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AutorLafis
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Ano2024
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Categoria
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Analista ResponsávelHenrique Pavan
No último 26 de agosto, o governo publicou um
decreto que visa baratear o gás natural por meio de um "choque" de
oferta, delegando mais poderes à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP). Com isso, a ANP poderá determinar o aumento da produção
de gás e limitar sua reinjeção. Entretanto as empresas do setor receberam a
novidade com hesitação, pois veem a medida como uma intervenção governamental, com
potencial de elevar a insegurança jurídica do segmento.
Ainda segundo boa parte das empresas de óleo
e gás, o decreto afetaria diretamente o
planejamento de seus projetos, podendo até significar uma espécie de
desapropriação ao interferir no valor econômico de suas concessões. Outrossim,
especialistas apontam para a possibilidade de judicialização da questão, dada a
percepção de ilegalidade na intervenção do governo nos planos de negócios das
empresas. Riscos de negócio, incerteza de cenário e demais obstáculos entram
agora no cálculo de tais empresas, as quais procurarão reverter a medida nos
planos político e jurídico.
Por outro lado, a indústria de transformação,
que depende do gás como insumo energético essencial, apoiou a medida, esperando
que ela promova redução de custos e, consequentemente, maior oferta. Adicionalmente,
o governo, por meio do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira,
defendeu o decreto, afirmando que ele é compatível com a Lei do Gás de 2021 e
que visa reavaliar tecnicamente a reinjeção de gás, sem destruir o valor dos
projetos. Ou seja, avalia como meritório o aspecto regulatório, o qual
permitiria maior oferta de gás sem, necessariamente, a redução do valor dos
projetos.
Em suma, a medida governamental representa
uma tentativa do governo de intervir no mercado de gás natural para ampliar a
oferta e reduzir seus custos. Entretanto, ela suscita um debate acirrado entre as
petroleiras, preocupadas com a segurança jurídica e os impactos econômicos, e a
indústria de transformação, que espera benefícios significativos em termos de
preços e disponibilidade do insumo.
Um equilíbrio entre ambos os setores seria
bem-vindo. De fato, o aproveitamento de gás para fornecimento à indústria
constitui elemento salutar para o barateamento de custos, algo que deve
impulsionar a produção industrial, ainda mais em um contexto de estímulos
econômicos governamentais no âmbito da transição energética. Todavia, as
empresas de óleo e gás precisam de um ambiente de negócios seguro e previsível
que lhes possibilitem o fornecimento estável. Isso, com efeito, também depende
da melhoria da infraestrutura de escoamento, algo que deveria ser mais
discutido pelas autoridades.
Especialista do Setor Henrique Pavan.
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