre Banco Central e o Ministério da Fazenda tem contribuído para tal movimento, com a intenção de amortecer os desdobramentos da crise financeira sobre a oferta de crédito. Dentre as medidas, está a permissão dada aos bancos para a compra de carteiras de crédito de instituições que estiveram em momento delicado. Além da controversa Medida Provisória 443, que autoriza o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal a constituírem subsidiárias e a adquirirem participação em instituições financeiras.


    O Banco Central anunciou nesta semana mais uma mudança no compulsório. Desta vez, o objetivo foi impedir uma distorção no mercado de títulos públicos. Esta iniciativa vem para amenizar os impactos de outra medida anunciada em 30 de outubro, cuja determinação era de que o BC iria deixar de aceitar títulos públicos como pagamento de compulsório sobre depósitos a prazo. Além disso, ficou afirmado que não haveria nenhuma remuneração sobre os recursos pelo tempo que ficassem parados. Com isso, surgiu um efeito colateral sobre a rolagem da dívida pública, pois como os bancos não iriam mais precisar dos títulos públicos para cumprir as exigências do BC, começaram a se desfazer dos papéis, repercutindo na queda das cotações.
    A mudança atinge a chamada exigibilidade adicional, um recolhimento que atinge 5% dos depósitos a prazo (compostos principalmente por CDBs) e em conta corrente e 10% dos saldos da caderneta de poupança. Lembrando que este recolhimento desde quando foi criado em 2002, era feito em dinheiro vivo, e o período que o dinheiro ficava retido, o BC pagava aos bancos juros equivalentes à taxa Selic (hoje em 13,75% ao ano) por esses recursos que ficassem parados.
    Com a nova mudança que entrará em vigor a partir de 1º de dezembro, o BC irá aceitar que esta exigência seja cumprida mediante a entrega de títulos públicos, em vez de dinheiro. Embora a remuneração não mude, a medida consiste em liberar cerca de R$ 40 bilhões em dinheiro no caixa do bancos.
    A Lafis acredita que a medida terá uma impacto reduzido na liquidez do mercado. Porém, o Tesouro recebeu a determinação do BC com um certo alívio.


    No dia 3 de outubro, o mercado, em particular o setor bancário, foi surpreendido pelo anúncio da fusão entre dois grandes bancos privados, Itaú e Unibanco, dando origem ao maior banco da América Latina e se colocando entre os 20 maiores do mundo.
    As negociações para a realização da operação duraram cerca de 15 meses mantidas em sigilo por ambos os agentes,  e para tanto, dado o cenário adverso propagado pela intensificação da crise no mercado internacional, a ação entre os dois bancos foi adiada. Sendo assim, o grupo surge como a 17ª maior empresa do mundo em capitalização de mercado, de acordo com dados da própria companhia, com US$ 324 bilhões em ativos, 14,5 milhões de clientes e 21% dos depósitos do sistema bancário no Brasil.
    A transação se deu com base na cotação de mercado das ações dos bancos nos 45 pregões anteriores ao anúncio. Por esse critério, o valor de cada ação preferencial do Itaú para efeito da relação de troca foi fixado em R$ 26,2468, enquanto cada unidade por ação do Itaú ficou em R$ 7,5460. Sendo assim, a Itaúsa, holding do Itaú, deterá 66% da Itaú Unibanco Participações, a empresa que terá o controle do Itaú Unibanco Holding. O restante ficará nas mãos dos controladores do Unibanco.
    Sobretudo, é importante ressaltar que segundo as duas instituições, esta fusão não significa que os bancos estejam em dificuldades, mas reiteram que a medida visa a solidificação do mercado financeiro, lançado-se uma instituição com mais escala e capacidade de competir no exterior. Obviamente há uma elevação na concentração do setor, pois os cinco maiores bancos (Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal) deterão cerca de 74,3% (ou R$ 450 bilhões) de todo dinheiro depositado no sistema financeiro. Ademais, juntos, eles terão 72,9% dos ativos e 72,2% das operações de crédito. Esta informação é baseada nos balanços de junho.
    Contudo, essa concentração poderá dificultar a redução dos juros e tarifas de serviços, prejudicando o consumidor que iria dispor de menos opções no mercado.
    O mercado de cartões de crédito também será afetado. A fusão entre as duas instituições irá formar a maior emissora de cartões do país. Além disso, a empresa terá nas mãos o controle da Redecard – empresa que administra os sistemas de transmissão de dados das bandeiras MasterCard e Diners. Segundo dados atualizados até outubro, a composição acionária estava composta por acionistas minoritários (36,58% das ações), Citibank (17%), e o restante com Itaú e Unibanco, detendo 23,21% cada um. Mediante a tal fato, o mercado varejista teme aumento nas tarifas, que hoje oscilam entre 1% e 5% do valor da operação como taxa de administração mais o aluguel das máquinas de cartão. Contudo, é importante salientar que a mudança de controle da Redecard não mudará a dinâmica do setor de cartões de crédito, uma vez que o padrão de concorrência permanecerá o mesmo, com a Visanet sendo sua principal concorrente, devendo, portanto, estabecer preços de acordo com essa condição.
    Para se concretizar, a fusão deverá passar pela averiguação do Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade). Entretanto, não deverá encontrar grandes empecilhos para sua conclusão devido a diferença das regras em relação a outros países.


    Dia 22/10, o governo sancionou a Medida Provisória 443 que autoriza o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal a constituírem subsidiárias e a adquirirem participação em instituições financeiras. Além disso, autorizou também a criação da empresa Caixa - Banco de Investimentos S.A..
    Ou seja, estas duas instituições (BB e CEF) poderão adquirir ações de bancos, seguradoras, entidades abertas de previdência e demais instituições financeiras, além de poder adquirir controle acionário de empresas.
    Esta nova empresa criada a partir da CEF, será autorizada a socorrer empresas da construção civil com dificuldades de caixa para completar empreendimentos imobiliários já lançados. Ademais, as empresas de saneamento também serão focalizadas. A nova empresa surgirá com recursos entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões da poupança do FGTS, além de poder, se possível, fazer parcerias com o BNDES, participando em conjunto em alguns empreendimentos.
    Outra novidade com a nova MP foi à permissão dada ao Banco Central de realizar trocas de moedas (swap) com Bancos Centrais de outros países. Com esse novo instrumento, o Brasil poderá receber dólares – ou, eventualmente, outra moeda forte – nos casos de falta da divisa estrangeira para as operações rotineiras de empresas e bancos, como o financiamento às exportações e pagamento de compromissos externos.
    A grande crítica está relacionada ao poder delegado ao BB e CEF de estatizar os bancos médios e menores que estejam em dificuldades, e sobretudo, a compra de bancos estatais sem licitação, ferindo a Lei de Licitações. As diversas entidades representativas do setor da construção, como Câmara Brasileria da Construção e o Secovi têm sido totalmente contra, principalmente, na questão de compra de participação acionária nas empresas do setor. O que é defendido pelo classe é que o governo crie condições melhores de crédito e não que adquira parte de suas empresas.
    Embora haja várias controvérsias em relação ao texto da MP 443, o que evidencia-se é que o governo está agindo preventivamente com a intenção de proteger ou amenizar os efeitos da crise no mercado internacional, em particular, a crise de crédito, e seus desdobramentos que poderão ocorrer no mercado doméstico.


    Com a intenção de amenizar os efeitos da crise financeira internacional que alguns bancos tem sentido, o Banco Central decidiu semana passada flexibilizar duas regras de compulsório, colocando à disposição mais dinheiro para eventuais desequilíbrios. A medida resultará na injeção de cerca de R$ 13,2 bilhões no mercado e deve isentar 23 instituições financeiras de pequeno e médio porte do cumprimento dessas exigências.
    As medidas consistem em diminuir o dinheiro que estas instituições financeiras são obrigadas a recolher periodicamente ao Banco Central, liberando mais recursos que podem ser direcionados para outras operações, como a concessão de empréstimos. Segundo nota do Banco Central, a decisão tem "caráter pontual" e foi tomada "com o objetivo de preservar o sistema financeiro nacional dos efeitos da restrição de liquidez que vem sendo observada no sistema financeiro internacional".
    Uma das mudanças está no critério usado para calcular qual parcela de seus depósitos bancários (conta corrente, poupança ou investimentos) deve ser retida pelo BC. Antes, as instituições tinham uma espécie de desconto de R$ 100 milhões sobre o valor a ser recolhido, isto é, um banco que tivesse R$ 1 bilhão a recolher ao BC podia depositar somente R$ 900 milhões. A partir de agora, esse desconto passou para R$ 300 milhões. Esta medida irá liberar cerca de R$ 5,2 bilhões no sistema financeiro.
    A preocupação do BC, é aliviar, principalmente, os bancos médios e pequenos que tem sofrido desde o início do ano com o aumento do custo de captação. Dentre os 177 bancos sujeitos ao compulsório, 23 não necessitarão mais recolher nada por estarem abaixo do limite de R$ 300 milhões.
    Em janeiro de 2008, o Banco Central instituiu a cobrança de compulsório nas carteiras de leasing dos bancos. Os bancos utilizavam estes recursos para captar dinheiro no mercado como forma de escapar do compulsório, os chamados depósitos interfinanceiros. Sendo assim, com a nova regra, foi lançado um novo cronograma, a ser implantado até janeiro de 2009, com a alíquota do recolhimento subindo até o teto de 25%.
    Com a nova medida, o prazo será prorrogado até março de 2009, favorecendo desta maneira os bancos de menor porte, que são os que mais utilizam deste artifício. Com isso, os bancos deixarão de recolher cerca de R$ 8 bilhões adicionais, criando assim um fôlego maior para suas operações.
    Em suma, tais medidas são identificadas como afrouxamento da política monetária, que terão impacto nos bancos de médio e pequeno porte, porém não sinaliza que o Banco Central fará uma trégua nos ajuste da taxa básica de juros (Selic).


    Nesta semana dois fatos impactaram de forma relevante o setor bancário. O primeiro, que trouxe surpresa para o mercado, foi a manifestação do interesse por parte do Banco do Brasil (BB) em adquirir a Nossa Caixa. As condições e o valor do negócio serão acordados apenas entre os dois bancos públicos, sem a realização de leilão. Em decorrência disso, alguns bancos privados contestaram a forma que será feita a transação, por faltar transparência e o preço ser subestimado, causando perdas para o Estado de São Paulo - que detém cerca de 71,25%, enquanto os acionistas minoritários, 28,75%. Porém a prerrogativa legal que impede a realização de um leilão, é a questão dos depósitos oficiais que só podem ser feitos por bancos públicos.
    O negócio será benéfico para ambas as partes, pois no caso do BB, a aquisição reforçará a presença do banco no Estado - não estará na liderança do mercado, porém entrará no bloco de liderança  em um empate técnico com os demais bancos que atuam em São Paulo -, além das sinergias que vão de encontro com as estratégias do banco, como a entrada no crédito imobiliário, as parcerias com redes varejistas para financiar bens de consumo e a prioridade ao financiamento de veículos. Do ponto de vista da Nossa Caixa, a notícia é boa, pois o banco vinha tentando recuperar o preço de suas ações além de melhorar sua eficiência, e com a entrada do BB, por ser mais competitivo, isso tende a acontecer. O valor do negócio será o dobro do patrimônio que está avaliado em R$ 3 bilhões e dependerá de um projeto de lei que será entregue a Assembléia Legislativa com previsão de 120 dias para se concretizar a venda.
    O outro fato relevante do setor foi o volume de crédito atingir R$ 1 trilhão com 36,1% do PIB, em abril de 2008, cifra recorde comemorada pelo governo. É importante que o crédito ganhe dimensões maiores pelos efeitos multiplicadores e dinâmicos sobre toda a economia. Entretanto, o preço do crédito no país ainda é proibitivo, mesmo com a queda da inadimplência e o arrefecimento das taxas de juros de empréstimos para pessoas físicas/jurídicas.
    O crescimento do emprego e da massa salarial são fundamentais para a tomada de empréstimos por parte dos trabalhadores. No entanto, é esperado para o segundo semestre uma desaceleração devido aos ajustes via taxa de juros básica (Selic) - com intuito de reduzir a demanda e controlar o crescimento da economia, reduzindo assim a procura por empréstimos -, além disso, várias medidas foram anunciadas pelo Banco Central neste sentido, como por exemplo, a regulamentação mais transparente das carteiras de crédito tipo leasing dos bancos.

    Entrou em vigor dia 30/04, a nova tabela de tarifas bancárias para pessoas físicas, conforme determinação feita pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no final de 2007. O CMN limitou as cobranças a 20 serviços e estabeleceu correções de preços a cada seis meses, mas a redução dos valores das taxas pode ser a qualquer momento.
    Segundo o Departamento de Normas do Sistema Financeiro (Denor) do Banco Central, a padronização da nomenclatura, com nomes iguais para os serviços que podem ser cobrados, é um marco regulatório que permite ao cliente comparar preços dos serviços e exercer seu direito de escolha.
    A nova norma, além da padronização de classificação dos serviços para facilitar a comparação de tarifas estipuladas por cada instituição financeira, também ampliou a lista de serviços bancários essenciais sobre os quais não pode ser cobrada tarifa, tais como fornecimento gratuito de cartão de débito, dez folhas de cheque por mês e extrato mensal.
    O banco também não poderá cobrar tarifas do mutuário da casa própria ou de outros bens, em caso de liquidação antecipada das prestações. Vale lembrar que já está em vigor a norma que estabeleceu o Custo Efetivo Total (CET), segundo o qual em qualquer operação de crédito devem ser identificados todos os encargos como comissões, impostos e taxas, de modo a que o contratante saiba exatamente todos os custos e possa comparar com outras opções de financiamento. Um dos objetivos é aumentar a competição entre os bancos e forçar assim, uma diminuição das tarifas do sistema financeiro.

    O crédito consignado direcionado aos aposentados e pensionistas ficaram mais baratos. As taxas de juros para empréstimos pessoal foram baixadas de 2,64% para 2,5% e de cartões de crédito, de 3,7% para 3,5% mensais. A medida foi criticada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), dizendo que a medida foi “política”, pois o Banco Central anunciou que os bancos haviam aumentado a taxa de juros em decorrência da elevação da alíquota do IOF. Por outro lado, o Ministério da Previdência revidou, com o argumento que as reduções foram para acompanhar as duas quedas do ano passado que não tinham sido repassadas aos beneficiários.
    O Governo adiantou que será publicada uma Instrução Normativa, alterando cinco medidas para melhorar o controle do programa, cujo montante encerrou fevereiro com um estoque de R$ 22 bilhões, o equivalente a 12 milhões de operações. Dentre as medidas, será estabelecida a eliminação do prazo de carência para os pagamentos dos empréstimos, que atualmente, eram de seis meses. Todavia, esta medida, na prática fará com que o juros se elevem. Outro medida que merece destaque é a imposição de regras para as instituições financeiras que são responsáveis pelo envio de solicitação de cartões de crédito à Dataprev (sistema que administra o serviço da Previdência Social), que passaram a emitir cartões sem pedido prévio dos beneficiários, caracterizando reserva de mercado por estas instituições.
    A Instrução Normativa feita pelo Governo é bem vista pelas entidades do setor, já que visa uma melhor fiscalização e se for o caso, aplicação de sanções e penalidades para as instituições que não cumprirem com as determinações impostas.

    No dia 31 de janeiro de 2008, o Conselho Monetário Nacional (CMN), alterou a fórmula pela qual é calculada a Taxa Referencial (TR). O cálculo da TR é constituído pela média dos Certificados de Depósito Bancários (CDB) e Recibo de Depósito Bancários (RDB), em função da captação das trinta maiores instituições financeiras do país, cujo resultado é a TBF, mais um redutor “b”, percentual da TBF que varia conforme a taxa se altera. A TR é base para a taxa de juros praticados no sistema financeiro, incluindo a remuneração da poupança.
    A mudança no cálculo possui um caráter técnico e impede que a TR possa apresentar valores negativos. Em termo práticos, a remuneração mínima da caderneta de poupança será 0,5% ao mês, como previsto em 1991. O motivo da alteração foi decorrente das mudanças anteriores no cálculo, acentuando a perda de rendimentos frente a tendência de queda nos juros. Em um mês como fevereiro, pelo número de dias úteis, o retorno da caderneta de poupança poderia apresentar valores inferiores a 0,5%. Logo, a poupança torna-se um investimento indicado no curto prazo (antes de seis meses) ao pequeno poupador, superando os fundos DI e renda fixa que tiverem taxas de administração maiores que 2,5%.

    O Citigroup, maior banco do mundo em número de ativos, registrou essa semana perda de US$ 9,8 bilhões no último quartil de 2007, devido, principalmente, à crise das hipotecas de alto risco dos EUA. A inadimplência dos tomadores de empréstimos levou à uma perda significativa da receita do grupo, assim como a elevação do custo do crédito na economia.
    Os bancos europeus também sofrem com a crise hipotecária, uma vez que o subprime foi disseminado pelo continente, compondo parte dos ativos bancários, paulatinamente dilapidados pela insolvência dos americanos. No caso do Brasil, a estrutura bancária não é atingida significativamente, pois a expansão do mercado interno e a relativa dispersão dos emprestadores sustentou o financiamento e conteve a alta no preço do crédito. Além disso, o sistema de hipoteca aos moldes americanos, não se aplica ao sistema creditício nacional.

    O crédito consignado, modalidade de empréstimo fornecida aos beneficiários do INSS, cujo desconto vem direto na folha de pagamento, foi suspenso no último dia 2 e liberado na quarta-feira, 08/01/08. As mudanças vieram no sentido da redução do valor máximo da margem consignável, empréstimos correspondentes à até 30% da renda do usuário, para um teto de 20%. O prazo de pagamento, entretanto, foi ampliado de 36 para 60 meses, com juros máximos de 2,64% ao mês. Os 10% restantes da renda serão operações com cartão de crédito vinculado ao benefício. Não será cobrada anuidade e os juros serão de 3,7% ao mês, sendo que a média do mercado de cartões é de 10%.
    Por um lado, o governo optou por restringir as linhas de crédito, uma vez que houve aumento de 0,1% ao mês na taxa de juros, com base em outubro de 2007; por outro lado, ampliou-se os meios de pagamento, com as modificações no cartão de crédito. O objetivo final é manter as metas de inflação sem causar danos demasiados à demanda.

    Segundo a Federação Brasileira dos Bancos, o aumento da contribuição sobre o lucro líquido (CSLL), divulgado em nota do Diário Oficial de 03/01/08, não será repassada para o tomador de empréstimos, assim como a IOF, cujo aumento será refletido diretamente no custo final do crédito.
    Isso ocorre porque, segundo o presidente da Febraban, Fábio Barbosa, os bancos apenas recolhem o IOF, enquanto os impactos da CSLL serão diluídos pela concorrência entre os emprestadores, que tentarão oferecer condições mais vantajosas para os clientes, evitando que estes tenham gastos maiores com o tributo.