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  • gás natural, empresas do setor gás natural, empresas do segmento gás natural, setor gás natural, segmento gás natural, economia, macroeconomia
    • Autor
      Lafis
    • Ano
      2024
    • Categoria
    • Analista Responsável
      Henrique Pavan

    Durante a cúpula do G-20, ocorrida no Rio de Janeiro, os governos brasileiro e argentino assinaram um acordo de comercialização para transportar o gás da reserva de Vaca Muerta (Argentina) para o território brasileiro. Para além dos evidentes impactos geopolíticos de integração regional, tal fato assinala aspectos econômicos relevantes, que deverão impactar o setor de gás brasileiro em algumas dimensões.

    O que se sabe é que, a princípio, haverá um incremento da oferta de gás em 3 milhões de metros cúbicos diários até o fim do ano para o Brasil, com a utilização da infraestrutura existente, possivelmente adaptando as condições de transporte do já existente Gasbol. Todavia, em um prazo mais dilatado, espera-se ampliar tal influxo em 30 milhões de metros cúbicos por dia, algo que demandará uma gama de investimentos em gasodutos, um desafio que afeta até mesmo o escoamento da produção interna brasileira já existente.

    Há, com efeito, um ponto de atenção para as empresas brasileiras exploradoras de gás: os preços competitivos do gás argentino. Influenciados pela grande oferta de shale gas em Vaca Muerta, os preços do gás no país vizinho chegam ao Brasil por cerca de metade do valor do nosso custo interno,  que é de cerca de US$ 14 por milhão de BTUs (sigla para British Thermal Unit). Atualmente, a Argentina produz em torno de 140 milhões de metros cúbicos por dia, com a Bacia Neuquina liderando a produção, responsável por 55% das reservas provadas e atendendo principalmente à demanda residencial e industrial. No Brasil, o custo do gás tende a ser mais elevado devido às limitações na infraestrutura interna e a um modelo de exploração predominantemente offshore, onde os custos de extração e transporte são mais elevados. Assim, uma entrada maciça de gás argentino no mercado brasileiro poderia deslocar parte da produção doméstica.

    Do ponto de vista das distribuidoras, poderia ocorrer um impacto positivo, pois a oferta ampliada de gás mais barato poderia reduzir custos e melhorar a competitividade frente a outras fontes de energia, como a eletricidade e os combustíveis líquidos. Se, efetivamente, a infraestrutura estiver consolidada, tal fato poderá ser alvissareiro para as distribuidoras, ainda mais se o nível de atividade econômica – especialmente a industrial – se mantiver dinâmico da maneira que temos vistos ao longo dos últimos anos.

    Portanto, enquanto a importação de gás argentino oferece benefícios logísticos e econômicos para as distribuidoras, ela também representa desafios competitivos significativos para as produtoras nacionais. O balanço entre esses fatores dependerá de políticas que favoreçam a competitividade doméstica e a infraestrutura necessária para integrar os mercados de gás de ambos os países.

    Especialista do Setor Henrique Pavan.