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  • construção, construção civil, casa e construção, construtor civil, mercado imobiliário, construções, empresas de construção civil, construtora fontana, Construtora Queiroz Galvão, Construtora Tenda, Cyrela,  MRV, Odebrecht, Atlântico Sul

    A Caixa Econômica Federal reajustou as taxas de financiamento imobiliário fora do programa Minha Casa, Minha Vida, que passaram de 8,99% para 10,99% ao ano, em vigor desde 2 de janeiro. Linhas atreladas à TR (taxa referencial) podem atingir 12%, enquanto financiamentos pela poupança Caixa agora consideram um acréscimo entre 4,12% e 5,06% sobre a remuneração da poupança. A linha atrelada ao CDI mantém taxas entre 114% e 120% do índice, com prazo máximo de 360 meses.

    As condições para financiamentos do Minha Casa, Minha Vida permanecem inalteradas, com taxas entre 4% e 8,16% para famílias com renda de até R$ 8.000. Esse movimento da Caixa segue bancos privados como Itaú, Bradesco e Santander, que ajustaram taxas no final de 2024. Programas que utilizam recursos do FGTS e do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) continuam sendo importantes fontes para o mercado imobiliário.

    Dados da Abecip indicam que, de janeiro a novembro de 2024, os financiamentos via SBPE somaram R$ 169,1 bilhões, alta de 23% frente ao mesmo período de 2023. Apesar da queda de 17,4% em novembro, o financiamento imobiliário encerrou o ano em alta, consolidando a importância desse mercado na economia brasileira.

    Embora o aumento da taxa de juros pela Caixa e por outros bancos já fosse esperado, em decorrência do avanço da taxa Selic, consideramos esse um dos movimentos recentes mais relevantes para o mercado imobiliário. Considerando que o ciclo da construção de novos imóveis é longo, o aumento dos custos para financiar as residências deve afetar de maneira mais significativa o setor dentro de alguns meses, com maior impacto em um horizonte de médio prazo.

    No último Relatório Focus, divulgado em 6 de janeiro de 2025, o mercado elevou ainda mais a expectativa para a taxa de juros ao final de 2025, que atualmente está em 12,25%, passando de 14,75% para 15,00%.

    Desse modo, devemos observar novos ajustes nos custos do financiamento imobiliário ao longo deste ano, o que deve afetar de maneira ainda mais significativa o desempenho setorial de médio e longo prazo.

     Especialista do Setor Marcel Tau.


    Dados do mercado de trabalho

    Em agosto de 2024, o setor de construção civil gerou 13.372 novos postos de trabalho no Brasil, de acordo com dados do Novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Esse número faz parte do saldo positivo geral de 232.513 vagas formais criadas no país no mesmo mês. Em comparação com julho de 2024, houve um aumento de 22% na geração de empregos formais, abrangendo todos os principais setores econômicos e as 27 Unidades Federativas. A construção civil, em particular, teve uma contribuição expressiva para esse crescimento, ainda que o setor de serviços tenha sido o maior gerador de empregos, com 118.364 novas vagas.

    No acumulado do ano, de janeiro a agosto de 2024, a construção civil gerou 213.643 novos empregos formais, consolidando-se como um dos pilares da criação de empregos no país. O saldo geral do emprego formal no período alcançou 1,72 milhão de vagas, com a construção civil sendo um dos setores mais destacados, atrás dos serviços e da indústria. Esse crescimento reflete o dinamismo do setor, que continua a ser um empregador significativo na economia brasileira.

    Confiança na Construção

    Em setembro de 2024, a confiança dos empresários da construção civil registrou aumento, com o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) subindo 2 pontos em relação ao mês anterior, atingindo 53,8 pontos. Este resultado coloca o indicador próximo da média histórica, sugerindo um otimismo crescente entre os empresários do setor. A alta foi observada em todos os componentes do índice, refletindo uma melhora na percepção tanto da situação atual quanto das expectativas futuras para a economia. Segundo Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, o aumento da confiança está diretamente relacionado a uma avaliação mais positiva da economia brasileira.

    No entanto, o nível de atividade na construção civil em agosto apresentou uma leve queda em comparação a julho, com o índice situando-se em 49,7 pontos, abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o que indica relativa estabilidade. Esse recuo foi observado principalmente nos setores de construção de edifícios e serviços especializados. Em contrapartida, o segmento de obras de infraestrutura teve um desempenho positivo, com alta no nível de atividade e na geração de empregos.

    Fatores como o programa Minha Casa, Minha Vida, que impulsionou a venda e o lançamento de unidades residenciais, e os efeitos defasados da redução da taxa Selic, mesmo com o recente aumento, têm sustentado o bom desempenho do setor da construção. As expectativas dos empresários permanecem otimistas, especialmente em relação ao nível de atividade, novos empreendimentos e a compra de matérias-primas, ainda que a expectativa sobre a contratação de novos empregados tenha se mantido estável em setembro.

     Especialista do Setor Marcel Tau.


    Apesar das melhorias incorporadas após estudos e simulações apresentados ao legislativo, as mudanças não evitam a alta dos preços, especialmente na habitação.

    Estudos mostram que a proposta original, com um redutor de alíquota de 20%, elevaria a carga tributária sobre todos os tipos de moradia e faixas de renda. Embora o redutor tenha sido ajustado para 40%, ainda não garante neutralidade tributária, impactando o preço dos imóveis e serviços de construção.

    As entidades do setor defendem um redutor de 60% para manter a carga tributária atual e evitar o aumento de preços, assegurando moradia acessível. O Ministério da Fazenda reconheceu que haverá aumento de preços para a classe média e para os imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), com um aumento tributário de 15,4% para imóveis de R$ 240 mil e de 30,7% para imóveis de R$ 500 mil. Imóveis de R$ 2 milhões enfrentarão um aumento de 51,7%.

    A compensação da carga tributária nos imóveis populares pelo aumento nos segmentos de médio e alto padrão não será eficaz, pois o MCMV representa apenas 15% do mercado (dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção). No geral, haverá um aumento de 40% na carga tributária do setor. O setor busca uma reforma tributária que modernize sem elevar a carga.

     Analista Responsável Marcel Tau


    O Minha Casa Minha Vida (MCMV), programa emblemático do governo Lula, enfrenta desafios devido ao consumo acelerado do orçamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A competição por recursos intensifica-se à medida que as construtoras pressionam por uma redistribuição, priorizando o financiamento de imóveis novos em detrimento dos usados. A demanda por financiamentos de imóveis usados tem aumentado, representando uma parcela significativa do orçamento do FGTS, alcançando 35% em abril.

    Enquanto isso, o MCMV enfrenta o desafio do superaquecimento, com um aumento substancial nas contratações que pode exigir um acréscimo de até R$ 30 bilhões no orçamento no segundo semestre para evitar o congelamento de novos financiamentos. O programa registrou um crescimento expressivo no primeiro trimestre de 2024, consumindo mais do que o dobro do orçamento em comparação ao mesmo período de 2023. Esses números já ultrapassam em 15% o previsto para o período, mesmo considerando que o início de cada ano costuma ser um período mais fraco para as contratações devido a férias e feriados.

     Especialista do Setor Marcel Tau


    O Indicador Abrainc-Fipe aponta uma retração no número de lançamentos entre janeiro e outubro de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior (-7,7%). Com o resultado, o número de novos imóveis lançados neste intervalo foi de 85.575 unidades. Enquanto no segmento de médio e alto padrão (MAP) os lançamentos recuaram 39,7%, no segmento Minha Casa Minha Vida (MCMV) houve avanço de 11,4%.

    A partir dos dados divulgados, é possível observar uma reversão das tendências em ambos os segmentos, com crescimento dos lançamentos do MCMV após a queda recente e o movimento contrário no segmento de MAP.

    As vendas do mercado imobiliário avançaram 23,5% na comparação entre janeiro e outubro de 2023 com o mesmo período de 2022. No segmento de Médio e Alto Padrão (MAP), houve crescimento de 12,5% das vendas, enquanto no segmento popular houve expansão de 27,3% das vendas, revertendo a tendência de queda observada em relatórios anteriores para esse segmento.

    Por fim, a confiança da construção apresentou bom desempenho nos últimos anos, ao compararmos com a série histórica do indicador. É importante destacar que o índice “Situação Atual” piorou nos últimos meses, respondendo aos juros elevados e menor volume de lançamentos, enquanto “Expectativas” apresentou maior oscilação, em linha com ainda incertezas políticas e econômicas.

     

    Analista Responsável Marcel Tau


    Em recente matéria ao Valor Econômico o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato de Sousa Correia, alertou que as empresas do setor trabalham com planejamento de longo prazo e a não aprovação da matéria poderia impactar, não só futuros empregos, mas acarretar uma insegurança jurídica em relação aos contratos firmados.
    É importante destacarmos que o setor de construção civil apresentou na última década um desempenho ruim. O pico desempenho do setor mensurado pelo PIB Construção foi observado em 2013, apresentando uma trajetória descedente até 2020 e recuperação parcial nos anos de 2021 e 2022. Mesmo com o crescimento apresentado nos últimos dois anos, o setor apresentou em 2022 um desepenho 17,1% abaixo do verificado em 2013. Considerando que no primeiro semestre de 2023 o PIB setorial apresentou expansão somente de apenas 0,6%, o patamar ainda permance muito distante de 2013.
    É importante destacar que diversos fatores pesaram para o quadro destacado acima, aos quais destacamos: juros altos, estagnação econômica, Operação Lava Jato, redução da participação do BNDES em obras de infraestrutura e o baixo orçamento do Governo no período para realização de obras públicas.
    O cenário acima fez com que o segmento de infraestrutura fosse severamente prejudicado, considerando que as principais construtoras do Brasil foram condenadas na Operação Lava Jato, o que somado ao cenário econômico desfavorável observado no páis na última década, com baixo crescimento econômico, juros elevados e baixa capacidade de investimentos públicos, aliado a um elevado custo de capital (juros elevados), levou a uma perda de dinamismo considerável desse importante segmento do setor de construção.
    Desta maneira, a manutenção da desenoreção na folha de pagamentos do setor representa um alívio ao setor, pois ao menos não acrescenta mais um impecílio na lista de desafios a serem superados por um setor que emprega diretamente uma grande quantidade de trabalhadores e que também gera uma série de empregos indiretos ao longo de sua extensa cadeia produtiva.
    Por fim, cabe destacar que o segmento imobiliário da construção também se beneficia da prorrogação da desoneração, embora também seja pressionado por diversos fatores conjunturais negativos destacados acima, com destaque para manutenção de um elevado patamar de juros e a baixa capacidade de investimentos públicos, restringindo o avanço de maneira mais expressiva do segmento de habitação popular.

    Especialista do Setor Marcel Tau Carneiro



     O FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) aumentou o orçamento para o financiamento da compra de casas em R$ 29 bilhões. A medida tem como alvos a habitação popular e o crédito para a classe média. A decisão foi tomada em reunião do Conselho Curador realizada nesta terça (25) em Brasília.

    O orçamento de capital do Minha Casa, Minha Vida passou de R$ 61,4 bilhões para R$ 85,6 bilhões. A complementação de recursos é necessária porque, sem recursos adicionais, o FGTS esgotará seus recursos de empréstimo nas três regiões do país entre agosto e setembro.

    A expansão orçamentária também foi necessária à medida que o governo federal ampliou o acesso ao Minha Casa, Minha Vida para famílias com renda de até R$ 8.000 e elevou o teto dos imóveis financiados pelo programa de R$ 264.000 para R$ 350.000. A medida entrou em vigor em meados deste ano.

    O FGTS destinou 1 bilhão de reais para suspender as parcelas do Minha Casa, Minha Vida por até seis meses. Com a ruptura, os recursos param de entrar, o que impacta o orçamento do Fundo.

    A Lafis destaca que as medidas são necessárias para impulsionar o mercado imobiliário e foram bem recebidas pelo setor.

    Prova disso, foram os follow-ons realizados recentemente pela Direcional e MRV, empresas que atendem esse segmento, evidenciando o otimismo de grandes players do setor na demanda no segmento Minha Casa Minha Vida.

     

    Analista Responsável  Marcel Tau

     


    A pandemia da COVID-19 causou uma reviravolta econômica sem precedentes em todo o mundo. Empresas de todos os setores enfrentaram desafios significativos, desde restrições de operação até mudanças nos hábitos de consumo dos clientes.

    Nesse cenário de recuperação, é crucial que as empresas estejam preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem. E uma ferramenta valiosa para essa preparação estratégica é a análise setorial.

    Compreender as tendências do mercado, as mudanças de comportamento do consumidor e as demandas emergentes torna-se essencial para se posicionar de forma inteligente e competitiva.

    Este texto explora a importância da análise setorial como uma poderosa aliada das empresas na retomada econômica, e como a análise setorial pode ajudar as organizações a identificar oportunidades, mitigar riscos e tomar decisões informadas que impulsionem seu crescimento.

    Prepare-se para desvendar os segredos por trás da análise setorial e descubra como essa ferramenta estratégica pode levar sua empresa a um novo patamar de sucesso.

     

    Entendendo a retomada da economia e o papel da Análise Setorial

     

    Após um período desafiador de incertezas e instabilidades, a retomada econômica pós-pandemia já se tornou uma realidade.

    No entanto, é importante compreender que o cenário econômico atual é marcado por mudanças significativas nos comportamentos de consumo, nas dinâmicas de mercado e nas demandas dos clientes.

    As empresas que desejam se destacar nesse novo contexto precisam adotar uma abordagem estratégica, antecipando-se às transformações do mercado e se adaptando rapidamente. É aqui que a análise setorial desempenha um papel fundamental.

    A análise setorial permite que as empresas compreendam em profundidade o panorama do seu setor de atuação. Ela vai além da análise macroeconômica geral e mergulha nas especificidades de cada segmento, identificando as principais tendências, desafios e oportunidades que surgem durante a retomada econômica.

    Ao entender os fatores-chave que impulsionam o crescimento do setor, as empresas podem ajustar suas estratégias, reposicionar seus produtos e serviços e se adaptar às novas demandas dos consumidores.

    Além disso, a análise setorial ajuda as empresas a avaliarem a competitividade do mercado, identificando os principais concorrentes e suas estratégias. Com base nessas informações, é possível desenvolver estratégias diferenciadas, encontrar nichos de mercado pouco explorados e conquistar uma vantagem competitiva.

    Em suma, a análise setorial permite que as empresas estejam à frente da curva, antecipando-se às mudanças do mercado e tomando decisões fundamentadas. Na próxima seção, exploraremos em detalhes como essa ferramenta valiosa pode ser aplicada de forma eficaz, fornecendo vantagens estratégicas e impulsionando o crescimento empresarial na retomada econômica pós-pandemia.

    A análise setorial desempenha um papel crucial na tomada de decisões estratégicas das empresas durante a retomada econômica pós-pandemia. Ela oferece uma visão aprofundada das tendências e mudanças que estão moldando o mercado, permitindo que as empresas compreendam o cenário em que estão inseridas e se posicionem de maneira estratégica.

     

    Benefícios da Análise Setorial para as empresas

     

    Ao adotar uma abordagem estratégica baseada na compreensão das tendências e mudanças do mercado, as empresas podem obter vantagens significativas. Vejamos alguns dos benefícios-chave da análise setorial:

     

    Identificação de oportunidades de crescimento: permite que as empresas identifiquem oportunidades emergentes e nichos de mercado pouco explorados – o que permite a possibilidade de direcionar seus recursos e esforços para o desenvolvimento de produtos ou serviços inovadores, atendendo às necessidades específicas dos clientes.

     

    Tomada de decisões informadas: Com acesso a dados e informações precisas sobre o setor, as empresas podem tomar decisões estratégicas fundamentadas, permitindo que empresas se adaptem rapidamente às mudanças do mercado.

     

     

    Vantagem competitiva: A análise setorial ajuda a identificar os pontos fortes e fracos dos concorrentes, bem como as lacunas no mercado que podem ser aproveitadas. Isso permite que as empresas se posicionem de forma única, atendendo às necessidades dos clientes de maneira mais eficaz do que seus concorrentes.

     

    Mitigação de riscos: auxilia na identificação de riscos e ameaças que podem afetar o desempenho das empresas. Ao antecipar esses desafios, as empresas podem desenvolver estratégias de mitigação adequadas e estar preparadas para enfrentar obstáculos.

     

    Aproveitamento das tendências de mercado: as empresas podem se adaptar de maneira proativa e capitalizar as oportunidades que surgem, ajustando-se rapidamente às mudanças nos comportamentos do consumidor, nas demandas de mercado e nas inovações tecnológicas.

     

    A análise setorial é uma ferramenta poderosa para as empresas que deseja estar sempre prontas aos desafios do seu mercado.

    Ao identificar oportunidades de crescimento, mitigar riscos, adaptar a estratégia de negócios e conquistar uma vantagem competitiva, as empresas estarão bem posicionadas para se destacar no mercado e alcançar o sucesso.

    Lembre-se de que a implementação da análise setorial requer uma coleta cuidadosa de dados, análises aprofundadas e monitoramento contínuo. Além disso, contar com especialistas nessa área, como a LAFIS, pode fornecer um apoio valioso na interpretação dos dados e na orientação estratégica.


    Recentemente o Ministério da Fazenda anunciou 13 medidas para estimular o crédito e Parceria Público-Privadas (PPPs), dentre as quais destacamos duas abaixo, com potencial de estimular o setor de construção:
    1. Aval da União às PPPs de estados e municípios
    O governo vai permitir que as operações de crédito que podem viabilizar Parcerias Público-Privadas nos estados e municípios sejam feitas tendo a garantia da União.
    Ou seja, a União vai cobrir eventuais calotes de governadores e prefeitos em projetos de PPPs. Posteriormente, o governo federal pode recuperar o dinheiro, descontando das transferências dos fundos de participação.
    O modelo é igual ao das operações de crédito feitas por estados e municípios que contam com o Tesouro como avalista, porém a medida ainda não havia sido estendida às PPPs. A ação será feita diretamente pelo Tesouro Nacional, sem precisar do aval do Congresso. 
    O governo avalia que a ausência de garantia firme era o principal entrave para deslanchar as PPPs em estados e municípios.
    Ainda no âmbito das parcerias, uma portaria do Tesouro Nacional vai esclarecer quais despesas entram na conta do limite máximo de comprometimento da receita corrente líquida de estados e municípios com PPPs. Dessa forma, os entes subnacionais vão poder ampliar a capacidade de parcerias com o setor privado.
    O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que, com o novo marco das PPPs, os investimentos públicos podem ultrapassar a marca dos R$ 100 bilhões.

    2. Debêntures incentivadas
    A equipe econômica pretende alterar um decreto de 2016 para ampliar as possibilidades de emissão de debêntures incentivadas, que são títulos emitidos por empresas e negociados no mercado de capitais, os quais contam com uma tributação reduzida de Imposto de Renda.
    O objetivo é incentivar o financiamento privado de projetos de infraestrutura voltados às áreas social e ambiental.
    Com a alteração, novos setores ficarão aptos a serem financiados por meio dessas debêntures. São eles: educação, saúde, segurança pública e sistema prisional, parques urbanos e unidades de conservação, equipamentos culturais e esportivos, habitação social e requalificação urbana.
    Segundo o governo, há insuficiência de recursos públicos nessas áreas e dificuldade de financiamento de projetos de Parcerias Público-Privadas (PPP).
    As alíquotas diferenciadas de Imposto de Renda para essas debêntures incentivadas são as seguintes: 0% para ganhos registrados por pessoas físicas e 15% para pessoas jurídicas.

    Analista Responsável Marcel Tau


    Em 2022, 270 mil unidades foram financiadas com recursos da poupança. Apesar da redução de 18 mil unidades financiadas em relação ao ano anterior, o patamar se manteve muito acima do observado até 2020. Em reais, 2022 apresentou o melhor desempenho da série histórica, com R$ 44,9 bilhões financiados, crescimento de 10,5% em relação ao ano anterior.

    Embora sempre haja uma preocupação do mercado em relação ao saldo da caderneta (recuado ao longo dos últimos dois anos), consideramos que no curto prazo o maior risco é de retração do número de unidades financiadas, levando em conta a característica cíclica do setor, a forte base de comparação e o aumento significativo da taxa de juros ao longo dos últimos anos, variável de extrema importância para o mercado imobiliário, pois afeta diretamente o custo do crédito e capacidade de pagamento dos tomadores. 

    Fonte Abecip

    Analista Responsável Marcel Tau


    Enquanto o mercado habitacional popular (Casa Verde e Amarela) patina em números de lançamentos e vendas, o segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) apresenta excelentes resultados.

    Na comparação dos primeiros sete meses de 2022 com 2021, os lançamentos de móveis de MAP apresentaram crescimento de 12,1%, enquanto as vendas cresceram incríveis 159,3%. É importante destacar que anteriormente havia por parte da Lafis e de parte do mercado uma preocupação que o crescimento substancial dos lançamentos observados desde meados de 2021 no segmento de MAP não apresentasse uma contrapartida positiva das vendas de imóveis nesse segmento, o que poderia levar a um excesso de oferta e enormes perdas para as empresas do setor.

    No entanto, como destacado anteriormente, até julho de 2022 as vendas do setor apresentaram robusto crescimento no segmento de MAP, com 476,2 mil unidades vendidas entre janeiro e julho, 292,6 mil a mais do que o observado no mesmo período de 2021. 

    Duas preocupações relevantes e que devem ser consideradas para o curto e médio prazo pelo setor são: 1) o comportamento nos próximos meses dos lançamentos e vendas do segmento Casa Verde e Amarela, prejudicado nos últimos meses, mas que tiveram ajustes positivos realizados no programa recentemente e 2) como a alta dos custos observada ao longo do ano afetará as construtoras e incorporadoras do setor em todos os segmentos.

    Além disso, uma questão que deverá ser acompanhada de perto por players do setor e pela Lafis é como ficará o Casa Verde e Amarela no médio e longo prazo, passado as eleições presidenciais, considerando que historicamente esse segmento representa a maior parte tanto das vendas quanto dos lançamentos do setor, em termos de volumes de unidades e é fortemente influenciado por questões políticas.

    Analista Responsável Marcel Tau


    O governo federal cortou a alíquota de importação de 11 produtos para tentar conter a alta da inflação. Na lista do corte tarifário, estão vergalhões de aço.

    Considerando que o produto apresenta grande relevância dentro dos custos do setor de construção, a redução da tarifa de importação deverá contribuir ao menos para frear reajustes de preços dos fabricantes locais, considerando que a concorrência com o produto importado se torna mais acirrada, a partir do momento em que os custos para importação são reduzidos.

    Desta maneira, o setor de construção que vem enfrentando fortes pressões de custos desde o início da pandemia provocada pelo coronavírus, pode apresentar uma desaceleração dos custos no curto prazo devido a essa redução de alíquota, embora esse impacto seja marginal, considerando que embora relevante, trata-se de um único insumo do setor.

    Além disso, é importante destacar que o cenário é desafiador para o setor de construção, considerando uma expectativa de baixo crescimento econômico e juros em tendência ascendente.

    Desta forma, a Lafis considera que a redução do imposto de importação de vergalhões de aço é benéfica para o setor de construção, mas é importante destacar que seus impactos são limitados pelas questões descritas acima.

    Especialista do Setor Marcel Tau Carneiro


    Lançamento e Vendas

    O Indicador Abrainc-Fipe aponta uma alta de 24,6% no lançamento de imóveis no acumulado do ano (janeiro a outubro de 2021), em comparação ao período anterior. Com o resultado, o número de novos imóveis neste intervalo foi de 107.390 unidades.

    Em termos de vendas, no acumulado de 2021 (janeiro até outubro) foram comercializadas 119.866 unidades – alta de 7,5% em relação ao mesmo período de 2020. As vendas divulgadas nos últimos meses apresentaram desaceleração em relação ao observado no primeiro semestre de 2021, ficando abaixo das vendas na comparação com iguais meses de 2020.

    Crédito

    O saldo de crédito direcionado para financiamento imobiliário, considerando tanto os empréstimos para pessoa física (PF) como para pessoa jurídica (PJ), apresentou crescimento de 13,8% em dezembro de 2021 em relação ao observado no mesmo mês do ano anterior. 

    Assim, como os indicadores de lançamentos e vendas, o crédito imobiliário apresentou nos últimos trimestres os melhores desempenhos quando considerado os últimos anos, movimento que foi favorecido pela expansão da poupança e manutenção de uma baixa taxa de juros.
    INCC

    O Índice Nacional de Custo da Construção apresentou crescimento de 13,6% no acumulado de 12 meses até janeiro de 2022. Considerando os dois segmentos que o compõem (mão de obra e materiais e serviços), o primeiro apresentou expansão de 6,5% e o segundo 21,1%, mostrando maior pressão dos custos relacionados aos materiais em linha com a desvalorização cambial e o descompasso entre oferta e demanda, dados os efeitos da Covid-19 na cadeia de produção da construção. Apesar disso, cabe destacar que os preços dos materiais desaceleraram nos últimos meses, considerando que chegou acumular alta de 28,9% no acumulado de 12 meses até julho de 2021, maior patamar já observado para o indicador.

    Especialista do Setor Marcel Tau Carneiro


    De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), as operações contratadas com recursos da caderneta de poupança para construção, aquisição e reforma de imóveis e material de construção foram as maiores da série histórica considerando dados entre janeiro e setembro de 2021. No período, 499.115 unidades foram financiadas, das quais 333.721 para aquisição de imóveis e 165.394 para construção. Em valores, foram destinados, respectivamente, R$ 94,4 bilhões para aquisição e R$ 21,5 bilhões para construção. Para efeitos de comparação, antes de 2021, o ano em que mais unidades foram financiadas com recursos da poupança foi 2014 (306.976 unidades).

    Os dados acima demonstram que o mercado imobiliário vive um de seus melhores momentos em termos de volume de negócios, ainda que existam diversos desafios para o setor, com destaque para a escalada dos preços de insumos, que deve levar a repasses no valor total das obras ou, nos piores cenários, redução das margens e até prejuízos.

    Outro importante risco de cenário para o setor de construção é a perspectiva de aumento da taxa básica de juros. Considerando que os valores dos financiamentos imobiliários são diretamente afetados pela taxa de juros, deveremos observar uma expansão dos custos dos financiamentos no médio e longo prazo, o que pode levar a uma retração das contratações para aquisição e construção nos próximos anos.

    Assim, da mesma forma que é relevante observarmos que a conjuntura do setor é favorável em termos de volume de negócios, também é importante percebemos que existem fatores que podem mudar esse cenário no médio prazo e a percepção destas mudanças com antecedência pode evitar uma sobreoferta no mercado imobiliário e prejuízos para as empresas e investidores do setor.

    Especialista do Setor Marcel Tau Carneiro

    A fraca base de comparação, considerando consecutivos anos de retração da construção, é um fator que colabora para as perspectivas positivas do setor ao longo do ano, não devendo, portanto, o movimento ser considerado como um avanço amplo e generalizado do setor, mas sim como o início de um provável ciclo de alta do mercado, que levará alguns anos para recuperar os patamares observados antes da crise.

    No entanto, a Lafis destaca que no ano de 2021 o setor de construção enfrentará alguns desafios importantes, tais como: auxílio emergencial menor em montante e tempo em paralelo a manutenção de um elevado número de pessoas desempregadas, podendo afetar negativamente as pequenas obras e reformas e o mercado imobiliário; buscar o restabelecimento da normalidade da cadeia produtiva do setor afetada durante o ano de 2020; elevado déficit fiscal do Governo, reduzindo a capacidade de investimentos do setor público, com impacto sobretudo no segmento de infraestrutura e obras da típicas da administração pública, tais como escolas, universidades, hospitais etc.

    Neste cenário, a perspectiva da Lafis para o PIB Construção é de expansão de 3,3%, recuperando parte da queda esperada em 2020, mas ainda abaixo dos resultados de 2019.

    Analista Responsável: Marcel Tau 


    O acumulado entre julho e novembro de 2020 mostrou uma forte recuperação do mercado imobiliário, após uma retração observada nos meses entre abril e junho, considerando a produção de insumos típicos da construção civil, importante indicador de desempenho do setor.

    Além da recuperação observada entre os meses entre julho e novembro, este período apresentou o melhor desempenho para esse recorte de tempo desde 2015, sinalizando por tanto não somente uma recuperação setorial, como uma forte aceleração a partir do segundo semestre de 2020.

    Considerando este indicador, além de diversos outros, como o crescimento da poupança, avanço dos lançamentos e vendas, aumento da captação de recursos de construtoras em bolsa de valores, pode-se dizer que o ano de 2020 foi positivo para o setor de construção, especialmente no que diz respeito ao segmento imobiliário.

    Para 2021, considerando os fatores mencionados acima, a perspectiva para o mercado imobiliário segue favorável, considerando ainda que as alternativas de investimentos mais conservadoras, como títulos de renda fixa de bancos e da dívida pública seguem remunerando à taxas historicamente baixas (tal efeito também colaborou para o aumento do número de investidores na bolsa de valores). 

    No entanto, é importante que sejam observados outros fatores que podem representar um risco ao desempenho setorial dentro de um horizonte de curto e médio prazo, como o comportamento da inflação, dos juros básico (Selic), da taxa de desemprego e do Covid-19, pois tais fatores impactam diretamente na decisão de investimentos dentro do setor e a confiança das pessoas para adquirirem imóveis. 

    Especialista do Setor Marcel Tau

    Saldo da poupança alcançou ao final de setembro deste ano a marca de R$ 1 trilhão, recorde histórico. Desde o início do ano o saldo apresentou crescimento de mais de R$ 150 bilhões de reais, considerando que ao final de 2019 constavam aproximadamente R$ 850 bilhões nessa conta. É importante destacar que esses recursos compreendem os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e da poupança rural.

    A Lafis destaca que o setor de construção civil, destino de parte significativa destes recursos é beneficiado por este movimento de crescimento da oferta de recursos. 

    Segundo últimos dados disponibilizados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), a soma das operações contratadas com recursos da caderneta (SBPE) para aquisição, construção, reforma e material de construção apresentou crescimento de 40% no acumulado entre janeiro e setembro de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo a marca de R$ 65,9 bilhões em financiamentos. Outro importante indicador foi o crescimento do número de unidades financiadas, que apresentou expansão de 31% na mesma base comparação, atendendo 237 mil unidades financiadas, com os meses de agosto e setembro apresentando os melhores desempenhos desde 2014.

    Dentre as justificativas para o crescimento da oferta de recursos na poupança, a Lafis destaca a redução de gastos por parte das famílias diante das restrições impostas pelas políticas públicas de combate ao Covid-19, que restringiu a movimentação e aglomeração das pessoas, que acabaram por reduzir os gastos com viagens e consumo de bebidas e comida fora de casa, por exemplo. Além disso, o pagamento do auxílio emergencial também contribuiu para o aumento da oferta de crédito, uma vez que aumentou a disponibilidade de recursos para a população. 

    Do lado da demanda, ou seja, das pessoas e empresas que acessaram os financiamentos, a manutenção da taxa de juros em um patamar historicamente baixo, em paralelo a redução das despesas mencionado anteriormente e aumento das pequenas reformas de melhoria do lar foram alguns dos fatores que justificaram a maior procura por estes recursos.  

    Especialista do Setor Marcel Tau

    A população ocupada no setor da construção somou 5,54 milhões no mês de maio de 2020, uma redução de aproximadamente 1 milhão de trabalhadores quando comparado ao mesmo mês de 2019 e 355 mil a menos que o observado em abril de 2020.

    A produção de insumos típicos do setor de construção, por sua vez, apresentou na comparação de abril e maio de 2020 somados, uma retração de 27,3% em relação ao mesmo período de 2019. Nos cinco primeiros meses até maio, a produção recuou 12,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

    Tais indicadores nos ajudam a dimensionar o impacto já observado no setor diante da crise do novo coronavírus, sobretudo nos meses de abril e maio. É importante destacar que, salvo um retorno das medidas mais severas de distanciamento social e restrição de atividades econômicas, a tendência é de recuperação dos indicadores frente aos baixos patamares observados nos dois meses, ainda que insuficientes para reverter as perdas do setor em termos anuais.

    Especialista do Setor Marcel Tau.

    O ano de 2019 mostrou uma recuperação do setor de construção, especialmente no segmento imobiliário, com avanço significativo do número de lançamentos (+19% no acumulado até novembro de 2019). No entanto, as vendas do setor, até o mesmo período ainda não haviam apresentado um desempenho satisfatório, com queda de 2,1%.

    A expectativa do mercado para 2020 era de manutenção de um bom ritmo de lançamentos e retomada de um patamar mais elevado de vendas, que seria beneficiado por uma maior taxa de crescimento econômico, retração do desemprego e manutenção dos juros baixos. 

    No entanto, com o avanço do COVID-19 para todos os continentes e seus efeitos já bastante preocupantes no Brasil, as expectativas foram severamente afetadas para o segmento imobiliário, altamente dependente de um maior nível de confiança dos consumidores e empresários por se tratar de uma compra de longo prazo e dependente de crédito.

    Desta maneira, em um primeiro momento, a Lafis projeta uma queda significativa das vendas do setor e desaceleração considerável no ritmo de novos lançamentos. Além disso, é provável que construtoras se deparem com uma situação financeira delicada nos próximos meses, em especial as que já possuíam balanços ruins antes do avanço da epidemia e dos seus desdobramentos e que buscavam se reerguer.


    Especialista do Setor Marcel Tau

    O Índice de Confiança da Construção, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) avançou na comparação de fevereiro de 2020 com igual mês de 2019. No período, o indicador que mede a confiança dos empresários da construção avançou 8,5 pontos. Quando observamos as duas variáveis que compõem o indicador, “situação atual” e “expectativas”, o avanço no primeiro foi de 12,3 pontos, enquanto o segundo avançou 4,4 pontos, mostrando grande otimismo no setor de construção na passagem de 2019 para 2020, sobretudo em relação ao horizonte de curto prazo.

    A Lafis destaca que, na comparação de fevereiro de 2020 com janeiro deste mesmo ano, o indicador de confiança apresentou leve retração (-1,5 pontos), mas ainda com otimismo observado em relação ao curto prazo (+ 2,4 pontos), mas com as expectativas recuando (-5,3 pontos). A despeito de movimentos de curto prazo, a Lafis destaca que o setor de construção ainda permanece otimista neste início de ano.

    Especialista do Setor Marcel Tau

    De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua, realizada pelo IBGE, houve adição de 94 mil empregos na construção na comparação de agosto de 2019 com igual mês do ano anterior. Desta maneira o número de pessoas ocupadas no setor passou de 6,652 milhões para 6,746 milhões, o que representou crescimento de 1,4%.

    O Índice de Confiança da Construção (FGV), na comparação de setembro de 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior avançou 6,8 pontos, com avanço de 5,2 pontos no índice da Situação Atual da Construção e 8 pontos no Índice de Expectativas da Construção, mostrando maior otimismo do setor em relação ao longo prazo, embora a confiança de curto prazo também tenha avançado no período.

    Considerando o desempenho dos indicadores descrito acima, a expansão nos lançamentos do mercado imobiliário no acumulado do ano até julho (+7,3% em relação ao mesmo período de 2018, segundo dados da Abrainc), além do maior dinamismo do crédito imobiliário com aceleração gradual dos saldos de crédito e tendência de retração dos juros nesta modalidade, a Lafis considera que o segmento imobiliário apresenta fundamentos para crescer gradualmente ao longo dos próximos anos.

    No entanto, a Lafis pondera que a retomada lenta da atividade econômica e do mercado de trabalho são fatores que ainda restringem o crescimento do segmento imobiliário, mitigando os efeitos positivos dos dados microeconômicos citados.

    Especialista do Setor Marcel Tau

    Para 2019, a Lafis projeta que o setor de construção civil apresentará crescimento de 0,5%, considerando o fraco desempenho do setor nos primeiros meses do ano. É importante destacar que, enquanto o segmento imobiliário apresenta bom desempenho de lançamentos e vendas, o segmento de infraestrutura segue em uma trajetória de queda, já observada nos últimos anos e influenciadas por diversos fatores, dentre os quais: baixa capacidade de investimentos públicos, redução dos desembolsos do BNDES, operação Lava-Jato e suas consequências nas maiores empresas do setor, incertezas/ entraves que limitam o avanço do capital privado, seja nacional ou estrangeiro no setor, além da ausência de planejamento. 

    Embora o segmento de habitação se apresente como o pilar de sustentação do setor, ainda assim é importante que se observe alguns pontos de atenção: atrasos nos pagamentos do Governo ao Minha Casa Minha Vida, liberação para saque dos recursos do FGTS e a própria restrição orçamentária. Por outro lado, a tendência de melhoria gradual da atividade e do emprego, a taxa de juros ao mercado imobiliário em níveis historicamente baixos e o desenvolvimento do mercado de capitais voltados ao setor são variáveis que podem colaborar para a expansão imobiliária.

    Nunca é demais lembrar, a grande correlação entre os níveis de confiança e o desempenho do setor de construção, pois a aquisição de imóveis e execução de projetos de infraestrutura dependem do julgamento por parte dos consumidores e empresários (e do sistema financeiro) de que existe em um horizonte de médio e longo prazo um cenário estável o suficiente que viabilize a tomada de riscos e financiamentos. O ambiente político, o andamento de reformas e o desempenho econômico são algumas das principais variáveis consideradas para a avaliação dos riscos, e são estes também os fatores que podem influenciar o cenário prospectivo da Lafis.

    Neste sentido, é importante destacara que a Lafis considera provável o Congresso aprovar a reforma da previdência e, desde que o teor proposto pelo Governo seja mantido, os impactos são positivos do ponto de vista dos indicadores de confiança em um primeiro momento, mas a sustentação deste otimismo por um período mais longo, ocorrerá somente se, em paralelo à reforma previdenciária, também seja realizados novos ajustes (como a reforma tributária) e uma agenda positiva de crescimento econômico, que, por sua vez, ajudariam a sustentar maiores níveis de investimentos em infraestrutura no médio e longo prazo, criando condições para o avanço do setor de construção.

    Especialista do Setor Marcel Tau

    Nos últimos anos, ao analisarmos o mercado imobiliário de maneira geral, o que se observou foi uma maior cautela das incorporadoras em realizar novos lançamentos e prioridade em reduzir a oferta de unidades habitacionais, com o foco em vender unidades já construídas. 

    Um fator que tem facilitado o acesso ao crédito imobiliário e a compra de imóveis é a realização de eventos que reúnem instituições financeiras e construtoras em datas especiais, como é o caso dos feirões. Além disso, esses eventos ainda costumam oferecer vantagens, a exemplo de pisos e armários gratuitos nos apartamentos, pagamento do condomínio por um período determinado etc.

    Considerando a publicação “Indicadores Imobiliários Nacionais” realizada pela CBIC e SENAI, a estratégia de redução da oferta no mercado mencionada anteriormente tem se mostrado eficiente, ao menos na tendência apresentada. Em 2017 e 2018, foram vendidas, respectivamente, 5.221 unidades e 21.580 unidades a mais que o total de lançamentos no período, resultando em uma redução do estoque no mercado, que passou de 161.903 unidades em dezembro de 2016 para 124.028 unidades em dezembro de 2018. 

    Assim, a Lafis destaca que, pelo lado da oferta, o mercado imobiliário tem perspectivas favoráveis para novos lançamentos, com o ritmo de crescimento esperado para os próximos trimestres oscilando de acordo com a dinâmica dos indicadores econômicos, com destaque para o nível de confiança dos consumidores, emprego e renda, variáveis essenciais para o bom funcionamento do segmento imobiliário.

    Especialista do Setor Marcel Tau

    A Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira à noite (05/12), o projeto dos “distratos imobiliários”, que endurece as regras para o consumidor que desiste de comprar um imóvel após ter dado entrada no financiamento. Com isso, o mutuário que fizer um distrato, ou seja, desfazer o contrato firmado com a construtora, terá de pagar multa de 50% sobre o que já tiver pago pelo imóvel. Agora, o projeto segue para sanção do presidente Michel Temer.

    Para o segmento imobiliário, a aprovação do projeto significa um aumento das garantias em toda a etapa da construção de novos empreendimentos, pois considerando que o valor da multa é elevado, a tendência é que um menor número de compradores desista da compra e, caso desistam, o impacto negativo para o projeto é menor. 

    De uma maneira geral, a Lafis considera que o projeto traz maior segurança para as construtoras, entretanto é necessário observar como a questão do distrato se dará na prática, visto que órgãos de defesa do consumidor consideram o valor da multa muito elevado, levando em conta que a desistência da compra pode ocorrer por razões que fogem do controle dos consumidores, razões estas que podem ir desde a mudança do local de trabalho até a perda do emprego, impossibilitando o cumprimento do contrato.

    Especialista do Setor Marcel Tau Carneiro.

    O mercado imobiliário tradicional (fora do âmbito do Minha Casa Minha Vida), tem apresentado resultados negativos nas vendas nos últimos anos, fortemente impactado pela crise econômica. A retomada das vendas, nesse segmento do mercado imobiliário ocorre de maneira gradual e é negativamente afetada pela persistência da crise política no Brasil, dado a forte relação do setor com a confiança dos consumidores, por ser caracterizada por uma compra de longo prazo.

    Neste cenário e com a queda da taxa básica de juros observada nos últimos anos, a Caixa Econômica Federal reduziu a taxa de juros no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) de 10,5% para 9% ao ano para imóveis residenciais no valor de até R$ 800 mil (nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais e no Distrito Federal, o valor é de até R$ 950 mil).

    Em paralelo, as projeções da Lafis são de uma melhoria nos indicadores de confiança, sobretudo após as eleições presidenciais. Assim, a Lafis considera que a redução dos juros anunciada pela principal instituição nesta modalidade de crédito, contribuirá para a melhoria das vendas no mercado imobiliário tradicional no médio prazo.  

    Especialista do Setor  Marcel Tau


    Hoje em dia em caso de cancelamento da compra de um imóvel, a construtora recebe o imóvel de volta, e deve devolver no mínimo 75% do que foi pago pelo comprador, no caso de a culpa do distrato ser dele (comprador), por não conseguir o financiamento, por exemplo. Quando o cancelamento for por culpa da construtora, no caso de atraso na entrega do imóvel, por exemplo, a devolução do valor deve ser de 100% e com atualização monetária. Pela lei, a construtora pode atrasar a entrega em até 180 dias.

    A crise elevou o número de distratos — isto é, quando o consumidor desfaz o contrato de compra e venda na planta e pede a devolução de parte do valor pago — afetando severamente o mercado imobiliário. Em 2016, a cada dez vendas no mercado imobiliário em média quatro foram canceladas pelos compradores, prejudicando o caixa e o planejamento de construtoras.

    Representantes das construtoras defendem que, em caso de distrato, haja retenção de um porcentual calculado sobre o valor do imóvel descrito no contrato. Por outro lado, as entidades de defesa dos consumidores querem que o cálculo se dê apenas sobre o valor que já tenha sido efetivamente pago.A crise que afetou em cheio o mercado imobiliário provocou uma onda de renegociações entre empresas e consumidores. Para evitar os tradicionais distratos, as construtoras passaram a negociar ao máximo com o consumidor.

    Outro fator de desacordo é o prazo para as empresas devolverem os valores pagos pelos clientes. Empresários dizem que isso só deve ocorrer ao fim da obra, pois a devolução imediata compromete o caixa arrecadado para o empreendimento imobiliário, situação que também prejudicaria os consumidores que não desistiram dos imóveis.

    Neste sentido, considerando os desdobramentos da questão dos distratos e a necessidade de medidas que impulsionem a atividade econômica e a geração de empregos, levando em conta que o mercado imobiliário é intensivo em mão de obra, a Lafis considera que o Governo juntamente com órgãos de defesa do consumidor e representantes do setor da construção chegará a um acordo ainda em 2017, fato que, no mínimo, traria maior segurança jurídica ao setor, podendo ainda colaborar para uma maior previsibilidade e segurança financeira por parte das companhias do setor, a depender do que for estipulado ao fim do acordo.

    Analista Responsável pelo Setor: Marcel Tau Carneiro.


    Em 2014, o setor de construção civil apresentou um fraco desempenho, que pode ser observado por meio de diversas variáveis, tais como a retração de 5,1% no PIB de construção civil de janeiro a novembro de 2014 em relação ao mesmo período do ano anterior, retração da produção de insumos típicos da construção civil, desaceleração do crédito ao mercado imobiliário e queda no número de emprego formal no terceiro trimestre de 2014 em relação ao mesmo trimestre de 2013. 

    Deste modo, o baixo ritmo de construção civil já vem impactando os resultados e/ou perspectivas de toda a cadeia de relacionamento, como o setor de cimento, materiais de acabamento, tintas, dentre outros. Considerando ainda as denúncias da operação lava-jato contra grandes construtoras brasileiras, responsáveis pelas principais obras de infraestrutura no país e as suas consequências (default e redução da nota de crédito dada por agências internacionais) e a menor propensão do governo em investir no curto prazo, em linha com o ajuste fiscal, a tendência é que 2015 seja um ano desafiador para o setor de construção civil.

    No entanto, se por um lado há diversos indicadores da conjuntura econômica que se mostram desfavoráveis aos dois grandes segmentos da construção civil (infraestrutura e imobiliário) e seus fornecedores, por outro lado há grandes oportunidades de longo prazo para ambos os segmentos, considerando a necessidade de ampliação e modernização de diversos segmentos ligados à infraestrutura e ao grande déficit habitacional, que ainda é uma realidade brasileira. Existem ainda oportunidades ligadas à adoção de novas tecnologias que permitam maior produtividade na execução de obras.

    Analista do Setor: Marcel Tau Carneiro


    As construtoras OAS, Odebrecht e UTC e a empresa de consultoria financeira Ask Capital irão investir cerca de R$ 1,5 bilhão na instalação de um polo industrial na região do recôncavo baiano.

    O projeto foi desenvolvido considerando o crescimento do setor petrolífero e o "renascimento" do setor naval no país, os dois segmentos que o polo pretende atender, por meio da criação de uma ampla infraestrutura.

    O estudo e o relatório de impacto ambiental (EIA/Rima) do empreendimento já foi finalizado e a estimativa é começar a terraplenagem dentro de aproximadamente três meses. O início das operações está previsto para o fim de 2014.


    A construtora Bueno Netto e a Related Brasil pretendem iniciar, em outubro, o lançamento da fase residencial do bairro planejado Parque Global, na zona sul de São Paulo, cujo Valor Geral de Vendas (VGV), a ser desenvolvido em oito anos, soma R$ 8 bilhões.

    A parcela residencial do projeto responde por aproximadamente 20% do montante do VGV (R$ 1,6 bilhão), com lançamento projetado para 2013 de duas torres, com VGV de até R$ 500 milhões. Neste projeto, cada uma das duas empresa tem 50% de participação e o valor total dos investimentos será de aproximadamente R$ 950 milhões.

    É importante destacar que a construção de bairros planejados, que incluem, shoppings, hotéis, torres residenciais e comerciais, representam um nicho que está sendo explorado por grandes empresas do setor. Se por um lado é difícil de encontrar terrenos grandes o suficiente para abrigar este modelo de negócios, sobretudo em grandes capitais, por outro lado ele trás algumas vantagens, como por exemplo a centralização das atividades em um mesmo local, que pode trazer ganhos de escala e redução de diversos custos operacionais.


    Após a união do grupo espanhol Essentium com a brasileira Niplan Engenharia no final de julho, a companhia amplia o foco de atuação para grandes obras de infraestrutura no país, principalmente aeroportos e rodovias. Na operação, a companhia espanhola ficou com 50% do capital societário da brasileira, parte da aquisição envolveu a compra de ações dos atuais acionistas e outra parte se deu na forma de aporte de capital do grupo espanhol na companhia. O valor da transação não foi revelado.

    A Essentium atua há mais de 30 anos no setor de infraestrutura, só no ano de 2011 a companhia faturou € 485 milhões. Já a Niplan é especializada no segmento industrial, realizando projetos industriais para praticamente todos os setores, dos quais a Essentium considera especialmente estratégicos óleo e gás, siderurgia e mineração. Entre os clientes de peso da Niplan estão Petrobras, Vale, ArcelorMittal, grupo Votorantin e Samarco. A empresa alcançou em 2011 um faturamento de R$ 512 milhões.

    De acordo com a Niplan, a união trará reforços nos negócios internacionais, atualmente a empresa possui apenas um escritório no Uruguai, com baixo fluxo de projetos. Por sua vez, a Essentium possui unidades na América Latina, Europa, Ásia e África onde realiza projetos de engenharia. Porém, com o agravamento da crise européia e a desaceleração na China e no Brasil, investimentos importantes estão sendo adiados, de acordo com a Niplan, espera-se que os efeitos do cenário internacional no Brasil sejam limitados e que, em 2013, já ocorra uma retomada nos investimentos.


    A rede americana de franquias imobiliárias Coldwell Banker anunciou, em fins de junho, sua entrada no mercado brasileiro de imóveis para as classes média e média alta. Os sócios da empresa investirão cerca de R$ 17 milhões no País em cinco anos, período em que esperam que o Valor Geral de Vendas (VGV) chegue a R$ 10 bilhões, e o número de franqueados, a 350. Do total projetado de franqueados, metade deverá ser de novas imobiliárias e metade de conversão de corretoras que já atuam no mercado.

    A companhia estima que o segmento de imóveis usados tenha maior participação no País em comparação ao de imóveis novos, principalmente na etapa inicial, por ser um segmento muito pulverizado. No nicho de franquias imobiliárias, a Coldwell Banker vai disputar um mercado liderado por RE/MAX Brasil e Century 21 Brasil Real Estate, que atuam principalmente em imóveis usados. A RE/MAX Brasil tem 197 unidades com presença em 20 estados. Por sua vez, a Century 2, focada na classe média-alta, tem 78 agências em operação no País, em 22 estados.

    A empresa adquiriu direitos para ser máster franqueada e planeja a ampliação de sua rede via desenvolvedores estaduais, os quais terão como função oferecer suporte aos franqueados e corretores, desde orientações sobre o processo de franquia da marca a treinamentos de capacitação. Segundo informação da direção de expansão da marca, a estratégia da empresa em trabalhar com a transformação de imobiliárias já existentes objetiva atender necessidades regionais e diferenças culturais. Inicialmente estudam divulgar a marca somente a possíveis franqueados para depois começarem a atuar com os consumidores finais. O foco dos investimentos da empresa para aumentar seu faturamento será voltado à busca online e às mídias sociais. Toda a movimentação da empresa visa sua inserção no crescente mercado imobiliário brasileiro.


    A MRV Engenharia anunciou em julho a criação de uma empresa que atuará no segmento de loteamentos, a Urbamais Properties e Participações, que irá operar de maneira independente da construtora. A loteadora nasceu com um aporte de capital de R$ 50 milhões, sendo R$ 30 milhões desembolsados pela MRV e R$ 20 milhões pelos controladores da incorporadora. 

    A Urbamais manterá seu foco em lotes residenciais para a classe média e loteamentos comerciais e industriais para incorporadoras ou clientes finais. No geral a Urbamais atuará em âmbito nacional, com exceção à região Norte, devido a baixa densidade demográfica uma vez que a loteadora buscará áreas para aquisição com população a partir de 200 mil habitantes, além disso a empresa buscará terras que tenham mais de 300 mil m². O lançamento inicial de  loteamento da empresa deverá ocorrer em Araraquara (SP) no primeiro semestre de 2013.


    A LPS Consultoria de Imóveis, conhecida como Lopes, comprou 51% da imobiliária Raul Fulgêncio, de Londrina (PR) por R$ 36 milhões. Deste valor, será pago R$ 14 milhões como entrada, sendo o restante do valor pago a partir do primeiro ano de operação em três parcelas anuais, a compra foi realizada com recursos próprios. A negociação durou quase um ano e foi a maior aquisição feita pela Lopes desde 2010, a imobiliária já realizou 25 aquisições desde sua abertura de capital. 

    A Raul Fulgêncio era a maior das imobiliárias da região Sul, que não fazia parte da rede da Lopes ou da Brasil Brokers, e tinha como foco nas suas vendas imóveis novos. Isso representa uma oportunidade para Lopes, que concentrou seus esforço de aquisição em imobiliárias especializadas no mercado de usados. Para Marcello Leone, diretor financeiro e de relações com investidores da Lopes, a expectativa é que as vendas da Raul Fulgêncio superem R$ 560 milhões nos próximos 12 meses, sendo sua maioria, lançamentos.


    Após investir R$ 160 milhões na construção do The Square, em Cotia, região metropolitana de São Paulo, a construtora Godoi busca áreas para novos empreendimentos no segmento open malls, shoppings  inspirados nos modelos norte-americanos com centros de compra a céu aberto.

    De acordo com o presidente da construtora e administrador do The Square, Renato Godoi, a estratégia comercial está em atrair clientes que vivem nas áreas mais afastadas da região metropolitana e com difícil acesso aos grandes centros por causa do trânsito, com a união de serviços, lazer e escritórios. Para possibilitar a combinação dos três segmentos, apenas uma loja de cada setor foi autorizada a se instalar na área de 25 mil metros quadrados, ocasionando disputas por parte de grandes empresas pelo espaço.

    Como o segmento possui um grande potencial de crescimento, Godoi possui uma expectativa de avançar 40% em volume de negócios no próximo ano, com a pretensão de atrair clientes de shoppings tradicionais de São Paulo que buscam conforto e exclusividade. Outro modelo semelhante ao the Square é o Brascan Century Plaza, localizado no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo, empreendimento  lançado em 2003 com uma área de 12 mil metros quadrados.


    A presidente Dilma Rousseff anunciou uma medida que beneficiará aproximadamente 2,5 mil prefeitos de todo o Brasil. O Governo ampliará o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida para municípios com menos de 50 mil habitantes. Os desembolsos do Governo, focados na população de baixa renda, somarão R$ 2,8 bilhões. 

    Dados do Palácio do Planalto, estimam que o Minha Casa, Minha Vida já atende 3.465 municípios de todos os estados brasileiros. Segundo o Governo, a segunda edição do programa superou as metas fixadas para 2011. Em vez de contratar a construção de 400 mil unidades, foi anunciada a construção de 457 mil casas. Desse total, 33% já foram entregues. As unidades contratadas destinadas a famílias de baixa renda somaram 104 mil no ano passado.

    Para 2012, a expectativa é contratar 496 mil novas unidades e destinar 57% desse total para famílias de baixa renda. Até o fim de fevereiro, 100 mil casa foram contratadas e 30 mil unidades entregues. As construtores voltadas a baixa renda serão as grandes beneficiadas desta expansão do programa. Nesta linha, o déficit habitacional brasileiro de 5,5 milhões de moradias, concentradas principalmente no Sudeste e no Nordeste do país, ainda permite um grande mercado a ser explorado.


    Um acordo de R$ 150 milhões selou a parceria entre a Paladin Realty Partners e a incorporadora You . Através, de um fundo, a Paladin comprou um terço da You. Ao total, serão desembolsados R$ 150 milhões, nos próximos dois anos, a serem destinados na compra da participação na empresa, bem como para os investimentos da joint venture que irá desenvolver projetos em conjunto. Pelos termos do acordo, o prazo do investimentos do fundo na empresa é de sete anos. A partir de 2014, o fundo começa a ter retorno dos aportes com o recebimento de dividendos. Ao fim do período de investimento, a You poderá ser listada no Bovespa Mais, mercado de balcão organizado da BM&F Bovespa.

    Desde começo do mês de março, agora em um contexto de queda na taxa de juros,  o Governo vêm pressionando os bancos a reduzirem o Spread bancário no Brasil que é um dos maiores do mundo. Bancos como a Caixa, Banco do Brasil, Banrisul e o único banco privado, o HSBC já realinharam suas taxas de juros. Se esta tendência se confirmar, o setor de construção ganhará novo impulso. Com taxas de juros mais baixas as construtoras terão condições de fazer maiores investimentos a custos de crédito mais baixo.


    O presidente do grupo paranaense Thá, anunciou um novo acionista-controlador no grupo: o megainvestidor americano Sam Zell. Atraves Equity International, o empresário negociou a compra de boa parte do grupo Thá.

    Através da Equity International, Zell atua desde 2005 na da incorporação de imóveis residenciais no Brasil. Agora com a entrada na Thá, o investidor tem uma empresa de engenharia e de vendas imobiliárias, que são ramos novos para a Equity International no país.

    Para o presidente do grupo Thá o mercado de imóveis vai continuar a crescer no Brasil e há oportunidades para todas as classes sociais. Apesar da desacelerção econômica em 2011, a queda na taxa de juros e o pacote de R$ 60,4 bilhões anunciado pelo podem trazer grandes benefícios para o setor que depende do controle de custos e da facilidade do crédito para continuar a crescer.


    A consultoria imobiliária Lopes Brasil (LPS), anunciou em meados de março, a compra de 51% da imobiliária Piccoloto, em Campinas (SP), por R$ 10 milhões. A Piccoloto atua, principalmente, no mercado de imóveis usados, em que concentra 70% de seus negócios. Com a aquisição, a cidade de Campinas (tem um potencial de R$1,6 bilhão ) deve se tornar o quarto maior mercado em usados para a Lopes. De acordo com o diretor financeiro da Lopes, Marcello Leo, a Lopez Brasil vendeu em 2011 R$ 100 milhões em usados, o equivalente a 6,2% do mercado. Já a Piccoloto vendeu R$ 115 milhões em 2011, o que permite com a aquisição, consolidar nos 13% de participação no mercado.

    Fundada em 1935, na cidade de São Paulo, a Lopez Brasil é  uma das maiores consultorias imobiliárias do Brasil. Atualmente, em virtude da desaceleração da economia e queda nas vendas de imóveis usados a Lopez  tem a intenção de elevar a participação no mercado de usados, principalmente em Campinas.

    Na divulgação prévia dos resultados do 4º trimestre de 2011 a imobiliária Lopez informou vendas de     R$ 18,2 bilhões em 2011, 16% acima do resultado de 2010. Só no mercado de imóveis usados, a Companhia atingiu R$ 3,9 milhões em vendas, um aumento de 200% em relação a 2010. A  Lopez ainda planeja novas aquisições com outras empresas, a maioria com foco em imóveis usados no interior de São Paulo, na capital, no Rio de Janeiro, em  Minas Gerais, no Distrito Federal e no Sul do Brasil.


    Fundada em 1989, a construtora MZM, que foi eleita a maior construtora da Grande São Paulo pelo Ranking ITC, o mais importante do setor, anunciou em meados de março, que pretendem investir R$ 500 milhões na Região metropolitana de São Paulo.

    Os investimentos na região metropolitana devem se concentrar nas cidades de Guarulhos, Mauá e Diadema, onde a empresa já anunciou a construção de um complexo com hotel, torre comercial e três prédios residenciais no conceito condomínio clube. Em Guarulhos, a construtora lançará seu primeiro residencial, o Conquista Guarulhos, com foco na classe média. Já em São Paulo, a empresa deve anunciar um empreendimento "mixed-use" (empreendimentos que podem reunir diversos tipos de produtos em um só lugar), próximo à região central da capital em 2012 e lançar no quarto trimestre seu primeiro residencial na cidade.

    Mesmo com a desaceleração da economia brasileira assim como a queda da venda de imóveis novos, os empresários estão otimistas com a retomada de economia e assim com as perspectivas de crescimento do setor. As ultimas medidas do governo, como o corte de 0,75% na taxa de juros, tendem a aumentar o crédito e portanto a compra de novos imóveis assim como diminui o custo de oportunidade, aumentando os investimentos das empresas, evidenciando seu esforço para a retomada do crescimento da economia, o que representa boas perspectivas para o setor  nos próximos anos.


    A Incorporadora Related Brasil anunciou no dia 28 de fevereiro o início de suas atividades. Com investimentos previstos de US$ 1 bilhão para os próximos três anos, a empresa pretende se tornar uma das maiores incorporadoras do país, competindo com outras grandes como a PDG  Realty e a Cyrela. A empresa irá atuar nos segmentos residencial (média a alta renda), comercial (venda e locação),  shopping centers, projetos de uso misto e hotelaria. Já nos próximos três meses a empresa começa a investir no território nacional com estimativa de aportes de US$ 120 milhões nos primeiros projetos. 

    Criada a partir das incorporadoras norte-americanas The Related Group, de Miami, e Related Companies, de Nova York, a empresa atua desde a década de 70. A incorporadora tem presença em segmentos como residencial, comercial de e hotéis. Na América Latina o Grupo tem projetos em mercados como México, Colômbia, Bahamas, Uruguai e agora no Brasil, onde a sede da nova empresa será instalada em um escritório na região da Faria Lima, na zona Sul de São Paulo.

    Segundo o brasileiro Jorge M. Perez, presidente-executivo do Related Group, o mercado brasileiro ainda tem um grande potencial se comparado com outros mercados, como a Europa e os Estados Unidos. Além disso Perez destaca que um dois principais motivos da entrada no Brasil foi o aumento da renda da população. Assim, a empresa entra no país com vistas as boas perspectivas  de crescimento da economia brasileira.


    Em um compromisso público entre a  presidente Dilma Rousseff e o governador Geraldo Alckmin, ficou acertado a assinatura do termo de cooperação do programa Minha Casa, Minha Vida,  para a construção de 97 mil moradias populares em SP. A  solenidade do evento foi marcada pela exaltação da relação respeitosa entre figuras públicas e pelo discurso de Dilma, que fez questão de citar realizações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e falar sobre seu mandato de continuidade.

    O valor do convênio foi fixado em R$ 8 bilhões, que vai possibilitar a construção de 100 mil moradias para famílias com renda de até R$ 1.600 no Estado. Deste total, R$ 6,1 bilhões virão do governo federal e R$ 1,9 bilhão, do estadual. A parceria atenderá, principalmente, as regiões metropolitanas de São Paulo, Baixada Santista, Campinas, Vale do Paraíba e litoral norte, que concentram 70% do déficit habitacional paulista. As moradias ficarão prontas até 2015. As famílias pagarão 120 parcelas mensais, que podem ser até 10% de seu rendimento. O valor mínimo da prestação será de R$ 50 e o máximo de R$ 160. A área de cada unidade será de 43 metros quadrados. 

    Este grande investimento trará novo ânimo para as empresas de construção civil que focam a construção voltada para baixa renda. Vale ressaltar as oportunidades  para as construtoras, devido ao grande déficit habitacional não só do estado de São Paulo mas em todo o Brasil que chega a 5,8 milhões de moradias.


    O Governo Federal anunciou que o programa "Minha Casa, Minha Vida" contará com R$ 22,9 bilhões para serem investidos em 2012. Segundo levantamento feito pela ONG Contas Abertas, o governo contava no último dia 13 de dezembro com um montante de R$ 22,9 bilhões, valor que inclui R$ 11 bilhões já previstos para o programa no projeto de lei orçamentária (PLOA) em tramitação no Congresso Nacional. Além disso, o acumulado de restos a pagar de anos anteriores de R$ 11,9 bilhões, o que inclui os recursos não utilizados da verba para 2011 do programa que provavelmente devem ser transferidos para a continuação do programa Minha Casa, Minha Vida em 2012, segundo o coordenador da ONG Contas Abertas.

    Cerca de 495 mil moradias, 40% de um total da chamada "faixa um" do "Minha Casa, Minha Vida" deverão ser entregues em 2012, segundo estimativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Porém, os atrasos podem comprometer o andamento dos contratos na segunda fase do projeto, cujas regras foram divulgadas no final de outubro. Houve uma demora muito grande para o anúncio das novas regras do programa e muitas empresas que já estão entregando obras e enfrentando dificuldades de se encaixar em um novo projeto. O desafio para o governo será incorporar na segunda fase do programa os projetos já inscritos na primeira, mas que não foram avaliados a tempo pela Caixa Econômica Federal. Segundo dados da CBIC, cerca de 200 mil projetos de unidades de imóveis estão dentro da Caixa para fazer parte de um período de transição entre as duas etapas do programa.

    O programa do governo deve amenizar um problema de muitos anos no Brasil, o déficit habitacional brasileiro. Este déficit está em torno de seis milhões de unidades, sendo 90% concentrados em famílias com até cinco salários mínimos. Segundo o diretor da Novasec, para o déficit não aumentar o Brasil precisa produzir em média 1,5 milhão de unidades/ano e isso vem acontecendo com programa Minha Casa, Minha Vida.

     


    O setor de navegação e portos conta com a abertura do processo de licitação pela Companhia de Docas do Rio Grande do Norte (Codern), para a contratação de uma empresa para a construção do Terminal Marítimo de Passageiros de Natal. Além deste investimento, o setor também conta com o comunicado do governador de Pernambuco sobre a autorização de recursos advindos da União para serviços de desassoreamento.

    O Edital para a Concorrência número 41/2011, publicado pela Codern, prevê a adaptação do armazém frigorífico e de galpão para acomodar à estrutura do terminal, além de ampliar o espaço do cais número 1 e retroárea, construção do dolfim de amarração, reforma do parâmetro do cais já existente e construção de edificações portuárias do terminal. O custo da obra está orçado en R$ 53,7 milhões e tem o prazo de entrega estimado até outubro. Já Eduardo Campos, governador de Pernambuco, divulgou a autorização do Governo Federal dando aval à liberação de R$ 46 milhões para serviços que envolvem desassoreamento do canal de aproximação do Complexo Industrial Portuário de Suape. Com isso, o complexo se tornará o porto na região com maior importância relativa para o escoamento de cargas no Brasil. 

    Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a cada ano a Região do Nordeste brasileiro ganha relativa importância na exportação de produtos, principalmente de grãos.


    O Governo Federal através do Ministério do Planejamento anunciou no início do mês de setembro, as novas perspectivas de gastos para o Plano Plurianual (PPA) no período que compreende 2012 a 2015. Desta forma, o setor público estima investir cerca de R$ 5,4 trilhões nesse período, dos quais os programas temáticos relacionados à infraestrutura, que considera desde os gasto com a Copa do Mundo de 2014 até os investimentos relacionados ao Pré-Sal, correspondem a 26,3% do montante total divulgado.
    Desse percentual, os recursos aplicados única e exclusivamente para os eventos de grande porte sediados no país como Copa do Mundo, Copa das Confederações, Olimpíada e Paraolimpíada, podem chegar a R$ 1,8 bilhões. Dentre os principais objetivos destinados a essa verba, incluem-se obras de infraestrutura, investimento em turismo e na manutenção da Autoridade Pública Olímpica (APO), órgão responsável por gerir as obras do mundial de forma adequada, para que sejam cumpridos todos os prazos e requisitos exigidos para eventos de tamanha magnitude.
    Com isso, diversos setores da economia nacional se atentam para as oportunidades envolvidas nos projetos, em especial os setores ligados a construção como por exemplo: construção civil, materiais de acabamento e cimento, os quais serão fortemente demandados com essas obras. Com um diversificado leque de novos negócios que estão surgindo para as empresas desse segmento, empresas de diferentes portes poderão ser beneficiadas. Dentre eles, grandes construtoras concentrarão suas atividades em obras ligadas a estádios, aeroportos e melhorias de infraestrutura geral, assim como também aquecerá o mercado de fornecedores ligados a toda a cadeia de construção. Assim, diversas empresas ligadas ao setor terão seus faturamentos fortemente alavancados em função da grande demanda que tende a ser intensificada nos próximos anos.

    O Governo Federal através do Ministério do Planejamento anunciou no início do mês de setembro, as novas perspectivas de gastos para o Plano Plurianual (PPA) no período que compreende 2012 a 2015. Desta forma, o setor público estima investir cerca de R$ 5,4 trilhões nesse período, dos quais os programas temáticos relacionados à infraestrutura, que considera desde os gasto com a Copa do Mundo de 2014 até os investimentos relacionados ao Pré-Sal, correspondem a 26,3% do montante total divulgado.

    Desse percentual, os recursos aplicados única e exclusivamente para os eventos de grande porte sediados no país como Copa do Mundo, Copa das Confederações, Olimpíada e Paraolimpíada, podem chegar a R$ 1,8 bilhões. Dentre os principais objetivos destinados a essa verba, incluem-se obras de infraestrutura, investimento em turismo e na manutenção da Autoridade Pública Olímpica (APO), órgão responsável por gerir as obras do mundial de forma adequada, para que sejam cumpridos todos os prazos e requisitos exigidos para eventos de tamanha magnitude.

    Com isso, diversos setores da economia nacional se atentam para as oportunidades envolvidas nos projetos, em especial os setores ligados a construção como por exemplo: construção civil, materiais de acabamento e cimento, os quais serão fortemente demandados com essas obras. Com um diversificado leque de novos negócios que estão surgindo para as empresas desse segmento, empresas de diferentes portes poderão ser beneficiadas. Dentre eles, grandes construtoras concentrarão suas atividades em obras ligadas a estádios, aeroportos e melhorias de infraestrutura geral, assim como também aquecerá o mercado de fornecedores ligados a toda a cadeia de construção. Assim, diversas empresas ligadas ao setor terão seus faturamentos fortemente alavancados em função da grande demanda que tende a ser intensificada nos próximos anos.

    A Cyrela Commercial Properties (CCP), empresa do grupo Cyrela voltada ao mercado imobiliário comercial anunciou na última quinta-feira, dia 24, investimentos de mais de R$ 650 milhões no segmento de shopping centers. A empresa, com foco em edifícios corporativos, shoppings, galpões e centros de distribuição, apesar de possuir pouca liquidez na bolsa, obteve uma valorização de seus papéis em 13% no acumulado dos últimos doze meses e reforça seu interesse no segmento de shoppings.

    Atualmente, a empresa possui apenas dois empreendimentos no ramo, o Shopping "D" e o "Grand Plaza",  seu investimento se justifica pela expansão da participação do segmento nas receitas da empresa. No ano de 2010, o faturamento do segmento de shopping centers representou 17% do faturamento, o objetivo é dobrar essa participação em três anos, chegando a até 40%.

    O investimento abarcará seis projetos que, no total, somam cerca de R$ 1,2 bilhão. O aporte foi realizado com participação dos fundos GIC, fundo soberano de Cingapura e Canadian Pension Plan (CPP). Os projetos deverão ser concluídos até o final de 2014 e envolvem uma expansão de 11 mil m²  de área bruta locável (ABL) do Gran Plaza além de cinco novos shoppings, sendo dois em São Paulo e os outros três em Minas Gerais, Pará e Rio de Janeiro.

    Após diversas reivindicações das construtoras do país acerca das dificuldades financeiras para atenderem o programa "Minha Casa, Minha Vida", o governo anunciou o aumento dos valores dos imóveis construídos pelo programa e financiados pelo FGTS. Anteriormente, o valor máximo para imóvel atendido por esse era de R$ 130 mil nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, além de demais capitais e cidades com mais de 1 milhão de habitantes, passando, agora, para R$ 170 mil.

    Nas cidades com população entre 250 mil e 1 milhão, o teto passou de R$ 100 mil para R$ 130 mil e nas que possuem entre 50 mil e 250 mil habitantes este passou de R$ 80 mil para R$ 100 mil. Nas cidades menores o teto ficou mantido em R$ 80 mil.

    Entretanto, a correção desse teto, aprovada no último dia 03, em reunião extraordinária do Conselho Curador do FGTS, não fora acompanhada de anúncio de reajuste nos subsídios pagos com recursos do fundo. Outra questão que poderá afetar um maior sucesso da nova etapa do programa se baseia no fato de que a renda das famílias que podem ser beneficiadas pelo programa não aumentou. Assim, se não forem tomadas algumas medidas que corrijam essas distorções, o número de contratações poderá diminuir nos próximos anos, fazendo com que o governo não alcance os números de meta.

     


    Após o anúncio da aquisição de uma imobiliária em Curitiba pela BR Brokers, a concorrente direta Lopes compra parte de uma das maiores empresas de vendas de imóveis em São Paulo: a Local. A empresa adiquiriu 55% da imobiliária pelo valor de R$ 25,6 milhões, sendo pagos a vista R$ 10 milhões e o restante será quitado em quatro anos com pagamento interligado às metas de lucro líquido e geração de financiamentos.

    A empresa adquirida, Local, tem o foco voltado ao mercado de móveis usados e possui 37 anos de experiência. Assim, o objetivo da Lopes é se destacar na liderança no mercado de usados em São Paulo visto que a BR Brokers é, atualmente, a líder neste mercado. Segundo informações da mesma, cerca de 15% de suas vendas estão ligados a imóveis usados e 85% em lançamentos. A Lopes, apesar de não divulgar esses dados, já vem atuando forte no segmento desde 2008, quando criou a marca Pronto!, com 47 lojas voltadas ao comércio de imóveis usados.

    O grande aquecimento do mercado imobiliário justifica o movimento de aquisição de empresas imobiliárias em diversas cidades. A compra anunciada pela Lopes se caracteriza pela maior realizada em São Paulo, sendo a sexta aquisição do ano. Em valor, é a terceira maior após a Patrimóvel, do Rio de Janeiro e Royal, de Brasília. Devido à consolidação da empresa no mercado de lançamentos, o foco de crescimento e expansão se voltou ao mercado de usados.

    É importante ressaltar que o mercado de imóveis novos, apesar de ter crescido em média 20,1% em 2010, já apresenta sinais de desaceleração frente o aumento de preços. Assim, a estratégia de comercialização de imóveis usados pode apresentar uma boa saída para manter a lucratividade das empresas ligadas ao setor em alta. Dos sete primeiros meses do ano, o número de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo diminuiu em quatro meses, sendo: abril, maio, julho e agosto, conforme pode ser observado no gráfico acima, segundo dados do Secovi.


    A empresa estatal Engenharia, Construção e Ferrovias - a Valec anunciou na última terça-feira, dia 28, a conclusão do processo de licitação para a construção de 1.022 km da Ferrovia  da Integração Leste - Oeste (Fiol). A obra total irá ligar a cidade de ilhéus, na Bahia, até o município de Figueirópolis, no Estado de Tocantins e terá 24 proprietários, segundo a licitação.

    O empreendimento total será dividido em sete lotes e somarão investimentos de R$ 4,198 bilhões financiados pelo Governo Federal através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O consórcio vencedor do maior contrato da licitação é formado pelas construtoras Andrade Gutierrez, Barbosa Mello e Serveng por R$ 739,9 milhões e em seguida, o segundo maior lote ficou sob a propriedade das empresas Mendes Junior, Sanches Tripolini e Fidens, por um valor de R$ 720,1 milhões.

    Os prazos para a finalização dos trechos, segundo a Valec, são até 2012 para a entrega do primeiro trecho da Fiol entre Ilhéus e Caetité com 537 km e a segunda etapa, de 485 km até Barreiras, com previsão de entrega em julho de 2013. O objetivo do governo para as obras se justifica pelo fato que a totalização do trajeto viabiliazará o transporte de cerca de 52 milhões de toneladas de carga até 2018, sendo principalmente transporte de minério de ferro, grãos, acúcar e álcool. Assim, a ferrovia terá a função fundamental de integrar e alavancar o crescimento da região nordeste.


    A Construtora Lopes anunciou na última sexta-feira, 10 de setembro, a compra do controle da Maber Empreendimentos Imobiliários, empresa atuante na cidade de São Paulo. A Lopes adquiriu 51% da companhia, em um valor estimado de R$ 17,3 milhões, e, conforme anunciado, a empresa efetuará o pagamento de uma parcela fixa inicial de R$ 6 milhões.

    O pagamento do saldo restante será realizado em quatro parcelas variáveis a partir do primeiro ano da aquisição. A próxima fase será a avaliação da compra pelos acionistas, que deverão manifestar suas decisões até 30 dias após a convocação, e caso sejam contrários à nova aquisição da empresa, terão o direito de vender suas cotas a um valor já estabelecido pela companhia.

    A nova aquisição faz parte da estratégia da Lopes de sua expansão no mercado secundário de imóveis, ou seja, o mercado imobiliário, envolvendo as atividades de consultoria e intermediação imobiliárias. Somente neste ano, a companhia já realizou outras aquisições, como a compra do controle das operações da Plus Imóveis, realizada em agosto, empresa atuante nos serviços imobiliários da Região Metropolitana de São Paulo, por um valor estimado de R$ 11,7 milhões. O cenário mostra o robusto aquecimento do setor de construção civil no país.


    A Camargo Corrêa fechou um contrato com o governo da Venezuela para a construção de um conjunto de obras de saneamento na bacia do Rio Tuv, região próxima a Caracas. O contrato foi anunciado na última quarta-feira, 25 de agosto e segundo este, o objetivo será atender uma população de aproximadamente 5 milhões de pessoas. O valor total dos investimentos, incluindo estações de tratamento de água, esgoto e projetos de irrigação, deverá atingir US$ 2,2 bilhões, sinalizando o maior contrato realizado com o governo de Caracas, até o presente. O BNDES deverá financiar 60% da obra, cerca de US$ 1,3 bilhão, e o governo venezuelano o restante.

    A empresa participou da construção de uma hidrelétrica na Venezuela nos anos 70, a Guri, terceira maior usina do mundo, e em 2005 participou de um contrato para a reconstrução de uma barragem com o objetivo de fornecer água para todo o litoral venezuelano. A última investida até o momento havia acontecido em 2009, quando a empresa brasileira obteve um contrato de US$ 500 milhões para o projeto Tuv IV, uma importante obra de saneamento na mesma região.

    O objetivo da construtora com o novo investimento na região de Caracas se justifica pelo fato da capital venezuelana apresentar sérios problemas no que concerne a abastecimento de água, principalmente pelo fato de estar a 700 metros de altitude e precisar captar fontes situadas ao nível do mar. Assim, o projeto da Camargo Corrêa deverá começar a operar em 2012, abastecendo a capital do país levando água por 140 km através de tubos de três metros de diâmetro, em uma operação onde o bombeamento deverá consumir 130 MW, o equivalente a produção de uma hidrelétrica de médio porte.


    A Construtora Lopes adquiriu 51% da Plus, imobiliária de 35 anos, com atuação nas zonas Oeste e Sul da capital paulista, na última quarta-feira, 18 de agosto. A companhia fez sua quarta aquisição do ano, a maior em São Paulo até agora, fechando essa aquisição em R$ 11,7 milhões. A Lopes já pagou R$ 4,69 milhões para garantir o negócio e anunciou que o restante será pago em até quatro anos, sendo que o valor poderá variar de acordo com os resultados da imobiliária. A Plus chegou a negociar com a BR Brokers, principal concorrente da Lopes no Brasil, mas acabou fechando com a Lopes devido à sua tradição no mercado imobiliário.

    Sobre a empresa adquirida, apesar de sua forte atuação no mercado de usados - segmento no qual a Lopes pretende crescer com a marca Pronto! -, o principal atrativo da Plus está no contrato de exclusividade para comercialização dos empreendimentos da mineira MRV na região metropolitana de São Paulo. A Lopes já havia tentado trabalhar com a MRV, maior construtora de imóveis populares do país, mas não conseguiu - a exclusividade já estava com a Plus. Assim, verifica-se um importante objetivo da aquisição: a Lopes vendia os lançamentos da MRV apenas no Nordeste e agora passa a comercializar os imóveis da construtora em São Paulo, no maior mercado do Brasil. Segundo Marcelo Leone, diretor de relações com investidores da Lopes, a aquisição também permite à construtora uma elevação nos lançamentos de produtos econômicos, importante mercado atualmente, devido aos programas do governo.

    Após passar quase dois anos crescendo organicamente, a Lopes Imobiliária seguiu o caminho da concorrente BR Brokers e voltou a expandir por meio da aquisição de imobiliárias em diferentes regiões do país. Nos últimos dois meses comprou mais 10% da Patrimóvel, maior imobiliária do Rio, da qual já possuía 10%, e tem até o fim do ano para exercer a opção de compra de 51%. Também comprou a Self, em Niterói, e Vila Nova Conceição (VNC), em São Paulo. Desde que abriu capital, a Lopes adquiriu dez empresas, incluindo a Plus, sendo que as primeiras aquisições foram focadas no mercado de lançamentos e as últimas, no segmento de usados. O cenário atual, de forte aquecimento do setor e um grande número de lançamentos, está aumentando os resultados das imobiliárias, que não precisam de capital de giro para construir e assim, podem utilizar boa parte do caixa para aquisições.


    A Kohr, empresa especializada em Engenharia de Acesso e no fornecimento de soluções para o segmento de construção e indústria, anuncia planos de investimento de até R$ 300 milhões nos próximos 15 anos visando ampliar a capacidade produtiva, através da expansão da sua fábrica em Casa Branca (SP) e do aumento da produção de máquinas e estruturas tubulares, importantes insumos da construção civil. Em 2010, os aportes estão estimados em R$ 70 milhões e serão direcionados para a compra de equipamentos e para treinamento de mão de obra.

    Tais investimentos estão sendo planejados na esteira dos bons resultados observados no setor de construção civil, os quais são reflexo da maior disponibilidade de crédito de longo prazo e da benéfica conjuntura nacional, fatores que influenciam positivamente o setor.  Além disso, as perspectivas favoráveis para os investimentos em infraestrutura no Brasil, em virtude do  PAC e da demanda a ser gerada por grandes eventos, como Copa do Mundo e Olimpíadas, tendem a dinamizar o setor e gerar um forte efeito multiplicador na economia, repercutindo no aumento da demanda por insumos específicos.


    A PDG Realty S.A. Empreendimentos e Participações no mercado imobiliário anunciou na última terça-feira, dia 04 de maio, a compra da Agre através de 100% da incorporação de suas ações, para, unidas, disputarem a liderança do mercado imobiliário brasileiro com a Cyrela.

    A nova empresa será a soma de quatro incorporadoras: PDG Realty ,Agra, Klabin Segall, Abyara, sendo as três últimas participantes da Agre e a primeira resultado dos ativos imobiliários do Pactual e com participação em várias outras empresas. Recentemente, a PDG Realty também incorporou a totalidade das ações da Goldfarb e a carioca CHL. Através da junção com a Agre, a nova empresa nasce com valor de mercado de R$ 8,8 bilhões (R$ 2,4 bilhões da Agre e R$ 6,4 bilhões da PDG).

    Para a PDG, focada em empreendimentos para famílias de baixa e média renda, até então, o objetivo da aquisição é aumentar sua exposição em outros segmentos, como a atuação em mercados onde não estava ou tinha uma participação muito pequena, como Norte e Nordeste, além de sinalizar o interesse em diversificar sua atuação, criando uma nova empresa voltada ao mercado paulista de média e alta renda.


    O Governo Federal anunciou na última quinta-feira, dia 15, a terceira prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os materiais de construção desde de sua instituição em 31 de março de 2009. O objetivo do Ministro da Fazenda com a medida é a diminuição do risco de alta nos preços do setor, visto o aumento da demanda aliado à perspectiva de fim do incentivo até então.

    O corte foi anunciado em março de 2009 com previsão de término para junho desse ano a fim de aquecer a demanda em queda, conseqüência da crise. Em junho, o governo estendeu até dezembro. Nesse mês, com o aumento das obras do programa "Minha Casa, Minha Vida", aconteceu nova prorrogação até junho de 2010 e agora se anunciou extensão até 31 de dezembro de 2010. Nesse cenário destacam-se os principais motivos para tais prorrogações: a pressão dos preços e um possível desabastecimento no setor dado o grande aumento de consumo.

    A medida resultará em impactos bastante positivos para o setor de materiais de construção, o que já pode ser percebido pelo Índice Nacional de Construção Civil (INCC) saltando de 0,36% em fevereiro para 0,75% em março deste ano, assim como pelo faturamento total das vendas internas de material de construção, que, segundo a Abramat (Associação da Indústria de Materiais de Construção), já aumentou 19,01% em fevereiro em comparação a igual período do ano anterior. Adicionalmente, segundo o Ministério da Fazenda, a expansão resultaria em um aumento de 1,35% do PIB em 2010 assim como no nível de emprego, em 1,27%.


    A Eucatex, uma das maiores produtoras de chapas de fibras de madeira e painéis MDP (Medium Density Particleboard) do Brasil, com atuação também nos segmentos de tintas e vernizes, pisos laminados, divisórias, perfis, portas e telhas, anunciou esta semana um plano de investimentos na ordem de R$ 140 milhões. Desse montante estipula-se o uso de R$ 30 milhões destinados à base florestal e R$ 80 milhões a nova fábrica de chapas finas da empresa em Salto (SP). A Eucatex também vem investindo em uma nova unidade, com previsão de término em setembro deste ano, despendendo um total de R$ 250 milhões.

    A empresa, que encerrou um processo de recuperação judicial em novembro de 2009, objetiva agregar R$ 250 milhões por ano ao faturamento bruto com a instalação da nova fábrica e até R$ 80 milhões à sua geração de caixa. Além disso, segundo o vice-presidente executivo de Relação com Investidores, José Antônio de Carvalho, a nova unidade também deverá mostrar retorno superior ao de outras operações. A Eucatex planeja também, dar continuidade ao plano de expansão, migrando do mercado tradicional da BM&FBovespa, onde lista suas ações, para o Nível 1, no qual as empresas possuem suas ações mais valorizados devido aos melhores índices de governança corporativa.


    Foi anunciado dia 28 de abril o acordo de transferencia de 58% do capital social da Klabin Segall aos grupos Agra e Veremonte, os antigos controladores ficarão com 15,7%. A empresa negociada acumulava uma dívida de R$ 527,9 milhões e ainda convivia com problemas de fluxo de caixa, fatores que se agravaram a partir da deflagração da crise financeira. A Veremonte pertence ao empresário espanhol Enrique Bañuelos, atuante no debilitado ramo de contrução civil daquele país.
    A movimentação do setor de construção civil consiste nos desdobramentos do plano de estímulo anunciado pelo Governo Federal. A debilidade financeira de algumas construtoras nacionais, como o caso da Klabin Segall, gera interesse por parte de investidores estrangeiros para adquirirem o know how sobre o mercado brasileiro, especialmente no segmento de baixa renda.
    Assim, há uma movimentação importante de troca de comando e capitalização das empresas, para estarem aptas a absorver a maior parte da demanda contida por moradias no segmento popular, especialmente na faixa de 3-10 salários mínimos, que é um grande alvo das medidas governamentais.

    No dia 30 de março, o Governo Federal anunciou algumas medidas fiscais de estímulo à economia. Além da medida já esperada pelo setor automobilístico, como a prorrogação por mais três meses de isenção ou redução do Imposto de Produtos Industrializados (IPI) incidentes sobre automóveis instituída em dezembro de 2008, foi anunciado uma lista composta de 30 produtos de materiais de construção que gozaram de renúncias fiscais.
     Entre os destaques desta lista constam: cimento aplicado na construção que teve redução de 4% para 0% e tintas e vernizes dos tipos aplicado na construção com redução da alíquota de 5% para 0%. Estas medidas visam o crescimento do setor da construção e dos segmentos interligados, enquanto não são gerados os resultados do pacote habitacional anunciado dia 24 março.
     Adicionalmente, outra medida que consta no programa habitacional "Minha vida, minha casa" e aplicada juntamente com este comunicado, é a redução da alíquota do RET (Regime Especial de Tributação)  de 7% para 6%. Entretanto, os empreendimentos construídos no âmbito do programa estão sendo reduzidos para 1%. Na regulamentação da proposta será estabelecido um mecanismo para garantir que o empreendimento seja participante do programa.
     Com relação às medidas de desoneração tributária, a Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) calcula que a redução de 5% no IPI pode baixar o preço na loja em cerca de 8%, levando em conta os outros custos dos varejistas e as margens de lucro, calculados sobre o IPI. Portanto, espera-se que haja um aquecimento das vendas considerando as iniciativas do governo em prol da construçao, além da existência de uma demanda reprimida. Os consumidores ficaram cautelosos em relação à crise financeira mundial e desistiram ou adiaram a reforma/acabamento de suas casas e a redução do imposto poderá levá-los a consumir, mas vale ressaltar que o período de 90 dias é curto considerando que o tempo de construção de uma obra dura muito mais



    [1] O RET é o regime que concentra a tributação do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS incidentes na construção civil em uma alíquota única. Para acessar o regime é exigida a apartação contábil e jurídica (afetação) do patrimônio do empreendimento. Com isso, os adquirentes ficam protegidos em caso de falência da empresa construtora.

    O Governo Federal publicou o pacote habitacional que prevê a construção de 1 milhão de moradias. O programa intitulado "Minha Casa, minha vida" será ancorado com recursos do FGTS e na dependência da oferta de terrenos e da adesão de Estados, municípios e da iniciativa privada. Os investimentos previstos pelo Governo são de R$ 34 bilhões que serão gastos a partir de 13 de abril, somando os recursos do Tesouro e dos trabalhadores.
     Antes da publicação oficial, o Governo, pretendia construir estas casas até o final de 2010, mas verificado os trâmites burocráticos e a dependência existente da oferta de terrenos, o prazo poderá ser estendido para o sucessor, não estabelecendo um prazo de conclusão para as obras; entretanto, foi enfatizado que não faltará recursos para o andamento do plano.
     O Tesouro Nacional contribuirá com R$ 20,5 bilhões do total de R$ 34 bilhões, divididos entre subsídios para a baixa renda (R$ 18,5 bilhões) e a criação de um fundo com intuito de diminuir o custo de seguro de vida e de danos e assegurar o pagamento de parcelas no caso de desemprego (R$ 2 bilhões). Contudo, grande parte dos recursos para o programa virá do caixa do FGTS que oferecerá R$ 26,5 bilhões, sendo R$ 19 bilhões em recursos para empréstimos a mutuários neste ano e R$ 7,5 bilhões em subsídios ao longo do programa.
     Logo, as construtoras contarão com R$ 5 bilhões via empréstimo da Caixa mais R$ 1 bilhão por meio de financiamento do BNDES.
     O principal foco do programa será as famílias de baixa renda (zero a 3 salários mínimos) e as que ganham cerca de três a seis salários mínimos. As primeiras poderão pagar aproximadamente R$ 40 mil em um casa/apartamento pagando apenas R$ 6.000 ao longo de dez anos ao governo, cuja prestação mínima será de R$ 50 podendo chegar a, no máximo R$ 139,5, isto é, 10% da renda. Está estimado uma oferta de 400 mil unidades para esta camada social. No caso do segundo grupo, a oferta também será de 400 mil unidades, com aporte de subsídios de R$ 10 bilhões com o comprometimento de 20% da renda para o pagamento das prestações.
     De acordo com estimativa do Ministério da Fazenda o programa deverá criar cerca de 1,5 milhão de empregos e um incremento de até 2 p.p. na taxa de crescimento real da economia. Isso torna o programa estratégico no que pese o crescimento da economia, mas poderá esbarrar, com já foi descrito, nos trâmites legais, na vontade política por parte dos governantes que não são da base aliada (esse não tão importante, pois à habitação tem conotação social muito forte e gera dividendos eleitorais) e na oferta de terrenos. E no caso de falta de infraestrutura local para receber os imóveis, as construtoras (setor privado) envolvidas receberão um aporte de R$ 5 bilhões com pagamento baseado na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) + 1% ao ano e prazo de 36 meses de carência até o final da obra, limitada em 18 meses.
     Portanto, o programa vislumbra atender toda a cadeia da construção civil desde as pequenas e médias empresas, para o financiamento de material de construção que contarão com uma linha especial de R$ 1 bilhão do BNDES com limitação de R$ 500 mil por empresa com prestações de até 48 meses. E sobretudo, irá beneficiar as empresas construtoras e incorporadoras de todo o país, mas especial aquelas concentradas na Região Sudeste e Nordeste que por questões óbvias (maior concentração do déficit habitacional) deverão ficar com 36,4% e 34,3% das moradias, respectivamente.

    No dia 18/02 ocorreu o fechamento do primeiro negócio na construção civil do ano. A Abyara foi adquirida pela Agra Empreendimentos Imobiliários e pela empresa Veremonte do Brasil por cerca de R$ 39 milhões com prazo de pagamento até cinco anos.
    Para comprar a empresa, a Agra e a Veremonte criaram a IPU Participações (Agra com 30% e a Veremonte com 70%), que adquiriu cerca de 62% da Abyara.
    Sendo assim, a IPU deverá assumir dívidas no valor de R$ 433 milhões da construtora,  que acabou por se endividar nos últimos meses para viabilizar novos empreendimentos em carteira de terrenos.
    A idéia de comprar a Abyara surgiu dentro da Agra, pois 50% dos empreendimentos da companhia eram compartilhados, e onde o risco de insolvência era significativamente alto.
    Embora a Veremonte detenha maior parcela do negócio, a empresa não participará da gestão e nem mesmo terá assento no Conselho de Administração. A princípio ambos farão um aumento de capital de R$ 100 milhões para que empresa possa dar andamentos nos empreendimentos.
    Outra importante mudança advinda deste negócio é o deslocamento de foco da Abyara para o segmento de baixa renda - que a empresa classifica empreendimentos no valor de até R$ 140 mil. Isso torna-se natural porque 70% do banco de terrenos da Abyara se encontra nesta faixa de renda e contempla a fatia do mercado onde estarão concentrados os incentivos do governo. Para tanto, é prerrogativa para atuar nesse segmento ter um bom relacionamento com a CEF e, por conta do alto endividamento, a Abyara não conseguia linha de crédito com nenhum banco para financiar a produção.

    Em 18/02, com base na Medida Provisória 445, o Conselho Monetário Nacional (CMN) ampliou o prazo para que as empresas de construção imobiliária utilizem a linha de capital de giro aberta em 2008 pela Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 3 bilhões. Sendo assim, o prazo que acabaria em 31 de março de 2009, foi estendido para até o fim de dezembro.
    Adicionalmente, foi ampliada a data de registro, junto aos cartórios, dos projetos de construção das empresas contempladas pela linha. A partir desta nova resolução do CMN, que mudou outra regulamentação da MP 445, a data de corte passou de 30 de outubro de 2008 para 30 de junho de 2009. Destarte, mesmo as empresas que não apresentaram seus projetos  poderão ter acesso ao crédito viabilizado pela MP.
    Além destas mudanças, a nova resolução do CMN também ampliou limites de  concessão  de crédito bancário ao setor púbico, particularmente para algumas linhas de habitação, saneamento e desenvolvimento urbano. Embora os limites anteriores não tenham sido totalmente utilizados, o governo decidiu se antecipar, principalmente para não paralisar o fluxo de recursos para as obras do  Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nessas áreas. Na mesma direção, o CMN aprovou a ampliação do teto de concessões de financiamentos do BNDES às prefeituras para a compra de equipamentos necessários à intervenção e melhoria  de vias nas cidades (tratores, escavadeiras, etc). O limite passou de R$ 500 milhões para R$ 1 bilhão.

    A Lei 11.795/2008 aprovada em setembro de 2008 e sancionada em outubro pelo Presidente da República, modificou o termo consórcio, que passou a ser definido como um reunião de pessoas físicas ou jurídicas em grupo, com prazo de duração e número de cotas  previamente determinados, promovidos por uma administradora de consórcio com o objetivo de facilitar aos integrantes, em igualdades de condições, a aquisição de bens e serviços por meio de autofinanciamento.
    A nova Lei traz mudanças significativas na prática de consórcios no Brasil e entrou em vigor no dia 6 de fevereiro de 2009. A principal medida trazida pela nova lei será a permissão de utilização de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para quitar ou amortizar parcelas dos consórcios de imóveis. Antes só era possível usar o FGTS para dar lance ou para complementar o valor do imóvel adquirido por consórcio.
    Além disso, a lei traz consigo outras novidades: permissão para a criação de grupos para aquisição de serviços, como pacotes turísticos, serviços médicos, próteses dentárias, cirurgias plásticas e até pós-graduação no exterior; possibilidade de o cliente utilizar o crédito obtido no grupo do consórcio para a quitação de financiamentos, desde que o valor seja compatível ao total do financiamento; criação de condições  para a devolução  de recursos  aos consorciados  excluídos do grupo; e serão estabelecidos novos requisitos para o contrato de adesão, que passa a ser caracterizado como "título executivo extrajudicial".


    Dia 22/10, o governo sancionou a Medida Provisória 443 que autoriza o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal a constituírem subsidiárias e a adquirirem participação em instituições financeiras. Além disso, autorizou também a criação da empresa Caixa - Banco de Investimentos S.A..
    Ou seja, estas duas instituições (BB e CEF) poderão adquirir ações de bancos, seguradoras, entidades abertas de previdência e demais instituições financeiras, além de poder adquirir controle acionário de empresas.
    Esta nova empresa criada a partir da CEF, será autorizada a socorrer empresas da construção civil com dificuldades de caixa para completar empreendimentos imobiliários já lançados. Ademais, as empresas de saneamento também serão focalizadas. A nova empresa surgirá com recursos entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões da poupança do FGTS, além de poder, se possível, fazer parcerias com o BNDES, participando em conjunto em alguns empreendimentos.
    Outra novidade com a nova MP foi à permissão dada ao Banco Central de realizar trocas de moedas (swap) com Bancos Centrais de outros países. Com esse novo instrumento, o Brasil poderá receber dólares – ou, eventualmente, outra moeda forte – nos casos de falta da divisa estrangeira para as operações rotineiras de empresas e bancos, como o financiamento às exportações e pagamento de compromissos externos.
    A grande crítica está relacionada ao poder delegado ao BB e CEF de estatizar os bancos médios e menores que estejam em dificuldades, e sobretudo, a compra de bancos estatais sem licitação, ferindo a Lei de Licitações. As diversas entidades representativas do setor da construção, como Câmara Brasileria da Construção e o Secovi têm sido totalmente contra, principalmente, na questão de compra de participação acionária nas empresas do setor. O que é defendido pelo classe é que o governo crie condições melhores de crédito e não que adquira parte de suas empresas.
    Embora haja várias controvérsias em relação ao texto da MP 443, o que evidencia-se é que o governo está agindo preventivamente com a intenção de proteger ou amenizar os efeitos da crise no mercado internacional, em particular, a crise de crédito, e seus desdobramentos que poderão ocorrer no mercado doméstico.


    Esta semana mais um evento caracterizou o processo de fusão e aquisição das empresas de construção civil que abriram capital, como forma de contornar a escassez de capital em circulação. Diferente dos eventos anteriores, desta vez foi uma cisão do memorando de entendimento assinado em junho pelo qual a Cyrela Brazil Realty adquiriria a Agra Incorporadora e elevaria seu banco de terreno para um valor de R$ 30 bilhões em valor potencial de vendas, o que representaria cerca de três vezes mais do que o valor médio de suas concorrentes. O valor acordado à época da negociação era de R$ 1,5 bilhão, envolvendo apenas trocas de ações. Os acionistas da Agra ficariam com 13,5% das ações da Cyrela.
    As respectivas empresas declararam haver incompatibilidade entre as sociedades. Segundo o diretor de relações com investidores da Cyrela, a decisão não esteve relacionada com a crise financeira internacional, e para tanto, ressaltou que a empresa não fez qualquer mudança em seu planejamento, não obstante, a empresa está acompanhando atentamente o que está ocorrendo no mundo.
    As auditorias e laudos econômico-financeiros realizados neste período transcorrido de 100 dias foram todos favoráveis para as partes, entretanto ao analisar os contratos com parceiros em todos o país, surgiram sobreposições, algumas fáceis de serem resolvidas e outras que inviabilizavam o negócio, destacando as sobreposições na região do Nordeste.


    Na semana passada mais uma empresa do ramo da construção civil, em particular, o segmento imobiliário com capital aberto na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foi adquirida. De fato, isso caracteriza um movimento acelerado de consolidação do setor, que enxergou no mercado financeiro um meio mais viável para a busca de recursos para financiar seus projetos. Porém, a volatilidade em curso nos mercados financeiros globais, propiciada pelas incertezas do rumo da economia mundial (em particular, dos desdobramentos provenientes da crise do subprime) tem sido a causa principal para o recrudescimento das bolsas em todo o globo, prejudicando os volumes negociados. Além disso, é importante mencionar a falta de planejamento financeiro destas companhias que, empolgadas pela obtenção de somas exorbitantes de capitais, não se ateram ao funcionamento do mercado de capitais.
    Desta vez, foi a Company incorporada pela Brascan. Com esta aquisição está formada a terceira maior empresa imobiliária do país. O negócio foi realizado sob um complexo esquema de trocas de ações entre as empresas, com a criação inclusive de uma subsidiária da Brascan que será reincorporada ao grupo. Sendo assim, ficou acordado que a Brascan efetuará o pagamento de R$ 200 milhões aos acionistas da Company.
    O real motivo para liquidação da Company foi à dificuldade em se obter crédito, aliada um desempenho da velocidade da vendas bem abaixo da expectativa, resultando em punição pelo mercado, refletindo-se nas ações da empresa. Os papéis da Company sofreram uma queda de rentabilidade até 41,08% no período compreendido de janeiro a agosto de 2008.


    A euforia em torno das empresas ligadas à atividades da construção, através do lançamento bilionário de seus IPOs, nos últimos dois anos, criou uma expectativa de que o setor viesse a passar por um processo de consolidação em breve, processo que se daria mediante fusões e aquisições. Este ano já foi dado início a este movimento, com a Cyrela arrematando, em junho de 2008, a Incorporadora Agra por R$ 1,5 bilhão (transação será realizada por meio de troca de ações).
    Neste mês de setembro foi a vez da Construtora Tenda ser incorporada. A Tenda, focada basicamente em imóveis de baixa renda, será integrada a uma subsidiária da Gafisa, a Fit Residencial Empreendimentos Imobiliários. A operação reforça o empenho despendido pela Gafisa nas operações para o mercado de baixa renda, mercado este que tem modificado a estratégia de grandes companhias que atuavam exclusivamente para os seguimentos de média e alta renda, criando-se empresas paralelas ou parcerias com intuito de expandir sua carteira de clientes e fundamentalmente aproveitar a expansão do crédito imobiliário canalizado para classe de renda menos assistida.
    A Gafisa não revelou o valor da transação, porém ficou acordado que 60% do capital da Tenda será incorporada na Fit, enquanto que os controladores possuirão 20% e o restante continuará no mercado.
    De modo geral, é importante ressaltar que o contexto que sucedeu a abertura de capital destas empresas ligadas à construção trouxe um certo excesso de otimismo por parte dos investidores que, baseados no crescimento vertiginoso do mercado imobiliário, enxergaram uma boa oportunidade de ganho de capital. Os investidores deveriam observar duas características importantes da dinâmica do setor para tirar suas conclusões a respeito do mercado. A primeira está relacionada à necessidade de capital intensivo para aquisição de áreas e execução das obras até seus lançamentos. A segunda está na carteira de recebíveis destas empresas, cujos valores não estão descritos nos balanços, constituindo-se em um ativo que futuramente pode se transformar em capital no mercado de securitização.
    De acordo com a primeira característica, um indicador de importância estratégica para as companhias são os chamados land banks (banco de terrenos), pois estes ditam o ritmo de lançamentos. Sendo assim, ocorreu uma corrida frenética na compra de terrenos caros, gerando um dispêndio vigoroso de recursos desencadeando assim um forte endividamento das empresas comprometendo a capacidade de novos investimentos. Devido a este endividamento, instaurou-se uma divergência: enquanto as receitas refletem o bom desempenho do setor, em termos de vendas, o crescimento das dívidas e escassez de crédito corporativo tem sido um fato delicado para algumas empresas, que por falta de um planejamento financeiro vêem suas fontes minguarem. Por outro, o mercado deve ficar atento à segunda característica e analisar de forma minuciosa as carteiras de recebíveis das companhias, pois conforme o desenvolvimento do mercado de Certificado de Recebíveis (CRIs) estes ativos se tornarão uma fonte de capital alternativa contribuindo para o financiamento dos produtos, no caso, imóveis.


    O aumento do imposto sobre operações financeira (IOF) anunciado pelo governo, na última quarta feira (02/01/08), eleva em 0,38% a alíquota sobre as operações de crédito, seguros e câmbio. O impacto na renda do consumidor será mais significativo para a classe média, que utiliza do cheque especial e cartão de crédito em suas despesas mensais.
    Ocorrerá, também, o encarecimento dos produtos que venham a ser pagos parceladamente, proporcional à magnitude de seu preço, isto é, artigos de alto valor agregado, computadores, TVs de plasma e LCD, ficarão proporcionalmente mais caros, como é o caso do financiamento de veículos automotores. Entretanto, a pessoa física será isenta da taxa sobre o crédito na aquisição de imóveis, o que minimizará o impedimento às perspectivas de crescimento da construção civil no ano de 2008.