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  • sucroalcooleiro, empresas do setor sucroalcooleiro, empresas do segmento sucroalcooleiro, setor sucroalcooleiro, segmento sucroalcooleiro, economia, macroeconomia

    A trading britânica Czarnikow revisou para baixo sua estimativa de superávit global de açúcar: serão 5,9 milhões de toneladas na temporada 2024/25, valor que se situa 2,9 milhões de toneladas abaixo da previsão apresentada dois meses atrás. Tal resultado será decorrência de uma produção mundial de cerca de 186 milhões de toneladas, contra um consumo aproximado de 180 milhões.

    Os principais fatores que explicam esse novo valor estão essencialmente relacionados ao clima mais seco que o esperado no centro-sul brasileiro e a temperaturas elevadas na Rússia, que produz o açúcar de beterraba. Já nos Estados Unidos, outro grande produtor as estimativas permanecem estáveis.

    Outro agravante é o fato de a Índia ter decidido aumentar o porcentual de etanol na gasolina de 15% para 20%. Isto deverá orientar parte da produção de açúcar para o combustível. Com isso, esse consumo indiano – terceiro maior do globo em etanol - pode subir para 9,67 bilhões de litros em 2024/25, um aumento de cerca de 3 bilhões de litros em comparação à safra de 2023/2024.

    Ao mesmo tempo, tal medida deverá ter impactos na oferta global, diminuindo a produção de açúcar indiana, que é o segundo maior player global no setor açucareiro. Os preços deverão ser pressionados para cima, reduzindo estoques como resultado de uma oferta menos pujante em relação à demanda. A boa notícia é que o Brasil possui know how e capacidade técnico-produtiva para se manter e, mesmo, ampliar sua atuação no mercado. Apesar das questões climáticas, nossa produtividade pode garantir tanto a oferta de açúcar final como o fornecimento adequado para a indústria de etanol.

     Especialista do Setor Henrique Pavan.


    O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (no estado de São Paulo) registrou uma queda de 0,58% em fevereiro, encerrando em R$ 145,23 por saca de 50 kg. A média mensal ficou em R$ 145,99 por saca de 50 kg em fevereiro de 2024, apresentando aumentos de 0,65% em relação a janeiro (R$ 145,04 por saca) e de 10,53% em comparação com fevereiro de 2023 (R$ 132,09 por saca), em termos nominais.

    Com relação à produção no Centro-Sul do Brasil, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) informa que as usinas processaram 548,58 mil toneladas de cana-de-açúcar na primeira quinzena de fevereiro, referente à safra 2023/24, em comparação com as 73,18 mil toneladas no mesmo período de 2023. A produção de açúcar na primeira metade de fevereiro atingiu 27 mil toneladas, representando um aumento de 1051,02% em relação ao volume registrado no mesmo período da safra 2022/23 (2 mil toneladas).

    Tais dados de aumento da produção, associados a fatores da economia internacional e a questões climáticas podem indicar redução de preços ao produtor no horizonte de 2024.

    Entretanto, vale dizer que a situação é bastante incerta quando se trata de fazer projeções precisas. Isso se deve à falta de definição em relação a vários fatores cruciais que influenciam tanto a oferta quanto a demanda dos produtos relacionados à produção de cana-de-açúcar.

    Por um lado, as previsões para a safra brasileira 23/24 indicam um aumento significativo na produção em comparação com a safra anterior. No entanto, no cenário internacional, persistem incertezas sobre a quantidade que a Índia irá exportar, enquanto a Tailândia anunciou um aumento de 17% nas exportações. Além disso, há preocupações sobre a possibilidade de uma desaceleração econômica em escala global, que também afetaria o mercado do petróleo, outro elemento crucial para o mercado em questão.

    Especialista do Setor Henrique Pavan.

     


    O açúcar brasileiro segue sendo o principal consumido no mundo (49% das exportações mundiais), além de representar 23% da produção global. O mix entre etanol e açúcar continua equilibrado, com leve vantagem para o etanol, tendo em vista a necessidade de mudança na matriz energética. A concorrência, por sua vez, vem principalmente da Índia e da Tailândia, países que possuem grande capacidade produtiva, mas que também possuem grande populações consumidoras. 
    No âmbito internacional, por sua vez, a Índia, principal concorrente do Brasil na produção de açúcar, deverá continuar reduzindo, na margem, sua produção, mas a produção de açúcar na Tailândia deve somar 10,5 milhões de toneladas no ano comercial 2022/23, que começou em dezembro de 2022 compensando, em partes, a redução do gigante asiático. A Índia deve produzir 34,3 milhões de toneladas de açúcar em 2022/23, queda de 4% em relação à previsão anterior, depois que a produção de cana-de-açúcar nos principais estados produtores foi afetada por clima adverso. 
    Chuvas excessivas e tempo nublado em setembro e outubro do ano passado reduziram o crescimento vegetativo da cana-de-açúcar. A produtividade da cana está menor do que no ano passado e isso poderá trazer impactos altistas aos preços, o que certamente beneficiará o produto brasileiro.

    Economista Responsável Marcos Henrique


    A pandemia da COVID-19 causou uma reviravolta econômica sem precedentes em todo o mundo. Empresas de todos os setores enfrentaram desafios significativos, desde restrições de operação até mudanças nos hábitos de consumo dos clientes.

    Nesse cenário de recuperação, é crucial que as empresas estejam preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem. E uma ferramenta valiosa para essa preparação estratégica é a análise setorial.

    Compreender as tendências do mercado, as mudanças de comportamento do consumidor e as demandas emergentes torna-se essencial para se posicionar de forma inteligente e competitiva.

    Este texto explora a importância da análise setorial como uma poderosa aliada das empresas na retomada econômica, e como a análise setorial pode ajudar as organizações a identificar oportunidades, mitigar riscos e tomar decisões informadas que impulsionem seu crescimento.

    Prepare-se para desvendar os segredos por trás da análise setorial e descubra como essa ferramenta estratégica pode levar sua empresa a um novo patamar de sucesso.

     

    Entendendo a retomada da economia e o papel da Análise Setorial

     

    Após um período desafiador de incertezas e instabilidades, a retomada econômica pós-pandemia já se tornou uma realidade.

    No entanto, é importante compreender que o cenário econômico atual é marcado por mudanças significativas nos comportamentos de consumo, nas dinâmicas de mercado e nas demandas dos clientes.

    As empresas que desejam se destacar nesse novo contexto precisam adotar uma abordagem estratégica, antecipando-se às transformações do mercado e se adaptando rapidamente. É aqui que a análise setorial desempenha um papel fundamental.

    A análise setorial permite que as empresas compreendam em profundidade o panorama do seu setor de atuação. Ela vai além da análise macroeconômica geral e mergulha nas especificidades de cada segmento, identificando as principais tendências, desafios e oportunidades que surgem durante a retomada econômica.

    Ao entender os fatores-chave que impulsionam o crescimento do setor, as empresas podem ajustar suas estratégias, reposicionar seus produtos e serviços e se adaptar às novas demandas dos consumidores.

    Além disso, a análise setorial ajuda as empresas a avaliarem a competitividade do mercado, identificando os principais concorrentes e suas estratégias. Com base nessas informações, é possível desenvolver estratégias diferenciadas, encontrar nichos de mercado pouco explorados e conquistar uma vantagem competitiva.

    Em suma, a análise setorial permite que as empresas estejam à frente da curva, antecipando-se às mudanças do mercado e tomando decisões fundamentadas. Na próxima seção, exploraremos em detalhes como essa ferramenta valiosa pode ser aplicada de forma eficaz, fornecendo vantagens estratégicas e impulsionando o crescimento empresarial na retomada econômica pós-pandemia.

    A análise setorial desempenha um papel crucial na tomada de decisões estratégicas das empresas durante a retomada econômica pós-pandemia. Ela oferece uma visão aprofundada das tendências e mudanças que estão moldando o mercado, permitindo que as empresas compreendam o cenário em que estão inseridas e se posicionem de maneira estratégica.

     

    Benefícios da Análise Setorial para as empresas

     

    Ao adotar uma abordagem estratégica baseada na compreensão das tendências e mudanças do mercado, as empresas podem obter vantagens significativas. Vejamos alguns dos benefícios-chave da análise setorial:

     

    Identificação de oportunidades de crescimento: permite que as empresas identifiquem oportunidades emergentes e nichos de mercado pouco explorados – o que permite a possibilidade de direcionar seus recursos e esforços para o desenvolvimento de produtos ou serviços inovadores, atendendo às necessidades específicas dos clientes.

     

    Tomada de decisões informadas: Com acesso a dados e informações precisas sobre o setor, as empresas podem tomar decisões estratégicas fundamentadas, permitindo que empresas se adaptem rapidamente às mudanças do mercado.

     

     

    Vantagem competitiva: A análise setorial ajuda a identificar os pontos fortes e fracos dos concorrentes, bem como as lacunas no mercado que podem ser aproveitadas. Isso permite que as empresas se posicionem de forma única, atendendo às necessidades dos clientes de maneira mais eficaz do que seus concorrentes.

     

    Mitigação de riscos: auxilia na identificação de riscos e ameaças que podem afetar o desempenho das empresas. Ao antecipar esses desafios, as empresas podem desenvolver estratégias de mitigação adequadas e estar preparadas para enfrentar obstáculos.

     

    Aproveitamento das tendências de mercado: as empresas podem se adaptar de maneira proativa e capitalizar as oportunidades que surgem, ajustando-se rapidamente às mudanças nos comportamentos do consumidor, nas demandas de mercado e nas inovações tecnológicas.

     

    A análise setorial é uma ferramenta poderosa para as empresas que deseja estar sempre prontas aos desafios do seu mercado.

    Ao identificar oportunidades de crescimento, mitigar riscos, adaptar a estratégia de negócios e conquistar uma vantagem competitiva, as empresas estarão bem posicionadas para se destacar no mercado e alcançar o sucesso.

    Lembre-se de que a implementação da análise setorial requer uma coleta cuidadosa de dados, análises aprofundadas e monitoramento contínuo. Além disso, contar com especialistas nessa área, como a LAFIS, pode fornecer um apoio valioso na interpretação dos dados e na orientação estratégica.


    Os preços do açúcar acompanham, em parte, a dinâmica interna de oferta e demanda, mas, por outro, como uma commodity cotada no plano externo, vem sentindo as pressões impostas pela guerra. A alta observada nos preços do petróleo tem transferido parte da cana-de-açúcar para produção de etanol, combustível que vem observando elevação em sua demanda diante do efeito substituição; desta maneira, a menor disponibilidade de insumos para a produção do adoçante impacta seus preços no mercado externo. 

    Adicionalmente, a expectativa de redução da oferta de açúcar por parte da Índia (8 milhões de toneladas), segundo maior produtor global, também vem influenciando a alta nas cotações; além disso, a perspectiva de melhora na produtividade dos canaviais também vem incentivando a produção das usinas, o que se reflete em preços mais elevados. De acordo com a Cepea/Esalq, “o Indicador do açúcar cristal (estado de São Paulo) acumulou alta de 5,59% em março, fechando o dia 31 a R$ 142,86/saca de 50 kg. A média mensal foi de R$ 137,60/saca de 50 kg, 4,96% inferior à de fevereiro (R$ 144,78/saca de 50 kg), mas 27,90% acima da de março/21 (R$ 107,58/saca de 50 kg), em termos nominais.

    Os dados publicados pela Conab apontam que tanto o açúcar, quanto o etanol, estão em baixa em termos de exportações. Isso porque a venda de açúcar para o mercado externo nos onze meses da safra 2021/22 alcançou cerca de 24,5 milhões de toneladas, uma redução de 18,8% na comparação com igual período do ciclo anterior. No que diz respeito ao etanol, o comportamento foi parecido, pois a redução chegou a 41,4% no acumulado dos onze meses da safra 2021/22. De acordo com a análise da Conab, o menor volume de venda para o mercado externo é explicado pela quebra da produção na temporada e por problemas logísticos no transporte marítimo internacional.

    Especialista do Setor Marcos Henrique


    A redução da competitividade do etanol frente à gasolina fez com que o biocombustível perdesse a preferência frente à gasolina. De acordo com os dados divulgados pela ANP no final de dezembro, em novembro, o etanol representou apenas 18,16% do volume abastecido nos postos, a menor parcela desde os 16,76% de julho de 2017. No período, a demanda por etanol totalizou 1,08 bilhão de litros, também o menor valor mensal desde julho de 2017. Em comparação com os 1,7 bilhão de litros vistos em novembro de 2020, o consumo teve uma queda de 36,7%; já em relação ao mesmo mês de 2019 – antes da pandemia de covid-19 –, a retração é de 45,6%. Embora a demanda por combustíveis tenha aumentado entre janeiro e novembro de 2021 (+4,2%), o etanol teve queda de 10,4% e a gasolina avançou 9,8% no mesmo período.

    No que diz respeito ao açúcar, o volume exportado pelas usinas brasileiras apresentou queda de 11% no comparativo com o ano anterior. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, 27,25 milhões de toneladas foram enviadas a outros países no período. Entretanto, num movimento idêntico a outros setores do campo já destacados pela Lafis, a receita acumulada do açúcar fechou o ano em US$ 9,18 bilhões, um crescimento de 5% ante os US$ 8,77 bilhões de 2020. Isto foi possível por conta de um aumento de 18% no preço médio do produto, que subiu dos US$ 285,42 por tonelada vistos em 2020 para US$ 336,87/t no ano passado, além da moeda brasileira que se mantém desvalorizada frente ao dólar.

    A tendência de alta nos preços, tanto dos combustíveis quanto do adoçante, deverá persistir nos próximos meses, contribuindo para a performance do setor.

    Especialista do Setor Marcos Henrique

    A busca por energias renováveis e limpas vem aumentando devido a preocupação mundial com o desenvolvimento sustentável visando o combate do aquecimento global. Nesta busca, os biocombustíveis, obtidos através de biomassa renovável (cana, milho, sorgo, soja) surgem como uma alternativa mais sustentável aos combustíveis fósseis, derivados de petróleo e gás natural. Combustíveis renováveis possuem baixa taxa de emissão de poluentes.

    O etanol brasileiro, todavia, depende mais de fatores externos do que internos. A despeito da melhora na atividade da economia brasileira demandar maior consumo do combustível, é a trajetória de preços estimada pelo mercado de petróleo que exerce maior influência. Nesse caso, deve-se destacar os conflitos em torno da atual política de preços da Petrobrás que promoveu aumentos no preço dos combustíveis fósseis no início de 2021 e deverá continuar exercendo pressão sobre os preços internos. O preço do barril de petróleo WTI ultrapassou o patamar de US$ 75, após ter atingido US$ 16 em abril de 2020, provocando disparada de preços nos combustíveis. Esse fato pressiona a substituição pelo etanol, que acaba afetando também seus preços. 

    De acordo com relatório da Conab, a segunda estimativa da safra 2021/22, incorpora os efeitos climáticos adversos da estiagem durante o ciclo produtivo das lavouras e as baixas temperaturas registradas em junho e julho do presente ano, inclusive com episódios de geadas em algumas áreas de produção, sobretudo São Paulo e Mato Grosso do Sul. Assim, A estimativa é que sejam colhidos 592 milhões de toneladas, representando um volume de matéria-prima 9,5% menor em relação à safra 2020/21. Diante disso, é possível vislumbrar um cenário de competição acirrada para o setor sucroalcooleiro, principalmente na distribuição de matéria prima entre açúcar e etanol.

    Analista Responsável Marcos Henrique

    A fabricação de açúcar no Centro-Sul do Brasil foi de 2,376 milhões de toneladas nos primeiros 15 dias de maio, queda de 4,39% ante os 2,485 milhões de toneladas do mesmo período de 2020, de acordo com levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). O mix sucroenergético na quinzena ficou em 53,85% para o etanol e 46,15% para o açúcar.

    Os preços das commodities seguem elevados em 2021 e o com o açúcar não é diferente. O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 8,38% em abril, fechando a R$ 112,88/saca de 50 kg no dia 30. A média mensal foi de R$ 108,34/saca de 50 kg, 0,70% superior à de março (R$ 107,58/saca de 50 kg) e 40% acima da média de abril/20 (R$ 77,38/saca de 50 kg), em termos nominais. Ainda de acordo com a análise da Cepea, no mercado internacional, as cotações do açúcar demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures) subiram, influenciadas principalmente pelo atraso da colheita no Brasil e por expectativas de menor produção da commodity no País.

    Assim, as exportações do mês de abril tiveram intenso crescimento, 25,7% acima do observado no mesmo mês de 2020. A alta nos embarques e nas receitas é reflexo da maior produção do Brasil, que destinou ao açúcar seu mix na safra recém-encerrada, em decorrência da quebra de produção em países importantes como a Tailândia e porque a pandemia da covid-19 reduziu a demanda por etanol no País. Adicionalmente, deve-se destacar que a Índia, um dos principais ofertantes globais do adoçante, começou a exportar parte do produto sem subsídios, aliviando seus estoques e contribuindo para melhora nas condições de concorrência global.

    Analista Responsável Marcos Henrique

    As usinas da região Centro-Sul do país, que produzem mais de 90% da cana-de-açúcar, chegaram ao fim de setembro com um volume recorde de processamento de aproximadamente 500 milhões de toneladas, o que representa uma alta de 5,3% em relação à safra anterior. Em relatório recente, a entidade argumentou, porém, que numa análise preliminar, o setor estima queda no rendimento das lavouras em função da estiagem pela qual passou a região ao longo de um inverno mais seco que o de costume.

    Para uma amostra de 90 usinas, o rendimento observado recuou de 72,99 para 71,97 toneladas por hectare, número que, já indica uma mudança de cenário e demanda a importância de se monitorar os efeitos da seca nos canaviais. Além do volume, deve-se destacar que a qualidade da matéria-prima foi elevada, com 142,87 kg de açúcares totais recuperáveis (ATR) obtidos por tonelada de cana, valor 4,5% maior do que o registrado no ciclo 2018/2019.

    Cabe ainda destacar que as exportações de etanol tiveram um importante incremento ao longo do ano. Enquanto as vendas domésticas tiveram alta de 7,6% em setembro comparado ao mesmo período de 2019, as exportações saltaram 65,86% na mesma base, quando foram vendidos ao exterior 199,6 milhões de litros. A desvalorização persistente do real frente ao dólar e a recuperação da economia mundial, especialmente da China, pós-isolamento social, são fatores importantes para o comportamento observado no setor.

    Neste sentido, ao contrário dos prognósticos negativos do primeiro semestre, o ano deve se encerrar com um resultado positivo, especialmente tendo em vista a estiagem em países da Ásia, que reduziu a oferta global de açúcar, permitindo ao Brasil preencher esse espaço com preços mais convidativos.

    Especialista do Setor Marcos Henrique.

    O Governo Federal apresentou recentemente, no Palácio do Planalto, o Plano Safra 2020/2021, que contará com R$ 236,3 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional, um aumento de R$ 13,5 bilhões em relação ao plano anterior.“Desse total, R$ 179,4 bilhões são para custeio e comercialização e R$ 57 bilhões para investimentos nos diversos setores produtivos do agro. São valores que foram corrigidos muito acima da inflação do período”, destacou a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, em discurso no lançamento do programa.

    O secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio, afirmou que incluíram no plano linhas de crédito para apoiar o setor da cana-de-açúcar, que “foi atingido de várias maneiras”, principalmente o etanol, pela crise da COVID-19. De acordo com o secretário, “as usinas e produtores de cana-de-açúcar  e seus produtos terão acesso a recursos do Plano Safra para formar estoques e conseguir negociar em uma melhor condição de mercado”.

    Por outro lado, Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), afirmou em entrevista que a indústria de cana e etanol nunca esteve tão ameaçada, em referência à nova investida da Advocacia-Geral da União (AGU) para mudar a fórmula de cálculo das indenizações devidas pela União às usinas por prejuízos causados com o tabelamento de preços nas décadas de 1980 e 1990. A combinação de retração da demanda com preço em queda é desastrosa para o setor, mas as usinas buscam um nível fortíssimo de eficiência. É um ano “desafiador”, ressalta o presidente da Unica. Sobretudo, acrescenta ele, porque o setor pode ser vítima de uma “transformação de jurisprudência com terríveis efeitos para o mundo econômico e jurídico”.

    Especialista do Setor Marcos Henrique.

    A entressafra da cana-de-açúcar - quando as usinas deixam de produzir e passa a vender apenas o estoque, tem provocado a disparada dos preços do etanol. Pela primeira vez na série histórica, o preço médio do litro do etanol nos postos de combustível no estado de São Paulo passou de R$ 3,00, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Os valores aferidos são em média R$ 0,40 maiores do que em janeiro de 2019.

    Recentemente, em comunicado, a Cepea afirmou que mesmo com a aproximação do carnaval, período de maior circulação de automóveis, a demanda por etanol se reduziu na semana passada frente à anterior; “com isso, o volume de etanol hidratado negociado e captado pelo Cepea recuou 29,5% entre 10 e 14 de fevereiro no mesmo comparativo.” O posicionamento firme das usinas, porém, tem sustentado os preços em patamar elevado, fazendo cair a diferença em relação à gasolina. 

    Tradicionalmente utilizada, a fórmula que leva em consideração a vantagem do etanol em relação à gasolina quando aquele vale até 70% do preço deste último, não tem funcionado nos últimos meses. De acordo com os dados da ANP, nas quatro últimas, a coleta do preço médio indicou que o preço do etanol, ao atingir R$3,25, passou a valer cerca de 72% da gasolina. 

    Em contrapartida, a produção de cana-de-açúcar, estimada para a safra 2019/20, é de 642,7 milhões de toneladas, acréscimo de 3,6% em relação à safra anterior. No Sudeste, região que concentra cerca de 65% da produção total, estima-se que o processamento de cana deverá atingir 412,7 milhões de toneladas, 3,1% superior à safra 2018/19. Ainda de acordo com a Conab, a produção total de etanol, proveniente da cana-de-açúcar e do milho, é de 35,5 bilhões de litros, acréscimo de 7,2% em relação à safra passada, enquanto a produção de açúcar deverá atingir 30,1 milhões de toneladas, crescimento de 3,8% no mesmo período. 

    Desta forma, conclui-se que movimento recente, apesar de contribuir para melhora do desempenho da performance do setor a curto prazo, deverá ter seus efeitos limitados pela expansão da oferta de cana, que deverá derrubar as cotações do etanol.

    Especialista do Setor Marcos Henrique

    A moagem de cana da região centro-sul atingiu 42,5 milhões de toneladas na primeira metade do mês de agosto, o que representa alta de 26,3% sobre igual período do ano passado. De acordo com o comunicado da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), o salto na produção da commodity permitiu fabricação recorde de etanol no mesmo período, seguindo o comportamento do setor de dar preferência ao combustível em detrimento do açúcar.

    A produção de etanol chegou a 2,39 bilhões de litros nos primeiros 15 dias de agosto, o que significa alta de 20,6% em relação a igual período de 2018. A produção de açúcar, por sua vez, a despeito de um volume menor de cana estar sendo destinado a ela (cerca de 35%), também experimento um salto importante no período, de 24,3%, equivalente a 2,1 milhões de toneladas. A produção indiana, que ultrapassou a brasileira recentemente, é a grande concorrente no mercado do adoçante, além de países do sudeste asiático; o aumento recente dos estoques de açúcar fez os preços caírem de maneira mais intensa nos últimos anos.

    Adicionalmente, o etanol tem se tornado mais vantajoso após mudança na política de preços da Petrobrás a partir de 2016. Ao atrelar a variação interna dos derivados de petróleo à variação do preço do barril, o que inclusive serviu de estopim para a greve dos caminhoneiros, o etanol viu sua demanda crescer. Com a normalização dos estoques internacionais de açúcar recentemente e a retomada da produção, a Conab destaca uma expectativa negativa para o etanol em 2019. De acordo com o órgão, a projeção é de uma redução em 4,6% no total de etanol (cana + milho), resultado de maior destinação da matéria prima para o açúcar.

    Especialista do Setor Marcos Henrique


    A bancada que representa o setor de biocombustíveis na Câmara dos deputados protocolou na última terça-feira, 14, o projeto de lei que cria o RenovaBio, o tão esperado marco regulatório para os combustíveis renováveis. O projeto de lei é de autoria do deputado Evandro Gussi (PV-SP) em parceria com técnicos do Ministério de Minas e Energia (MME). A expectativa por parte da bancada é que o projeto tramite no Congresso em caráter de urgência de modo que possa ser regulamentado ainda em 2018.

    O RenovaBio será o marco regulatório do setor de modo que reconhecerá o papel estratégico dos biocombustíveis dentro da matriz energética brasileira. O projeto de lei combina a promoção dos combustíveis renováveis – segmento no qual o Brasil ocupa a segunda posição na produção mundial, por meio de uma expansão que vise a regularidade do abastecimento, com o cumprimento dos Compromissos Nacionalmente Determinados pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris, através de metas que possibilitem a redução de emissões de gases causadores do efeito estufa na produção, comercialização e uso de biocombustíveis. 

    Entre outros pontos, o projeto prevê garantir a mistura obrigatória do etanol anidro na gasolina dos atuais 27,5% para 30% até 2022, chegando a 40% em 2030. Quanto ao biodiesel, a proposta é elevar a adição compulsória dos atuais 8% no óleo diesel – que serão 10% a partir de 2018, conforme confirmado pelo governo no último dia 9 – para 15% a partir de 2022, e chegarão a 20% a partir de 2030.

    O envio do projeto do RenovaBio é um passo importante na promoção dos biocombustíveis no Brasil, e terá impactos expressivos sobre a indústria sucroalcooleira e sobre o setor de biodiesel. Uma maior clareza e regularidade dos objetivos destas indústrias dentro da matriz energética brasileira é necessária, não só no sentido de regularizar o abastecimento, mas de modo que os investimentos para estes setores não estejam pautados somente por subsídios do governo ou renúncias fiscais, mas nas próprias estratégias das empresas a  partir de uma demanda consolidada. 

    Especialista do Setor: Beatriz Araujo.


    Nesta semana a China anunciou o aumento das taxas de importação para o açúcar importado do Brasil, de 50% do valor importado para 95%, quando o tamanho exportado exceder 1,945 milhões de toneladas. 

    Esse aumento deverá ser uma perda considerável para as vendas destinadas a esse mercado, já que o setor esperava vender quase 3 milhões de toneladas para o país asiático em 2017. As perdas são estimadas em 800 mil toneladas de açúcar só neste primeiro ano. Essa taxa de importação deverá ser reduzida ao longo do tempo, mas ainda permanecerá alta pelo menos por 10 anos.

    Assim, essa alteração na legislação chinesa deverá prejudicar os negócios brasileiros já a partir de 2017, com a forte redução do volume exportado de açúcar.  

    Especialista do Setor: Ricardo Quirino.


    O setor sucroalcooleiro vem passando, desde a crise de 2009, por momentos de grande perda na rentabilidade e até mesmo da viabilidade de suas operações, tendo em vista a defasagem dos preços do etanol em comparação à gasolina e da super produção do açúcar no mercado global. No entanto, após os aumentos no preço da gasolina e o aumento da mistura do etanol anidro na gasolina o cenário se tornou mais otimista, mas ainda nebuloso para o setor. Porém, com o processo de super produção de açúcar já revertido ao longo de 2015/16, a expectativa é de que os preços do açúcar voltem a subir, melhorando ainda mais o cenário para o setor. 

    A superprodução de açúcar foi reflexo da queda na produção da Índia, em 2007/08, quando a segunda maior demandante de açúcar do planeta enfrentou problemas climáticos, aumentando a demanda mundial pelo açúcar. Com o aumento da demanda os principais países produtores, inclusive o Brasil, ampliaram a produção, o que acabou aumentando a oferta de açúcar no mercado global até meados de 2014/13. Com a produção normalizada na Índia os preços do açúcar caíram, prejudicando a performance do setor ao longo nos últimos anos. No entanto, a situação se inverteu nos últimos dois anos com a normalização da oferta, com os preços do açúcar disparando no mercado internacional, o que deverá garantir bons ganhos para 2017 no setor, provavelmente os melhores desde a crise de 2009. 

    Analista Responsável pelo Setor: Ricardo Quirino


    A Europa sempre foi autosuficiente em termos de oferta e  consumo de Açúcar, tendo em vista a boa produção de açúcar advindo da beterraba. No entanto, o bloco está mudando os incentivos para a produção interna, o que poderá mudar drasticamente o mercado internacional de Açúcar.

    O mercado exportador internacional de açúcar é bem centralizado em países como Brasil, que é o maior exportador do planeta. A Europa não exporta muito da commodity, tendo em vista que o consumo interno é forte e políticas governamentais de preços mínimos/compras para estoques públicos mantém a produção sob o controle. No entanto, com o fim destes subsídios, o mercado internacional será inundado com o açúcar europeu excedente, o que deverá ter impactos substanciais para a estrutura do mercado internacional do Açúcar, principalmente em termos de preço.

    Assim, mesmo com a melhora recente nos preços do Açúcar, esta mudança nos subsídios na Europa deverá ser um balde de água fria para o setor, já que os preços deverão despencar e prejudicar o faturamento do setor sucroalcooleiro.

    Analista Responsável pelo Setor: Ricardo Quirino


    O maior consumidor de açúcar no mundo, a Índia, vem sofrendo com o excesso de oferta da cultura de açúcar, neste caso com origem da cana, o que têm imposto prejuízos aos produtores do país, e redução dos preços no mercado internacional.

    Após a grande quebra de safra em 2008, o país asiático incentivou o aumento da produção, o que acabou aumentando muito mais que o esperado a oferta da commodity no mercado nacional. Houve diversas tentativas de reduzir o excesso de oferta/estoque no mercado interno indiano, como por exemplo a redução nas taxas de exportação de açúcar e o aumento da mistura permitida do etanol na gasolina (De 5% à 6% em 2014, mas com uma banda limite de 10%), no entanto as mesmas vem se mostrando insuficientes para combater o problema. Estão previstas novas medidas, inclusive uma bastante polêmica: A obrigatoriedade da exportação de um uma porcentagem da produção que impeça o aumento dos estoques internos. Essa medida transformaria a Índia no terceiro maior exportador de açúcar do mundo, somente atrás do Brasil e da Tailândia, sendo que o país era, até 5 anos atrás, um dos países que menos exportavam açúcar no mundo – Dado a sua forte demanda interna.

    O grande problema é que este excesso de produção no mercado indiano está reduzindo os preços do açúcar no mercado internacional e as exportações do açúcar brasileiro para a Índia, prejudicando consideravelmente o setor sucroalcooleiro brasileiro. As perspectivas de melhora na situação do açúcar, dado os fatores citados anteriormente, são ruins.

    Assim, o setor sucroalcooleiro deverá continuar ampliando a produção de etanol, buscando minimizar as perdas de faturamento com os baixos preços do açúcar.

    Analista Responsável pelo Setor: Ricardo Quirino  


    https://www.youtube.com/watch?v=CGL-qGeTBiY

     

    O analista setorial especialista em Agronegócios Ricardo Quirino dá suas considerações sobre o setor sucroalcooleiro, que está mergulhado em uma crise somente comparada com o período pós fim do pro-álcool.


    A partir de fevereiro ou março, a mistura de etanol na gasolina deve subir de 25% para 27%. A proposta foi acordada entre setor produtivo e o ministro da Casa Civil,  Aloizio Mercadante, no começo de fevereiro  e será analisado pela presidente Dilma Rousseff, que decidirá se a mesma será aprovada. 

    Apesar do último aumento da mistura do etanol na gasolina ter ocorrido em 2013, de 20% para 25%, o setor sempre requisitou uma porcentagem superior da mistura do etanol na gasolina. Especulou-se, inicialmente, que a nova porcentagem da mistura seria na ordem de 27,5%, mas como as bombas de gasolina não conseguem computar reajustes com números quebrados o reajuste foi adequado para 27%.

    Essa medida, aliada aos reajustes recentes da gasolina, traz um novo fôlego para as empresas  do setor sucroalcooleiro, que vivem a pior crise da história do mesmo, com altas dívidas e as perspectivas de crescimento cada vez menores.  

    Analista do Setor: Ricardo Quirino


    O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Finep – Inovação e Pesquisa - lançaram na segunda-feira, 17, seleção pública conjunta de planos de negócios voltados à inovação tecnológica agrícola no setor sucroenergético – Plano de Apoio à Inovação Tecnológica Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico (PAISS Agrícola). As duas instituições disponibilizarão R$ 1,4 bilhão para o período 2014-2018. Em março de 2011, o BNDES e a Finep já haviam lançado o PAISS Industrial, plano semelhante, mas voltado para o apoio à inovação tecnológica industrial dos setores sucroenergético e sucroquímico.      

    O intuito do PAISS Agrícola é acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias que aumentem a eficiência agrícola do setor sucroenergético e, consequentemente, proporcionem maiores ganhos de produtividade no médio e longo prazos. 

    A necessidade de investimento na inovação no setor é de extrema importância. Só em termos de produtividade,  estima-se que se o ganho anual de produtividade da cana, que hoje é abaixo de 1%, fosse ampliado para 3%, seria possível aumentar a oferta de etanol em 12 bilhões de litros até a próxima década, o equivalente a 40 novas usinas, no valor de R$ 40 bilhões. O programa também substitui o espaço deixado pelo fim do Prorenova do BNDES, encerrado em dezembro de 2013, que tinha como foco principal a renovação nos canaviais. 

    O CMN deliberou pela ampliação do Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais, o ProRenova. Tal programa tem o ojbetivo explícito de estimular o aumento da produção de cana-de-açúcar no país, por meio de financiamento à renovação de implantação de novos canaviais. 

    Com a reformulação do programa, o CMN reduziu (e simplificou) as taxas de financiamento no BNDES para 5,5% ao ano. Anteriormente, os juros correspondiam a taxa de juros de longo prazo (TJLP), atualmente em 5% ao ano, mais 1,3% ao ano e taxa de intermediação de 0,5% para empresas médias e grandes, com faturamento de mais de R$ 90 milhões anuais. Para os pequenos produtores, o custo financeiro contabilizava a TJLP mais 0,9% ao ano.

    O ProRenova Rural foi criado em 2012 e deverá vigorar até dezembro de 2013 e tem orçamento de R$ 4 bilhões. Com a reformulação, o programa foi dividido em duas vertentes. O ProRenova-Rural dará apoio a produtores rurais e cooperativas. O ProRenova-Industrial é destinado a empresas que participam da cadeia de produção de açúcar e de etanol, como usinas e destilarias. As linhas de crédito têm prazo de 72 meses, sendo que a primeira prestação só é paga depois de 18 meses. 

    Nesta terça-feira, o BNDES anunciou aprovação de R$ 300 milhões em financiamento para a Bioflex Agroindustrial, empresa do grupo GranInvest, construir uma unidade de produção de etanol de 2ª geração (2G). O etanol 2G é também chamado de etanol celulósico e pode ser produzido a partir de resíduos agrícolas, como bagaço de cana, palhas e outros tipos de biomassa vegetal.

    A usina será instalada no município de São Miguel dos Campos (Alagoas) e terá capacidade de produção de 82 milhões de litros por safra, utilizando tecnologia de conversão de biomassa, além de palha e bagaço de cana-de-açúcar como matéria-prima, sobras do atual processo de produção de etanol. A produção poderá ter início em 2014 e permitirá o aumento da produção de energia, sem aumentar as áreas agrícolas.

    Será a primeira planta em escala comercial no Brasil e a segunda no mundo (a outra está localizada na Itália). O projeto, que consiste no desenvolvimento no País de um processo de produção de etanol de segunda geração, integra o Programa de Apoio à Inovação Tecnológica Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico (PAISS), com o objetivo de aumentar a participação de energia limpa na matriz energética nacional.


    Foram anunciados uma medida provisória e um decreto que dão incentivo tributário à venda de álcool no País.

    Um dos incentivos da Medida Provisória nº 613 é a instituição de crédito presumido de PIS/Pasep e da Cofins na venda de álcool tanto para importadores, quanto para produtores. Esse crédito poderá ser requerido em relação a vendas efetuadas até 31 de dezembro de 2016. O Governo também editou o Decreto nº 7.997 que altera os coeficientes de redução das alíquotas de PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de álcool. 

    Com tais ações o Governo pretende, além de subsidiar a produção do etanol, reduzir os tributos de sua comercialização. Estas medidas tentam estimular as vendas deste combustível na tentativa de minorar as perdas no setor provindas do baixo volume de vendas do etanol. 


    Desde o dia 1º de maio, a gasolina vendida nos postos volta a ter 25% de etanol anidro, e não mais 20%, como estava em vigor desde 2011, quando houve redução da quantia de etanol na gasolina para tal percentual, devido à escassez do biocombustível e do aumento nos preços do etanol. 

    O cenário agora é inverso; a perspectiva é de aumento da oferta de etanol, devido à fraqueza da demanda internacional por açúcar e à safra favorável esperada para 2013. Com isso, a perspectiva de queda dos preços do etanol poderá contribuir para arrefecer o impacto do reajuste da gasolina em 6,6% no início do ano. Entretanto, há que se considerar que ainda é cedo para esperar um reflexo favorável nos preços do combustível ao consumidor.

    Além disso, o aumento da proporção do etanol na gasolina poderá dinamizar o setor sucroenergético, complementando o plano de estímulos adotado em abril. O setor tem enfrentado diversos problemas, como a carência de investimentos, em cenário de queda do volume exportado e dos preços internacionais do açúcar.


    A Usina Batatais, localizada no município de Batatais (SP) e integrada às unidades associadas da Coopersucar,  está estudando renovar mais de 48 mil hectares de área de cana-de-açúcar, além de buscar inovações tecnológicas para incrementar sua produção de açúcar e etanol. Para levar adiante o projeto, que envolve duas usinas em São Paulo (Batatais e Lins), a empresa precisa de R$ 588,66 milhões. 

    Desse montante, cerca de R$ 104 milhões poderão ser financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ao passo em que R$ 154 milhões poderão ser obtidos através de linhas de financiamento do BNDES. Os recursos começam a ser investidos ainda em 2013, com o término da fase de expansão previsto para 2017.


    A BP Biocombustíveis, subsidiáia  da petroleira britânica BP no segmento sucroalcooleiro, anuncio investimentos de R$ 716 milhões na expansão da capacidade de moagem da Usina Tropical, localizada em Edéia (GO). 

    O projeto terá início em 2013 e deverá dobrar a capacidade de processamento da unidade, para 5 milhões de toneladas anuais; com isso, a BP atingirá capacidade para moer 10 milhões de toneladas de cana/ano no Brasil. Segundo estimativas da empresa, a unidade operará em plena capacidade a partir de 2014/15 e deve gerar cerca de 7.650 empregos diretos e indiretos. Com a ampliação, a unidade poderá produzir cerca de 480 milhões de litros de etanol equivalente por ano e cogerar 340 GWh de energia elétrica.

    Além da Usina Tropical, a BP possui outras duas unidades no país, localizadas em Itumbiara (GO) e Ituiutaba (MG), porém ambas ainda não entraram no plano de expansão, pois operam abaixo da sua capacidade instalada, os recursos serão destinados à recomposição dos canaviais destas unidades.


    A Rhodia, controlada pela belga Solvay, em parceria com a norte americana Cobalt, construirão no Brasil sua primeira fábrica global de bio n - butanol. O produto, na qual o Brasil não é autosuficiente, será obtido através do bagaço da cana de açúcar, em processo semelhante ao da geração de etanol de segunda geração. O projeto será executado em duas etapas: a primeira através de uma unidade de demonstração instalada ao lado de uma usina de etanol (a partir de 2013) e a segunda com a construção de uma fábrica para produção industrial que deverá entrar em funcionamento à partir de 2015.

    A capacidade de fabricação em escala industrial poderá atingir até 100 mil toneladas por ano e poderá suprir a demanda anual do País (50 mil toneladas). O Brasil importa mais de 60% das suas necessidades de butanol que é derivado de matérias primas fósseis e é utilizado na produção de solventes voltados para o segmento de tintas para a indústria automobilística.

    A preocupação cada vez maior com a utilização, tanto de matérias primas para a indústria como de combustíveis renováveis tem atraído pesquisas e investimentos para o setor sucroalcooleiro. Isto poderá gerar uma dinâmica alternativa ao setor que atualmente concentra-se na produção de energia, açúcar e etanol. O Brasil, como maior produtor mundial de cana de açúcar é candidato preferencial para grandes investimentos neste segmento, como a joint-venture entre a Du Pont e a British Petroleum (BP) que utiliza tecnologia diferenciada.


    A companhia de Cingapura, Olam International, anunciou o investimento de US$ 240 milhões em seu primeiro projeto de açúcar no Brasil. A trading de commodities comprou a Usina Açúcareira Passos, em Minas Gerais, por US$ 128,8 milhões e deverá investir outros US$ 111,5 milhões nos próximos cinco anos para aumentar a capacidade da usina.

    Em linha com a estratégia de investimentos em açúcar, a companhia tem realizado aquisições no segmento também em outros grandes produtores, como a Índia e a Indonésia, e agora chega ao Brasil, maior produtor mundial. A Usina Passos possui capacidade de moagem de 1,75 milhões de toneladas de cana por ano, que deverá ser expandida para 3 milhões de toneladas.

    O setor sucroalcooleiro brasileiro vive um difícil momento. O país, que já foi referência em competitividade, vê agora os preços de seus produtos caírem a medida que os custos aumentam, o que dificulta a entrada de novos investidores. Dessa forma, a entrada de um grande player internacional no mercado brasileiro é representativo para a cadeia nacional, pois deverá impulsionar novos investimentos.


    A empresa de biotecnologia dos irmãos Gradin, GraalBio, anunciou o investimento de R$ 300 milhões na construção de sua primeira fábrica de etanol celulósico em Alagoas. A unidade deverá produzir 82 milhões de litros de etanol por ano, obtidos através do bagaço e da palha da cana de açúcar. A planta deverá começar a ser construída ainda este ano e começará a produzir etanol em 2013.

    A obtenção da tecnologia, para a produção de etanol celulósico, aconteceu através da parceria com as empresas Beta Renawables e Chemtex, controladas pelo grupo italiano Mossi&Ghisolfi. O BNDES irá financiar R$ 170 milhões do total do montante anunciado. Além disso, a companhia anunciou o desenvolvimento de outros três projetos, todos ligados a pesquisa e desenvolvimento para a produção de combustíveis renováveis.

    O projeto da GraalBio inova na forma de produção de combustíveis renováveis no Brasil. Há tempos estudos têm sido realizados visando esse tipo de produção, entretanto esse foi o primeiro investimento no país que visa a produção em escala industrial. A oferta de etanol no país poderia ser altamente ampliada com a implantação de outras usinas do mesmo tipo, pois há uma grande quantidade de resíduos nas plantações de cana que seriam reutilizados. Ademais, a produção de etanol no Brasil sofre com adversidades climáticas, que podem ser evitadas na segunda geração.


    As americanas Bunge e Solazyme criaram uma joint venture para a fabricação de óleos renováveis no Brasil. O início da produção está previsto para o segundo semestre de 2013 e deverá funcionar ao lado de uma usina de cana de açúcar da Bunge.

    A empresa deverá se chamar Solazyme Bunge Produtos Renováveis e deverá ser igualmente financiado pelas duas. A capacidade de produção anual do novo projeto será de 100 mil toneladas métricas de óleo. 

    A crescente demanda por produtos renováveis impulsionado pela atenção crescente para práticas sustentáveis e ecológicas tem criado um mercado promissor para diversas áreas. Para a indústria sucroalcooleira a tendência não é diferente. O óleo extraído da cana de açúcar encontra mercado em diferentes segmentos, dentre eles destaca-se o de lubrificantes, que há algum tempo tem adotado esse tipo de óleo.


    A Cerradinho Bioenergia está investindo R$ 450 milhões na ampliação da capacidade industrial e da área plantada de sua usina Porto das Águas, localizada em Goiás. O investimento deverá resultar em expansão da capacidade de 3,5 milhões de toneladas para 5,5 milhões na safra 2016/17 - até lá os aumentos deverão ser graduais atintingindo 2,7 milhões na próxima safra. 

    A área plantada vai ganhar 13 mil hectares a mais nessa safra, visando diminuir o gargalo de escassez de matéria prima enfrentado pelo setor nas safras passadas. A companhia trabalha com produção de etanol e cogeração de energia, e deverá produzir 250 milhões de litros do combustível na safra 2012/13, contra 210 milhões na safra passada.

    A companhia possui ainda outro projeto de expansão com a construção de uma segunda unidade da usina, que foi adiado devido as quebras de safras e os problemas financeiros que atingiram o setor. Investimento como o da Cerradinho é o que o setor sucroalcooleiro tem esperado para esse ano, visando consolidar a produção de etanol e evitar problemas de abastecimento como ocorreu no ano passado.


    O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) irá aumentar seu capital em R$ 163 milhões para a expansão de seu plano estratégico. Este, visa o lançamento de novas variedades com foco no aumento de produtividade da cana e o etanol de segunda geração (celulósico). Além disso, o CTC visa firmar parcerias tecnológicas buscando aprimorar e acelerar os resultados de suas pesquisas.

    O Centro em muito já contribuiu para a cadeia sucroenergética brasileira, entretanto o crescente aumento nos custos de produção e a perda de competitividade do etanol brasileiro frente a outros países produtores, fez o centro buscar um salto tecnológico que possa impulsionar a cadeia produtiva do setor.

    Mundialmente, as pesquisas com cana de açúcar não ganham ênfase devido a sua relevância considerada pequena frente a outras culturas, como soja e milho. Por parte do governo, não há iniciativas que resolvam os problemas estruturais e competitivos do setor. Dessa forma, o setor sucroenergético brasileiro parece desesperado. O recente pedido de demissão do Marcos Jank da presidência da Única - ao relatar que a entidade tem vivido momentos difíceis com desaceleração de investimento, quebras de safras e dificuldades estruturais - escancara o desalento do setor, que irá depender do seu próprio poder de inovação para retornar ao seu período de ascensão.


    A Usina São João anunciou investimento de R$ 40 milhões na renovação de seu canavial, em Araras, interior de São Paulo, visando aumentar a produtividade da usina. Atualmente, a empresa trabalha com capacidade instalada ociosa, uma vez que a moagem de cana de açúcar da usina foi de 3 milhões de toneladas de cana nas últimas safras, enquanto possui capacidade para processar 4 milhões.

    Sem apresentar aumento no volume, a unidade tem produzido 320 mil toneladas de açúcar branco e 150 milhões de litros de etanol há algumas safras. Visando avançar esse patamar de produção, a empresa resolveu investir na produtividade. A usina está entre tantas outras que enfrentaram problemas com a baixa disponibilidade de cana que encareceram os custos e resultaram em problemas para a ampliação da produção. Um dos pontos apontados para a redução da oferta de cana, além de intempéries climáticas, é a baixa renovação nos canaviais, que envelhecidos perdem bastante produtividade.

    Para o ano de 2012, espera-se que esse tipo de investimento seja bastante adotado, em linha com a expecativa de melhora gradual no abastecimento de açúcar e etanol no mercado interno, uma vez que os resultados de tal investimento poderão ser vistos apenas no longo prazo. Ademais, o BNDES disponibilizou um programa de financiamento para este fim, que deve impulsionar ainda mais esse tipo de investimento. O abastecimento do mercado interno de etanol está bastante dependente de quem esteja disposto a investir na ampliação de produção, além da melhor regulamentação do Governo.


    A Copersucar irá investir aproximadamente 7,5% do montante total (de R$ 2 bilhões) do pacote de investimentos pretendido na área de logística até 2015. O atual aporte será na construção de um terminal de armazenagem de etanol em Paulínia (SP) com capacidade aproximada de 360 milhões de litros.

    Esta obra é parte do projeto de criação do alcoduto que percorrerá os estados de Mato Grosso, Goiás, São Paulo e Minas Gerais e é conduzido pela Lógum, da qual a Copersucar detêm 20%. Na primeira fase, o terminal será responsável pelo armazenamento de 180 milhões de litros e sua inauguração ocorrerá concomitantemente com o trecho do alcoduto que ligará Ribeirão Preto (SP) à Paulínia.

    Uma das recentes queixas do setor sucroalcooleiro são os aumentos nos custos de produção da cana de açúcar, seja da própria matéria prima, seja mão de obra ou da logística. A busca por novas formas de transporte do combustível tende a reduzir o custo o que poderá tornar o produto nacional mais competitivo tanto internamente como para as vendas exteriores.


    O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou uma linha de crédito de R$ 4,5 bilhões para estocagem de etanol. A medida do Governo visa reduzir as oscilações dos preços do combustível principalmente na entressafra garantindo a oferta do produto nesta época. A medida tem como objetivo o armazenamento de 3,7 bilhões de litros de biocombusível (1,6 bilhões de etanol anidro e 2,1 bilhões de etanol hidratado).

    A expectativa é que o programa finalmente decole dadas as condições de financiamento mais atraentes - a taxa de juros ao ano é de 8,7% contra 11,25% em 2009 e 9,0% em 2010. Soma-se a isso o fato de o produtor ter que garantir apenas 1 litro de etanol para cada litro financiado (nos programas anteriores, essa proporção era de 1,5 litro para cada litro financiado).

    As crises sistemáticas que o setor sucroalcooleiro vem enfrentado desde 2008 tem atraído a atenção do Governo. A liberação desta linha de crédito é uma tentativa de fomentar estoques reguladores que podem diminuir a volatilidade dos preços do etanol, principalmente entre fevereiro e abril. A medida parece insuficiente para reavivar tempos áureos de outrora, contudo parece um primeiro passo na direção correta.


    O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criou novo programa, batizado de BNDES Prorenova, com intuito de financiar a renovação e ampliação de canaviais visando incentivar a produção da cana de açúcar brasileira. O montante destinado ao programa é de RS 4 bilhões e terá validade até 31 de dezembro deste ano. O BNDES espera que o financiamento possa renovar ou ampliar a área de cultivo em mais de 1 milhão de hectares.

    O programa visa o aumento de produtividade dos canaviais, que estão envelhecidos, gerando diversos problemas dentre eles uma queda na produção de etanol e cana de açúcar em 2011. Com o aumento da matéria prima disponível, espera-se que a produção de etanol aumente de 2 a 4 bilhões de litros entre 2013 e 2014, uma expansão de 10% sobre a safra de 2012. 

    A medida é mais uma dentre as tomadas pelo Governo Federal visando abastecer o mercado interno de etanol no intuito de voltar a torná-lo competitivo em relação a gasolina, uma vez que em 2011 o preço do biocombustível esteve em patamares elevados e o consumidor acabou optando em diversos momentos pelo combustível fóssil. Entretanto, o programa, como visa a renovação dos canaviais e tal processo demanda tempo, deverá surtir efeito apenas no longo prazo.


    Em 31 dezembro de 2011 expira o benefício concedido pelos Estados Unidos aos produtores de etanol, bem como a tarifa sobre a importação do mesmo. Com o recesso já iniciado no parlamento americano, conclui-se que será o fim dos mecanismos de proteção ao mercado interno. Nada impede que os mesmos sejam renovados em 2012, entretanto, o cenário de aperto fiscal vivido nos EUA parece tornar improvável tal medida.

    Há três décadas os subsídios e a tarifa são renovados todos os anos no país. Os mecanismos consistiam em uma sobretaxa de US$ 0,54 por galão do combustível brasileiro importado, e o montante de apoio a produção do etanol de milho era de US$ 6 bilhões. Com as mudanças erradicatórias, o caminho fica livre para o acesso do etanol brasileiro ao mercado norte americano. O que espera-se agora é que, ao contrário do que aconteceu neste ano, quando o Brasil tornou-se importador do etanol americano, o país possa expandir suas exportações para os EUA.  

    As mudanças não trarão grandes efeitos no curto prazo, uma vez que o Brasil ainda luta para consolidar sua oferta para o mercado interno. Contudo, esta medida poderá impulsionar investimentos no setor que visem o mercado externo, o que seria de grande valia num momento em que a cadeia sucroalcooleira econtra-se ávida por tais aportes. Motivos que elevam a crer que, para a próxima década, deverá haver grandes avanços do etanol de cana de açúcar brasileiro no mercado norte americano. O país possui demanda garantida, visto que há uma cota obrigatória onde parte do etanol consumido no país deve ser do tipo avançado, categoria onde o produto brasileiro se encaixa. Em 2022, este percentual deve ser de 57%, o que significa cerca de 136 bilhões de litros.


    Com valores abaixo do usual no mercado atualmente, o Grupo São Martinho adquiriu 32,18% das ações da Santa Cruz e 17,97% da Agropecuária Boa Vista, pelo montante de R$ 187,4 milhões. A companhia  acabou por incorporar um adicional de 14,55% da Boa Vista, visto que a Santa Cruz detém ações da mesma, totalizando uma participação direta e indireta de 32,52%. O negócio saiu por cerca de US$ 89 por tonelada, contra US$ 130 registrados em negociações do mesmo tipo recentemente. As duas usinas negociadas ficam no município de Pradópolis, em São Paulo. A São Martinho ainda firmou acordo de direito de preferência com o controlador das duas empresas, caso algum acionista  se interesse na venda.

    Com a participação nas duas usinas, a São Martinho aumentou a capacidade de processamento em 1,5 milhões de toneladas em São Paulo. O objetivo da companhia é aumentar entre 5 e 6 milhões a moagem no estado nos próximos anos. Além disso, a Santa Cruz também possui capacidade de cogeração de energia de 240 mil MWh, e deste valor, 175 mil já estão vendidos em contrato de 15 anos, por R$ 169 a MWh. A aquisição de ações das companhias foi vantajosa para São Martinho pois além do preço considerado baixo, a Usina Santa Cruz conta com tecnologia e quase independência produtiva, uma vez que do total utilizado, 90% da cana é própria. As duas companhias estão interligadas, já que 42% do canavial da Santa Cruz estão plantados em terras da Boa Vista, o que traz sinergia para as companhias implicando em menores custos.

    O caminho escolhido pela São Martinho, o de crescer em São Paulo, é difícil, uma vez que já existem diversas usinas no Estado que estão ávidas por matéria-prima. A saída para tal crescimento pode se dar por meio de aquisições, e isto poderá levar algum tempo. O que pode ser notado neste momento é a concentração do setor em grandes empresas - a São Martinho já figura entre as dez maiores da Indústria Sucroalcooleira. Isto pode ser bom para a companhia, que está aumentando sua fatia de market share, entretanto, para o setor como um todo pode não trazer muita relevância, uma vez que a necessidade do momento é de renovação de canaviais e investimentos em novas plantas, para assim aumentar sua capacidade produtiva.


    O Governo decidiu reduzir a partir do dia 1º de outubro a mistura de etanol na gasolina, de 25% para 20%, por tempo indeterminado.  A decisão foi tomada pelos ministros de Minas e Energia, Fazenda, Agricultura e Casa Civil, em reunião com a presidente Dilma Rousseff. Os ministros afirmaram que a medida foi escolhida como forma de precaução -  uma vez que a safra do ano que vem não apresenta projeções de ser melhor do que a deste ano, o abastecimento precisa ser garantido.

    Além de tal medida, Edson Lobão, ministro de Minas e Energia, voltou a afirmar que outras medidas também serão tomadas para garantir o atendimento da demanda, como financiamento de estocagem e a continuação de projetos de investimento. A decisão vem causando divisão de opiniões: enquanto alguns acham que a medida dá mais segurança ao abastecimento, outros acham que a decisão não vai alterar a oferta de etanol.

    Apesar de o setor já esperar pela redução, devido a forte quebra na safra, não resolve o problema da cana de açúcar. A curto prazo, pode até ser consistente, pois reduzir a demanda pode dar segurança ao setor. Entretanto, o problema sucroalcooleiro não pode ser resolvido como de curto prazo. A renovação dos canaviais e os investimentos para aumentar a cana plantada demandam tempo, sendo este um problema recorrente. Como solução de curto prazo, o setor já está importando etanol, o que pode atenuar os problemas de oferta do combustível.

     


    O Governo decidiu reduzir a partir do dia 1º de outubro a mistura de etanol na gasolina, de 25% para 20%, por tempo indeterminado.  A decisão foi tomada pelos ministros de Minas e Energia, Fazenda, Agricultura e Casa Civil, em reunião com a presidente Dilma Rousseff. Os ministros afirmaram que a medida foi escolhida como forma de precaução -  uma vez que a safra do ano que vem não apresenta projeções de ser melhor do que a deste ano, o abastecimento precisa ser garantido.

    Além de tal medida, Edson Lobão, ministro de Minas e Energia, voltou a afirmar que outras medidas também serão tomadas para garantir o atendimento da demanda, como financiamento de estocagem e a continuação de projetos de investimento. A decisão vem causando divisão de opiniões: enquanto alguns acham que a medida dá mais segurança ao abastecimento, outros acham que a decisão não vai alterar a oferta de etanol.

    Apesar de o setor já esperar pela redução, devido a forte quebra na safra, não resolve o problema da cana de açúcar. A curto prazo, pode até ser consistente, pois reduzir a demanda pode dar segurança ao setor. Entretanto, o problema sucroalcooleiro não pode ser resolvido como de curto prazo. A renovação dos canaviais e os investimentos para aumentar a cana plantada demandam tempo, sendo este um problema recorrente. Como solução de curto prazo, o setor já está importando etanol, o que pode atenuar os problemas de oferta do combustível.

     


    Uma das vedetes da agricultura nacional, o setor sucroalcooleiro vem enfrentando problemas desde a crise econômica de 2007. Os investimentos cessaram com o advento da tormenta, as fusões se intensificaram e muitos investimentos em ampliação e renovação dos canaviais, bem como expansão da capacidade de moagem, foram postergados. O reflexo chegou quatro anos depois com dificuldades de abastecimento de etanol no mercado interno e elevação do preço do combustível.

    No entanto, promessas de recuperação do setor estão sendo vislumbradas no médio prazo. A Nova Fronteira,  joint-venture entre a Petrobrás e a Usina São Martinho, anunciou investimentos de R$ 520,7 milhões na ampliação da sua unidade em Quirinópolis (GO) para torná-la a maior produtora de etanol do mundo. A previsão é que na safra 2014/2015, a usina passe dos atuais 210 millhões de litros para 700 milhões além de ampliar a capacidade de cogeração de energia – de 220 mil MW/h para 600 mil MW/h.

    No mesmo sentido, a Bunge anunciou no seu plano de investimentos, aportes de US$ 2,5 bilhões entre 2012 e 2016 para a elevação da capacidade de moagem das suas oito usinas – passando de 21 milhões de toneladas para 30 milhões. A expectativa é de aumentar a área plantada e renovar canaviais antigos – somente em 2011 serão 70 mil hectares novos. A cogeração de energia deverá ser ampliada em seis vezes o que deve garantir a autosuficiência das unidades ainda em 2014.

    Dando continuidade a essa onda de investimentos, os grupos internacionais Olam, de Cingapura e a Shree Renuka Sugars, da Índia, anunciaram parceria no Brasil para novos aportes no setor sucroalcooleiro. A primeira investida seria a aquisição dos ativos do grupo Clealco (duas usinas no estado de São Paulo) que juntas possuem capacidade de moagem de 9 milhões de toneladas.

    O setor sucroalcooleiro vem atravessando um momento de crise dada a falta de investimentos em ampliação das áreas plantadas e da renovação de canaviais – estes quando muito velhos, tendem a ser menos produtivos. Estes novos investimentos no setor, tende a minimizar estes efeitos apenas no médio prazo. Portanto, no curto prazo, provavelmente, haverá ainda problemas de oferta de combustíveis no mercado interno.

    A CPFL Renováveis, fruto da fusão entre a CPFL Energia e a Ersa, anunciou investimentos de R$ 360 milhões em duas unidades termelétricas - uma no Paraná e outra em Minas Gerais - a partir do bagaço da cana de açúcar. A capacidade instalada de geração poderá ser de até 100 MW e os contratos de comercialização, já vendidos, devem ser de 36 MW.

    A holding firmou acordo com as usinas Coopcana (Cooperativa Agrícola Regional de Produtores de Cana) no Paraná e com a usina Alvorada em Minas Gerais. Pelo contrato, cada usina terá capacidade de geração de 50 MW com um excedente de 18 MW. Este deverá ser entregue à CPFL que poderá encaminhá-lo para o mercado livre, uma vez que os leilões do governo federal tem sido pouco atrativos.

    A indústria sucroalcooleira tem aproveitamento de quase toda sua matéria prima, a cana de açúcar - desde a fabricação de açúcar e etanol até o aproveitamento do bagaço para geração de energia. A cogeração tem entrado na pauta de investimentos das usinas como um fator de sustentabilidade do setor bem como uma possível redução de custos para a cadeia produtiva. Esta tendência deve se manter no médio - longo prazo.

    A Raizen, empresa resultante da fusão entre Cosan e Shell, com aportes em torno de R$ 400 milhões, pretende plantar entre 180 e 200 mil hectares de cana de açúcar. Para atingir estes objetivos, a empresa pretende dividir ao meio esta área entre fornecedores e áreas próprias.

    Espera-se que os primeiros resultados do investimento já apareçam em 2012 e expressem um maior quantun produzido, uma vez que os canaviais mais antigos possuem produtividade de 70 toneladas de cana por hectare; já os novos podem atingir até 100 toneladas . Mas o ápice deste aporte deve chegar dentro de três safras, quando a oferta de cana prevista atingirá a capacidade industrial do grupo.

    Tal ação expressa a grande preocupação no setor sucroalcooleiro: a renovação dos canaviais e ampliação da área plantada parece ter entrado na estratégia das empresas. A Bunge fez aportes neste sentido e agora a Raizen segue o mesmo caminho. Este processo parece ser o curso natural para o setor aumentar a produção e a produtividade no médio prazo, contribuindo para se minimizar problemas de falta de etanol na entressafra, por exemplo, não ocorram novamente em um breve futuro.  


    A Bunge anunciou investimentos de US$ 350 milhões para o ano de 2011 que serão destinados ao setor sucroalcooleiro. A maior parte deste montante será destinada ao cultivo de 300 mil hectares a mais, entre áreas novas de cultivo e locais onde serão renovados os canaviais antigos.  

     Participante do setor sucroalcooleiro desde 2006, a multinacional possui sete usinas no Brasil com capacidade instalada para moer 21 milhões de toneladas por safra (na safra 2010/2011 a moagem foi de apenas 13,4 milhões). Duas usinas do grupo são destinadas à produção apenas de etanol e as demais são utilizadas para a produção conjunta de combustível e açúcar. Além disto, o grupo gera 270 gigawatts por hora a partir do bagaço da cana e pretende expandir esta capacidade.

     A aposta de investimento da Bunge em ampliação da área de plantação vai de encontro com as demandas que o setor mais necessita. Após duas safras abaixo da expectativa por conta de fatores climáticos e a falta de capital para renovação dos canaviais, diminuindo a produtividade do setor, a sinalização da empresa em ampliar e renovar as áreas de plantação podem estimular um movimento conjugado nesta direção, o que tenderia melhorar o desempenho do setor.

    A Guarani receberá aportes de R$ 767 milhões da Tereos Internacional, sua controladora, em um projeto para aumento na capacidade produtiva de açúcar, etanol e co-geração de energia. A empresa ainda teve aumento na participação da Petrobrás Biocombustíveis que com injeção de R$ 195,4 milhões expandiu sua participação no capital da empresa de 26,5% para 31,4%.

     Com os novos recursos, a Guarani deverá ampliar sua capacidade de processamento de cana de açúcar em 3,5 milhões de toneladas (passando de dos atuais 21 milhões para 24,5 milhões) incrementando a produção de açúcar em 170 mil toneladas e em 195 milhões de litros de combustível. Ainda dentro deste planejamento de ampliação da capacidade produtiva, está prevista expansão de 913 GWh, saindo de 259 GWh para 1.172 GWh por ano.

     O setor sucroalcooleiro brasileiro vive um momento delicado no que tange a aspectos estruturais. Os crescentes preços internacionais do açúcar estão fazendo com que ocorra uma escassez de etanol tornando os preços do combustível menos competitivo em relação à gasolina, além do mais, a idade avançada dos canaviais, que vem reduzindo a produtividade da cana de açúcar e a relativa estagnação de investimentos na ampliação e na renovação destes exige que o setor demande uma ação coordenada entre governo e iniciativa privada para retomada destes investimentos. O aporte feito pela Tereos sinaliza um primeiro passo nesta direção mas ainda pode ser considerado muito pequeno quando se compara o tamanho total do montante necessário para a reestruturação do setor.

    A gigante petrolífera British Petroleum (BP) através de sua subsidiária BP Biofuels, divisão de bioenergia do grupo, adquiriu 83% da Companhia Nacional de Açúcar e Álcool (CNAA) por US$ 680 bilhões. A aquisição engloba um bloco de ações de dois fundos de investimentos mais as dívidas da CNAA. O grupo inglês assume duas usinas já em funcionamento e uma terceira em construção.

    Esse movimento de aquisição foi o segundo da petrolífera no Brasil uma vez que em 2008 a empresa adquiriu 50% da Tropical Bioenergia S.A, que representou uma usina de açúcar e etanol em Goiás com capacidade de moagem de 2,5 milhões de toneladas. As duas novas usinas adquiridas estão em funcionamento com capacidade de moagem de 5 milhões de toneladas. A meta da BP é aumentar a capacidade de processamento do grupo para cerca de 15 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.

    A recente aquisição da British Petroleum reforça o movimento de investimento de grandes grupos petrolíferos no setor sucroalcooleiro brasileiro. A Shell e a Petrobrás são dois grupos que já possuem forte participação no setor de energias alternativas, principalmente combustíveis utilizados para o transporte. Uma vez que o petróleo é um recurso finito e altamente poluente, estes movimentos de grupos petrolíferos investirem em energias renováveis podem tornar-se uma tendência mais ampla no mercado sucroalcooleiro brasileiro.

    A Cosan S.A Açúcar e Álcool controlada do grupo Cosan concluiu a compra da Usina Zanin Açúcar e Álcool por R$ 90 milhões mais o compromisso de assumir as dívidas financeiras que totalizam aproximadamente R$ 240 milhões. Dentro deste acordo estão incluídos os ativos da Zanin que se referem tanto à atividade industrial como a agrícola (a capacidade anual de moagem é de 2,6 milhões de toneladas de cana de açúcar) e ainda um novo projeto de usina em Minas Gerais.

    Dona de 23 usinas, três na região de Araraquara onde fica a nova aquisição, a compra deverá gerar importantes ganhos de sinergias tanto no setor de logística como nas relações operacionais além da consolidação de um importante centro produtor e distribuidor do grupo, o maior do país.

    Tendência recente no setor sucroalcooleiro, principalmente depois da crise financeira de 2008, as fusões e aquisições buscam cada vez mais otimizar produção, distribuição e unificação das operações dentro do mesmo grupo de forma a tentar potencializar os lucros.

     


    Foi anunciada a criação da companhia Raízen fruto da joint-venture entre a brasileira Cosan e da anglo-holandesa Shell. A nova empresa contará com 23 usinas, heranças da Cosan, devendo se tornar a quinta maior companhia de energia do Brasil com valor aproximado de R$ 20 bilhões e faturamento estimado em R$ 50 bilhões.

     A capacidade de moagem atual do grupo é de 62 milhões de toneladas mas já foi aprovado um plano que pretende, dentro de 5 anos, ampliar a produção para 100 milhões de toneladas. A partir desta estratégia, a produção de etanol do grupo deverá se elevar dos 2,2 bilhões de litros atuais para 5 bilhões, uma tentativa de aumentar a penetração do etanol de cana-de-açúcar em mercados como Ásia e Europa. Além do aumento na produção do combustível, pretende-se aumentar a geração de energia dos atuais 900 megawatts para 1300 megawatts e a produção de açúcar deverá expandir de 4 milhões de toneladas para 6 milhões nestes cinco anos.

     A forte penetração da Shell no mercado internacional, principalmente no mercado asiático e europeu, aumenta as expectativas de expansão nas vendas de etanol derivado da cana-de-açúcar nestes mercados; além  disto as constantes pressões ambientais para uso de combustíveis renováveis poderão significar o crescimento do setor sucroalcooleiro em geral e deste grupo em particular.

     


    O grupo Noble Group, sediado em Hong Kong, desembolsou cerca de US$ 1 bilhão entre aporte monetário e assunção de dívidas para assumir a operação no estado de São Paulo das duas usinas de açúcar e etanol do grupo Cerradinho localizadas em Catanduva e Potirendaba. A capacidade de moagem destas unidades é de 8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano e as mesmas utilizam o bagaço para geração de energia.

    O setor sucroalcooleiro apresentou nos últimos anos uma alta atratividade principalmente por grupos estrangeiros que só foi amenizada pela crise econômica de 2008. Empresas como Bunge, Louis Dreyfus, Shell, British Petroleum adquiriram usinas ou se associaram a grandes players do setor visando diversificar seus ramos de atuação e adentrar em uma atividade com enorme potencial no território nacional.   

    O setor sucroalcooleiro viveu períodos desfavoráveis durante esta década com momentos de altas dívidas e falta de liquidez nos primórdios dos anos 2000 e com uma onda de fusões e aquisições, principalmente de multinacionais, nos anos mais recentes. A crise econômica interrompeu este movimento que parece ganhar corpo novamente e pode estar associado às boas perspectivas de rentabilidade do açúcar e do etanol no mercado interno, mas, preponderantemente, no mercado externo.


    O grupo sucroalcooleiro Usaçucar mais conhecido como Santa Teresinha planeja investimentos de R$ 385 milhões já para 2011. Deste montante, R$ 250 milhões deverão ser alocados na expansão da área agrícola e R$ 135 milhões serão despendidos para compra de máquinas e colheitadeiras agrícolas além de ajustes industriais principalmente nas recém adquiridas usinas de Usaciga e Cocarol ambas no Paraná.

     O complexo sucroalcooleiro do grupo tem predominância na produção de açúcar (78%) e os preços altos da commodity aguçaram investimentos para ampliação da área de produção de cana-de-açúcar e reinvestimentos nos canaviais. Tudo isto para atingir a meta de moer 19 milhões de toneladas por safra. A dificuldade de contratar mão-de-obra especializada para o corte também estimulou investimentos na aquisição de máquinas agrícolas que para o próximo ano estão encomendadas 18 unidades.

     Após duas safras (2008/09 e 2009/10) serem relativamente escassas na concessão de créditos, o ano de 2010 marcou uma retomada em investimentos no setor sucroalcooleiro. Aliado a este cenário mais favorável os preços do açúcar atingiram patamares altos neste ano e com previsão de manutenção deste nível no médio prazo podendo estimular mais investimentos de usinas, principalmente as que possuem no seu mix produtivo um viés açucareiro.

     


    Começou em 1º de Dezembro de 2010 e vigorará até 31 de Agosto de 2011, a suspensão da alíquota de 98 Euros por toneladas que incide sobre a cota de 334 mil toneladas de açúcar brasileiro. A medida, assinada pelo presidente da Comissão Européia, atende os desejos das refinadoras européias que reclamavam da escassez do produto para dar prosseguimento às suas atividades.

     A União Européia é responsável por aproximadamente 11% da produção mundial de açúcar (principalmente de beterraba) e consomem quase que a totalidade desta produção. Aumentos pontuais nesta demanda geraram um déficit de 600 mil toneladas na safra anterior que deverá ser adicionada às possibilidades de um déficit de 200 mil toneladas na safra 2010/2011. Esta escassez, principalmente na indústria química e no setor etanol, foram decisivos para a suspensão da tarifa de importação.

     O Brasil, maior produtor e exportador de açúcar do mundo (cerca de 24% da produção mundial e aproximadamente 50% das vendas externas), cuja produção é proveniente principalmente da Região Nordeste, encontrava dificuldades em penetrar no protegido mercado europeu e mesmo com direito à cota, os produtores não a utilizavam decorrência do baixo preço pago pelo bloco econômico. Agora com a suspensão, mesmo que temporária, da tarifa de importação, as vendas brasileiras para a União Européia tendem a crescer incrementando os rendimentos do setor.

    Cada vez mais preocupados com questões ambientais e em consonância com o European Fuel Quality Directive, que prevê a utilização em todos os Estados Membros de 20% de energias renováveis na sua matriz energética até 2020, o governo alemão decidiu que a partir de Janeiro de 2011 a mistura de etanol na gasolina deverá saltar dos atuais 5% para 10%.

     A preocupação da Alemanha não é só de cunho ambiental mas sim na esfera econômica uma vez que o petróleo utilizado para fabricar gasolina é importado enquanto, na visão do Ministério do Meio Ambiente da Alemanha, a maioria das matérias-primas para a fabricação do etanol estão disponíveis no próprio país e no continente europeu.

     O anúncio das autoridades germânicas pode significar boas oportunidades para o setor sucroalcooleiro brasileiro que vão desde investimentos alemães em usinas brasileiras e a compra direta de etanol (segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, desde 2006, a Alemanha importou apenas 4,5 milhões de litros do combustível) como a possibilidade do Brasil repassar sua expertise e sua tecnologia para a construção de plantas industriais na própria Alemanha.


    Aprovada no dia 13 de Outubro pela Agência de Proteção Ambiental (EPA na sigla em inglês) a elevação da mistura de etanol na gasolina de 10% para 15% nos Estados Unidos para veículos e caminhões leves fabricados a partir de 2007. No entanto a tarifa de alíquota de importação ao etanol brasileiro e os subsídios ao setor não foram abolidos, fatos estes que deverão ser debatidos no Congresso.

    O etanol norte-americano produzido a partir do milho conta com várias medidas protecionistas que garantem a competitividade do produto frente ao combustível derivado, por exemplo, da cana-de-açúcar brasileira. O debate em voga nos meios políticos norte-americanos está cada vez mais acalorado sobre a manutenção dos subsídios ao setor e à alíquota de importação. A questão percorre tanto problemas herdados da crise financeira mundial onde o Governo aumentou consideravelmente seu déficit e a remoção dos subsídios seria um alívio ao Erário nacional como pela maturidade atingida pela indústria de etanol no país que teria capacidade de competir com o combustível importado inclusive advindo da cana-de-açúcar brasileira

    O consumo tem aumentado exponencialmente no país na última década saindo partindo de 1,7 bilhão de galão em 2000 para aproximadamente 11 bilhões em 2009 como mostra o gráfico abaixo. A previsão é que em 2022 o consumo atinja 36 bilhões de galões.

    A medida que promove um incremento na mistura de etanol na gasolina deverá causar uma expansão no consumo do combustível renovável nos Estados Unidos como é verificado na tendência desde o início da década. Dada sua origem, o milho, existem muitas críticas com relação à expansão do seu consumo. O aumento na demanda pela oleaginosa para a fabricação de combustível (atualmente 37% da produção de milho é destinada à produção de etanol) poderá reduzir a oferta do principal insumo para a fabricação de ração animal o que pode inflacionar os preços das carnes bovinas e de frangos. A pressão popular contra prováveis aumentos nos alimentos somado à possível abolição de medidas protecionistas pode enfim abrir de maneira ampla o mercado de etanol dos Estados Unidos para o produto brasileiro.


    Gerido pela DGF Investimentos, o fundo de private equity FIP Terra Brasil adquiriu 32% da usina Paraíso Bioenergia em Brotas (SP), a terceira neste ano. O fundo ainda continua buscando novas oportunidades no setor para formar um pool de indústrias, no formato de sociedade anônima para futura entrada no mercado de capitais, que atinjam capacidade de moagem entre 15 e 20 milhões de toneladas.

    O fundo disponibilizou R$ 300 milhões para investimentos no setor, dos quais o montante que se encontra entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões foram utilizados na compra dos três ativos. A Paraíso Bioenergia possui 27 mil hectares cultivados em uma proporção de 60% destinados à produção de açúcar e 40% à de etanol. Além disso, a injeção de capital permite a implantação de um projeto de co-geração de energia que contará com um outro investidor que proporcionará 70 megawatts de energia em 2013 ao custo estimado entre R$ 140 milhões e R$ 160 milhões.

    Os novos aportes de capital no setor sucroalcooleiro, movimento intensificado desde 2008, possibilitou uma consolidação do setor. Isto proporcionou ao setor a expansão da produção dos produtos inerente a ele como açúcar e etanol, mas também possibilitou a utilização do bagaço da cana-de-açúcar para a geração de energia, que em diversas usinas excedem a sua utilização interna e possibilita a venda para terceiros. Tais fatos engrandecem o setor na sua tentativa de propagar o uso de energias renováveis.


    Ainda dentro da perspectiva de entrada no setor de biocombustíveis, a Petrobrás assinou uma parceria com a norte-americana KL Energy Corporation para a produção de etanol celulósico a partir do bagaço da cana-de-açúcar em escala comercial a partir de 2013. Os investimentos da estatal brasileira serão da ordem de US$ 11 milhões (US$ 6 milhões na construção da nova unidade e US$ 5 milhões de pagamento de royalties)

    Basicamente, o aporte da Petrobrás consistirá em adaptar a tecnologia desenvolvida pela empresa norte-americana para a produção de combustível a partir do bagaço da cana-de-açúcar. Ainda dentro desta perspectiva, a intenção é implantar uma unidade de segunda geração próxima a uma convencional, o que permitiria combinar a produção em ambas. A projeção é que do bagaço resultante da produção do etanol a partir da cana-de-açúcar, poderá produzir 40% do combustível sem plantio de novas áreas ou deslocamentos da produção para este fim.

    Os investimentos em pesquisas e produção de etanol de segunda geração no Brasil estão ganhando mais visibilidade, o que permitirá a utilização de um combustível que agrida menos o meio ambiente e que seja mais eficiente na geração de energia. A estatal brasileira dá prosseguimento nos seus investimentos no setor com a pretensão de tornar-se uma grande empresa dentro do mercado de biocombustíveis.


    Ampliação orgânica na distribuição de combustíveis e investimentos na expansão de ativos de produção de açúcar, etanol e energia, tanto no Brasil, como no mundo todo, foram os grandes motivos para a formação da joint-venture entre a Cosan e a Shell. O fechamento da operação deverá ocorrer no primeiro semestre de 2011.

    Esta associação reunirá ativos de US$ 12 bilhões dentro dos quais estão todas as usinas sucroalcooleiras e de energia do grupo Cosan, US$ 25 milhões em propriedades rurais e uma dívida líquida de US$ 2,5 milhões. Serão criadas também três empresas: uma de açúcar e etanol  na qual a Cosan terá 51% das ações com direito a voto e a Shell terá 49%; outra de distribuição de combutíveis, com a Shell possuindo 51% das ações com direito a voto e a Cosan, 49% e uma terceira empresa administrativa na qual a divisão das ações será de 50% com direito a voto para cada uma.

    Após a crise financeira mundial, o setor sucroalcooleiro passou por um movimento de grandes fusões e aquisições, principalmente empresas estrangeiras unindo-se a empresas brasileiras. Este movimento tende a não continuar no curto prazo, acompanhando a tendência de melhora no cenário econômico.


    A Uniduto Logística, criada em 2008 pelos maiores produtores de cana-de-açúcar do país como solução independente para problemas de logística, anunciou a decisão de construir um porto offshore (longe da costa) na cidade paulista de Praia Grande. Com custo estimado em R$ 300 milhões, terá capacidade de transportar 9,4 milhões de toneladas de etanol por ano.

    O empreendimento tem por objetivo integrar o Projeto Uniduto (construção de um corredor dutoviário de 612,4 quilômetros interligando 46 cidades) até este novo terminal portuário. O sistema todo demandará investimentos de aproximadamente R$ 3 bilhões com capacidade final de escoamento, entre os anos de 2022 e 2025, de 13,1 milhões de toneladas de etanol. O terminal será de uso privado misto, modalidade que dispensa licitação e dá permissão para transporte de cargas tanto do grupo, como de terceiros. Inicialmente, 60% do etanol operado no novo empreendimento será produzido pelos sócios.

    As péssimas condições de infra-estrutura logística do Brasil e a lentidão com que o poder público investe no setor fazem com que o Brasil perca competitividade no mercado externo quando exporta seus produtos. Ainda incipiente, as iniciativas privadas de construir alternativas de transporte esta deve ser uma tendência de médio prazo que poderá elevar os ganhos de produtividade do agronegócio nacional.


     O grupo São Martinho, que vive um processo de associação com a estatal Petrobrás Combustíveis para a produção de etanol na região Centro-Oeste do Brasil, retomará investimentos nas unidades do grupo no estado de São Paulo.
     
     O projeto de investimento orçado em R$ 173 milhões será o maior do grupo em se tratando de co-geração de energia a partir de bagaço de cana-de-açúcar. Este aporte será feito na maior usina do grupo, a usina São Martinho, em Pradópolis (SP). Com potencial de geração de 600 mil MW por hora, a perspectiva é de que a usina gere 244 mil MW por hora a partir da safra 213/2014. A parceria com estatal deverá absorver fatia considerável da dívida o que poderá significar mais investimentos no futuro.
     
     O movimento de fusões, aquisições e associações das empresas do setor, principalmente depois da erupção da crise financeira mundial, fez com que as empresas conseguissem uma margem maior no caixa permitindo a realização de investimentos tanto na expansão das usinas como na aquisição de melhores equipamentos coadunando com as boas perspectivas futuras do setor.

    Após dois anos de baixa liquidez, decorrência de preços menores e da crise financeira internacional, o setor sucroalcooleiro projeta novos investimentos para a safra 2010/11 em função dos ótimos resultados apurados na colheita anterior.

    A Petrobrás Biocombustíveis, parceira das usinas São Martinho e Guarani, pretende aportar mais de R$ 2 bilhões para os próximos meses - R$ 420 milhões para a Usina São Martinho e R$ 1,6 bilhões para a Guarani (esta última anunciou que sua controladora, a Tereos Internacional, concluiu a tomada de duas linhas de crédito uma, no valor de 450 milhões de Euros com vencimento em 2015 e outra de 40 milhões de Euros com vencimento de um ano). A Usina São Martinho, após a transferência de metade de suas dívidas líquidas à empresa de etanol da Petrobrás - Nova Fronteira Bioenergia - tem uma posição mais favorável para a expansão. Já a Guarani, utilizará o dinheiro recebido de sua parceira exclusivamente para o crescimento, tanto a partir de aquisições como ampliação da capacidade de suas usinas.

    A inserção da estatal petrolífera no mercado sucroalcooleiro deverá estimular ainda mais as fusões e aquisições no setor o que no médio prazo poderá significar uma maior concentração da produção nas mãos de um número reduzido de empresas - o setor poderá se tornar oligopolizado.


    A aquisição da Usina Mandú pela Açúcar Guarani, no mês de junho, reforçou a tendência de fusões e aquisições vividas pelo setor sucroalcooleiro desde que houve grande redução na concessão de crédito a partir da eclosão da crise financeira internacional.

    A compra foi feita através da Cruz Alta Participações S.A, controlada pela Açúcar Guarani, pelo montante de R$ 345 milhões (além de R$ 255 milhões em dívidas). A capacidade de moagem da compradora passará dos atuais 3,5 milhões de toneladas para 20,6 milhões de toneladas já na safra 2010/2011. Além disso, a Açúcar Guarani triplicará sua capacidade de co-geração de energia, já que somente a nova usina do grupo tem capacidade de geração de 12 MW. A localização da usina (Noroeste do Estado de São Paulo) foi um fator de suma importância para a compra, pois, nesta mesma região, estão localizadas seis outras unidades da Açúcar Guarani, o que permitirá ganhos de sinergia entre as usinas do grupo.

    A Açúcar Guarani, agora, consolida-se como a terceira maior processadora de cana-de-açúcar do país, atrás somente da Cosan e da Louis Dreyfus.


    Foi anunciada, no dia 18 de fevereiro, a aquisição da produtora de etanol e energia renovável, Brenco, pela concorrente ETH, criando uma gigante do setor. Os acionistas da ETH, Odebrecht e Sojitz, serão responsáveis por 65% da organização, cabendo aos proprietários da Brenco o restante do patrimônio. Embora o preço dos ativos ainda não tenha sido divulgado, acredita-se que ele será dado levando em conta o total investido pelas companhias. Nesse quesito a ETH investiu, desde 2007, R$ 2,3 bilhões, ao passo que o investimento da Brenco fora de R$ 845 milhões, entretanto, existe a possibilidade do BNDESPar e Ashmore & Tarpon, sócios da empresa adquirida, aportarem mais R$ 655 milhões elevando os recursos da parte comprada para R$ 1,5 bilhão.

    A ETH tem planos de investir mais de R$ 3,5 bilhões até o ano de 2012 com o intuito de elevar sua capacidade produtiva para cerca de 40 milhões de toneladas de cana de açúcar por ano; 3 bilhões de litros de Etanol e mais de 2.500 GWH em capacidade de geração energética, convertendo um faturamento de R$ 4 bilhões. Para tanto, contará com recursos próprios, incluindo a perspectiva de abertura de capital no fim de 2011, e recursos disponibilizados pelo BNDES, uma vez que a operação se enquadra na política de desenvolvimento produtivo.

    Apesar das dimensões da operação da ETH/Brenco, sua perspectiva de produção em 2012 não supera os números atuais da Cosan que produziu 2,9 bilhões de litros de etanol e 44,2 milhões de toneladas de cana de açúcar, mas a torna um player fundamental em setor de robusto crescimento e importância estratégica. A demanda por etanol tende a crescer com o aumento das vendas no setor automobilístico, isso leva em consideração o potencial que os veículos flex-fuel tem no que diz respeito à sua representatividade na frota nacional. Atualmente 25% dos carros nacionais são bicombustíveis, o que denota grande possibilidade de crescimento das vendas desses modelos, assegurando boas perspectivas para a demanda futura de etanol. Nesse ponto, os ganhos de escala obtidos com pela ETH/Brenco serão preponderantes na resposta ao aumento do consumo.


    A expansão do mercado interno de álcool produziu um grande feito no ano passado. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética, os derivados da cana-de-açúcar foram responsáveis por 16% da oferta primária de energia no Brasil, tomando o segundo lugar na matriz energética, antes pertencente à hidroeletricidade.
      A principal fonte energética continuou sendo petróleo e derivados, com 36,7% de participação, de acordo com dados preliminares do Balanço Energético Nacional de 2008 (ano-base 2007). Em seguida, vem produtos de cana-de-açúcar, ampliando sua contribuição em 1,5 p.p.. Em terceiro, ficou a geração hidráulica, com 14,7%, percentual semelhante ao do ano anterior. Somadas, as fontes renováveis representaram 46,4% da matriz energética brasileira em 2007.
      O grande propulsor da expansão foi o consumo  coméstico de etanol, que, por sua vez, teve a seu favor a decisão do governo de aumentar de 23% para 25% a proporção de álcool anidro na gasolina e o crescimento da frota de veículos bicombustíveis. O maior consumo foi respaldado pela maior produção de cana, cuja safra apresentou avanço de 15,7% em volume, em uma área colhida 8,2% superior.
      O aumento de produção de cana destinada à destilação de álcool resultou em maior oferta de biomassa (bagaço), utilizada na geração de energia (elétrica ou vapor) em processo industrial, sobretudo na fabricação do açúcar. Estima-se que a queima de  álcool combustível tenha contribuído com apenas um quarto do total de energia gerada a partir da cana, com o uso da biomassa  respondendo pelo restante.