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    A temporada de balanços do terceiro trimestre de 2024 das empresas varejistas começou em ritmo acelerado, com o Carrefour divulgando seu resultado misto para o período e surpreendendo o mercado ao reportar um lucro líquido de R$ 221 milhões, aumento de 67,4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

    Em temos ajustados, a companhia teve uma performance ainda melhor, quase dobrando seu lucro líquido em comparação a 2023, com avanço de 94,6%, totalizando cerca de R$ 412 milhões. O consenso do mercado projetava um lucro de R$ 181,4 milhões para o trimestre, cerca de 21,8% abaixo do valor divulgado.

    No entanto, corretoras e bancos de investimentos avaliaram que o resultado não foi tão bom, como esperado. O Banco de Investimentos Genial, por exemplo, considerou que o balanço ficou “poluído” e, com excesso de ajustes que mascaram o verdadeiro resultado.

    Especialista do Setor Jaime William de Andrade Charles

     


    A enchente decorrente das chuvas torrenciais que caíram na região de Porto Alegre (RS) já é a maior tragédia climática registrada e pode ter um impacto significativo no comércio varejista da região. Foram causados danos estruturais às lojas, destruindo estoques, móveis, equipamentos e até a própria infraestrutura de edifícios. Isso pode exigir reparos extensos ou, em casos extremos, a reconstrução total do local. Muitas lojas estão fechadas para reparos, o que interrompeu a renda e deve afetar a estabilidade financeira de negócios. Além disso, estoques para venda foram danificados ou destruídos, enquanto que os danos à infraestrutura rodoviária e de transporte também estão dificultando a entrega de produtos aos varejistas ou a entrega de mercadorias aos clientes, especialmente se a cadeia de suprimentos for interrompida.

    O rio Guaíba, que atravessa a capital gaúcha, ainda enfrenta uma cheia histórica, com nível acima dos cinco metros. Em meio às expectativas de que a água baixe, entidades empresariais se preocupam com o estrago que será revelado nas áreas afetadas pelas enchentes. A Fecomércio-RS, entidade que representa cerca de 500 mil empresas do comércio de bens, serviços e turismo no Rio Grande do Sul, projeta perdas milionárias em todos os 425 municípios atingidos. “Os municípios atingidos representam 81% do PIB do Estado. Estimamos um impacto de 86% no nosso nicho, de comércio, bens e serviços, porque representamos 51% da economia”, diz Luiz Carlos Bohn, presidente da entidade. A assessoria econômica ainda estima um impacto em 88% dos empregos formais do estado, por conta das enchentes.

     Especialista do Setor  Alexandre Favaro Lucchesi

     


    O varejo está sinalizando grandes expectativas para o final de ano, sejam boas, sejam ruins.

    A Black Friday, depois de resultados frustrantes no ano passado, deve movimentar R$ 4,64 bilhões e chegar ao maior faturamento desde que a data tradicional do mercado consumidor americano foi incorporada ao calendário do comércio nacional, em 2010. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), descontada a inflação, o crescimento está estimado em 4,3% em 2023. Com a retomada da economia, espera-se o consumo de produtos de maior valor, como eletroeletrônicos e itens de utilidades domésticas (R$ 1,28 bilhão), além de móveis e eletrodomésticos (R$ 1,05 bilhão). Essas duas categorias, juntas, respondem por cerca de metade do faturamento estimado. Menos endividado, com muita gente reabilitada para o crédito pelo programa Desenrola Brasil, e com maior acesso a financiamento, o brasileiro está mais disposto a gastar com bens duráveis. Alinhada às expectativas positivas do varejo, as previsões da CNC para o Natal são de crescimento de, pelo menos, 5,0% nas vendas do setor, em 2023. Se confirmado, este seria o maior avanço desde 2013, quando as vendas cresceram 4,9%. Para o comércio, além da melhoria das condições de preços e da perspectiva de redução das taxas de juros aos consumidores, também contribui a valorização cambial que permitiu ampliar as importações.

    Por outro lado, a FGV traz outro indicador, o da confiança. A queda de 3 pontos em outubro ante setembro, para 89,2 pontos, no Índice de Confiança do Comércio (Icom), anunciada nessa segunda-feira (30) pela fundação. Além de derrubar o indicador para o menor patamar desde maio deste ano (87,3 pontos), foi a mais forte queda desde abril (3,3 pontos). Segundo a técnica do FGV/Ibre, os empresários do setor percebem que a demanda não está boa e não estão otimistas em relação ao desempenho do mercado interno nos próximos meses. Isso é perceptível na evolução dos dois subindicadores componentes do Icom, que mostraram queda. Adicionalmente, a portaria nº 3.665 editada pelo governo, que muda a regra para o expediente no comércio aos domingos e feriados, exigindo acordo sindical, traz “preocupação” para a mesma CNC, pois entende que a medida desconsidera que certas atividades do comércio são essenciais e de notório interesse público. E para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), as alterações vão contra a Lei de Liberdade Econômica, além de burocratizar as relações laborais e trazer uma enorme insegurança jurídica ao setor produtivo.

     

    Especialista do Setor  Alexandre Favaro Lucchesi


    Duas grandes varejistas movimentam o mercado de fusões e aquisições. O Grupo Pão de Açúcar (GPA) comunicou ainda em julho que seu controlador, o grupo francês Casino, no âmbito de sua reestruturação de dívidas, firmou acordo preliminar com o consórcio formado pela EP Global Commerce a.s., Fimalac e Attestor, com a participação de alguns de seus credores financeiros, para fortalecer sua estrutura bem como reordenar suas dívidas financeiras.

    Assim, o GPA afirma que o Casino e o consórcio deverão celebrar um acordo definitivo durante o mês de setembro de 2023, com data de efetiva implementação durante o primeiro trimestre de 2024, sendo que os acionistas do Casino serão materialmente diluídos e o atual controlador de Casino (Rallye) perderá seu controle.

    Já a cisão da varejista colombiana Éxito, também controlada pelo GPA, está colocando em lados opostos parte do conselho de administração e o alto escalão da rede supermercadista, debatendo qual o melhor caminho para a companhia brasileira, que justamente precisa de capital para reorganizar a casa e investir em suas lojas. O empresário colombiano Jaime Gilinski divulgou a intenção de comprar a rede Éxito após os trâmites rumo à cisão já estarem em andamento, com duas propostas nas últimas semanas e a segunda avaliava a varejista colombiana em US$ 1,15 bilhão (R$ 5,5 bilhões). As duas ofertas, contudo, foram recusadas pelo GPA. Para se ter uma ideia, o GPA vale na B3 atualmente R$ 5,8 bilhões, incluindo a Éxito. Depois disso ficou claro no mercado que a companhia possui duas alternativas distintas para sua subsidiária. E mais do que isso, de que existe um conflito de interesses, algo que tem esquentado as discussões dentro da companhia e fora dela.

    Enquanto isso, o Carrefour fechou um acordo com o grupo Louis Delhaize para a aquisição das bandeiras Cora e Match, na França, por US$ 1,2 bilhões (aprox. R$ 5,73 bilhões), transação que inclui a aquisição dos imóveis de 55 hipermercados e 77 supermercados, oferecendo um potencial gigante de sinergias e deve ser concluída somente no verão de 2024. Na França, o grupo enfrenta um novo baque em seus planos de expansão da marca Atacadão porque, pela segunda vez, uma revolta política e dos comerciantes franceses põe em risco o novo projeto. O conglomerado vê um forte movimento protecionista por parte da opinião pública. Em um movimento de proteção ao comércio local, deputados, prefeitos e empresários iniciaram uma forte oposição à abertura.

    Especialista do Setor  Alexandre Favaro Lucchesi


    A pandemia da COVID-19 causou uma reviravolta econômica sem precedentes em todo o mundo. Empresas de todos os setores enfrentaram desafios significativos, desde restrições de operação até mudanças nos hábitos de consumo dos clientes.

    Nesse cenário de recuperação, é crucial que as empresas estejam preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem. E uma ferramenta valiosa para essa preparação estratégica é a análise setorial.

    Compreender as tendências do mercado, as mudanças de comportamento do consumidor e as demandas emergentes torna-se essencial para se posicionar de forma inteligente e competitiva.

    Este texto explora a importância da análise setorial como uma poderosa aliada das empresas na retomada econômica, e como a análise setorial pode ajudar as organizações a identificar oportunidades, mitigar riscos e tomar decisões informadas que impulsionem seu crescimento.

    Prepare-se para desvendar os segredos por trás da análise setorial e descubra como essa ferramenta estratégica pode levar sua empresa a um novo patamar de sucesso.

     

    Entendendo a retomada da economia e o papel da Análise Setorial

     

    Após um período desafiador de incertezas e instabilidades, a retomada econômica pós-pandemia já se tornou uma realidade.

    No entanto, é importante compreender que o cenário econômico atual é marcado por mudanças significativas nos comportamentos de consumo, nas dinâmicas de mercado e nas demandas dos clientes.

    As empresas que desejam se destacar nesse novo contexto precisam adotar uma abordagem estratégica, antecipando-se às transformações do mercado e se adaptando rapidamente. É aqui que a análise setorial desempenha um papel fundamental.

    A análise setorial permite que as empresas compreendam em profundidade o panorama do seu setor de atuação. Ela vai além da análise macroeconômica geral e mergulha nas especificidades de cada segmento, identificando as principais tendências, desafios e oportunidades que surgem durante a retomada econômica.

    Ao entender os fatores-chave que impulsionam o crescimento do setor, as empresas podem ajustar suas estratégias, reposicionar seus produtos e serviços e se adaptar às novas demandas dos consumidores.

    Além disso, a análise setorial ajuda as empresas a avaliarem a competitividade do mercado, identificando os principais concorrentes e suas estratégias. Com base nessas informações, é possível desenvolver estratégias diferenciadas, encontrar nichos de mercado pouco explorados e conquistar uma vantagem competitiva.

    Em suma, a análise setorial permite que as empresas estejam à frente da curva, antecipando-se às mudanças do mercado e tomando decisões fundamentadas. Na próxima seção, exploraremos em detalhes como essa ferramenta valiosa pode ser aplicada de forma eficaz, fornecendo vantagens estratégicas e impulsionando o crescimento empresarial na retomada econômica pós-pandemia.

    A análise setorial desempenha um papel crucial na tomada de decisões estratégicas das empresas durante a retomada econômica pós-pandemia. Ela oferece uma visão aprofundada das tendências e mudanças que estão moldando o mercado, permitindo que as empresas compreendam o cenário em que estão inseridas e se posicionem de maneira estratégica.

     

    Benefícios da Análise Setorial para as empresas

     

    Ao adotar uma abordagem estratégica baseada na compreensão das tendências e mudanças do mercado, as empresas podem obter vantagens significativas. Vejamos alguns dos benefícios-chave da análise setorial:

     

    Identificação de oportunidades de crescimento: permite que as empresas identifiquem oportunidades emergentes e nichos de mercado pouco explorados – o que permite a possibilidade de direcionar seus recursos e esforços para o desenvolvimento de produtos ou serviços inovadores, atendendo às necessidades específicas dos clientes.

     

    Tomada de decisões informadas: Com acesso a dados e informações precisas sobre o setor, as empresas podem tomar decisões estratégicas fundamentadas, permitindo que empresas se adaptem rapidamente às mudanças do mercado.

     

     

    Vantagem competitiva: A análise setorial ajuda a identificar os pontos fortes e fracos dos concorrentes, bem como as lacunas no mercado que podem ser aproveitadas. Isso permite que as empresas se posicionem de forma única, atendendo às necessidades dos clientes de maneira mais eficaz do que seus concorrentes.

     

    Mitigação de riscos: auxilia na identificação de riscos e ameaças que podem afetar o desempenho das empresas. Ao antecipar esses desafios, as empresas podem desenvolver estratégias de mitigação adequadas e estar preparadas para enfrentar obstáculos.

     

    Aproveitamento das tendências de mercado: as empresas podem se adaptar de maneira proativa e capitalizar as oportunidades que surgem, ajustando-se rapidamente às mudanças nos comportamentos do consumidor, nas demandas de mercado e nas inovações tecnológicas.

     

    A análise setorial é uma ferramenta poderosa para as empresas que deseja estar sempre prontas aos desafios do seu mercado.

    Ao identificar oportunidades de crescimento, mitigar riscos, adaptar a estratégia de negócios e conquistar uma vantagem competitiva, as empresas estarão bem posicionadas para se destacar no mercado e alcançar o sucesso.

    Lembre-se de que a implementação da análise setorial requer uma coleta cuidadosa de dados, análises aprofundadas e monitoramento contínuo. Além disso, contar com especialistas nessa área, como a LAFIS, pode fornecer um apoio valioso na interpretação dos dados e na orientação estratégica.


    Consumidores de classe média e de alta renda de Estados como São Paulo e Rio de Janeiro, e com ensino superior, são os que mais compram mercadorias em plataformas on-line estrangeiras. Essas empresas estão na mira do governo porque parcela de seus lojistas usa manobras nas regras para facilitar a sonegação de impostos. Para o Governo, isso gerou um ambiente de concorrência desleal entre empresas. Levantamento realizado em fevereiro pela empresa de pesquisas NIQ Ebit (ex-Nielsen IQ Ebit), mostra que 59% dos que compraram nesses marketplaces em 2022 têm renda familiar mensal acima de R$ 4.848, que corresponde às classes A, B e C, segundo critérios de classificação da empresa (mesmos critérios do IBGE). Os 41% restantes somam ganhos mensais abaixo de R$ 4.848. Segundo o Instituto Locomotiva, cerca de 82 milhões de brasileiros com 16 anos ou mais já fizeram alguma compra em AliExpress, Shein ou Shopee.
    O material, incluído na pesquisa anual Webshoppers, ainda mostra que 36% das pessoas ouvidas gastaram até R$ 250 em 2022, exatamente a faixa a ser afetada pela provável alteração nas regras - 22% desembolsaram de R$ 251 a R$ 500, e 33%, acima de R$ 501. A fatia de pessoas dos Estados do Sudeste, o mais rico do país, que fazem compra nas plataformas subiu de 57% para 61% entre 2021 e 2022, foi a única região com avanço no índice. A taxa supera o peso desses Estados (de 40%) na população total. 
    O debate sobre o fim da isenção de impostos sobre remessas internacionais abaixo de US$ 50, entre pessoas físicas, engloba o entendimento de Ministério e Receita Federal de que uma parcela de consumidores tem burlado a lei e sonegado impostos ao usufruir de forma ilegal do direito à isenção. 
    - Lojistas estrangeiros usam nomes falsos, para confundir a fiscalização;
    - Fraudam o valor de venda informado na remessa (colocam abaixo de US$ 50);
    - Varejistas locais já mostraram a parlamentares troca de mensagens entre vendedores e clientes, nos sites das plataformas, que mostram o acerto entre as partes;
    - Cerca de 80% dos compradores dessas plataformas usam o cartão de crédito, "meio de pagamento que as classes C, D e E reduziram o uso após a alta da inadimplência”, diz Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, que estuda o comportamento do consumidor;
    - Classe C utiliza distribuidores locais ou importadores diretos;
    - Segundo a pesquisa, quase 80% da compra nos markeplaces de fora do país ocorre por causa de descontos e promoções.
    Fernando Haddad afirmou que o Brasil vai “... seguir o exemplo dos países desenvolvidos, que é o que se chama no exterior de ‘digital tax’, um imposto digital. Ou seja, quando o consumidor comprar, ele está desonerado de qualquer recolhimento de tributo. O tributo terá sido feito pela empresa sem repassar para o consumidor nenhum custo adicional”. A taxação do e-commerce aumentaria a arrecadação em estimados US$ 8 bilhões e faz parte da cruzada de Haddad para aumentar em até R$ 150 bilhões a arrecadação do governo e combater os “jabutis tributários”, termo usado pelo Ministro para se referir a distorções causados por incentivos, subsídios, fraudes e práticas como a triangulação financeira com paraísos fiscais. Ele também tem mirado  em empresas de apostas para aumentar a arrecadação do governo.
    A Shein, gigante asiática de e-commerce, prevê a geração de 100 mil empregos no Brasil nos próximos três anos. Em parceria com duas mil fabricantes locais, irão nacionalizar a produção e investir R$ 750 milhões para aumentar a competitividade das indústrias têxteis brasileiras.

    Especialista do Setor Alexandre Favaro Lucchesi


    As vendas do comércio varejista restrito fecharam o mês de agosto em queda pelo terceiro mês consecutivo, num percentual de -0,1%. Ainda que estável, o setor já acumula perdas na ordem de 2,5% segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em comparação com agosto de 2021, o setor avançou 1,6% e, no ano, acumulou aumento de 0,5%. Nos últimos 12 meses, houve queda de 1,4%. 

    Os resultados do comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, caíram 0,6% frente a julho e 0,7% contra agosto de 2021. No resultado de agosto contra julho, cinco das oito atividades descritas na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), elaborada pelo IBGE, oscilaram positivamente, como Tecidos, vestuário e calçados (13,0%), Combustíveis e lubrificantes (3,6%), Livros, jornais, revistas e papelaria (2,1%), Móveis e eletrodomésticos (1,0%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%). Dentre as atividades, perderam força Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,4%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,2%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,3%). Por outro lado, no varejo ampliado, o crescimento de 4,8% de Veículos, motos, parte e peças vem após vários meses de queda, enquanto a atividade de Material de construção teve queda de 0,8%.

    Em novembro, a Copa do Mundo de 2022 será o evento que o comércio brasileiro espera para alavancar o faturamento. De acordo com a estimativa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em 6 de outubro, há a previsão que as vendas aumentem 7,9% em comparação ao volume registrado em 2018. Segundo as estimativas da CNC, o mundial deve movimentar R$ 1,48 bilhões, R$ 110 milhões a mais que o montante apurado na Copa do Mundo de 2018 com vendas de aparelhos televisores, eletroeletrônicos e artigos pessoais.

    Especialista do Setor Alexandre Favaro Lucchesi


    Em junho de 2022, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ recuou 1,4% em relação ao mês anterior, segunda queda consecutiva nesta base de comparação após quatro meses de alta, e a mais intensa desde dezembro do ano passado (-2,9%). Desta forma, o primeiro semestre de 2022 acumulou um crescimento de 1,4% ante os primeiros seis meses de 2021, de modo que o resultado de junho permaneça 4,6% abaixo do ponto mais alto da série histórica, observado em outubro de 2020, e 1,6% acima do patamar pré-pandemia, tomando como referência o mês de fevereiro de 2020.

    Dentre as atividades, sete das oito descritas pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), elaborada pelo IBGE, apresentaram queda na avaliação mensal, com destaque para “Tecidos, vestuário e calçados” (-5,4%) e “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo” (-0,5%). Neste último caso, a atividade segue negativamente impactada pela elevação nos preços de alimentos (no domicílio), de modo que, apesar do recuo no volume de vendas, a receita segue positiva devido a este fator inflacionário – a receita do segmento de supermercados cresceu 0,3% entre maio e junho deste ano.

    Por outro lado, a única atividade que cresceu em junho frente ao mês anterior foi “Artigos farmacêuticos, méd., ortop. e de perfumaria” (1,3%) tendo em vista seu caráter de essencialidade na cesta de consumo das famílias, principalmente no que diz respeito aos remédios. Isto porque, mesmo com o aumento nos preços destes itens segundo os reajustes anais previstos pelos laboratórios farmacêuticos, este tipo de produto é de difícil substituição, até mesmo impossível, na maior parte dos casos, levando as famílias a apenas reajustar os gastos mensais, deixando de consumir outros produtos para manter a compra de remédios.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    Em maio de 2022, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ beirou a estabilidade ao crescer 0,1% em relação ao mês anterior, quinta alta consecutiva nesta base de comparação. Tal trajetória de crescimento, porém, tem se dado de forma menos intensa mês a mês, tendo em vista o avanço de 2,4% em janeiro, 1,4% em fevereiro e março, e 0,8% em abril.

    Na comparação com maio do ano passado, o varejo nacional apresentou queda de 0,2%, o que interrompeu uma sequência de três meses de altas consecutivas nesta base de comparação, acumulando um crescimento de 1,8% nos primeiros cinco meses de 2022 em relação ao mesmo período de 2021, e com menos intensidade em relação ao acumulado no 1º quadrimestre do ano (2,3%). Por fim, no acumulado dos últimos 12 meses, o volume de vendas do comércio recuou 0,4% até o referente mês, primeiro resultado negativo desde setembro de 2017.

    Os números descritos acima apontam que, no geral, o comércio varejista nacional vem apresentando uma desaceleração no ritmo de crescimento das vendas do setor nos últimos meses. Tal desempenho tem sido afetado, principalmente, pela atual dinâmica inflacionária, que segue elevada e comprometendo o consumo das mais diversas categorias. No varejo como um todo, este comportamento pode ser observado pelo crescimento mensal de 0,1% no volume de vendas em maio deste ano, ao mesmo tempo em que a receita nominal do setor cresceu 0,4% no mesmo período.

    Dentre as atividades, destaque para “Combustíveis e Lubrificantes”, com alta de 2,1% no volume e de 3,5% na receita; “Artigos farmacêuticos, méd., ortop.., de perfumaria e cosméticos”, que cresceu 3,6% em volume e 5,0% em receita; e a mais relevante “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo”, que apresentou uma alta de apenas 1,0% no volume de vendas entre abril e maio deste ano, enquanto o desempenho de sua receita foi quatro vezes maior (4,1%). Neste último caso, a alta inflação de alimentos (no domicílio) ajuda explicar tal desempenho, uma vez que se observou um crescimento mensal de 0,43% na categoria, acumulando uma alta de 9,52% no ano até o mês de maio, e de 16,35% nos últimos 12 meses. não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues


    Em abril de 2022, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ cresceu 0,9% em relação ao mês anterior, quarta alta consecutiva nesta base de comparação, acumulando um crescimento de 6,2% nestes últimos quatro meses. Tal trajetória de crescimento, porém, tem se dado de forma menos intensa mês a mês, tendo em vista o avanço de 2,4% em janeiro, 1,4% em fevereiro, e novamente 1,4% em março.

    Na comparação com abril do ano passado, o varejo nacional apresentou alta de 4,5%, a terceira consecutiva nesta base de comparação, acumulando um crescimento de 2,3% no primeiro quadrimestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2021. Por fim, no acumulado dos últimos 12 meses, o volume de vendas do comércio cresceu 0,8% até o referente mês, novamente com desaceleração no ritmo de crescimento, uma vez que se observou uma alta de 1,9% nos 12 meses imediatamente anteriores.

    Com isso, o nível de vendas do comércio varejista no Brasil encontra-se 4,0% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas tal desempenho positivo não tem sido uniforme entre as atividades do setor. Enquanto umas estão significativamente acima do nível de vendas anterior à pandemia, como “Artigos farmacêuticos, med., ortop., e de perfumaria” (17,7%), outros ainda não recuperaram as perdas do período de isolamento social, como “Equip. e mat. para escritório, informática e comunicação” (-11,7%) e “Tecidos, vestuário e calçados” (-8,6%).

    Outra forma de se verificar este desequilíbrio entre as atividades do setor é o crescimento em metade dos segmentos avaliados pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMS) no mês de abril deste ano, enquanto a outra metade recuou no mesmo período. Dentre as atividades que cresceram, destaque para “Móveis e eletrodomésticos” (2,3%) e “Tecidos, vestuário e calçados” (1,7%), que ajudaram a compensar a queda mensal observada em “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo” (1,1%), garantindo um desempenho global positivo para o varejo nacional no período.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues


    Em março de 2022, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ cresceu 1,0% em relação ao mês anterior, terceira alta consecutiva nesta base de comparação, acumulando um crescimento de 4,8% nos últimos três meses. Este comportamento de sucessivas altas não era observado desde maio a outubro de 2020, período em que o setor obteve cinco taxas positivas e consecutivas como reflexo da recuperação das vendas do comércio no país após as drásticas perdas auferidas em decorrência do auge da pandemia naquele ano, e que impôs o fechamento do comércio presencial de itens não essenciais.

    Na avaliação anual, o desempenho do varejo nacional também foi positivo e igual a 4,0% em relação ao mês de março do ano passado, de modo que o volume de vendas do comércio acumulou um crescimento de 1,3% no primeiro trimestre deste ano, em relação aos três primeiros meses de 2021. Esta foi a primeira alta trimestral desde o segundo trimestre do ano passado (14,8%), após dois trimestres de queda nesta base de comparação (-1,2% no 3º tri e -4,6% no 4º tri de 2021). Desta forma, o varejo nacional acumulou crescimento 1,9% nos últimos 12 meses até março deste ano.

    Com este desempenho, o volume de vendas do varejo permanece acima do patamar pré-pandemia (2,6%), ainda que com distinções entre as atividades que compõem o setor. Das oito avaliadas pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMS), seis avançaram no mês de março, com destaque para “Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação” (13,9%) e “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (3,4%). Por outro lado, “Artigos farmacêuticos, méd., ortop., de perfumaria e cosméticos” recuou 5,9% no período, assim como “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo” (-0,2%). Neste último caso, a atividade segue negativamente influenciada pela elevada inflação de alimentos, cenário agravado nos últimos meses pelo conflito armado entre Rússia e Ucrânia, de modo que a variação anual no volume de vendas volte a um patamar negativo – queda de 3,4% entre março de 2021 e março deste ano, após crescer 2,0% em fevereiro, o que havia interrompido 12 meses de recuo nesta base de comparação. não contempla a venda de veículos, mo
    tos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues


    Em fevereiro de 2022, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ cresceu 1,1% em relação ao mês anterior, segunda alta consecutiva nesta base de comparação, acumulando um crescimento de 3,2% nos últimos dois meses. Na avaliação anual, o desempenho do varejo nacional foi positivo e igual a 1,3% em relação ao mês de fevereiro do ano passado, após apresentar seis recuos consecutivos nesta avaliação. Com isso, o volume de vendas do comércio beirou a estabilidade no primeiro bimestre de 2022, em comparação com os dois primeiros meses de 2021 (-0,1%) e acumulou alta de 1,7% nos últimos 12 meses até fevereiro deste ano, com aceleração no ritmo de crescimento em relação aos 12 meses imediatamente anteriores (1,3%).

    Com este desempenho, o volume de vendas do varejo volta a ficar acima do patamar pré-pandemia (1,2%), ainda que com distinções entre as atividades que compõem o setor – enquanto “Artigos farmacêuticos, méd., ortop., de perfumaria e cosméticos” encontra-se 21,9% acima do nível observado em fevereiro de 2020, antes da eclosão da pandemia no Brasil, “Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação” ainda encontra-se 17,2% abaixo deste nível –, mas segue 4,9% abaixo do patamar recorde alcançado em outubro de 2020.

    O resultado global do varejo no início deste ano foi sustentado pelo bom desempenho nas vendas de “Combustíveis e lubrificantes” (5,3%), “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo” (1,4%), “Móveis e eletrodomésticos” (2,3%) e “Livros, jornais, revistas e papelaria” (42,8%). Neste último caso, a atividade foi beneficiada pela maior procura por livros didáticos no início do ano letivo, porém segue impactada negativamente pela manutenção, em parte, das atividades educacionais remotas, bem como pelo esvaziamento do formato físico destas lojas com a concorrência dos canais digitais e marketplaces.

    Por fim, no que diz respeito ao segmento de alimentos, cabe ressaltar o crescimento de 2,0% no volume de vendas em fevereiro de 2022, na comparação com o mesmo período do ano passado, após 12 meses de quedas consecutivas. Porém, esta atividade segue afetada pela elevada inflação, o que pode ser observado no contraste no crescimento em termos de volume, conforme citado anteriormente, e no crescimento da receita de vendas, que avançou 12,1% entre fevereiro deste ano e fevereiro de 2021. Desta forma, “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo” acumula um crescimento de apenas 0,5% no volume de vendas neste primeiro bimestre de 2022, e uma queda de 2,3% nos últimos 12 meses.  não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues


    Em janeiro de 2022, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ cresceu 0,8% em relação ao mês anterior, recuperando em parte a queda observada em dezembro de 2021       (-1,9%). Apesar disso, na avaliação anual, o desempenho do varejo nacional segue negativo pelo sexto mês consecutivo, recuando 1,9% em relação ao mês de janeiro do ano passado. Desta forma, o volume de vendas do comércio volta a ficar abaixo do patamar pré-pandemia         (-1,0%), bem como do patamar recorde alcançado em outubro de 2020 (-6,5%). No acumulado dos últimos 12 meses, porém, houve crescimento de 1,3%.

    O resultado global do varejo no início deste ano foi sustentado pelo bom desempenho nas vendas de “Outros artigos pessoais e de uso doméstico” e “Artigos farmacêuticos, méd., ortop., de perfumaria e cosméticos”, que cresceram, respectivamente, 9,4% e 3,8% na avaliação mensal. Enquanto isso, outras atividades de significativo peso na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) registraram queda no mesmo período, com destaque para “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo” (-0,1%), “Combustíveis e lubrificantes” (-0,4%) e “Móveis e eletrodomésticos” (-0,6%).

    Na avaliação anual, destaque novamente para “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo” (-1,0%), registrando 12 meses de quedas consecutivas; “Móveis e eletrodomésticos” (-11,4%), oitavo mês de recuo consecutivo; e “Combustíveis e lubrificantes” (-6,7%), que segue no campo negativo desde setembro do ano passado. Conforme já pontuado em comentários anteriores, a escalada na inflação de alimentos e de combustíveis ajuda a explicar este comportamento, algo que tem comprometido um desempenho mais significativo do comércio nacional. A alta na taxa de juros compromete também as condições para a tomada de crédito, um importante recurso para a expansão dos gastos das famílias, principalmente no que diz respeito a itens de maior valor agregado, como itens eletrônicos.

     não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues


    Em dezembro de 2021, o volume de vendas no comércio varejista restrito recuou 0,1% em relação ao mês anterior, e de forma mais intensa na avaliação anual, com queda de 2,9%, a quinta consecutiva nesta base de comparação. Apesar disso, o volume de vendas do comércio nacional acumulou um crescimento de 1,4% em 2021, quinto ano de crescimento consecutivo e próximo aos resultados observados nos dois anos anteriores (1,8% em 2019 e 1,2% em 2020).

    O resultado global do varejo em 2021 foi dividido entre as atividades contempladas pelo setor, com crescimento em 4 das 8 avaliadas pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), sendo elas: “Combustíveis e lubrificantes” (0,3%), “Outros artigos de uso pessoal e domésticos” (12,7%), “Tecidos, vestuário e calçados” (13,8%), e “Artigos farmacêuticos, méd., ortop., de perfumaria e cosméticos” (9,8%). Em contrapartida, “Móveis e eletrodomésticos” (-7,0%), “Livros, jornais, revistas e papelaria” (-16,9%), “Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação” (-16,2%), e “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo” (-2,6%) recuaram entre janeiro e dezembro de 2021, este último após quatro anos de crescimentos consecutivos.

    É importante notar, por fim, uma desaceleração no ritmo de crescimento do setor a partir do segundo semestre de 2021, influenciado não apenas pela base de comparação fortemente depreciada nos primeiros seis meses de 2020, mas também pela deterioração da conjuntura macroeconômica, com elevada inflação, taxa de câmbio e juros. Estes fatores comprometeram tanto o poder de compra das famílias quanto o desempenho de atividades comerciais com importante peso para o resultado total do setor, como combustíveis e alimentos. Neste sentido, observou-se um crescimento no volume de vendas do comércio nacional na primeira metade de 2021 (6,7%), seguida por sucessivas quedas nos últimos seis meses do ano passado, acumulando uma queda de 3,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já em 2020, este comportamento foi exatamente o inverso: recuo de 3,2% nas vendas do primeiro semestre, impactadas diretamente pelas restrições ao funcionamento do varejo físico em razão da pandemia; e alta de 5,1% no segundo semestre, impulsionado pela flexibilização regras sanitárias e isolamento social.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues


    Em novembro de 2021, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ cresceu 0,6% em relação ao mês anterior, após recuar 0,2% em outubro. Já na avaliação anual, as vendas do setor recuaram pelo quarto mês consecutivo (-4,5%), queda explicada pela elevada base de comparação. Apesar disso, o volume de vendas do comércio nacional acumulou um crescimento de 1,9% em 2021, e alta de mesma intensidade no acumulado dos últimos 12 meses até novembro, apontando para uma redução no ritmo de vendas do setor em relação aos 12 meses imediatamente anteriores (2,6%).

    O resultado global do varejo foi positivamente influenciado pelo crescimento em uma das atividades de maior peso na pesquisa: “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo”. Entre outubro e novembro de 2021, o segmento cresceu 0,9%, seguida por “Artigos farmacêuticos, méd., ortop., de perfumaria e cosméticos” (1,2%) e “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (2,2%). As demais 5 atividades recuaram no período, com destaque para “Combustíveis e lubrificantes” (-1,4%), influenciada pela elevação expressiva no preço dos combustíveis nos últimos meses, e “Móveis e eletrodomésticos” (-2,3%).

    Neste último caso, observa-se que a Black Friday, realizada no dia 26 de novembro de 2021, mas com promoções e descontos até alguns dias antes desta data, teve um desempenho menos intenso do que em 2020. Isto porque a elevada base de comparação foi proporcionada pelo contexto de auxílio emergencial, que ajudou a impulsionar o consumo de bens, uma vez que os serviços presenciais e não essenciais ainda sofriam restrições de funcionamento diante da elevada insegurança sanitária. Hoje, o caminho tem sido inverso: parte do consumo das famílias vai se direcionando para setor de serviços em meio ao avanço da vacinação e volta à circulação de pessoas, em detrimento do consumo de bens.

    Somado a isso, cabe mencionar também a alta procura por itens essenciais entre os descontos da Black Friday, como alimentos, fraldas, produtos de limpeza e higiene pessoal, devido à elevada inflação acumulada nos últimos meses. Em paralelo, tem-se uma menor procura por bens de maior valor agregado como reflexo de uma conjuntura macroeconômica que envolve o fim do auxílio emergencial, encarecimento do crédito diante das consecutivas elevações na taxa de juros, e fragilidade na renda das famílias.

    ¹ não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    Em outubro de 2021, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ beirou a estabilidade, apresentando um resultado negativo e igual a 0,1% em relação ao mês anterior, após dois meses de quedas mais intensas. Já na avaliação anual, as vendas do setor também recuaram, porém de forma mais intensa (-7,1%) em relação ao mesmo período do ano passado, queda explicada pela elevada base de comparação, uma vez que o novo patamar recorde da série histórica foi alcançado em outubro do ano passado. Apesar disso, o volume de vendas do comércio nacional acumulou um crescimento de 2,6% em 2021, e alta de mesma intensidade no acumulado dos últimos 12 meses até outubro deste ano.

    No que diz respeito às atividades, 5 das 8 avaliadas pela pesquisa apresentaram queda mensal nas vendas de outubro de 2021, com destaque para “Livros, jornais, revistas e papelaria” (-1,1%), “Móveis e eletrodomésticos” (-0,5%), “Combustíveis e lubrificantes” (-0,3%) e “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo” (-0,3%). O aumento no preço de itens com importante peso na pesquisa, como é o caso de alimentos e combustíveis, tem impedido um crescimento consistente das vendas, o que pode ser observado pela dinâmica de resultados entre volume de vendas e receita. Em ambos os casos, apesar da queda na quantidade vendida, a receita nominal gerada, ou seja, sem descontar os efeitos da inflação, apresentou crescimento (1,7% em combustíveis, e 0,3% em alimentos).

    Desta forma, a forte aceleração da inflação tem sido um dos principais fatores de preocupação para o comércio nacional, uma vez que reduz o poder de compra das famílias. Estas, por sua vez, além de substituir o consumo de bens por serviços nos últimos meses em meio à volta dos serviços presenciais e não essenciais, agora também direcionarão suas escolhas para cestas mais simples e essenciais, comprometendo o desempenho do setor.

    ¹ não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    Em setembro de 2021, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ recuou 1,3% em relação ao mês anterior, segunda queda consecutiva nesta base de comparação, ainda que em menor intensidade. De forma semelhante, as vendas do setor também recuaram (-5,5%) em relação ao mesmo período do ano passado, desta vez com queda mais acentuada que a observada em agosto (-4,1%). Apesar disso, o volume de vendas do comércio nacional acumulou um crescimento de 3,8% em 2021, e alta de 3,9% no acumulado dos últimos 12 meses até setembro deste ano.

    No que diz respeito às atividades, 6 das 8 avaliadas pela pesquisa apresentaram queda mensal nas vendas de setembro deste ano, com destaque para “Equipamentos, material de escritório, informática e comunicação” (-3,6%) e “Móveis e eletrodomésticos” (-3,5%). Enquanto isso, “Livros, jornais, revistas e papelaria” (0,0%) e “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos” (-0,1%) permaneceram estáveis na passagem entre agosto e setembro deste ano.

    Esta volatilidade nos resultados do comércio nacional desde o início do ano passado pode ser explicada pelas drásticas quedas ocasionadas pela pandemia e fechamento das lojas físicas em diversas regiões do país em meados do segundo trimestre de 2020; seguidas por uma rápida recuperação ao longo dos demais meses conforme se promovia uma flexibilização das medidas de restrições sanitárias, em conjunto com a concessão do auxílio emergencial, que garantiu não apenas a manutenção do consumo das famílias, mas também a expansão dos gastos com cestas de maior valor agregado, como artigos eletrônicos.

    Porém, com o avanço da vacinação e abertura definitiva do comércio presencial, o setor passa por um novo desafio neste último trimestre de 2021: a escalada da inflação. O aumento no preço de itens com importante peso na pesquisa, como alimentos e combustíveis, restringe seu consumo, o que pode ser observado pela dinâmica de resultados entre volume de vendas e receita. No caso de “Combustíveis e lubrificantes”, o volume de venda recuou 2,3% no mês de setembro, enquanto sua receita permaneceu praticamente estável (-0,1%); o mesmo pode ser observado em “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo”, com queda de 1,5% nas vendas, enquanto a receita apresentou estabilidade (0,1%).

    ¹ não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    Em julho de 2021, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ avançou 1,2% em relação ao mês anterior, quarta alta consecutiva nesta base de comparação, o que permitiu alcançar um novo patamar recorde desde o início da série histórica, em janeiro de 2000. Em relação ao mesmo período do ano passado, as vendas do setor cresceram 5,7%, acumulando um avanço de 6,6% em 2021 até o mês de julho. No acumulado dos últimos 12 meses, o volume de vendas do varejo apresentou crescimento de 5,9%, mantendo o ritmo observado nos 12 meses imediatamente anteriores (5,9%).

    No que diz respeito às atividades, 5 das 8 avaliadas pela pesquisa apresentaram crescimento mensal nas vendas de julho deste ano, com destaque para “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (19,1%), impulsionada pelas grandes promoções e aumento da receita bruta de revenda em meio à reabertura do comércio e maior flexibilização do isolamento social. Enquanto isso, “Hiper., super., produtos alimentícios, bebidas e fumo” (0,2%) e “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos” (0,1%) permaneceram praticamente estáveis.

    Por outro lado, as atividades que tiveram recuo no volume de vendas de junho para julho foram: “Livros, jornais, revistas e papelaria” (-5,2%), “Móveis e eletrodomésticos” (-1,4%) e “Combustíveis e lubrificantes” (-0,3%).

    Apesar destes resultados é possível observar que o desempenho entre as atividades tem se dado de forma heterogênea, com algumas delas ainda não recuperando nem mesmo as perdas ocasionadas pela pandemia, como em “Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação”, estando 26,7% abaixo do patamar pré-pandemia, e “Combustíveis e lubrificantes” (-23,5%). Neste último caso, cabe destacar a alta nos preços verificada nos últimos meses e que tende a adiar ainda mais tal recuperação.

    ¹ não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    Em junho de 2021, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ recuou 1,7% em relação ao mês anterior, sendo esta a maior queda observada no ano e a segunda mais intensa para um mês de junho, o que interrompeu uma sequência de dois meses de crescimento consecutivos. Com isso, o comércio volta a se distanciar do ponto mais alto da série histórica, alcançado em outubro do ano passado, ficando 3,9% abaixo deste recorde.

    Apesar disso, o volume de vendas cresceu 6,3% em relação ao mês de junho de 2020, quarta alta consecutiva nesta base de comparação, encerrando o primeiro semestre do ano com crescimento de 6,7%. No acumulado dos últimos 12 meses, o volume de vendas do varejo apresentou crescimento de 5,9%, em ritmo mais intenso que o observado nos 12 meses imediatamente anteriores (5,4%).

    No que diz respeito às atividades, 5 das 8 avaliadas pela pesquisa apresentaram queda mensal nas vendas de junho deste ano, com destaque para “Tecido, vestuário e calçados”       (-3,6%), “Equipamento e material de escritório, informática e comunicação” (-3,5%) e “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (-2,6%). Na avaliação interanual, 6 atividades do varejo restrito apresentaram crescimento em relação a junho do ano passado, com destaque para “Tecido, vestuário e calçados” (61,8%), “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (22,6%) e “Livros, jornais, revistas e papelaria” (17,1%). Ou seja, o desempenho global do comércio no período foi impulsionado pelas atividades mais afetadas pela pandemia em 2020 e que, consequentemente, apresentam uma baixa base de comparação e melhor desempenho em meio a uma reabertura gradual do varejo físico ao longo deste ano.

    Por fim, o segmento “Hiper., super. alimentos, bebidas e fumo”, devido ao significativo peso, tem atuado como um vetor negativo sobre o desempenho do setor, uma vez que recuou 0,5% entre maio e junho deste ano, e suas vendas caíram 3,0% em relação a junho de 2020. Apesar de beneficiada pelo seu caráter de essencialidade e manutenção do funcionamento mesmo em meio às restrições na circulação de pessoas, a atividade tem sido pressionada pela alta inflação, principalmente de alimentos, e já acumula queda de 2,8% no primeiro semestre de 2021.

    ¹ não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    Em maio de 2021, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ cresceu 1,4% na série com ajuste sazonal, em relação ao mês anterior, segunda alta consecutiva nesta base de comparação, ainda que em menor intensidade. Este resultado é reflexo da reabertura gradual do varejo físico após um período de recrudescimento da pandemia, em meados de março deste ano, e que impôs, novamente, regras mais rigorosas de isolamento social e restrições ao funcionamento do comércio físico de itens não essenciais. Somado a isso, tem-se a volta do auxílio emergencial que, mesmo com valor menor e maiores restrições quanto aos beneficiários, contribui para a recomposição de parte da renda das famílias afetadas pela alta instabilidade no mercado de trabalho.

    Em relação ao mesmo período do ano anterior, o resultado também foi positivo e igual a 16,0%, terceira alta consecutiva, mas com adendos sobre este desempenho. É importante observar que este crescimento se deu sobre uma base de comparação extremamente depreciada, uma vez que entre abril e maio de 2020 foi registrado o pior desempenho do varejo nacional em toda a história da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada pelo IBGE, e justificada pela suspensão de diversas atividades ligadas ao setor como forma de restringir a circulação de pessoas e impedir o avanço da Covid-19.

    Apesar disso, o comércio varejista restrito acumula um crescimento de 6,8% em 2021, e de 5,4% no acumulado dos últimos 12 meses até maio deste ano, colocando o volume de vendas em um patamar 3,9% acima do nível pré-pandemia, tomando como referência o mês de fevereiro de 2020.

    Em relação às atividades, 7 das 8 avaliadas pela pesquisa avançaram no mês, com destaque para “Tecido, vestuário e calçados” (16,8%), “Combustíveis e lubrificantes” (6,9%) e “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (6,7%). A atividade “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos” (-1,4%) foi a única a apresentar recuo no mês.

    Com isso, a expectativa é de crescimento nas vendas do comércio varejista nacional até o fim do primeiro semestre, com arrefecimento do desempenho nos últimos seis meses de 2021, impulsionado especialmente pela realização de compras que foram adiadas ao longo da pandemia, seja pelo fechamento do varejo físico, seja pela elevada incerteza quanto ao futuro da economia frente à persistente insegurança sanitária.

    ¹ não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor: Fernanda Rodrigues

    Em abril de 2021, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ cresceu 1,8% na série com ajuste sazonal, em relação ao mês anterior, recuperando a perda observada em março    (-1,1%). Este resultado reflete a reabertura gradual do comércio físico com a flexibilização das medidas de isolamento após o controle do número de casos e mortes pelo Covid-19, ainda que em um patamar elevado. Desta forma, o setor varejista ficou 0,9% acima do nível pré-pandemia, tomando o mês de fevereiro do ano passado como referência. Somado a isso, o comércio nacional acumula crescimento de 4,5% no ano e de 3,6% nos últimos 12 meses.

    O resultado mensal foi impulsionado por sete das oito atividades avaliadas pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), realizada pelo IBGE, com destaque para “Móveis e eletrodomésticos” (24,8%) e “Tecidos, vestuário e calçados” (13,8%), beneficiadas pela reabertura das lojas físicas após um período de retomada de rigorosas medidas de distanciamento social diante do recrudescimento da pandemia no período. No sentido contrário, tem-se “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo” (-1,7%) como única atividade a recuar no período. Tendo em vista o importante peso desta atividade no setor como um todo (49,2%), este resultado negativo impediu um avanço ainda mais consistente do resultado global do comércio no mês, e foi impactada pela elevada inflação de alimentos e acomodação das vendas nesta atividade.

    Na comparação com o mesmo período do ano passado, o comércio varejista apresentou alta de 23,8%, segunda alta consecutiva. Porém, este resultado deve ser analisado com parcimônia, uma vez que a base de comparação é muito depreciada e influenciada pelo pior momento da pandemia sobre o setor: em abril de 2020 foram registradas as maiores perdas históricas do varejo nacional, tendo em vista o fechamento quase que completo do comércio físico de itens não essenciais como forma de conter o avanço do vírus.

    Portanto, a tendência é de uma retomada mais consistente das vendas do comércio apenas no segundo semestre deste ano, diante do maior grau de imunização da população, menos restrições ao funcionamento do comércio presencial e reabertura cada vez mais definitiva do varejo físico em todo o país.

    ¹ não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Analista responsável Fernanda Rodrigues

    Em março de 2021, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ recuou 0,6% na série com ajuste sazonal, em relação ao mês anterior, devolvendo o crescimento observado em fevereiro (0,5%). Este resultado é reflexo de uma volta das rigorosas regras de isolamentos social em meio ao recrudescimento da pandemia neste primeiro trimestre de 2021, com crescimento recorde no número de infectados e mortos pela Covid-19 em diversas regiões do país. Com isso, o varejo nacional voltou a ficar abaixo do nível pré-pandemia, tomando como referência o mês de fevereiro do ano passado, em 0,3%.

    Para evitar o colapso nos sistemas de saúde público e privado, governos estaduais e municipais das regiões mais afetadas por esta segunda onda do coronavírus decretaram, novamente, o fechamento de estabelecimentos comerciais de bens não essenciais, impactando diretamente diversas atividades do varejo nacional. São elas: “Tecidos, vestuário e calçados” (-41,5%), “Móveis e eletrodomésticos” (-22,0%), “Livros, jornais, revistas e papelaria” (-19,1%), “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (-5,9%), “Combustíveis e lubrificantes” (-5,3%), “Equipamentos e material para escritório, inform., e com.” (-4,5%) e “Artigos farma., médicos, ortop.., de perfumaria e cosméticos” (-0,1%). A única taxa positiva veio de “Hiper., super., produtos alimentícios, bebidas e fumo” (3,3%), explicada pela manutenção do funcionamento desta atividade devido ao seu caráter de essencialidade para a população.

    Na comparação com o mesmo período do ano passado, o comércio varejista apresentou alta de 2,4%, resultado que deve ser avaliado com cuidado, uma vez que se justifica, em parte, pela baixa base de comparação, tendo em vista que a pandemia do Covid-19, bem como as primeiras iniciativas de combate à doença, foi iniciada a partir de março de 2020. Desta forma, o setor acumulou queda de 0,6% neste primeiro trimestre do ano, enquanto o resultado acumulado nos últimos 12 meses foi positivo e igual a 0,7%.

    A expectativa agora é verificar os impactos dessa persistente insegurança sanitária sobre o comércio no Brasil, uma vez que este cenário deixou de ser inédito no país e já se adquiriu certa expertise sobre como contornar e evitar a doença. Espera-se que os reflexos, apesar de negativos, sejam menos intensos que os observados no ano passado, amparados por um avanço na vacinação, e nova rodada do auxílio emergencial e de programas de crédito para socorrer os empresários afetados pelas atuais restrições de funcionamento.

    ¹ não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    Em fevereiro de 2021, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ avançou 0,6% na série com ajuste sazonal, em relação ao mês anterior, devolvendo a queda observada em janeiro (-0,2%). Este resultado é reflexo de uma volta à normalidade do orçamento familiar, passado o período de maior comprometimento da renda com o pagamento de impostos como IPVA e IPTU, por exemplo, típicas do início de ano.

    Em relação ao mesmo período do ano anterior, porém, o resultado segue negativo e igual a 3,8%, segunda queda consecutiva nesta base de comparação e a mais intensa desde maio de 2020 (-7,4%). Com isso, o comércio varejista restrito acumula queda de 2,1% neste primeiro bimestre do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, contribuindo para uma desaceleração na trajetória do crescimento acumulado nos últimos 12 meses, passando de 1,0% até janeiro para 0,4% até fevereiro de 2021.

    Em relação às atividades, 4 das 8 avaliadas pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE, avançaram no mês, com destaque para “Livro, jornais, revistas e papelaria” (15,4%), “Móveis e eletrodomésticos” (9,3%) e “Tecido, vestuário e calçados” (7,8%). Apesar da baixa base de comparação e do fim do auxílio emergencial, tais atividades foram, de certa forma, beneficiadas pela flexibilização das medidas de isolamento social no período, o que permitiu a reabertura do comércio físico e uma maior circulação de pessoas. No caso de “Livro, jornais, revistas e papelaria”, especificamente, o desempenho mensal positivo teve ainda uma influência sazonal, com as compras de material escolar diante do início do ano letivo. É preciso ressaltar, porém, que a conturbada volta às aulas presenciais e manutenção do ensino à distância, diante da persistente crise sanitária, ainda afetam negativamente esta atividade ao substituir livros didáticos e outros artigos de papelaria por dispositivos eletrônicos.

    Destaque também para o crescimento nas vendas dos “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo” (0,8%) mesmo com o cancelamento do carnaval 2021, impactando diretamente a venda de bebidas alcoólicas e outros itens relacionados à data. A alta inflação de alimentos, porém, segue impactando negativamente esta atividade – considerando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o item alimentação e bebidas apresentou, em fevereiro de 2021, aumento de 0,27% em relação ao mês anterior, acumulando alta de 1,29% no primeiro bimestre deste ano.

    Após recuperar as drásticas perdas observadas em 2020, o comércio varejista nacional ainda sofre os efeitos da persistente crise sanitária, em meio às oscilações entre flexibilizações e endurecimentos das medidas de isolamento social nos últimos meses e em diversas regiões do país. A maior preocupação agora é superar o novo momento mais crítico da pandemia, vivido desde março deste ano, após um ano da chegada do vírus. Portanto, mesmo com uma nova rodada do auxílio emergencial, com início apenas em abril, a expectativa do setor é que as vendas do comércio voltem a cair no mês de março diante do recrudescimento da pandemia e rigorosas restrições ao funcionamento do varejo físico.

    ¹ não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    Em janeiro de 2021, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ recuou 0,2% na série com ajuste sazonal, em relação ao mês anterior, segunda queda consecutiva nesta base de comparação, porém em menor intensidade. Este resultado é reflexo da redução do auxílio emergencial a partir de outubro de 2020, levando a uma redução no consumo das famílias e com impacto direto no desempenho do comércio.

    Em relação ao mesmo período do ano anterior, o resultado também foi negativo e igual a 0,3%, interrompendo uma trajetória de sete meses de crescimento consecutivos nesta base de comparação. Com isso, o comércio varejista restrito acumula uma alta de 1,0% nos últimos 12 meses até janeiro deste ano, uma desaceleração no ritmo de crescimento observado nos dois meses anteriores.

    Em relação às atividades, 5 das 8 avaliadas pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE, recuaram no mês, com destaque para “Livro, jornais, revistas e papelaria” (-26,5%), “Tecido, vestuário e calçados” (-8,2%), “Móveis e eletrodomésticos” (-5,9%) e “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo” (-1,6%). Neste último caso, além da característica sazonal do período, após vendas mais intensas associadas às festas de fim de ano, a atividade tem sido diretamente impactada pela alta inflação de alimentos. Considerando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o item alimentação e bebidas apresentou, em janeiro de 2021, aumento de 1,2% em relação ao mês anterior, exercendo o maior impacto sobre o índice total.

    Desta forma, é possível observar que o comércio nacional ainda amarga os reflexos da pandemia e medidas de isolamento social, com maior cautela das famílias para a expansão do consumo em meio a um cenário de persistente insegurança sanitária, elevada instabilidade no mercado de trabalho e fim do auxílio emergencial.

    ¹ não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    Em dezembro de 2020, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ recuou 6,1% na série com ajuste sazonal, em relação ao mês anterior, segunda queda consecutiva nesta base de comparação e a mais intensa para o respectivo mês em toda a série histórica. Com isso, o comércio retorna ao patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020, encerrando o ano com um crescimento de 1,2%, quarto avanço anual consecutivo, porém na menor intensidade dentre os crescimentos observados neste período.

    O desempenho do varejo nacional em 2020 foi diretamente impactado pela pandemia, provocando quedas históricas no volume de vendas do setor entre os meses março e abril deste mesmo ano. Devido à baixa base de comparação, porém, o setor voltou a crescer a partir de maio, seguindo em trajetória positiva até o mês de outubro de 2020, de modo que o comércio acumulasse uma queda de 3,2% no primeiro semestre, seguida por um avanço de 5,1% nos últimos seis meses de 2020.

    Por fim, e importante ressaltar que os efeitos da pandemia foram diferentes dentre as oito atividades acompanhadas pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC): algumas foram mais drasticamente afetadas pelos momentos mais rigorosos de isolamento social, como “Tecido, vestuário e calçados” e “Combustíveis e Lubrificantes”, com quedas no volume de vendas iguais a -22,7% e -9,7% em 2020, respectivamente; enquanto outras atividades foram beneficiadas por este contexto, seja pelo caráter de essencialidade dos “Hiper., super. alimentos, bebidas e fumo” (+4,8% em 2020), o que determinou o não fechamento desta atividade mesmo durante a pandemia; seja pela mudança nos hábitos dos consumidores que, ao passar mais tempo em casa, realizaram a troca de equipamentos antigos ou adquiriram novos utensílios, levando a um crescimento de 10,7% nas vendas de “Móveis e eletrodomésticos” em 2020.

    ¹ não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    De acordo com a última Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ avançou 0,9% em outubro deste ano em relação ao mês anterior, sendo esta a sexta taxa positiva e consecutiva nesta base de comparação; isto fez com que o volume de vendas do comércio nacional alcançasse um novo patamar recorde.

    No que diz respeito às atividades especificamente, 7 das 8 avaliadas na pesquisa apresentaram crescimento no mês de outubro, em relação ao mês anterior, com destaque para “Tecidos, vestuário e calçados” (6,6%), “Livros, jornais, revistas e papelaria” (6,6%) e “Equip. e mat. para escritório, informática e comunicação” (3,7%), beneficiadas pela flexibilização das medidas de isolamento social. Já “Móveis e eletrodomésticos” (-1,1%) foi o segmento do comércio que apresentou queda no período. Neste último caso, este foi o segundo recuo consecutivo da categoria, devolvendo pequena parte do crescimento significativo acumulado entre maio e agosto deste ano (109,1%).

    Desta forma, o resultado acumulado no ano até o referente mês saiu do campo negativo após seis meses e apresentou crescimento de 0,9% em relação ao mesmo período de 2019, confirmando a desaceleração no ritmo de queda desta trajetória observada nos meses anteriores (-4,0% até maio; -3,2% até junho; -2,0% até julho; -0,9% até agosto; e 0,0% até setembro). Ou seja, após o comércio nacional ter vivido seu o pior momento em abril deste ano, sua recuperação vem ocorrendo de forma consistente desde o mês de maio em consonância com a flexibilização das medidas de restrição na circulação de pessoas. Somado a isso, a concessão do auxílio emergencial permitiu um incremento na renda das famílias e, consequentemente, a expansão dos gastos para além do consumo de itens considerados essenciais.

    A expectativa para o último bimestre deste ano, porém, é de uma desaceleração neste ritmo de recuperação, uma vez que o mercado de trabalho segue instável, o valor do auxílio emergencial sofreu um corte pela metade, e a persistente pressão da inflação relacionada a alimentos. Neste último caso, o segmento de supermercados representa quase metade das vendas do comércio varejista restrito, de modo que, um aumento no preço dos alimentos poderá levar a uma queda desta atividade, seja pela redução na quantidade consumida, seja pela substituição por produtos mais baratos, limitando o crescimento das vendas do setor como um todo.

    ¹ não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    De acordo com a última Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ avançou 3,4% em agosto deste ano em relação ao mês anterior, sendo esta a quarta taxa positiva e consecutiva nesta base de comparação. Com isso, o volume de vendas do comércio nacional alcançou o maior patamar de toda a série histórica, iniciada em janeiro de 2000, estando 2,6% acima do antigo recorde observado em outubro de 2014.

    Cabe destaque também a variação acumulada neste quarto bimestre de 2020, com crescimento de 11,3% em relação ao bimestre anterior, sendo esta a segunda alta consecutiva e a mais intensa da série histórica, superando até mesmo as perdas recordes observadas entre março e abril deste ano (-10,3%), período auge do isolamento social e das medidas de restrição ao funcionamento do comércio físico de bens não essenciais. Desta forma, o volume de vendas do comércio restrito situa-se 8,2% acima do período pré-pandemia, considerando o mês de fevereiro de 2020.

    No que diz respeito às atividades especificamente, 5 das 8 avaliadas na pesquisa apresentaram crescimento no mês de agosto, em relação ao mês anterior, com destaque para “Tecidos, vestuário e calçados” (30,5%), “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (10,4%) e “Móveis e eletrodomésticos” (4,6%), beneficiadas pela flexibilização das medidas de isolamento social em diversas regiões do País de acordo com o controle do número de casos da Covid-19. Já “Artigos farmacêuticos, méd., ortop, e de perfumaria” (-1,2%), “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo” (-2,2%) e “Livros, jornais, revistas e papelaria” (-24,7%) foram os segmentos do comércio que apresentaram queda no período.

    Ainda que o crescimento acumulado no ano até o referente mês permaneça no campo negativo (-0,9%) é possível observar uma desaceleração no ritmo de queda desta trajetória em relação aos resultados dos meses anteriores (-4,0% até maio, -3,2% até junho e -2,0% até julho). Ou seja, após o comércio nacional ter vivido o pior momento em abril deste ano, sua recuperação vem ocorrendo de forma consistente desde o mês de maio em consonância com a flexibilização das medidas de restrição na circulação de pessoas. Somado a isso, a concessão do auxílio emergencial permitiu um incremento na renda das famílias e, consequentemente, a expansão dos gastos para além do consumo de itens considerados essenciais.

    A expectativa para o último quadrimestre deste ano, porém, é de uma desaceleração neste ritmo de recuperação, uma vez que: i) o mercado de trabalho segue instável; ii) o auxílio emergencial sofreu um corte de R$ 600 para R$ 300 até dezembro deste ano; iii) há uma pressão da inflação de alimentos – de acordo com o IBGE, o IPCA referente a alimentos para consumo no domicílio cresceu 2,89% em setembro deste ano, apresentando uma das maiores contribuições para o avanço de 0,64% na inflação geral da economia. Neste último caso, o segmento de supermercados representa quase metade das vendas do comércio varejista restrito, de modo que, um aumento no preço dos alimentos poderá levar a uma queda desta atividade, seja pela redução na quantidade consumida, seja pela substituição por produtos mais baratos, limitando o crescimento das vendas do setor como um todo.

    ¹ não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues.

    Os dois últimos meses da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE, apontaram para um crescimento no volume de vendas do comércio varejista restrito¹ (14,4% em maio e 8% em junho) como reflexo da flexibilização das medidas de isolamento social e reabertura gradual do varejo físico em diversas regiões do País, a partir de maio deste ano. Tais resultados mostram uma retomada mais rápida do setor do que se esperava inicialmente, após o varejo nacional amargar perdas históricas entre os meses de março e abril de 2020, período mais rígido na restrição da circulação.

    Diante destes resultados, o empresário do comércio recupera de forma significativa sua confiança, baseado não apenas em uma perspectiva de melhora nos próximos meses, mas também em uma percepção mais positiva da situação corrente. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em agosto deste ano, o Índice de Confiança do Comércio avançou 12,7 pontos em relação ao mês anterior, alcançando 96,3 pontos, quarto crescimento consecutivo, após o índice atingir seu menor patamar histórico em abril deste ano (64,2 pontos). Com isso, o indicador já se aproxima do nível observado antes da pandemia, quando a confiança do comércio estava em 101,1 pontos.

    Tal perspectiva se baseia nas ações e reflexos positivos gerados pelos programas de socorro adotados pelo Governo durante a pandemia, e que já foram prorrogados para este segundo semestre, como: i) programa de auxílio para o pagamento de salários, redução da jornada de trabalho e suspensão temporária dos contratos de trabalho, estendido por mais dois meses; ii) nova rodada do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) com a disponibilização de mais R$ 12 bilhões em crédito; e iii) o pagamento do auxílio emergencial às famílias mais vulneráveis por mais quatro meses, com o novo valor de R$ 300.

    Neste último caso, porém, cabe ressaltar que, ainda que o auxílio emergencial tenha ajudado a recompor parcialmente a capacidade de consumo das famílias, as cestas de consumo da população concentram-se em itens essenciais, postergando o consumo de bens com maior valor agregado. Estes segmentos, como móveis e eletrodomésticos, vestuário e veículos, são dependentes do comportamento do mercado de trabalho, que tende a se manter altamente fragilizado até o final deste ano. Com isso, o nível de confiança do consumidor, também calculado pela FGV, aponta para uma recuperação, até agosto deste ano, de apenas 59% das perdas observadas entre março e abril, sendo importante frisar que esta confiança já vinha de um baixo patamar.

    Portanto, com estes dois agentes seguindo em direções opostas, a expectativa é de manutenção do cenário de recuperação do comércio varejista nacional neste segundo semestre, porém a um ritmo mais gradual em função da cautela dos consumidores e incertezas persistentes a respeito da evolução do mercado de trabalho e da segurança sanitária em todo o País.

    ¹ não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues.

    De acordo com a última Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ recuou 16,8% em abril deste ano em relação ao mês anterior, sendo esta a maior queda da série histórica iniciada em janeiro de 2000. Este foi o segundo recuo consecutivo, acumulando uma queda de 18,6% nestes últimos dois meses da pesquisa. De forma semelhante, na comparação com abril de 2019, o volume de vendas sofreu uma queda de 16,8%, a mais intensa já observada desde o início da PMC, acumulando um resultado negativo e igual a 3,0% no primeiro quadrimestre de 2020, o que interrompe uma sequência de 33 taxas positivas e consecutivas nesta base de comparação.

    Tais resultados refletem claramente os efeitos das medidas de combate ao novo coronavírus, se dando de forma mais intensa em abril deste ano, já que contemplou 30 dias de isolamento social, com o fechamento parcial ou total de lojas e comércios presenciais enquadrados como não essenciais em diversas regiões do Brasil. Em março, porém, estas medidas foram implantadas apenas nos últimos 10 dias do mês, o que justifica um recuo mais brando.

    A queda foi generalizada entre as oito atividades avaliadas na pesquisa, incluindo aquelas consideradas essenciais e que tiveram seu funcionamento liberado ao longo destes dias de isolamento, como supermercados e farmácias. Desta forma, tem-se: “Tecidos, vestuário e calçados” (-60,6%), “Livros, jornais, revistas e papelaria” (-43,4%), “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (-29,5%), “Equip. e material para escritório, informática e comunicação”  (-29,5%), “Móveis e eletrodomésticos” (-20,1%), “Artigos farmacêuticos, méd., ortop, e de perfumaria” (-17,0%), “Combustíveis e lubrificantes” (-15,1%) e “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo” (-11,8%).

    Diante deste cenário, o nível de vendas do comércio varejista restrito atingiu um distanciamento recorde em relação ao ponto mais alto da série (-22,7%), observado em outubro de 2014. Assim, a Lafis acredita que os próximos meses serão desafiadores para a retomada do nível de vendas do comércio nacional, uma vez que está inserido em uma conjuntura macroeconômica desfavorável, com alta instabilidade no mercado de trabalho e queda drástica na confiança das famílias, impedindo uma expansão consistente do consumo.

    ¹ não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    De acordo com a última Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE, o volume de vendas no comércio varejista restrito¹ recuou 2,5% em março deste ano em relação ao mês anterior, sendo este o pior resultado para o respectivo mês desde 2003 (-2,7%). Na comparação com o mesmo período de 2019, o volume sofreu uma que de 1,2%, interrompendo uma sequência de onzes taxas positivas e consecutivas nesta base de comparação. Por fim, o crescimento acumulado no ano perdeu força, passando de 3,0% em fevereiro para 1,6% no primeiro trimestre de 2020.

    Os resultados mostram claramente os efeitos das medidas de combate ao novo coronavírus, que determinou o fechamento, parcial ou total, de lojas e comércios presenciais enquadrados como não essenciais em diversas regiões do Brasil, em sua maioria a partir da segunda quinzena de março. Ainda que muitas empresas tenham recorrido ao comércio eletrônico como alternativa às medidas de isolamento, a participação deste canal ainda é pequena frente ao comércio físico e insuficiente para manter o nível de vendas do setor.

    Das oito atividades avaliadas na pesquisa, seis apresentaram queda em março, em relação ao mês anterior, com destaque para “Tecidos, vestuário e calçados” (-42,2%), “Móveis e eletrodomésticos” (-25,9%) e “Combustíveis e lubrificantes” (-12,5%). Neste último caso, ainda que as empresas do setor não tenham sido enquadradas nas medidas de isolamento, podendo funcionar neste período, seu desempenho foi fortemente afetado pela queda na circulação de pessoas e, consequentemente, queda no consumo de combustíveis a partir da segunda quinzena de março.

    Assim como os postos de abastecimento, a atividade “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo” também foi autorizada a funcionar durante o período de quarentena devido à comercialização de itens essenciais para a cesta de consumo das famílias. Com isso, houve um significativo crescimento mensal de 14,6% no volume de vendas desta atividade. Tendo em vista a elevada participação desta atividade no resultado global do comércio, que chegou a 55% no período, o crescimento nas vendas dos supermercados impediu uma queda ainda mais drástica das vendas do comércio como um todo. De forma semelhante, as farmácias também mantiveram suas portas abertas neste período, o que levou a um crescimento de 1,3% em seu volume de vendas no mês de março de 2020.

    Desta forma, a Lafis espera que este recuo nas vendas se dê de forma mais acentuada em abril, tendo em vista o fechamento dos empreendimentos ao longo de todo o mês, principalmente em Estados com grande concentração de lojas físicas, como São Paulo e Rio de Janeiro e suas respectivas regiões metropolitanas.

     não contempla a venda de veículos, motos, peças e materiais para construção.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    A chegada do covid-19 (corona vírus) ao Brasil gerou um novo e mais intenso cenário de incertezas no País, sendo reconhecida a gravidade da situação e a possibilidade de queda na atividade econômica interna, com magnitude e duração de difícil previsão. No ambiente externo, o cenário é ainda mais grave e de efeitos imediatos, como a desaceleração do crescimento econômico global, constituindo-se em um cenário desafiador para as economias emergentes.

    Neste sentido, a Lafis realizará uma série de boletins informativos a fim de acompanhar e avaliar os impactos desta conjuntura sobre a economia nacional sob a ótica macroeconômica e setorial. Nesta edição, por exemplo, serão analisados os principais acontecimentos relacionados ao comércio varejista nacional.

    A orientação do Ministério da Saúde para que as pessoas evitem sair de suas casas como forma de conter o contágio pelo vírus levou a uma corrida aos supermercados nas regiões mais afetadas do País: São Paulo e Rio de Janeiro. Com medo do isolamento, como já observado em outros países, muitas famílias decidiram realizar compras de abastecimento para se precaver de um possível cenário mais crítico. Os itens mais procurados são aqueles considerados essenciais, como papel higiênico e produtos para a higiene pessoal, e alimentos não perecíveis (arroz, feijão, óleo, por exemplo). As associações do setor, porém, afirmam que não há risco de desabastecimento e que estão preparados para lidar com o aumento na demanda.

    Por outro lado, tal orientação levou à uma queda na movimentação nos principais centros de comércio da cidade de São Paulo, como a rua 25 de Março. De acordo com a Univinco (União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Adjacências), o movimento de pessoas caiu 30% na segunda semana de março e as vendas recuaram 60% desde o dia 12 do mesmo mês. Além disso, as associações ligadas ao segmento de shopping centers esperam uma queda de 30% no fluxo de visitas e, consequentemente, recuo nas vendas.

    Dentre as medidas anunciadas para combater o avanço do covid-19 e com impactos diretos sobre o desempenho do comércio nacional está a emissão de decretos estaduais e municipais determinando o fechamento de lojas e estabelecimentos comerciais com atendimento presencial, com exceção de padarias, farmácias, restaurantes, supermercados e postos de combustíveis. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a medida entrará em vigor a partir do dia 20 de março com vigência até 05 de abril, enquanto o governador do Estado, João Doria, emitiu nota recomendando o fechamento de shopping centers e academias na região metropolitana até o dia 30 de abril.

    De forma semelhante, o Governo do Estado do Rio de Janeiro recomendou o fechamento de shopping centers, centros comerciais e academias de ginástica, com exceção de supermercados e farmácias, além da restrição de 30% a lotação em bares, restaurantes e lanchonetes. Outras iniciativas restringindo o deslocamento de pessoas por meio do transporte público também vem sendo anunciadas, contribuindo para uma redução na circulação de pessoas nos principais centros comerciais do Estado.

    Apesar das medidas de combate aos efeitos do vírus no âmbito econômico anunciadas pelos Governos Federal e Estaduais, como a injeção de R$ 143,7 bilhões na economia nos próximos 3 meses e o financiamento de R$ 275 milhões para micro e pequenas empresas (incluindo o comércio) do Estado de São Paulo, a Lafis revisou suas projeções relacionadas ao volume de vendas do comércio varejista ampliado no Brasil ao longo de 2020. Tal revisão considerou os impactos significativos e negativos da atual crise sanitária sobre as principais atividades que compõem o setor, bem como sua lenta recuperação em virtude de um mercado de trabalho fragilizado e crescente insegurança dos consumidores e investidores.

    Desta forma, a perspectiva da Lafis para o crescimento do volume de vendas do comércio varejista ampliado no Brasil foi drasticamente reduzida para o ano de 2020, ainda que sustentada pela característica de essencialidade das atividades relacionadas a supermercados e artigos farmacêuticos neste contexto de epidemia. Tendo em vista o importante peso desta atividade na economia nacional, tal revisão impactou de forma significativa as perspectivas relacionadas ao PIB total, provocando uma forte queda de 0,6 p.p na projeção da Lafis para o crescimento econômico do País em 2020.

    Especialista responsável Fernanda Rodrigues.

    A Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo IBGE no último dia 12 de fevereiro, o volume de vendas no varejo restrito – ou seja, não incluem as vendas de veículos, motos e partes, e materiais de construção – recuou 0,1% em dezembro de 2019 na comparação com o mês imediatamente anterior, interrompendo uma sequência de sete taxas positivas nesta base de comparação. 

    No fechamento do ano de 2019, o resultado foi positivo e igual a 1,8%, sendo este o terceiro ano de crescimento consecutivo, o que confirma a perspectiva da Lafis para o período. Tal desempenho pode ser explicado pelo avanço em 7 das 8 atividades contempladas pela pesquisa, com destaque para: “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (6,0%), “Móveis e eletrodomésticos” (3,6%) e “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria” (6,8%).

    Um conjunto de fatores também contribuíram para o resultado positivo observado no ano passado, principalmente paro um maior dinamismo do comércio no segundo semestre de 2019, como: i) inflação controlada; ii) sucessivos cortes na taxa de juros, mantendo-a no patamar mais baixo da história e tornando as linhas de crédito mais baratas; com isso, a demanda das famílias por crédito para expansão dos gastos tende a crescer; iii) liberação dos recursos do FGTS e PIS/Pasep no segundo semestre de 2019, impulsionando as vendas nas principais datas do comércio nacional (Black Friday e Natal); e iv) melhora, ainda que lenta, no mercado de trabalho e no rendimento das famílias.

    Neste último caso, porém, o setor segue atento à manutenção de uma alta taxa de desemprego, o que leva à uma maior cautela das famílias nas decisões de consumo, afetando as vendas do comércio ao priorizar o consumo de cestas mais essenciais, e postergando a compra de itens mais caros, como os bens duráveis (televisores, geladeiras, eletrodomésticos e eletrônicos, por exemplo). Desta forma, ainda que diante de um crescimento em 2019, o volume de vendas do comércio varejista restrito mantém-se 3,7% abaixo do nível recorde da série histórica, observado em outubro de 2014.

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    Na última Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo IBGE no último dia 10, o volume de vendas no varejo restrito – ou seja, não incluem as vendas de veículos, motos e partes, e materiais de construção – avançou 0,1% em agosto de 2019 na comparação com o mês imediatamente anterior. Este foi a terceira taxa positiva consecutiva nesta base de comparação, acumulando um avanço de 3,2%. Desta forma, o setor acumula um crescimento igual a 1,2% no ano e 1,4% nos últimos 12 meses, ambos até agosto deste ano.

    O pequeno avanço mensal, beirando a estabilidade, pode ser explicado pelo avanço em 4 das 8 atividades contempladas pela pesquisa, enquanto as demais apresentaram queda. Entre os crescimentos mensais, destacam-se as atividades “Hiper., super., alimentos, bebidas e fumo” (+0,6%) e “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (+0,2%), somando 60% do volume total do varejo restrito.

    Apesar do resultado positivo, o volume de vendas do comércio varejista restrito mantém-se 5,7% abaixo do nível recorde da série histórica, observado em outubro de 2014. Além disso, é possível identificar que principal impacto positivo provém do consumo de itens essenciais, que tem sido beneficiado pelo aumento da população ocupada e estabilidade da massa de rendimento real habitualmente recebida. Além disso, a queda nas demais categorias também aponta para este perfil de consumo mais básico observado até o momento.

    Portanto, no que diz respeito às famílias, o menor grau de confiança dos consumidores em relação à melhora da economia e, consequentemente, do mercado de trabalho e rendimento médio, mantém a cautela destas famílias quanto à expansão dos gastos, o que vem afetando as vendas do comércio ao priorizar o consumo de cestas mais essenciais, postergando a compra de itens mais caros, como os bens duráveis (televisores, geladeiras, eletrodomésticos e eletrônicos).


    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues

    De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Confiança do Comércio caiu 2,3 pontos em março de 2019 em relação ao mês anterior. Esta foi a segunda queda consecutiva no ano, após apresentar estabilidade entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, interrompendo uma sequência de seis avanços iniciada em julho do ano passado (88,7 pontos).

    Já o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), cresceu 2,1% em março deste ano em comparação com o mês anterior. Apesar deste resultado ser o quinto avanço consecutivo do índice, houve perda de intensidade neste crescimento desde o final do ano passado: em dezembro de 2018, o avanço mensal foi de 5,2%, enquanto em janeiro e fevereiro de 2019, as taxas de crescimento foram iguais a 4,7% e 3,3%, respectivamente.

    Ambos os indicadores apontam para um comércio menos otimista neste primeiro trimestre de 2019. Tal perspectiva pode ser justificada pelas dificuldades em retomar um crescimento mais consistente da economia, bem como da lenta recuperação do mercado de trabalho e das dificuldades de aprovação da reforma da previdência. Principal bandeira do novo governo, a reforma da previdência é vista como fator importante para a geração de um novo ciclo de investimentos no país. Ou seja, acredita-se que a sua aprovação promoverá um ambiente de negócios favorável para a geração de empregos e expansão dos investimentos. 

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues.

    De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) alcançou 115,5 pontos em dezembro de 2018, o que representa um crescimento de 5,7% em relação ao mesmo período do ano anterior na série com ajuste sazonal. Este foi o maior nível do índice desde de 2013 (125,5 pontos em dezembro), o que pode indicar uma retomada da confiança do empresariado a patamares pré-crise.

    Todos os subíndices também avançaram no período, com destaque para as expectativas do empresário do comércio relacionada à economia: crescimento de 10,1% em relação ao mês anterior e de 7,6% na análise interanual. Isto mostra que, passadas as incertezas provenientes do conturbado cenário político eleitoral, os empresários entrevistados (36,6%) acreditam que a economia está melhor no final de 2018, e 88,9% apostam em uma melhora também para o próximo ano, o que tende a confirmar a expectativa de maior crescimento do PIB no último trimestre de 2018, bem como a perspectiva para 2019 – avanço de 2,7% no PIB, de acordo com as estimativas da Lafis.

    Diante deste otimismo, 75,2% dos empresários entrevistados pela pesquisa afirmaram que pretendem reforçar o quadro de funcionários nos próximos meses, e as intenções de investimentos nas empresas cresceram 9,4% na variação anual. Com isso, a Lafis, em linha com a projeção divulgada pela CNC, espera um crescimento mais significativo e igual a 2,6% no volume de vendas do comércio ampliado nacional em 2018. 

    Especialista do Setor Fernanda Rodrigues.

    A pedido da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o Governo Federal avalia a proposta que autoriza a venda de remédios isentos de prescrição médica em supermercados. De acordo com a associação, a medida geraria empregos e reduziria em 30% o valor dos produtos.

    Porém, a proposta sofre resistência por parte das redes de farmácias, pois acreditam que este projeto vai contra as normas de cuidados com a saúde e com o paciente, e incentiva a automedicação. Os agentes do setor afirmam ainda que, além do aumento da concorrência neste segmento, a proposta visa apenas o crescimento no faturamento dos supermercados e da indústria farmacêutica.

    Em contrapartida, os supermercadistas afirmam que a venda de remédios sem prescrição em supermercados seria benéfica para o consumidor, uma vez que a maior oferta destes produtos incentivaria a redução de seus preços. Além disso, o setor argumenta ainda que as dificuldades de acesso ao sistema de saúde pública e a falta de informação são os principais fatores que levam ao consumo de remédios sem prescrição e orientação médica.

    Especialista do Setor  Fernanda Rodrigues.

    Tem total controle do estoque da sua empresa? Se você está em dúvida, saiba que pode estar sofrendo prejuízos sérios. Primeiro, porque pode ser vítima de furtos e nem perceber isso antes de ser tarde demais e, segundo, porque você pode perder grandes oportunidades para negociar com seus fornecedores e criar promoções para seus clientes.
     
    No controle de estoque, além das quantidades, os empresários precisam ter claro quais são os valores envolvidos. Com essas informações à mão, fica mais fácil organizar demandas e vender sempre mais.
     
    As grandes empresas costumam trabalhar com um rigoroso controle de estoque, normalmente realizados com softwares próprios, mas ter esse controle é ainda mais vital para as pequenas e médias empresas. Em uma grande indústria, seria terrível perder parte da sua produção, mas para uma pequena loja, por exemplo, isso pode significar o fim de suas atividades.
     
    Um problema muito comum é o furto. Cerca de 77% das empresas brasileiras já sofreram algum tipo de furto, muitas vezes praticados por seus próprios funcionários. O dado é da ABSO (Associação Brasileira de Segurança Orgânica), que ainda afirma que o valor médio do furto é de R$ 428,00. Se o roubo acontecer sistematicamente, pode quebrar qualquer negócio.

    Não ter um controle correto do seu estoque pode gerar problemas também com o capital de giro da empresa. Ter um estoque muito grande é o mesmo que ter dinheiro parado. Já não trabalhar com estoque pode representar dinheiro perdido, pois compras de última hora com fornecedores não permitem uma boa negociação e quanto mais tempo o cliente precisa esperar para ter seu produto, maior a chance dele desistir da compra.

    Empresas que trabalham com muitos produtos diferentes, como lojas de roupas, de eletrônicos, papelarias, etc, são as que mais precisam ter atenção com seu estoque porque essa grande variedade ajuda a complicar as coisas. Por isso, é importante ter processos de entrada e saída muito bem definidos.

    Ter o controle de estoque no papel ou em planilhas de inserção manual são opções para pequenas empresas, mas que certamente causam muita perda de tempo e dinheiro. Alimentar uma planilha de forma correta exige muita atenção. E para que o estoque esteja continuamente em dia, é preciso inserir informações atualizadas a todo instante.

    A maioria das empresas vem investindo em softwares de gestão. Existem opções no mercado para diferentes tamanhos de empresas e com diferentes valores. Pequenas e médias podem trabalhar até mesmo com sistemas gratuitos. Os softwares de gerenciamento possuem diferentes módulos que se complementam, fazendo com que as entradas de materiais e vendas de produtos atualizem de maneira automática as informações do módulo de estoque da empresa.

    Essas informações, organizadas e atualizadas, podem gerar boas oportunidades de negócios. É possível analisar a rotatividade de determinados produtos, prever sua necessidade de matéria prima e já negociar com o fornecedor melhores prazos e preços. Já com os produtos que estão parados no estoque, é possível pensar em promoções para seus clientes. Ofereça um preço especial para seus clientes mais fiéis, ou incentive a venda para consumidores que já tenham adquirido produtos parecidos. Trabalhe estrategicamente para renovar seu estoque e oferecer o melhor para sua clientela.

    Ter uma empresa bem sucedida exige paciência, perseverança e muito controle. É preciso saber tudo o que está acontecendo no seu negócio e ainda prever possibilidades. O controle do estoque é mais um desses cuidados necessários, por isso apostar em soluções que facilitem esse tipo de processo representa ganhos significativos de tempo e dinheiro para sua empresa.

    Robinson Idalgo, fundador da SoftUp.

    O Carrefour anunciou que suas ações serão vendidas na oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) por um valor que vai de R$ 15,00 a R$ 19,00. O preço dos papéis na oferta será fixado no dia 18 de julho. A estreia na B3 está prevista para 20 de julho. Os papéis serão listados no Novo Mercado. 

    Essa captação programada de recursos é um possível prenúncio de uma estratégia de investimento e expansão desse grande grupo de varejo no Brasil, como geralmente são as IPO’s  (a companhia aérea Azul abriu o seu capital para conseguir recursos para expandir suas operações), no entanto, grande parte dos recursos irá para o caixa, ou seja, não fica claro se a empresa usará esse caixa para construir novos hiper e supermercados ou se usará como reserva financeira para sustentar melhores  preços frente aos concorrentes. Sabe-se que com a retomada do crescimento econômico no Brasil, os varejistas buscarão (re)conquistar os clientes que se perderam com a crise.  

    Cabe comentar que até o momento, a filial brasileira não paga os royalties pelo uso da marca Carrefour à matriz na França, mas após a abertura de capital, a filial terá que pagar, conforme os resultados da empresa. Isto trará uma nova dinâmica para a atuação do grupo no Brasil. 


    O Carrefour anunciou que suas ações serão vendidas na oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) por um valor que vai de R$ 15,00 a R$ 19,00. O preço dos papéis na oferta será fixado no dia 18 de julho. A estreia na B3 está prevista para 20 de julho. Os papéis serão listados no Novo Mercado. 

    Essa captação programada de recursos é um possível prenúncio de uma estratégia de investimento e expansão desse grande grupo de varejo no Brasil, como geralmente são as IPO’s  (a companhia aérea Azul abriu o seu capital para conseguir recursos para expandir suas operações), no entanto, grande parte dos recursos irá para o caixa, ou seja, não fica claro se a empresa usará esse caixa para construir novos hiper e supermercados ou se usará como reserva financeira para sustentar melhores  preços frente aos concorrentes. Sabe-se que com a retomada do crescimento econômico no Brasil, os varejistas buscarão (re)conquistar os clientes que se perderam com a crise.  

    Cabe comentar que até o momento, a filial brasileira não paga os royalties pelo uso da marca Carrefour à matriz na França, mas após a abertura de capital, a filial terá que pagar, conforme os resultados da empresa. Isto trará uma nova dinâmica para a atuação do grupo no Brasil. 


    Em abril de 2017, o comércio varejista nacional registrou taxa de crescimento  de 1,0% em volume de vendas e de 1,3% em receita nominal, frente ao mês imediatamente anterior, após ajuste de influências sazonais. O resultado para o volume de vendas compensou parte da queda de 1,6% acumulada nos dois meses anteriores. Ao comparar o volume de comércio varejista de abril de 2017 com o de 2016, mostra-se a mesma tendência: aumento de 0,2% – uma boa notícia em meio à recessão que ainda persiste na economia brasileira. 

    Ao observar os segmentos, nota-se que o resultado de abril foi impactado pelo desempenho forte de 3 setores, ao analisá-los interanualmente: Móveis e eletrodomésticos (5,5%), Tecidos, vestuário e calçados (13,2%), e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (6,3%). Os segmentos que não tiveram tendência de alta foram Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,6%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo         (-1,7%) e Combustíveis e lubrificantes (-3,2%), que mesmo assim, tal decréscimo não foi o suficiente para reverter o resultado geral do volume transacionado no varejo brasileiro. 

    Estima-se que o resultado desse mês foi consequência da liberação do FGTS para a população, mas ao olhar a instabilidade no mercado de trabalho, acredita-se que o crescimento do comércio não se traduza numa melhora econômica substancial. 


    O comércio varejista brasileiro recuou pelo segundo mês consecutivo, com queda de 1,9% em março em comparação com fevereiro, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi o pior resultado para o mês em 14 anos, desde março de 2003, quando a queda foi de 2,5%. 

    Nos primeiros três meses de 2017, o comércio acumula queda de 3%. Nos últimos 12 meses a queda foi de 5,3%. Em relação a março de 2016, o varejo nacional recuou 4%, em termos de volume de vendas, 24ª taxa negativa consecutiva nessa comparação. 

    Esses últimos dados sinalizam a possibilidade de rever as projeções de desempenho do varejo nesse ano, porém, é precisa entender alguns aspectos conjunturais: a possibilidade do comércio haver melhorado com a Páscoa somente será possível de avaliar com dados de abril, e mesmo assim, a comparação será dificultada pelo fato de que o feriado cristão do ano passado ocorreu em março.
     
    No mais, vale a pena afirmar que os novos dados desmancham os boatos do governo ter manipulado as estatísticas, pois a tendência de queda do varejo está de acordo com as dificuldades econômicas representadas pelo desemprego e o nível de endividamento das famílias. 

    Especialista do Setor: Francisco Lira. 


    Em 2016 os supermercados sofreram um revés considerável com a crise que abala o Brasil nos últimos anos. A queda real no rendimento das famílias devido a inflação elevada, aumento da taxa de desocupação e a queda no investimento das empresas são fatores que levaram as vendas a níveis bastante inferiores ao observado em anos regulares. Contudo, as perspectivas para 2017 são otimistas, baseadas na expectativa de estabilização do processo recessivo em curso.

    De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), o primeiro semestre deste ano foi muito ruim, o que deve colaborar para alcançar números positivos no mesmo período do ano que vem – sendo a base de comparação muito baixa, é possível obter crescimento a partir de pequenas ações de incentivo ao consumo. Mas é consenso no setor de que apesar do expectativa positiva, não se espera grandes números em termos de venda. Segundo João Senzovo Neto, presidente eleito da associação para 2017-2018, “não prevemos redução, mas também não acreditamos em forte crescimento enquanto não se retomar investimentos, renda e consumo”.

    A expectativa é de que o arrefecimento da inflação dê fôlego aos consumidores, principalmente em itens básicos da cesta de consumo. A alta de alguns produtos alimentícios essenciais para os brasileiros, como o feijão, deve se reverter em 2017, colaborando para que, no geral, as vendas do setor supermercadista retome uma tendência positiva de crescimento.

    Analista Responsável pelo Setor: Robson Poleto


    Um estudo da IMS Health, divulgado pelo Diário Comércio, Indústria e Serviços (DCI), mostrou que a falta de produtos nas gôndolas das farmácias – a chamada ruptura de estoque – responde por uma perda de faturamento na ordem de R$ 9 bilhões anualmente. Esse volume representa até 10% da receita das empresas deste segmento varejista.

    A Close-up International, consultoria especializada no segmento, diz que a falta de planejamento conjunto entre indústria e varejo, em paralelo a falhas no adequação do mix e mensuração da demanda, é a principal causa desse tipo de problema. Conseguir uma melhor sintonia entre o forecast dos laboratórios e a demanda das farmácias é um dos principais pontos a ser melhorado, de maneira a envolver mais os fornecedores no dia a dia das redes varejistas. 

    Outro fator é a correta gestão das categorias de produtos. Tanto a IMS quanto a Close-up informam que este tipo de planejamento estratégico, que é tão comum em outros segmentos varejistas, tornou-se prioridade a pouco tempo nas drogarias. Ter o controle sobre o fluxo de mercadoria, categorizando-as corretamente, evita que um item de baixa demanda permaneça meses na prateleira enquanto outros de alto giro se esgotem rapidamente nas gôndolas. 

    Tais controles são essenciais para as redes de drogarias pois, diferentemente de outros tipos de varejo, o cliente tende a não realizar a compra quando não encontra exatamente o produto que esta procurando. Ademais, ao não obter determinado item, o consumidor tende a não comprar outros produtos que por ventura iria levar em conjunto. Com isso, a ruptura não traz prejuízo somente no item faltante, mas também em outras categorias.

    Analista Responsável pelo Setor: Robson Poleto.


    No segmento supermercadista, não basta alternar o foco para este ou aquele modelo de vendas, é necessário acertar na estratégia intra-loja. Como exemplo tem-se algumas redes que estão investindo no Atacarejo, dado o crescimento deste canal no último ano, mas optam por aumentar o portfólio de produtos e acabam descobrindo que a elevação de custo, inerente a isso, inviabiliza o preço baixo – principal característica do canal. Outro exemplo são os minimercados, onde as estratégias comumente adotadas em super e hipermercados tendem a não fidelizar os clientes, que preferem opções mais personalizadas à realidade da vizinhança.

    Para evitar esses problemas, deve-se atentar para pontos importantes, como: formação do mix de acordo com o canal de vendas (mini, super, hiper ou atacarejos); otimização do espaço; posicionamento dos produtos; e adaptação da estrutura física. Esses detalhes costumam variar de acordo com o modelo de loja adotado, bem como com a realidade da localidade em que o empreendimento esta inserido. Por isso, cabe ao gestor analisar e identificar qual o cenário em que irá atuar, podendo obter variações consideráveis nas vendas – como verificou o Grupo Pão e Açúcar com o Miniextra, que após reformar algumas lojas e adapta-las observaram até 25% de aumento no faturamento.

    Além disso, investir no e-commerce para o segmento alimentício também é uma boa estratégia. Três das grandes redes supermercadistas que atuam no Brasil – GPA, Sonda e Muffato – apresentaram crescimentos superiores a 20% nas vendas online, Entretanto, ressalta-se que a confiança do consumidor nesse canal de vendas ainda é baixa, e as dificuldades logística inerentes a esse modelo também são um desafio. Investimentos em marketing e nas linhas de distribuição dos produtos perecíveis são os principais pontos para que aumentem o número de empresas do setor atuando no mercado online.

    Essas questões demonstram que apesar de este ser um mercado tradicional, além de essencial, ainda há espaço para crescimento das vendas. Isso se deve, entre outros pontos, ao grande mercado consumidor brasileiro, bem como a as inovações tecnológicas que avançam no setor. Com isso, tanto os grandes quanto os médios e pequenos supermercadistas devem estar sempre antenados nas alterações do perfil de consumo, adaptando-se a realidade dos seus clientes.

    Analista Responsável pelo Setor: Robson Poleto


    O e-commerce tem mostrado sua força mesmo neste período de recessão econômica. A facilidade em comparar preços e os preços mais baixos em comparação às lojas físicas tem atraído o público, inclusive aquele mais receoso sobre a segurança das compras online. Em paralelo a isso, uma estratégia promocional que vem ganhando força é a utilização de “cupons” para atrair o consumidor.

    Um exemplo que une essas duas tendências são os sites de compra coletiva, que tem no Groupon seu representante mais famoso. No auge do modelo – em meados de 2010 – houve um grande fervor no mercado, com pequenas e médias empresas apostando nesse estilo de publicidade barata e que atraía uma demanda considerável. Contudo, foram vários os casos de mau atendimento devido justamente a quantidade de consumidores, o que gerou descontentamento e fez com os sites de compra coletiva repensassem suas estratégias. Hoje, sites como o Groupon estão se especializando cada vez mais em demandas focalizadas, atuando com oferta de “cupons de desconto” ao invés de ofertas baseadas no número de comprados. Isso evita que o comerciante se perca na quantidade, pois consegue ter controle do número de emissões que são feitas nos sites.

    O crescimento do e-commerce fez inclusive com que o Carrefour, um dos maiores supermercadistas do país, a relançar seu canal de vendas online – após uma tentativa não bem sucedida em 2012. Segundo Charles Desmartis, CEO do Grupo Carrefour no Brasil, “o início da operação do e-commerce no Brasil reforça a estratégia “omnicanal”. O site brasileiro será baseado na experiência do grupo com as lojas virtuais na França e na Espanha. O foco será nos seguimentos de Casa & Famílias, com venda de eletrônicos, auto, ferramentas, entre outras. A venda de alimentos esta nos planos, mas será posta em operação num segundo momento.

    Analista Responsável pelo Setor: Robson Poleto dos Santos


    De acordo com a pesquisa Webshoppers, divulgada pela Ebit em parceria com o Buscapé, as vendas no e-commerce cresceram 3,3% em 2015, na contramão do varejo restrito tradicional que acumulou queda de 4%. Tal resultado demonstra a ascensão do comércio eletrônico, principalmente no momento de crise econômica onde os consumidores encontram na internet uma vitrine para comparar preços e encontrar o melhor custo benefício.

    O destaque alcança pelas vendas online foi acompanhado pela entrada cada vez maior de empresas no setor, gerando uma competição cada vez mais acirrada e elevando o nível do serviço oferecido – dado que para ganhar o cliente, serviços diferenciados são ofertados, como frete grátis, programas de fidelidade, pós-venda especializado, entre outros. Tal empenho se justifica diante do tamanho do mercado, que em 2015 alcançou nada menos que 39,1 milhões de consumidores, com um tíquete médio de R$ 388 – 12% maior que o registrado em 2014.

    Essa evolução, contudo, também tem chamada a atenção de criminosos que visam lucrar com o aumento das operações online. Segundo um levantamento elaborado pela Fcontrol, empresa especializada em soluções antifraude no comércio eletrônico, no primeiro trimestre de 2016 as fraudes em compras na internet aumentaram 1,32% em comparação ao mesmo período de 2015, mesmo diante de uma redução de 11% no volume de transações no acumulado do ano. De acordo com o relatório, o crime mais comum é a utilização de cartões de crédito e débito falsos para efetivar o pagamento online, sendo que as categorias-alvo costumam ser telefonia (smartphones), eletrônicos em geral e jogos.

    Esses dados – bons e ruins – somente ressaltam a efervescência que o e-commerce tem vivenciado nos últimos anos. A popularização do acesso à internet banda larga móvel, em paralelo a melhorias na eficiência da logística de entrega proporcionam ao consumidor boas experiências de compra, fidelizando-o e garantindo a expansão do mercado – que segundo estudos, tem potencial para alcançar R$ 1 trilhão/ano num futuro próximo.

    Analista Responsável pelo Setor: Robson Poleto


    No acumulado de janeiro a maio de 2016, as vendas em supermercados caíram 0,23% em comparação ao mesmo período do ano passado, demonstrando a continuidade da recessão econômica. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), tal queda já era esperada diante da permanente queda nos índices de confiança e intenção de compras dos consumidores. Diante deste cenário, estratégias de fidelização, como a utilização de cartões próprios, vêm colaborando com a sustentação das vendas. 

    Programas de fidelidade, cartão de crédito próprio e plataformas de CRM (sigla em inglês para Gerenciamento de relacionamento com Cliente), são as principais estratégias tomadas por pequenos varejistas na disputa pelos clientes com as grandes redes de hipermercados. Segundo um estudo divulgado pela DMCard, os consumidores que aderem ao cartão de crédito próprio das lojas tendem a consumir 55% mais que os clientes que não utilizam este serviço. 

    A fidelização proporciona informações sobre os clientes que permitem o direcionamento das campanhas promocionais através de plataformas CRM, aumentando a presença dos fidelizados na loja em 33% na média. Ao contrário das grandes varejistas que gerenciam internamente os cartões private label, as pequenas e médias optam por terceirizar este serviço para empresas como a própria DMCard, que apresentou um incremento de 29% no volume financeiro movimentado pelos cartões sob sua gerência em 2015. 

    Analista Responsável pelo Setor: Robson Poleto


    Diante das expectativas nada animadoras para as vendas no comércio em 2016, os varejistas buscam soluções criativas para causar impacto no consumidor e atraí-lo às compras. No segmento supermercadista, as estratégias alcançam diversas etapas do negócio, desde o setor de compras até a organização das gôndolas.

    Uma das maneiras para oferecer boas ofertas aos clientes é conseguir negociar com os fornecedores. Política de descontos, prazos de pagamento, redimensionamento dos lotes de compra são algumas das ações que podem render resultados positivos na otimização dos custos, além de melhorar o giro de estoque. Um custo menor possibilita ações promocionais agressivas, de maneira a atrair o consumidor às lojas e alavancar o faturamento.

    Outros pontos importantes são a divulgação das promoções, layout das unidades de venda e a disponibilidade de produtos nas gôndolas. Soluções inovadoras, como cartazes eletrônicos de divulgação, possibilitam maior dinamismo nas lojas, melhorando também a padronização e agilidade na atualização das promoções. Além disso, a utilização de ferramentas de gestão de estoque vinculadas à saída dos produtos nos caixas possibilita acompanhar indiretamente a disponibilidade nas gôndolas, reduzindo o nível de ruptura (quando falta um item na área de vendas que esta disponível no estoque) e elevando a satisfação do cliente – que sempre encontrará o produto que esta buscando.

    A aplicação dessas e outras estratégicas melhoram o movimento nas lojas e torna a operação mais eficiente, alavancando os resultados da empresa. Mesmo diante da queda na intenção de compra dos consumidores e da expectativa ruim para a economia no curto prazo, as redes varejistas que buscarem inovar possuem meios para driblar a crise e ainda sair fortalecidas dela, ganhando mercado e escalando posições na liderança do varejo.

    Analista Responsável pelo Setor: Robson Poleto


    No século XXI, os avanços tecnológicos vêm mudando de forma acelerada os padrões de consumo. Em 2015, o e-commerce brasileiro faturou mais de 41,3 bilhões de reais, com destaque para as categorias de telefonia, eletrodomésticos, informática e casa e decoração. De acordo com a pesquisa da E-bit/Buscapé, os clientes estão adotando cada vez mais o chamado omnichannel, no qual há a integração entre lojas físicas e virtuais, como por exemplo a compra online e retirada na loja.

    Este cenário tem muito a ver com as mudanças no perfil do consumidor. A média de idade dos “cyber clientes” é 43 anos, representando uma população que tem poder de compra e passou por todas as transformações tecnológicas relevantes (PC, internet, smartphones). Quando se trata da população jovem a situação é ainda mais impressionante. Com uma média de 80 horas/mês gastas em dispositivos móveis, os chamados “millennials” – jovens entre 16 e 36 anos – priorizam compras online e em aplicativos mobile. Com isso, as empresas do varejo estão tendo que investir pesado no desenvolvimento desses canais de venda, inovando com novos formatos de acesso e formas de atrair a atenção do consumidor cada dia mais ávido por novidade.

    Além do tradicional varejo, outros segmentos também estão adentrando o mundo virtual de vendas. É o caso do setor de seguros, que observando a mudança no perfil dos clientes, esta criando e implementando novos sistemas digitais antifraude, viabilizando a venda em massa de apólices via internet. A ideia é disponibilizar uma gama de serviços digitais, levando aos segurados novas experiências de consumo e assistência.

    Analista Responsável: Robson Poleto


    Em meio à crise, os varejistas buscando meios para atrair os consumidores às lojas. Uma das estratégias em alta desde o ano passado são as marcas próprias, que possibilitam ampliar a gama de produtos disponíveis a preços mais baixos. A estratégia de marketing é outro ponto de destaque na definição do plano estratégico.

    De acordo com a consultoria Nilsen, no ano passado 44% das famílias trocaram as marcas famosas pelos rótulos próprios disponibilizados pelas redes varejistas e do Atacado. Além disso, 77% delas admite que se houvesse maior variedade de itens aumentariam o volume de compras desses produtos. Pensando nisso, as grandes redes como GPA e Carrefour estão investindo em parcerias com fornecedores e melhoria na logística, visando obter o máximo de eficiência no sistema e convertê-lo em preços baixos ao consumidor final.

    Outro ponto relevante no comércio são as estratégias de marketing e a percepção de “quem” é seu público-alvo. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, nos Estados Unidos os chamados millennials – população entre 15 e 35 anos, também conhecida como Geração Y – já representam 26% da população consumidora. O comportamento desse público, segundo Terra, é multicomportamental e com fortes tendências culturais, rejeitando características típicas do mercado brasileiro, como filas, preenchimento de cadastros, entre outras. O uso de multicanais, como smartphones, lojas virtuais e redes sociais é predominante.

    Contudo, não se deve perder o foco no mercado de interesse como um todo. De acordo com uma pesquisa divulgada pela Mintel, 25% dos consumidores da Classe C afirmam prestar mais atenção na mídia tradicional, vinculadas em redes de TV, do que em anúncios online. Além disso, 20% dos entrevistados dizem pedir conselhos a amigos e familiares antes de efetuarem as compras, não dando atenção a propagandas, independente do meio de vinculação.

    Todas essas questões se apresentam como um desafio às empresas do Varejo e Atacado. Para alavancar as vendas em 2016 e evitar novas quedas no faturamento será necessário um mix de estratégias capazes de alcançar os diferentes segmentos consumidores, com foco nos perfis de consumo (gênero, idade, poder aquisitivo, entre outros).

    Analista Responsável: Robson Poleto


    A Abras (Associação Brasileira de Supermercados) divulgou no último dia 27/01 os resultados para o setor em 2015. De acordo com a mesma, as vendas tiveram uma queda real de 1,9% em comparação com 2014 – a expectativa anunciada era de 0,3% de retração.

    Este resultado demonstra a reação dos consumidores à crise econômica, recompondo suas cestas de consumo e buscando novas alternativas para equilibrar o orçamento familiar. Entre elas esta a migração dos supermercados para os Atacarejos (segmento do Atacado também conhecido como Cash&Carry), onde, na média, encontra-se produtos 15% mais baratos que no varejo tradicional. Além disso, as famílias estão buscando produtos com melhor custo-benefício, buscando diminuir a ida aos centros de compras.

    Para 2016, a expectativa da Abras é de continuidade da recessão, com queda de 1,8% em relação às vendas de 2015, justificados principalmente pelo crescimento da taxa de desemprego, elevação da inadimplência e consequente redução da massa salarial disponível na economia.

    Analista responsável: Robson Poleto


    A falta de confianças dos consumidores em 2015 contribuiu para o resultado negativo nas vendas do varejo ampliado (inclui setor de autopeças e veículos e construção civil). No acumulado do ano, o índice ICVA (índice Cielo do Varejo Ampliado) registrou queda real de 1,4% em relação a 2014. O número já era esperado diante da conjuntura econômica recessiva em que o Brasil se encontra.

    A queda no rendimento e o aumento do desemprego levaram a uma reestruturação na cesta de consumo das famílias, que tende a se concentrar em itens básicos de primeira necessidade. A falta de perspectiva de melhora na economia fez com que a demanda por crédito apresentasse um crescimento modesto em 2015, cerca de 1% em relação a 2014 – contra um crescimento anual médio de 7,1% obtido no período de 2008 a 2011, segundo a Serasa Experian.

    O impacto da crise sobre as condições de emprego foi tão profundo que já é possível observar seus efeitos sobre o processo de mobilidade social que o país vinha apresentando desde 2004. Na contramão do que havíamos assistido até então, houve um retrocesso na pirâmide social em 2015. No acumulado até novembro cerca de 3,7 milhões de brasileiros saíram da classe C e migraram para as classes D e E, que elevaram suas participações de 16,1% para 18,9% e de 15,5% para 16,1%, respectivamente.

    Diante das projeções negativas para 2016, o consumidor tende a se manter cauteloso ao longo de todo o ano, adotando uma postura racional. Com isso, alguns segmentos do varejo, como o de bens duráveis e semiduráveis (ex.: móveis e eletrodomésticos) terão dificuldades até mesmo para manter os níveis de venda de 2015, impactando assim num segundo ano consecutivo de crescimento negativo.

    Analista Responsável: Robson Poleto


    A tradicional ceia de Natal com amigos e familiares esta mais pesada no bolso dos brasileiros em 2015. Diante da crise econômica, redução da renda e aumento do desemprego, as famílias estão mais cautelosas com os gastos neste fim de ano. A falta de perspectiva clara sobre o futuro influenciam os cortes nos gastos supérfluos, o que incluí alguns itens tradicionais do cardápio natalino.

    Pensando nisso, varejistas em geral estão buscando novas maneiras de atrair os consumidores e incentivá-los a manter seus hábitos de consumo. Entre as estratégias, estão as promoções relâmpago e o pagamento parcelado para itens da cesta de natal. Isso possibilita ao consumidor manter os costumes sem comprometer sobremaneira a renda. Outra estratégia é a oferta de produtos próprios, que podem substituir as marcas famosas por um preço mais acessível.

    Varias redes , tanto do varejo quanto do atacado, estão adotando essas ações para atrair os clientes e tentar “salvar” as vendas de Natal. Mesmo com a alta tributação sobre os produtos natalinos – que em alguns casos supera os 50% do valor final – o importante é tentar convencer as famílias de que a crise econômica não deve subjugar as tradições. Existem boas alternativas para manter a comilança em família enquanto esperamos pelo “bom velhinho”.


    A adoção de cartões de crédito com marca própria tornou-se uma das estratégias mais vantajosas no varejo em 2015. Isso porque, com a renda em queda e a disponibilidade de crédito reduzida, os clientes veem nos chamados private label uma alternativa fácil e barata de manter o consumo mesmo em tempos ruins. 

    A adoção dos cartões próprios nasceu nas grandes lojas de departamentos na década de 1970, e desde então tem se popularizado no varejo de vestuário, supermercados e até shoppings. Existem dois tipos de modalidade disponível para os varejistas: o puro, no qual a empresa administra todo o controle do meio de financiamento, terceirizando apenas a infraestrutura; e o co-branded onde é feito uma parceria com alguma instituição financeira que gerem a carteira de crédito. 

    De acordo com especialistas em marketing, para pequenas e médias empresas, o co-branded é a melhor opção, pois permite a aplicação da ferramenta sem necessitar altos investimentos, como a aquisição de equipamentos, além do risco financeiro elevado. Segundo o Banco Central, em 2014, cerca de R$ 60 milhões foram movimentados no formato private label, mostrando a adesão dos comerciantes ao mesmo.

    Mais do que uma opção de crédito, estes cartões de marca própria fazem parte de uma estratégia de fidelização do cliente, facilitando o financiamento das compras e ao mesmo tempo gerando informações preciosas às empresas, como ticket médio e preferência de produtos. Isso possibilita personalizar os serviços, com promoções direcionadas ao perfil de compra dos clientes, dando assim um diferencial à marca e colaborando com a retenção dos consumidores nas lojas.

    Analista Responsável pelo Setor: Robson Poleto


    Nesta sexta-feira, 27/11, o comércio em todo o país vivencia o que vem sendo considerado a última grande data do varejo em 2015. A Black Friday, campanha de vendas com altos descontos em vários segmentos, tornou-se uma tradição no Brasil desde 2010, ganhando a confiança do consumidor e apoio de órgãos públicos e privados no combate as fraudes. 

    O canal de vendas mais utilizado é o online, onde os varejistas se utilizam dos próprios websites ou dos portais especializados em busca e seleção de ofertas. Este ano, algumas redes também estão disponibilizando promoções em suas lojas físicas, ao estilo dos tradicionais “saldões” de janeiro. Com a retração econômica, o comércio busca meios de recuperar a queda 5,1% no volume de vendas, acumulada até setembro deste ano em comparação ao mesmo período de 2014. Ademais, é a última oportunidade de queimar o excesso de estoque e renovar os itens para as festas de fim de ano. 

    Para o consumidor, por outro lado, é uma ótima chance de antecipar as compras de fim de ano e aproveitar os descontos que chegam a 80%. Diante do cenário pessimista e de incerteza quanto à recuperação econômica em 2016, é a oportunidade das famílias cortarem gastos sem deixar de ir as compras.

    Analista Responsável: Robson Poleto


    Mesmo com os números negativos do varejo em 2015, o setor supermercadista esta otimista para as vendas de Natal deste ano. Apesar da crise, os empresários acreditam que o “clima de festa” irá incentivar as famílias a manter os hábitos de consumo, típicos desta época do ano.

    Uma enquete online realizada pela Revista Supermercado Moderno verificou que 64% dos supermercados que opinaram acreditam em aumento ou estabilidade das vendas de fim de ano em 2015, em comparação com o mesmo período de 2014. Alguns varejistas apostam em crescimento de 20%, puxado principalmente pelos itens tradicionais do período, como vinhos, champanhes e alimentos natalinos.

    Entre os otimistas, a maioria se preparou ainda no primeiro semestre do ano, negociando com fornecedores, buscando melhores preços e aumentando os estoques. O mesmo vale para os produtos importados, os quais foram adquiridos antecipadamente para evitar uma alta ainda maior do dólar.

    De modo geral, os supermercados não se abalaram completamente com a crise. A maioria ainda confia nas tradições e no “espírito natalino”, apostando que apesar dos problemas vividos em 2015, o setor ainda terá “boas festas” para comemorar. 

    Analista Responsável pelo Setor: Robson Poleto


    Já é possível constatar os reflexos da crise econômica no perfil de compra dos brasileiros. A pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), em seu 49º congresso anual, resume os resultados do setor varejista no primeiro semestre de 2015. Os números mostram que, apesar da aparente estabilidade no volume de vendas, o consumidor tem alterado seus hábitos de consumo, o que pode ser encarado com preocupação pelos empresários do setor.

    Os brasileiros tem ido menos às compras, com uma média de 2,6 visitas às lojas por família - uma queda de 6% em relação ao mesmo período de 2014. Em relação ao volume médio de compra, as classes A e B foram as mais impactadas, com redução de 7%, enquanto a classe C reduziu a quantidade de itens em 4,5% em média. Um dado interessante é que entre os produtos oferecidos, a categoria Premium apresentou aumento de 3,5% no volume de vendas, comparado com o mesmo período de 2015 – outra prova da mudança no perfil de compra do consumidor.

    E válido destacar também a participação dos “Atacarejos” (Cash&Carry) no setor, que aumentaram as vendas em volume e valor na ordem de 8,5% em relação ao ano passado. Nesse sentido, a pesquisa ressalta a importância dos supermercadistas traçarem suas estratégias em conjunto com os fornecedores, pois a competição no setor esta acirrada e demonstra cada vez mais a importância da diferenciação das marcas, produtos e inclusive formatos de lojas (supermercados, atacados, conveniências), visando não só ganhos de escala e escopo, mas também promover uma experiência agradável de compra ao consumidor .

    Analista Responsável pelo Setor: Robson Poleto.


    Já é possível constatar os reflexos da crise econômica no perfil de compra dos brasileiros. A pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), em seu 49º congresso anual, resume os resultados do setor varejista no primeiro semestre de 2015. Os números mostram que, apesar da aparente estabilidade no volume de vendas, o consumidor tem alterado seus hábitos de consumo, o que pode ser encarado com preocupação pelos empresários do setor.

    Os brasileiros tem ido menos às compras, com uma média de 2,6 visitas às lojas por família - uma queda de 6% em relação ao mesmo período de 2014. Em relação ao volume médio de compra, as classes A e B foram as mais impactadas, com redução de 7%, enquanto a classe C reduziu a quantidade de itens em 4,5% em média. Um dado interessante é que entre os produtos oferecidos, a categoria Premium apresentou aumento de 3,5% no volume de vendas, comparado com o mesmo período de 2015 – outra prova da mudança no perfil de compra do consumidor.

    E válido destacar também a participação dos “Atacarejos” (Cash&Carry) no setor, que aumentaram as vendas em volume e valor na ordem de 8,5% em relação ao ano passado. Nesse sentido, a pesquisa ressalta a importância dos supermercadistas traçarem suas estratégias em conjunto com os fornecedores, pois a competição no setor esta acirrada e demonstra cada vez mais a importância da diferenciação das marcas, produtos e inclusive formatos de lojas (supermercados, atacados, conveniências), visando não só ganhos de escala e escopo, mas também promover uma experiência agradável de compra ao consumidor .

    Analista Responsável pelo Setor: Robson Poleto.


    O aumento da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para bebidas quentes e o retorno da cobrança do PIS Cofins sobre alguns produtos eletroeletrônicos, anunciados em 31 de agosto de 2015 pelo Governo Federal, teve repercussão importante nos setores de atacado e varejo, assim como nos equipamentos de informática, especialmente em computadores, smartphones e tablets.

    De acordo com a Medida Provisória 690 2015, vinhos passarão a ser tributados entre 10% e 20% do valor do produto, dependendo da origem. Destilados como cachaças, gins, licores, vermutes, vodcas e uísques terão alíquota de 30%, também sobre o valor do produto. Outras categorias de bebidas foram incluídas com tarifação variando entre 20% e 30%. O imposto será cobrado da empresa produtora ou do responsável pela importação das bebidas enquadradas, podendo impactar diretamente as empresas do atacado e varejo.

    Além disso, houve a revogação do Programa de Inclusão Digital, implementado pela lei nº 11.196 2005, o qual zerava as alíquotas de PIS PASEP e Cofins incidentes sobre a receita bruta de vendas no varejo de bens, como smartphones, modems, roteadores e computadores. Somadas as alíquotas dos dois tributos, os varejistas voltarão a ser tributados em 3,65% ou 9,25%, de acordo com o tamanho e o regime de incidência da empresa. Projeta-se um impacto negativo tanto para o varejo quanto para os fabricantes de equipamentos de informática e comunicação: ficará mais difícil o consumo desses dispositivos diante do aumento de preços causado pela tributação adicional, principalmente nesta conjuntura recessiva na qual o país se encontra.

    Enfatiza-se que ambas as medidas passam a vigorar a partir de 1º dezembro de 2015, e tem potencial para reduzir o consumo e fôlego das vendas de fim de ano. Destaca-se também que isso pode ser utilizado como estratégia de marketing pelos varejistas em novembro, período anterior ao reajuste e que conta com promoções de queima de estoque tradicionais como a Black Friday,

    Analistas Responsáveis pelos Setores: Francisco Lira e Robson Poleto


    Na contramão dos resultados do comércio, a categoria de equipamentos de informática e comunicação, composto por produtos como computadores, notebooks e smartphones, parece não sentir os efeitos da menor atividade econômica do País. Os resultados positivos podem ser atribuídos ao comportamento dos preços dos produtos da categoria, sobretudo, dos computadores, uma vez que esses não acompanharam a escalada do índice de preço geral da economia (IPCA). 

    Outro fator chama a atenção para essa atividade: a venda de smartphones. Segundo levantamento feito pela consultoria GFK, a receita do varejo, obtida a partir da venda de smartphones, cresceu 34% no primeiro trimestre de 2015, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, enquanto a receita do restante dos eletroeletrônicos, na média, decaiu 8% nesse mesmo período. Tal comportamento ilustra a importância que o produto ganhou na cesta de produtos dos consumidores e do maior acesso da população a esses bens nos últimos anos, explicado, sobretudo, pelo aumento do rendimento médio. Ademais, no caso dos smartphones, dada a sua diversidade de funções e aplicações, tal característica tem feito com que mesmo em uma conjuntura desfavorável suas vendas se mantenham pujantes. O que também deve ser destacado, é o aumento da participação nas vendas do produto nas regiões brasileiras que detém menor renda (Nordeste, Norte e Centro-Oeste). 

    Assim, apesar do bom desempenho nas vendas desse bem, é importante indicar que a piora de alguns indicadores macroeconômicos internos pode comprometer a trajetória observada até o momento. Uma taxa de desemprego crescente, combinada com pressão inflacionária, pode fazer com que os consumidores tenham que reorganizar a sua cesta de consumo e diminuam a demanda pelo produto, o qual é considerado supérfluo quando comparado com outros bens, como por exemplo produtos alimentícios, higiene pessoal, produtos de limpeza entre outros. Entretanto, um dos fatores positivos é o fato de se tratar de um segmento com elevado grau de inovação, em que o lançamento de novos modelos e o desenvolvimento de novas aplicabilidades mantém a demanda mais dinamizada.  

    Analista do Setor de Comércio Varejista: Amanda de Brito Andriotta


    Os dados nacionais do comércio para o mês de abril, publicados pelo IBGE, vêm para reforçar a perda de dinamismo do varejo brasileiro na maioria das categorias acompanhadas pela instituição. O volume de vendas caiu 0,4%, enquanto a receita nominal apresentou crescimento de 0,3%, ambas as variações em relação ao mês anterior, nas séries com ajuste sazonal. É importante lembrar que, abril é o terceiro mês consecutivo em que o volume de vendas apresenta resultado negativo. Dessa forma, o comércio varejista brasileiro, no acumulado do ano, apresenta queda de 1,5% no volume de vendas e crescimento de 4,5% na receita na série original (sem ajuste sazonal). É importante destacar a desaceleração do setor, uma vez que até março, o acumulado do ano era da ordem de -0,8% e 5,5%, no volume de vendas e na receita nominal, respectivamente.  

    Das oito atividades do varejo restrito (aquele que não contempla as categorias Veículos e motos, partes e peças e Material de construção), seis apresentaram variação negativa no volume de vendas em relação ao mês de março e, também, seis segmentos decaíram na comparação com o mesmo mês do ano anterior. As categorias que tiveram suas vendas mais prejudicadas foram Móveis e eletrodomésticos (-16,0%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-9,1%) e Tecidos, vestuário e calçados (-7,5%). Nesse sentido, já é possível perceber os efeitos do menor ritmo de crescimento do crédito, em conjunto com o aumento generalizado dos preços acabam afetando o poder de compra da população. Além disso, o aumento da taxa de desemprego, combinado com a estagnação da renda, faz com que os consumidores reorganizem a sua cesta de consumo, deixando de consumir produtos considerados supérfluos, além de adiar suas intenções de consumo. 

    Por outro lado, as categorias que exibiram crescimento foram Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,2%) e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (2,7%). É importante destacar o bom desempenho do segundo grupo citado acima, em que acumula no ano crescimento de 13,5% e 3,9% no volume de vendas e na receita nominal, respectivamente. Tal resultado mostra, claramente, o aumento das vendas dessa categoria, puxada, sobretudo, pelo desempenho dos smartphones, os quais não têm sentido os efeitos da desaceleração econômica. 

    Analista do Setor de Comércio Varejista: Amanda de Brito Andriotta


    Os dados nacionais do comércio para o mês de março, publicados pelo IBGE, vêm para confirmar a perda de dinamismo do varejo brasileiro nesse ano. O volume de vendas decresceu 0,9%, enquanto a receita nominal caiu 0,4%, ambas as variações em relação ao mês anterior. Entretanto, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, em termos de volume de vendas, observa-se crescimento da ordem de 0,4%. Dessa forma, o comércio varejista brasileiro fechou o primeiro trimestre do ano com uma queda de 0,8% no volume de vendas e crescimento de 6,5% na receita, em relação ao primeiro trimestre de 2014. 

    Das oito atividades do varejo restrito (aquele que não contempla as categorias Veículos e motos, partes e peças e Material de construção), cinco apresentaram variação negativa no volume de vendas em relação ao mês de fevereiro e, também, cinco segmentos decaíram na comparação com o mesmo mês do ano anterior. As categorias as quais exibiram maior crescimento, em relação ao mês de março de 2014, foram Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (21,8%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (17,4%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (10,2%). 

    Por outro lado, as categorias que tiveram suas vendas mais prejudicadas, também em comparação ao mês de março de 2014, foram Móveis e eletrodomésticos (-6,8%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-5,9%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,4%). Nesse sentido, já é possível perceber os efeitos do menor ritmo de crescimento do crédito, em conjunto com o aumento generalizado dos preços, o qual acaba afetando o poder de compra da população. Além disso, o aumento da taxa de desemprego, combinado com a estabilização da renda, faz com que os consumidores reorganizem a sua cesta de consumo, deixando de consumir produtos considerados supérfluos. 

    Analista Responsável pelo Setor: Amanda de Brito Andriotta


    Foi divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) o faturamento do varejo supermercadista brasileiro no ano de 2014, o qual totalizou R$ 294,9 bilhões, representando um aumento real de 1,8% em relação a 2013. Ao considerar apenas as vinte maiores empresas, o faturamento é de R$ 189,4 e cresceu de forma mais acelerada quando considerado a totalidade das empresas. Segundo a associação, o ranking com as cinco maiores empresas do setor permaneceu inalterado, no qual na primeira posição encontra-se o Grupo Pão de Açúcar, seguido pelo Carrefour, Walmart e Cencosud. 

    O resultado de 2014 é considerado positivo dada a conjuntura da economia brasileira, entretanto espera-se uma desaceleração da categoria em 2015, uma vez que em um cenário de pressão inflacionária os consumidores tendem a cortar gastos com produtos considerados supérfluos e a reorganizar a sua cesta de consumo, buscando alternativas mais baratas. Nesse contexto, cresce a procura por marcas próprias (as quais os produtos tendem a ser mais baratos), embalagens mais econômicas e ocorre até mesmo mudanças nas escolhas de canais de vendas. Ou seja, muitas famílias passam a consumir em outros estabelecimentos, por exemplo os chamados "atacarejos". Nesse sentido, a expansão do "atacarejo" figura-se como uma ameaça à expansão dos supermercados convencionais, já que nos últimos anos, todos os formatos de negócio cresceram, porém o aumento nas vendas foi mais acentuado nos atacarejos.

    Dado o contexto econômico e para não perder participação nos canais de compra dos consumidores, as grandes redes varejistas têm investido nas lojas de vizinhança, as quais têm apresentado efetivo crescimento nos últimos anos, dado as mudanças na dinâmica do consumidor, uma vez que tais lojas são mais acessíveis. Nesse sentido, as redes investem no mix adequado de produtos e na proximidade com os consumidores e não mais em estoques. Dessa forma, mesmo 2015 sendo considerado um ano com dificuldades econômicas para o comércio, grande parte das grandes redes varejistas no País planejam manter os investimentos, para não perder parcela de mercado para os concorrentes.          
     
    Analista do Setor de Comércio Varejista Geral - Amanda de Brito Andriotta


    A maior rede varejista de moda no Brasil volta ao comércio eletrônico após doze anos fora do canal de venda. A empresa tem como objetivo fortalecer as suas vendas, focando principalmente o público jovem. Ademais, a companhia se viu em uma situação em que suas concorrentes, Renner e Marisa, já atuam no segmento, além da concorrência com os produtos asiáticos, também disponíveis em sites de venda, o que acabou por estimular a volta da empresa para esse canal, com o intuito de não perder parcela de mercado.   

    Em 2003, quando a C&A encerrou as vendas eletrônicas, o cenário era diferente do atual: o segmento de roupas e acessórios não apresentava grande participação nas vendas online. Hoje, a categoria Moda e Acessórios é a mais vendida no varejo digital. Em adicional, tal categoria está entre os três grupos mais consumidos em sites internacionais, junto com Eletrônicos e Informática, segundo a Ebit, empresa que publica informações sobre o e-commerce nacional. Assim, o movimento observado pela C&A está em linha com as transformações no setor varejista de vestuário. 

    O volume de vendas de Tecidos, vestuário e calçados, índice divulgado pelo IBGE, acumulou queda de 0,3% até novembro de 2014, em relação ao mesmo período do ano anterior. Tendo isso em vista, o comércio eletrônico apresenta grande potencial de crescimento, e figura-se como oportunidade para impulsionar as vendas de vestuário. O grupo foi responsável por 17% do volume de pedidos em 2014, e se mantém na posição como a categoria mais vendida na internet. 

    Existe hoje no Brasil 61,6 milhões de pessoas que já fizeram compra online, somado a um total de 103,4 milhões de pedidos, o que resulta em um faturamento de R$ 35,8 bilhões com vendas de bens de consumo, apresentando um crescimento nominal de 24% em relação ao ano de 2013, em que se vendeu um total de R$ 28,8 bilhões.  

    Analista do Setor de Comércio Varejista: Amanda de Brito Andriotta


    Com uma atividade econômica mais arrefecida, o crédito mais caro, aumento dos preços e o maior endividamento das famílias, é natural que se observe mudanças nos hábitos dos consumidores, o que por consequência afeta o comércio varejista. Frente a esses fatores, o consumidor passou a escolher e planejar com mais atenção as suas compras, tornando-se mais seletivo, reduzindo as compras feitas por impulso, diminuindo a freqüência de ida aos supermercados e comparando mais preços e marcas.

    Em adicional, a procura por marcas próprias nos supermercados vem aumentando desde o começo deste ano. Segundo a Associação Brasileira de Marcas Próprias (Abmapro), de março a agosto, o resultado efetivo superou em 5% o esperado pelo setor. Tal fato pode ser explicado, principalmente, pela pressão no custo de vida das famílias com o aumento dos preços, o que leva a crescer a demanda pelas marcas próprias.  Estas costumam custar até 20% menos, já que há um menor custo de produção há um menor volume de investimento gasto em marketing.   

    Apesar disso, uma pesquisa da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) revelou que, de janeiro a julho deste ano, o número de lançamentos de produtos vendidos nos supermercados e hipermercados aumentou 26% em relação ao mesmo período de 2013, e que tal movimento acontece simultaneamente à diminuição do tamanho das lojas. A explicação para o aumento do número de lançamentos frente a um contexto de atividade econômica menos aquecida reside no fato do mercado brasileiro ainda crescer acima de outros países, além da necessidade das marcas investirem em novos produtos, já estes possuem maiores margens de lucro.  

    Diante destes acontecimentos, já é possível afirmar que o comércio varejista brasileiro tem passado por algumas transformações, outro fato importante que se observou no setor neste primeiro semestre do ano foi o crescimento dos chamados mercados de vizinhança, que são formados por até quatro check-outs. Tal alargamento justifica o avanço de grandes redes varejistas (exemplo Carrefour e Pão de Açúcar) neste formato de comercialização. O sucesso desse canal reside no atendimento mais personalizado e a proximidade dele com a casa e/ou local de trabalho do cliente. Assim, a tendência é de expansão deste modelo, comprovado pela chegada de grandes redes neste segmento.    

    Analista do Setor de Comércio Varejista: Amanda de Brito Andriotta

    A marca de cosméticos de venda direta, Mary Kay, planeja investir até R$ 118 milhões nos próximos cinco anos. Os investimentos serão direcionados para a abertura de cinco centros de distribuição em diferentes Estados do Brasil.

    Atualmente, a Mary Kay concentra três unidades em um armazém logístico em São Paulo, mas devido à distância e às diferenças nas condições climáticas entre os Estados, a empresa pretende se descentralizar. A marca americana está presente em todo o território nacional, com forte participação em cidades do interior das regiões Sudeste, Nordeste e Sul.

    O Brasil se constitui como o terceiro maior mercado de cosméticos do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos e Japão. A venda direta é o principal canal de comercialização desse setor e atrai cada vez mais revendedores, que ingressam nesse mercado principalmente pela necessidade de complementar o orçamento familiar.

    A rede supermercadista Condor anunciou plano de expansão de aproximadamente R$ 500 milhões até 2016. Parte dos aportes será de recursos próprios da empresa e parte de financiamentos do BNDES.

    O montante será aplicado em nove novas unidades, na ampliação do centro de distribuição, localizado em Curitiba, e em reformas de pontos já existentes. A Condor tem como meta atingir 45 unidades em 3 anos, alcançando um faturamento de R$ 4 bilhões. Atualmente são 36 lojas, com um montante faturado de R$ 2,6 bilhões em 2012.

    Segundo dados divulgados pela Abras, o setor de autosserviço apresentou alta de 4,9% no acumulado deste ano até setembro. O resultado é considerado positivo e pode ser explicado pelo bom momento vivido pelo mercado de trabalho. Vale lembrar que o supermercado é o setor que menos sofre com os efeitos de restrição de crédito e da taxa cambial.


    A L’Oréal, através da The Body Shop, anunciou a aquisição de 51% do capital da rede de franquias gaúcha Empório Body Store, com a possibilidade de aumentar essa fatia para 80% até 2019. Assim, a varejista de cosméticos inglesa entra no mercado brasileiro por meio da comercialização, em um primeiro momento, de produtos importados já no inicio de 2014. 

    A idéia da empresa é vender tanto produtos importados quanto artigos produzidos e desenvolvidos no Centro de Pesquisa da L'Oréal no Rio de Janeiro, que ainda não começou a ser construído, mas tem como data de abertura o ano de 2015. O plano é ter 500 lojas em 5 anos.

    O comércio varejista perdeu um pouco de fôlego neste ano devido ao alto nível de endividamento das famílias, mas vem mostrando leve recuperação. Em agosto, segundo dados divulgados esta semana na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), realizada pelo IBGE, o comércio varejista obteve crescimento de 0,9% no volume de vendas de julho para agosto e registrou a sexta alta consecutiva. Além disso, houve aumento de 1,2% na receita nominal de julho para agosto.  

    O Grupo Pão de Açúcar vai investir R$ 2 bilhões ao longo de 2013, sendo R$ 1,5 bilhão investidos somente na operação de alimentos. A estratégia de crescimento do grupo para este ano envolve a combinação de expansão orgânica e consolidação das operações, principalmente da Via Varejo, que reúne: Casas Bahia, Ponto Frio e Nova Pontocom (comércio eletrônico).

    O montante anunciado é 26,6% maior do que o desembolsado em 2012 e será destinado para a abertura de novas lojas, aquisição de terrenos, conversão de lojas, reformas, infraestrutura em tecnologia da informação e logística. O grupo deve abrir pelo menos 150 lojas em 2013, conforme divulgado anteriormente, com prioridade para as regiões Nordeste e Centro-Oeste.

    O setor espera obter um crescimento robusto em 2013, especialmente depois de medidas como a desoneração da cesta básica, anunciada em março pelo governo. Com o repasse pelos supermercados e hipermercados da redução de impostos para o consumidor, as vendas de diversos produtos devem ser alavancadas neste ano. 


    O grupo Guararapes, da marca Riachuelo, anunciou seu plano de investimento para este ano de R$ 450 milhões, valor 66% maior do que o aplicado no ano passado, de R$ 270,3 milhões. Com isso, a varejista espera dobrar o número de lojas físicas até 2016, que passará de 169 lojas para 330, tendo em média a abertura de 40 lojas por ano. 

    Atualmente, a Riachuelo é a terceira maior rede de vestuário do país, atrás apenas da Renner e C&A, que também anunciaram investimentos em 2013. A Renner anunciou aportes de 485,6 milhões (aumento de 27% em relação ao ano passado), destinados à abertura de novas unidades e melhoria de infraestrutura de distribuição. Por sua vez, a C&A, que ainda não divulgou o valor do investimento previsto, abrirá entre 25 e 30 novas lojas no ano, quantidade semelhante a do ano passado.

    As varejistas de moda, como a Riachuelo, vem focando seus investimentos na abertura de lojas menores. Preocupada com o avanço da classe média, exigente na hora das compras, as novas lojas são segmentadas e especializadas em um único público alvo, como por exemplo, a abertura de lojas para o público feminino.


    O BTG anunciou a aquisição de 70% da rede fluminense de moda e utilidades para o lar, Leader, por R$ 1,43 bilhão.

    A Leader detem 65 lojas nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte e Bahia e pretende inaugurar mais 19 unidades ainda neste ano. Além disso, a empresa realiza vendas por meio do comércio eletrônico, já possuindo o mesmo número em vendas das lojas físicas. Além disto, a varejista, no ano passado iniciou o canal de televendas. Já o BTG tem participação na rede de estacionamento Estapar, na holding de drogarias Brazil Pharma, no Banco Panamericano entre outros negócios.

    A perspectiva é de crescimento do comércio varejista devido à queda da taxa de juros (SELIC) e à redução do IPI para alguns itens. O setor varejista no Brasil vem se concentrando com as frequentes aquisições que, por um lado é benéfico para as empresas que aumentam o poder de barganha com os fornecedores, porém, por outro, se a tendência de concentração continuar o consumidor pode ser prejudicado, por um aumento nos preços, o que pode diminuir a demanda do setor como um todo.


    A Máquina de Vendas, rede varejista criada com a fusão da Ricardo Eletro, Insinuante, Eletro Shopping e City Lar anunciou a compra da rede varejista Salfer e com isso entrará na região Sul do Brasil. O valor da transação não foi divulgado.

    Esta aquisição está dentro da estratégia da rede varejista de chegar ao faturamento anual de R$ 10 bilhões até 2014. Com esta ação, a empresa ultrapassará a meta de mil lojas, pois terá 1100 lojas e faturamento esperado de R$ 9 bilhões ainda neste ano, com atuação em todos os estados brasileiros. A Máquina de Vendas no ano passado realizou aquisições que consolidou sua participação na região Nordeste, porém não atuava na região Sul. A Salfer é líder nas vendas de eletroeletrônicos no Estado de Santa Catarina, além de atuar no Paraná e no Rio Grande do Sul. Como as demais marcas da rede, a Salfer será mantida.

    O setor varejista de eletroeletrônicos no Brasil vem se concentrando com as frenquetes aquisições. Isto, por um lado é benéfico para as empresas, que aumentam o poder de barganha junto aos fornecedores, porém por outro lado, se a tendência de concentração continuar o consumidor pode ser prejudicado por um aumento nos preços.


    A Restoque, dona das grifes de moda Le Lis Blanc, Bo. Bô, John John e Noir-Le Lis voltadas para a classe A,  anunciou seu maior investimento no total de R$ 200 milhões. No ano de 2011, a Restoque fechou com lucro líquido de R$ 65 milhões.

    Com o investimento, a rede pretende dobrar o número de lojas para 207 unidades e ampliar o centro de distribuição. Além disso, o grupo tem como estratégia a diversificação entrando no ramo de moda masculina, jeans e cosméticos.

    Apesar das marcas serem voltadas para a classe A, com um tíquete médio de R$ 458,00, o grupo vê na diversificação um forte potencial para crescer. Apostando  no crescimento econômico que resultará na migração de novos consumidores para a classe A e no forte crescimento do setor de cosméticos e moda masculina.


    O fundo de private equity Carlyle anunciou, após  um ano e meio de negociação, a compra de 85%  do capital da loja de brinquedos Ri Happy. O valor estimado da operação é de R$ 600 milhões.

    A Ri Happy possui 20% das vendas de brinquedos no Brasil espalhadas por 114 lojas e no ano passado faturou cerca de R$ 800 milhões.  A Carlyle deseja expandir a rede com o aporte de R$ 200 milhões nos próximos três anos para a abertura de 20 novas lojas.

    A compra se justifica pelo fato de o Brasil apresentar um bom crescimento econômico  estimulado pelo aumento do renda da  população e pelo mercado de brinquedos ter um pequena participação  no PIB brasileiro. Estes dois fatores demonstram o potencial de crescimento do setor. Além disso, a Carlyle quer aproveitar o forte crescimento do consumo das regiões Norte e Nordeste.


    O varejo farmacêutico e o grupo Brazil Pharma continuam o movimento de consolidação com mais uma aquisição. A Brazil Pharma, do Banco BTG, anunciou a compra da rede baiana Sant'ana, a maior do estado e até então a 9º do país, por R$ 347 milhões.

    A Brazil Pharma nasceu da compra da Farmais pelo BTG Pactual em dezembro de 2009 e com está aquisição consolida a terceira posição no setor com faturamento de R$ 1,8 bilhão e o primeiro  em unidades de lojas próprias e franquias com 986 unidades. Esta é a primeira grande aquisição no setor este ano. No ano passado foram quatro, em julho, a rede Drogão foi adquirida pela Drogaria São Paulo, tornando-se líder, porém a posição foi ultrapassada em agosto devido à fusão da Droga Raia e Drogasil. Em menos de um mês a Drogaria Pacheco e Drogaria São Paulo também anunciaram uma fusão, recuperando assim a liderança em termos de faturamento. A última foi da própria Brazil Pharma com a compra da rede nordestina e líder na região norte Big Ben por R$ 453,6 milhões.

    Estas fusões e aquisições confirmam a tendência de consolidação mais intensa neste segmento que ainda é altamente pulverizado no Brasil. Porém, espera-se agora um período de reestruturação das principais redes farmacêuticas. Com a aquisição, a Brazil Pharma terá mais da metade de suas lojas no Norte e Nordeste, o objetivo da empresa é se consolidar nas duas regiões, onde estão os novos entrantes no mercado consumidor. Com este movimento de consolidação do setor, aumenta a concorrência entre as grandes e dificulta a atuação das pequenas drogarias de bairro, ainda mais pelo aumento do poder de barganha com fornecedores que possibilita preços mais atrativos.


    A Chilena Cencosud presente na Argentina, Colômbia e Peru continua com a estratégia de aquisições no Brasil iniciada em 2007. Nesta semana anunciou sua sétima aquisição, a rede carioca Prezunic por R$ 685,7 milhões. A Prezunic possui 31 supermercados e cerca de 7,3 mil empregados.

    Antes de adquirir a Prezunic, a Cencosud já havia comprado as redes Gbarbosa (nordestina), Perini (baiana), Mercantil Rodrigues, Super Família (Cearense), Bretas (mineira) e Cardoso. Com esta aquisição a rede chilena poderá faturar R$ 8,3 bilhões no Brasil em 2011 nas 280 lojas.  Assim, o Brasil será o segundo mercado da rede em termos de participação nas vendas no varejo alimentar, além dela ser a terceira maior rede da América Latina, com faturamento anual de US$ 9,1 bilhões, atrás do Grupo Pão de Açúcar e do Walmart.

    Com a aquisição, a Cencosud entra no mercado varejista no Estado do Rio de Janeiro e consolida sua presença no país que é o maior mercado consumidor da América Latina. Outro ponto importante é que no  Rio de Janeiro, ainda prevalece  com força as redes nacionais e locais. Desta forma, esta aquisição irá aumentar a concorrência no estado.


    O varejo farmacêutico continua o movimento de consolidação com mais uma aquisição. A Brazil Pharma, do Banco BTG, anunciou a compra da rede nordestina Big Ben, por R$ 453,6 milhões.  A Big Ben tem 146 lojas nos Estados do Pará, Amapá, Maranhão, Piauí, Paraíba e Pernambuco, além de ser líder na região norte do Brasil, com faturamento de cerca de R$ 800 milhões ao ano.

    A Brazil Pharma nasceu da compra da Farmais pelo BTG Pactual em dezembro de 2009 e com está aquisição ocupará o terceiro lugar no setor com faturamento de R$ 1,8 bilhão e 507 lojas.  Esta é a terceira grande fusão ou aquisição no setor este ano, confirmando a tendência de consolidação mais intensa neste segmento que era altamente pulverizado. Em julho, a rede Drogão foi adquirida pela Drogaria São Paulo, tornando-se líder, porém a posição foi ultrapassada em agosto devido à fusão da Droga Raia e Drogasil. Em menos de um mês a Drogaria Pacheco e Drogaria São Paulo também anunciaram uma fusão, recuperando assim a liderança.

    Com a aquisição a Brazil Pharma terá 50% de suas lojas no Norte e Nordeste, o objetivo da empresa é se consolidar nas duas regiões, onde estão os novos entrantes no mercado consumidor. Com este movimento de consolidação do setor, aumenta a concorrência entre as grandes e dificulta a atuação das pequenas drogarias de bairro, ainda mais pelo aumento do poder de barganha com fornecedores que possibilita preços mais atrativos.


    A Inbrands, holding de moda, comprou esta semana a rede de lojas Bobstore.  O valor da transação não foi revelado, mas estima-se que seja em torno de              R$ 50 milhões. Com esta transação a Inbrands terá novamente moda feminina em seu portfólio. Esta rede já possui marcas de vestuário de grifes como Ellus, Salinas e Alexandre Herchcovitch.
    A Bobstore possui 57 lojas nas principais capitais do Brasil e em 2010 faturou em torno de R$ 52 milhões e projeta para este ano um faturamento de R$ 70 milhões. A grife é voltada para o público feminino entre 20 e 50 anos da classe A/B. O preço médio das roupas varia entre R$ 250 e R$ 350.
    Com o aumento de renda e das classes A e B observa-se um movimento de expansão das grifes para atender a demanda deste público. Estas grifes mantém um alto padrão e buscam abrir lojas de rua em bairros sofisticados onde possam estar mais próximas de seu público alvo. Além de que, lojas de rua possuem um espaço físico maior, no qual podem diferenciar seu atendimento como, por exemplo, com o oferecimento de um espaço gourmet com bebidas como um café, suco ou até um espumante.

    A Casas Bahia finalmente entrará no Estado de Pernambuco, ela anunciou a abertura de uma nova loja no nordeste, com a previsão de inauguração até novembro deste ano. O valor do investimento não foi divulgado, porém estima-se que seja em torno de R$ 3 milhões. A empresa esta presente em onze Estado brasileiros, emprega mais de 56 mil pessoas e mantém uma estrutura logística que abrange oito centros de distribuição, sendo um em Camaçari (BA), que provavelmente alimentará a nova unidade de Petrolina que gerará cerca de 100 postos de trabalho.
    O impacto do anúncio reverbera não somente no leque de oportunidades de compras e na geração de empregos para a região, mas também nos planos das grandes concorrentes do setor de varejo. Neste setor, a disputa pelo mercado nordestino está acirrado, recentemente a Máquina de Vendas,  rede varejista criada com a fusão da Ricardo Eletro, Insinuante e City Lar, adquiriu 51% da rede pernambucana Eletro Shopping.  Após um ano da aquisição das Lojas Maia, o Magazine Luiza também anunciou investimentos para a abertura de 60 novas lojas na região. Outra varejista também interessada numa fatia desse mercado é a Lojas Americanas que anunciou a abertura de novas lojas em Pernambuco.  Estas aquisições e abertura de novas lojas confirmam a tendência de expansão de grandes redes varejistas no nordeste.
    A Casas Bahia estabelece sua marca no nordeste e atende a própria necessidade de abranger o mercado nordestino que emerge. Por inúmeros fatores, a região tem o maior índice de crescimento do país, principalmente devido às medidas socioeconômicas, ela tem crescido acima da média nacional nos últimos anos. Desta forma, a região nordeste está se estabelecendo como um dos principais mercados e fortalecendo assim a competitividade de grandes redes varejistas na região. Com isso a região está em foco no cenário econômico brasileiro com a forte expansão em diversos setores, mas principalmente no setor varejista, no qual ainda há uma demanda reprimida por vários bens de consumo duráveis. 

    A Drogaria São Paulo e Drogaria Pacheco anunciaram fusão e, com isto, criaram a maior rede de drogarias do Brasil, a DPSP. As marcas São Paulo e Pacheco, líderes respectivamente nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, serão mantidas devido à tradição. A Drogaria São Paulo, antes da fusão, possuía cerca de 341 unidades, com contribuição da recente integração com o Drogão, enquanto a Pacheco possuía 350 unidades.  Por atuarem em Estados diferentes, a sobreposição de lojas entre as companhias será praticamente inexistente.

    A consolidação do negócio dá origem a maior rede varejista farmacêutica do país, com receita bruta de R$ 4,4 bilhões anuais, além das 691 lojas em cinco estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Tal fusão dificultará a entrada de outras redes nestes estados como, por exemplo, a nordestina Pague Menos que pretende fortalecer sua operação na Região Sudeste.

    Esta é segunda grande fusão do setor em menos de um mês, fator que confirma a tendência de consolidações mais intensa neste segmento que era pulverizado. Em junho de 2010, a Drogaria São Paulo adquiriu a Rede Drogão de farmácias e alcançou a liderança ao comprar 72 lojas da mesma. Em agosto de 2011, a Droga Raia e Drogasil, em contrapartida, anunciaram fusão, tomando a frente do mercado com o negócio. Cerca de 1 mês depois, a Drogaria São Paulo e Pacheco anunciaram sua fusão. Com as fusões aumenta a concorrência entre as grandes e dificulta a atuação das pequenas drogarias de bairro, ainda mais pelo aumento do poder de barganha com fornecedores que as mesmas agora possuem. Assim será muito difícil a concorrência em geral acompanhar os preços das grandes varejistas e, principalmente, tal estrutura possivelmente poderá pressionar para baixo os preços praticados pela indústria farmacêutica, dado o maior poder de barganha dessas redes varejista.


    A Drogaria São Paulo e Drogaria Pacheco anunciaram fusão e, com isto, criaram a maior rede de drogarias do Brasil, a DPSP. As marcas São Paulo e Pacheco, líderes respectivamente nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, serão mantidas devido à tradição. A Drogaria São Paulo, antes da fusão, possuía cerca de 341 unidades, com contribuição da recente integração com o Drogão, enquanto a Pacheco possuía 350 unidades.  Por atuarem em Estados diferentes, a sobreposição de lojas entre as companhias será praticamente inexistente.

    A consolidação do negócio dá origem a maior rede varejista farmacêutica do país, com receita bruta de R$ 4,4 bilhões anuais, além das 691 lojas em cinco estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Tal fusão dificultará a entrada de outras redes nestes estados como, por exemplo, a nordestina Pague Menos que pretende fortalecer sua operação na Região Sudeste.

    Esta é segunda grande fusão do setor em menos de um mês, fator que confirma a tendência de consolidações mais intensa neste segmento que era pulverizado. Em junho de 2010, a Drogaria São Paulo adquiriu a Rede Drogão de farmácias e alcançou a liderança ao comprar 72 lojas da mesma. Em agosto de 2011, a Droga Raia e Drogasil, em contrapartida, anunciaram fusão, tomando a frente do mercado com o negócio. Cerca de 1 mês depois, a Drogaria São Paulo e Pacheco anunciaram sua fusão. Com as fusões aumenta a concorrência entre as grandes e dificulta a atuação das pequenas drogarias de bairro, ainda mais pelo aumento do poder de barganha com fornecedores que as mesmas agora possuem. Assim será muito difícil a concorrência em geral acompanhar os preços das grandes varejistas e, principalmente, tal estrutura possivelmente poderá pressionar para baixo os preços praticados pela indústria farmacêutica, dado o maior poder de barganha dessas redes varejista.


    A Drogasil e Droga Raia anunciaram fusão, criando a Raia Drogasil S/A , porém as duas marcas serão mantidas, devido ao perfil das lojas serem distintos.  A Drogasil tem um perfil mais popular, já a Droga Raia é voltada para um público com maior poder aquisitivo. Um dos objetivos da reestruturação é estabelecer identidades bem claras, assim, cada marca irá atuar em mercados não concorrentes.  Um dos maiores desafios da Raia Drogasil será aumentar a rentabilidade da Raia que é muito inferior a da Drogasil, além da criação de produtos com sua marca.

     A transação dará origem a maior rede varejista farmacêutica com receita anual de R$ 4,1 bilhões e terá 725 drogarias em nove estados brasileiro, o que corresponde a aproximadamente 8,3% do mercado nacional.  Com a transação, a rede estará presente em todos os estados da região sul e sudeste, além de Goiás e do Distrito Federal. O estado de São Paulo terá a maior concentração de lojas com 480, número que dificultará a entrada de outras redes no estado como, por exemplo, a nordestina Pague Menos que pretende fortalecer sua operação na região Sudeste.

    Esta é a primeira grande fusão do setor, que sinaliza a tendência de consolidação mais intensa neste segmento que era altamente pulverizado. Em junho a Drogaria São Paulo retomou a liderança após a compra de 72 lojas da rede Drogão.  Raia Drogasil já anunciou que após reestruturação fará novas aquisições para entrar em outros estados e aumentar sua participação principalmente em Minas Gerais e Rio de Janeiro. Com a tendência de concentração do segmento, ocorrerá o aumento do poder de barganha das drogarias com os laboratórios, o que poderá aumentar a margem das drogarias, dado que os remédios são bens mais inelásticos, assim não necessariamente a redução de custos será repassada aos clientes. Porém, para atrair novos clientes à concorrência via preço pode ser utilizada.

    A Máquina de Vendas, rede varejista criada com a fusão da Ricardo Eletro, Insinuante e City Lar, adquiriu 51% da rede pernambucana Eletro Shopping. O valor da venda não foi divulgado por questões contratuais, porém está estimado em torno de R$ 160 milhões. Esta aquisição está dentro da estratégia da rede varejista de chegar ao faturamento anual de R$ 10 bilhões e mil lojas até 2014.  Para atingir está meta a rede varejista prevê aquisições na região Sul, estratégia semelhante a do Magazine Luiza. 

    Com a transação, a Máquina de Vendas retoma o segundo lugar em vendas de eletrodomésticos e móveis, posição perdida em junho para a rede Magazine Luiza que adquiriu as lojas do Baú, do Grupo Silvio Santos. Assim, a Máquina de Vendas terá 900 lojas, faturamento de R$ 6,5 bilhões e estará presente em 23 estados e no Distrito Federal.

    Um ponto relevante para o negocio, é a expansão na região Nordeste que apresenta o maior crescimento em receita e volume de vendas de eletrodomésticos e móveis do país. Com a compra, a rede varejista consolida sua presença nesta região, aumenta o poder de barganha com os fornecedores e a concorrência nesta região (devido à localização geográfica das lojas do Magazine Luiza e da Máquina de Vendas) fatores que podem beneficiar o consumidor.

    A Riachuelo uma das maiores varejistas de têxteis do Brasil, anunciou esta semana investimento da ordem de R$ 295 milhões. Este valor será utilizado na abertura de 75 novas lojas até 2012, fazendo com que a empresa esteja presente em todos os estados brasileiros. Além disso, estuda-se a possibilidade da abertura de uma nova fábrica para suprir a demanda dessas novas lojas, aumentando assim sua capacidade produtiva que hoje é de 9 bilhões de peças de roupas por ano.
    A abertura dessas 75 novas lojas tem como foco estratégico atingir o público feminino, principalmente o jovem. Estas lojas serão mais compactas com cerca de mil metros quadrados, (conforme uma tendência geral observada no varejo) facilitando assim a instalação em diversas regiões e estados como o Acre (abertura prevista para novembro) e Macapá (abertura da loja prevista para outubro de 2012). 
    Apesar das medidas de contenção do crédito adotadas pelo Banco Central, espera-se que o consumo nas redes varejistas se mantenha aquecido, principalmente com relação à moda feminina, devido à maior participação das mulheres no mercado de trabalho, à melhores condições de vida e o aumento da renda nas classes C e D.

    O Magazine Luiza, rede varejista com foco na comercialização de bens duráveis, anunciou a aquisição de 121 lojas da rede Baú da Felicidade, antes pertencente ao Grupo Silvio Santos, por R$ 83 milhões livre de quaisquer dívidas ou caixa; o que se apresenta como a primeira aquisição da rede após a sua abertura de capital. O valor, considerado abaixo do preço de mercado, inclui, além dos equipamentos e instalações das lojas, a propriedade da base de cerca de 3 milhões de clientes da rede adquirida. Essa transação ocorre após um ano da aquisição das Lojas Maia pelo Magazine Luiza, o que marcou a entrada da empresa no mercado Nordestino. Desta vez, o foco da aquisição está na região sul do país, especificamente, a Região Metropolitana de São Paulo e o Paraná, haja vista a dispersão geográfica das lojas recém-adquiridas (80 no Paraná, 40 em São Paulo e 1 em Minas Gerais). Diante disso, cada vez mais, o Magazine Luiza procura ampliar a sua presença, deixando de ser uma marca regional para se tornar uma marca nacional.

    Com a transação, o Magazine Luiza volta a ocupar a 2ª posição no segmento, atrás apenas do Grupo Pão de Açúcar, que possui as redes Ponto Frio e Casas Bahia e volta a ser maior que a  Máquina de Vendas, que se originou com a fusão entre a Ricardo Eletro e a Insinuante no início de 2010. Assim, o Magazine Luiza amplia a sua área total de vendas em 11% com um total de 732 lojas distribuídas em 16 estados e 23 milhões de clientes.

    Um dos pontos determinantes para a consolidação do negócio certamente refere-se ao perfil do consumidor das duas redes, bastante direcionadas ao extrato de classe C, em consistente expansão no Brasil. Além disso,  as lojas adquiridas já estão no mesmo raio de atuação da empresa, o que poderá contribuir para a realização de maiores ganhos de escala, especialmente com logística e gastos com propaganda, muito embora possam ser fechadas, alienadas ou transferidas algumas unidades que se sobrepuserem. Com isto, o Magazine Luiza eleva as suas expectativas de faturamento em 2011, que poderá atingir cerca R$ 5,7 bilhões.

    É importante citar ainda que é bastante provável que a transação não seja barrada pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), uma vez que a aquisição tenderá a promover uma maior concorrência entre os maiores players desse segmento de mercado.


    Nos últimos dias, foram anunciados investimentos de importantes varejistas, direcionados, especialmente, à Região Nordeste.  O Magazine Luiza anunciou investimentos em 60 novas lojas na região, após um ano da aquisição das Lojas Maia, transação que marcou a entrada da varejista no mercado nordestino; as Lojas Americanas anunciaram abertura de novas lojas em Pernambuco (além do Mato Grosso do Sul), no âmbito do programa Mais Brasil; o Grupo Pão de Açúcar anunciou investimentos na sua primeira unidade da rede Assaí, braço atacadista do grupo, em Maceió (AL) e, por fim, o Walmart  inaugurou sua terceira unidade em Arapiraca (AL), após investimentos de mais de R$ 4 milhões. Nesse ínterim, é pertinente fazer algumas pontuações acerca do desempenho do comércio varejista na região, uma vez que a expansão dos investimentos no Nordeste reflete os bons resultados que tais redes vem obtendo nas suas atividades locais, além das perspectivas favoráveis quanto a este mercado nos próximos anos.

    Além da região,  os perfis dos investimentos anunciados também possuem contornos similares. Parte dos investimentos supramencionados busca maior proximidade com o "consumidor emergente", voltados, portanto, às classes C e D, por meio de uma maior capilaridade das suas redes de distribuição e atendimento. 

    Não é sem justificativa esse direcionamento das redes varejistas e distribuidores para a região. De acordo com dados do IBGE, em 2010, o volume comercializado no varejo apresentou crescimento de 10,0% na média nacional, enquanto, considerando somente as vendas no nordeste, a alta atingiu 16,9%. A mesma dinâmica pode ser observada quanto às receitas: enquanto os índices, na média nacional, apontam crescimento de 15,5% das receitas do varejo, somente no nordeste o crescimento foi de 22,9%, não obstante as taxas de inflação bastante próximas. Nos primeiros meses de 2011, tal dinâmica permanece: no nordeste, o volume de vendas e as receitas do comércio varejista apresentaram crescimento de 5,0% e 6,9%, respectivamente (média nacional: 2,2% e 3,5%, nessa ordem).

    O desempenho do comércio no Nordeste advém de diversos fatores que estimulam a demanda por bens de consumo na região. Podem ser considerados fatores determinantes para essa dinâmica a maior distribuição de renda verificada nos últimos anos, refletindo o aumento consistente do rendimento médio da população, menores índices de desemprego e a adoção de programas de distribuição de renda. Além disso, a alta propensão a consumir da população, grande parte devido à existência de uma forte demanda reprimida advinda de longos períodos de recessão no passado recente, estimula ainda mais o consumo na região, que deverá manter taxas de crescimento bastante favoráveis nos próximos anos.
     


    A Walmart, maior rede varejista do mundo e terceira maior no Brasil, quando analisado somente o mercado nacional, anunciou seu plano de investimento de R$ 1,2 bilhão para 2011, por meio de capital próprio. Esse montante será direcionado, principalmente, à abertura de 80 novas lojas nos 18 estados onde já atua. Concretizando-se os investimentos previstos, a rede contará com 560 lojas no país.

    A empresa espera crescimento nos cinco formatos em que atua: Hipermercados, Supermercados, Todo Dia (instalado em periferias e cidades pequenas), Maxxi (lojas de atacado) e Sams Club (rede clube de compras). Além da abertura das novas lojas, o investimento deverá abranger também a reforma de unidades antigas, melhorias no sistema logístico e de tecnologia. Ao todo, espera-se que tais investimentos gerem mais de 7 mil empregos diretos e mais de 20 indiretos.

    A ação possui, explicitamente, foco estratégico na classe média emergente, em plena expansão no país. No curto prazo, observam-se condições favoráveis de crescimento da demanda, embora menos intenso que o potencial, em virtude, essencialmente, do comportamento da inflação, bem como da trajetória da taxa de juros e das medidas de contenção do crédito que vêm sendo adotadas pelo Banco Central; estes últimos podendo afetar mais acentuadamente a venda de bens de consumo duráveis, como os eletroeletrônicos, cujas vendas são mais dependentes de crédito.

    As perspectivas macroeconômicas de longo prazo, tais como queda no nível geral de desemprego, inflação controlada, além da redução da desigualdade social, que amplia e diversifica a base de consumidores, contribuem para que sejam formuladas tendências bastante favoráveis para o setor de bens de consumo em geral, no médio e longo prazos, o que favorece consideravelmente a realização de investimentos desta natureza.

    A Renner anunciou a aquisição da Camicado Houseware, empresa paulistana atuante no varejo de utilidades domésticas, artigos de cama, mesa e banho e decoração, por cerca de R$ 165 milhões incluindo R$ 8 milhões em dívidas. O acordo ainda depende de aprovação em assembléia extraordinária de acionistas, que deverá ocorrer em maio. De acordo com comunicado, a Renner ficará com as 27 unidades da Camicado em shoppings de seis estados e no Distrito Federal; as unidades situadas na Rua 25 de Março não são contempladas no acordo.

    Com a transação, a Renner dá um passo importante na sua consolidação no setor varejista nacional, atuando em um mercado com potencial de consumo bastante promissor, estimado em cerca de R$ 15,7 bilhões por ano. Tal potencial estaria sendo pouco aproveitado pela empresa, que tem marca forte, especialmente em São Paulo. Ganhos de sinergia poderão advir tanto no que tange à maior proximidade com um perfil específico de consumidores quanto à possibilidade de utilização dos cartões pivate label das lojas Renner, o que tenderia a facilitar as formas de pagamento e, conseqüentemente, estimular as compras na Camicado.

    Embora a negociação não fosse esperada pelo mercado, é bastante lógica e reflete claramente algumas tendências do setor, como a diversificação dos segmentos de atuação das companhias e a exploração de nichos específicos de mercado. O foco da Renner é, explicitamente, explorar melhor um perfil de clientes específicos, uma vez que o público-alvo da Camicado, especialmente nas lojas localizadas nos shoppings, é o mesmo das lojas Renner: majoritariamente mulheres, entre as classes B e C.

    O banco BTG Pactual, após a compra do banco PanAmericano, antes pertencente ao grupo Silvio Santos, anunciou a aquisição de 70% da rede varejista fluminense Casa&Video. O valor da transação foi estimado em R$ 600 milhões. A negociação será feita em quatro operações. Primeiro haverá a conversão de debêntures em ações da companhia emitidas pelo banco em 2010 no valor de R$ 40 milhões. Em sequencia, o banco fará um aporte de R$ 100 milhões no caixa da Casa&Video. Em terceiro lugar, haverá a participação de 30% na C&V Holding, que controla a varejista, no montante de R$ 100 milhões. Para totalizar o valor, entram na conta as dívidas da rede, que alcançam  R$ 230 milhões.

    Com sua venda para o BTG Pactual, a Casa&Video deve dobrar de tamanho até 2015. Estão previstos investimentos de cerca de R$ 250 milhões para expansão da rede, que possui, até o momento, 67 lojas no estado do Rio. Deverão ser inauguradas, com o aporte de R$ 100 milhões feito pelo banco no caixa da Casa&Video, mais 15 lojas da rede, além da modernização e reforma de pontos de venda existentes.

    O ótimo desempenho apresentado pelos indicadores do mercado de trabalho no ano de 2010 e suas boas perspectivas para os próximos anos, que se refletem nas vendas aos consumidores finais, explicam o movimento de concentração no varejo e o grande interesse nas redes varejistas, que se propagam pelo território nacional, visando atender os mais diversos segmentos de renda no país. O comércio deverá apresentar um ótimo desempenho em 2010 e manter altas taxas de crescimento nos próximos anos, porém, menos robustas que no ano anterior.


    O grupo chileno Cencosud, que detém no Brasil o controle das redes GBarbosa, Perini, Família e Mercantil Rodrigues, anunciou, no dia 18 de outubro, a compra da rede de supermercados Bretas, de Minas Gerais. A empresa venceu disputa com o grupo americano Walmart. O valor da aquisição foi de R$ 1,35 bilhão. A transferência de gestão ocorre até o final do mês.

    A rede Bretas, que possui 15 postos de gasolina (dos quais três deles serão entregues em até dois anos) e 71 lojas localizadas em Minas Gerais, obteve um faturamento de cerca de R$ 2,1 bilhões, em 2009. Com essa aquisição, houve uma repercussão positiva nas ações da Cencosud, que registraram o maior preço dos últimos anos. A expectativa de faturamento da rede Bretas de supermercados, para 2010, é de R$ 2,5 bilhões.

    Esse é mais um exemplo do movimento de concentração que ocorre no varejo brasileiro. Com a constante expansão do poder de compra da população, dada a atividade industrial em bom momento no país, em conjunto com a expansão do crédito ao consumidor, as expectativas de vendas do varejo são muito otimistas; o que torna esse mercado atrativo para investimentos dos grandes grupos nacionais e estrangeiros na ampliação de sua atuação pelo território nacional, visando, sobretudo, o consumo das classes de renda mais baixa, que ascenderam como consumidores com o maior poder de compra no Brasil.


    O volume de vendas do comércio varejista, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira, dia 14 de outubro, registrou elevação de 2,0% em agosto ante o mês e julho de 2010, no índice ajustado sazonalmente. Com esse resultado, o varejo apresenta o maior crescimento das vendas em um mês de agosto, desde o início da série histórica, em janeiro de 2001.

    Os segmentos que mais contribuiram para essa significativa elevação foram: Hipermercados, supermercados, alimentos, bebidas e fumo, o de maior representatividade dentro do comércio varejista, com crescimento de 1,2% ante julho, e Móveis e Eletrodomésticos, com alta de 2,9%. A receita¨nominal de vendas, nessa mesma base comparativa, apresentou crescimento de 1,6%.

    Esse resultado é reflexo dos bons indicadores do mercado de trabalho, onde se verifica um constante aumento do poder de compra da população brasileira, com a queda do desemprego (devido ao bom desempenho da atividade industrial, principalmente a indústria de transformação) e aumento da massa salarial. As perspectivas para o comércio varejista são muito boas, onde se espera crescimento robusto de sua receita para os próximos anos.


    Foi anunciada a compra da rede de farmácias Drogão pela Drogaria São Paulo, no dia 22 de junho. Com 254 lojas no país, a rede adquiriu sua concorrente, que possuia 72 lojas e vendas de cerca de R$ 313 milhões. Com essa compra, a rede torna-se a líder do varejo de artigos farmacêuticos. Os valores da transação não foram divulgados. Sabe-se que apenas 25% do total foi pago em dinheiro, com recursos próprios. O restante foi pago em ações da empresa.

    Essa aquisição torna a Drogaria São Paulo a líder do segmento de varejo farmacêutico, detendo cerca de 6% do mercado nacional, que ultrapassa os R$ 30 bilhões ao ano. A rede pretende ampliar o faturamento, que em 2009 ficou em torno de R$ 1,7 bilhões. A rede pretende, após essa transação, ampliar suas lojas, principalmente no que se refere a shopping centers, setor que apresentou alto crescimento nos últimos anos. Além disso, farmácias dentro de shoppings não sofrem com a concorrência de outras redes. A rede pretende abrir, até o fim de 2010, mais 34 lojas, distribuídas entre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

    Essa fusão acompanha o forte crescimento que o segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria vem apresentando. O volume de vendas do segmento, no acumulado de abril de 2010, apresentou crescimento de 12,7% ante o mesmo período em 2009. O baixo valor agregado que esses produtos apresentam é um outro elemento benéfico, já que existe uma maior resposta ao rendimento médio da população. O crescimento do setor de cosméticos também impactou nas vendas das farmácias, que vendem esses tipos de produtos e que também respondem positivamente ao aumento do rendimento médio da população. A receita nominal de vendas do segmento, no acumulado do primeiro quadrimestre de 2010, registrou aumento de 17,3%.


    A Máquina de Vendas, empresa resultante da fusão entre as varejistas Insinuante e Ricardo Eletro, do ramo de eletrodomésticos, confirmou no dia 23 de junho a fusão com a City Lar, empresa sediada no Mato Grosso. Com isso, a Máquina de Vendas torna-se a empresa com maior abrangência no território nacional, possuindo lojas em 23 estados brasileiros, superando, inclusive, o resultado da fusão entre Casas Bahia, Ponto Frio e Extra Eletro, ainda em processo de pendência.

    Entre outros objetivos, a fusão visa expandir a base de atuação principalmente no que tange à expansão fora das barreiras do Sudeste, principalmente quando se considera o fato de não haver mudança nos nomes regionais das empresas incorporadas. Assim sendo, a Máquina de Vendas se mostra como uma empresa nacional-regional, pois, capitaliza a inserção que as marcas Insinuante, Ricardo Eletro e agora City Lar já possuem em seus respectivos Estados. Vale lembrar que muitos acreditam a Casas Bahia encontrou tremenda resistência na sua tentativa de expansão para os Estados do Sul, onde a Máquina de Vendas ainda não possui lojas, devido às características intrínsecas da própria marca.

    Quando se trata do segmento de eletroeletrônicos, o varejista se defronta com o achatamento das margens, fruto da concorrência via preços, e procura a expandir o faturamento através do aumento do volume de vendas. Portanto, a presença em regiões com forte potencial de crescimento passa a ser um elemento indispensável.  


    Em abril, o volume de vendas no comércio varejista no segmento restrito, ou seja, segmento que não inclui materiais de construção e nem venda de veículos, apresentou queda de 3,0% ante o mês de março, maior queda apresentada nos últimos 10 anos. No entanto, esse resultado não deve ser interpretado como uma tendência. A receita nominal de vendas, por sua vez, apresentou crescimento de 0,3%, o que indica aumento nos preços dos bens consumidos. Apresentaram queda no volume de vendas os segmentos: livros, jornais, revistas e papelaria     (-0,2%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,7%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,9%), combustíveis e lubrificantes          (-2,0%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-10,5%).

    Esse resultado pode ser explicado por vários fatores. Podemos citar: o feriado de Páscoa, que ocorreu antes do período em que geralmente ocorre, e a antecipação das compras de eletrodomésticos para o Dia das Mães, devido ao fim da isenção do IPI. Isso ocasionou reflexo nas compras do mês de abril.

    O comércio continuará sendo impactado positivamente por outros fatores, como o rendimento médio do trabalhador, queda do desemprego, aumento da massa salarial e crédito acessível para o consumo, mesmo com os recentes aumentos da taxa básica de juros do país. O resultado do mês de abril não permanecerá nos próximos meses. Um exemplo dessa tendência para o comércio varejista é o investimento feito pelo grupo americano Walmart na construção de um hipermercado dentro dos padrões de "sustentabilidade" na cidade de Presidente Prudente. O valor a ser invertido é de cerca de R$ 40 milhões e irá gerar 300 empregos na cidade. A unidade será inaugurada até o final de 2010.


    A varejista francesa de materiais de construção, Leroy Merlin, líder no segmento no país desde o ano passado, investirá R$ 1 bilhão no Brasil até 2014. O plano da empresa é a abertura de mais 20 lojas e ampliação das demais 19 lojas já existentes. Além disso, a Leroy Merlin pretende entrar no e-commerce, com um portal de vendas na internet, algo ainda novo no segmento, pois somente a C&C possui um portal de vendas on-line.

    Esse investimento dobrará o número de empregados da rede francesa no Brasil, o quarto no ranking de nove países onde a empresa possui lojas. As lojas que serão abertas até o final de 2014 deverão se concentrar mais nas regiões Sul e Sudeste, mesmo com a crescente demanda existente no Nordeste, pois as dificuldades de transporte para essa região ainda são grandes. Em 2009, a empresa ultrapassou a líder do segmento de varejo de materiais de construção, a C&C, que liderou o segmento por nove anos.

    A redução do IPI de materiais de construção, medida que foi prorrogada até o fim de 2010, vem beneficiando o setor brasileiro do segmento de varejo ampliado de materiais de construção. O país possui demanda para a construção civil e esse investimento acompanha o mercado, que ainda pode ser melhor explorado. Em conjunto com o aumento do rendimento médio e da massa salarial, a tendência é de crescimento das vendas de materiais para obras, principalmente para classe C. O volume de vendas de materiais de construção, no primeiro trimestre de 2010, apresentou crescimento de 14,7% em relação ao mesmo período do ano anterior e a receita desse segmento se elevou 19% na mesma base comparativa, o que indica que esse mercado está aquecido. No longo prazo, porém, pode haver barreiras às inversões em construção civil. O aumento recente da taxa básica de juros encarecerá o crédito em um momento posterior e poderá desacelerar as vendas, se configurando como um risco.


    A rede varejista Leader, especializada em artigos de vestuário, sediada em Niterói (RJ), investiu R$ 20 milhões na abertura de sua loja virtual, que irá comercializar em torno de 5 mil itens, desde cama, mesa e banho até eletroportáteis. Esse investimento viabilizará a participação da rede nas vendas em estados nos quais ainda não possui lojas físicas, como é o caso de São Paulo. A rede possui 45 lojas físicas, localizadas nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia e Rio de Janeiro. O centro de distribuição da rede se localizará em Barueri (SP), de onde sairão todos os produtos vendidos para o restante do país, o que reduzirá os custos com lojas físicas e facilitará o acesso do público consumidor aos preços e aos produtos da rede.

    Espera-se, nos próximos anos, segundo a própria rede, um aumento no faturamento da empresa, onde as vendas no e-commerce serão responsáveis por 30% deste faturamento. No ano de 2009, a rede teve uma receita de R$ 900 milhões, e, para o ano de 2010, espera-se algo em torno de R$ 1 bilhão.

    O investimento da Leader no e-commerce é explicado pela grande participação dos consumidores da chamada classe C nas vendas on-line, respondendo por 35% do comércio na internet. Além disso, um portal facilita a entrada em novos mercados, reduz custos, e possibilita aos consumidores maiores informações referentes aos preços dos produtos, levando em consideração que a concorrência entre as varejistas se dá através do preço.


    Foi anunciada, no dia 29 de março, a fusão da Ricardo Eletro, rede varejista de Minas Gerais, com a Insinuante, rede varejista de móveis e eletrodomésticos da Bahia. Segundo a própria diretoria, a decisão de fundir as duas redes ocorreu após a compra da Casas Bahia pelo grupo Pão de Açúcar. O novo grupo será o segundo maior varejista de móveis e eletroeletrônicos do país.

    O faturamento estimado da nova rede é de R$ 4,6 bilhões por ano, com 480 lojas espalhadas por 17 estados brasileiros, tornando-se o segundo maior varejista do país. Juntas, Ricardo Eletro e Insinuante pretendem ampliar seus negócios, primeiro no Rio de Janeiro, com investimento de R$ 50 milhões para a abertura de 30 lojas no estado, e, depois, a partir de 2011, em São Paulo e no Nordeste.

    Essas fusões ocorridas recentemente no varejo, indicam uma maior concentração de mercado no setor, com redução dos preços aos consumidores através do mecanismo de concorrência, apresentando, também, uma forte sinergia com o mercado nordestino, que apresenta, nos últimos anos, crescimento do comércio acima da média nacional.


    Foi inaugurado, no dia 24 de fevereiro, um novo centro de distribuição do Carrefour, a segunda maior varejista do país. Com investimentos de R$ 27 milhões, o CD localizado em Manaus reforçará as operações na cidade, aumentando a gama de produtos oferecidos nas gôndolas. Outro ponto importante é que o imóvel servirá de suporte para o comércio eletrônico, segmento que entrará em funcionamento em março, ampliando abrangência das vendas e diminuindo os custos para a expansão dos negócios na região.

    As boas perspectivas para o crescimento da demanda interna, incidindo principalmente no comércio varejista, estão motivando, não só volumosos investimentos, como fusões das empresas do setor. Nesse ponto, destaca-se o crescimento das Regiões Norte e Nordeste, com aumento do volume de vendas no varejo superior à média nacional, o que torna o investimento no CD de Manaus estratégico para a participação de mercado da varejista.

    Na esteira do desenvolvimento dos negócios online no Brasil, a entrada do Carrefour nas vendas via web, com o suporte do CD-Manaus, já posiciona a varejista em um mercado que cresce a uma taxa superior a 30% ao ano e pode ser amplamente explorado na Região Norte a medida em que os programas de inclusão digital dinamizam o potencial de crescimento da Região.


    A despeito dos prognósticos de agravamento da crise em 2009, o Carrefour, líder do segmento supermercadista brasileiro, pretende manter um fluxo intenso de investimentos para os dois próximos anos. Com objetivo de manter uma expansão vegetativa, bem como impedir que sua participação seja minada por outros agentes de peso, notadamente Wal-Mart e Pão-de-Açucar, a companhia francesa pretende investir R$ 1 bilhão em 2009 na abertura de 70 novas lojas divididas entre as bandeiras Atacadão, Carrefour, Carrefour Bairro e Dia%.
    Com um faturamento de R$ 8,4 bilhões no ano de 2008, o grupo registrou um crescimento da ordem de 26% sobre o resultado de 2007 e aposta no crescimento do mercado brasileiro, que se situa, em ordem de importância, apenas atrás do francês e espanhol. Para tanto, pretende repetir o volume de investimentos também em 2010 e tem perspectivas de manter um fluxo estável até 2015.
    Em um cenário onde a diminuição de estoques e maior agilidade nas operações logísticas torna-se primordial, o Carrefour acredita que a relativa estabilidade no consumo dos itens alimentícios será suficiente para a compensação de uma eventual retração no consumo de eletroeletrônicos, que tende a sofrer maiores impactos da escassez de crédito. Vale lembrar que os preços desses bens podem sofrer reajustes à medida que o varejo repõe os estoques, portanto, existe a perspectiva de que se preconize o atendimento à demanda de bens de consumo não-duráveis.
    O espaço para aquisições não está descartado. À medida que os pequenos varejistas são pressionados por uma "guerra de preços" existe a oportunidade das grandes empresas, como o Carrefour, capitalizadas pelos sucessivos aumentos no faturamento, fortalecerem suas posições no mercado. Como exemplo disso, o Grupo Pão de Açúcar criou um departamento de fusões e aquisições em parceria com o Itaú BBA e também pretende investir uma cifra aproximada de R$ 1 bilhão no ano de 2009 e o mesmo pode ser dito para o Wal Mart que pretende superar a casa de R$ 1,5 bilhão a ser investido no período.
    Ao que tudo indica as grandes empresas do varejo não estão dispostas a perder as eventuais oportunidades que a crise possa gerar.


    A Parmalat anunciou dia 02/02 a venda de uma de suas fábricas - em Guaranhuns, Pernambuco -, para a gaúcha Bom Gosto. A operação faz parte da estratégia recomendada durante reunião do Conselho de Administração da Laep Investiments Ltda. no final de setembro e declarada em novembro à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O Conselho de Administração recomendou naquela ocasião a venda "de certos ativos não-estratégicos das subsidiárias diretas e indiretas".
    A Bom Gosto, por sua vez, protagonizou uma fusão com o laticínio Líder há pouco mais de dois meses, além das aquisições anunciadas no ano passado. O faturamento da Bom Gosto deve alcançar em 2008 cerca de R$ 1,34 bilhão. Para 2009, a previsão é de uma receita conjunta de pelo menos R$ 1,5 bilhão, projeta a empresa.
    A Parmalat produzia lácteos em Pernambuco desde 1994. Nos últimos dez anos, essa única fábrica agora negociada por R$ 31 milhões com a Bom Gosto, recebeu pelo menos R$ 40 milhões em investimentos.

    Através da bandeira Maxxi, a varejista norte americana Wal Mart, pretende fazer frente no Estado de São Paulo aos outros dois grandes players, Pão-de-Açucar e Carrefour, que detém as bandeiras Assai e Atacadão; no segmento de “atacarejo”.
    Com o advento do consumo da classe C, principalmente, o segmento passou a ser preconizado pelas grandes varejistas. A aquisição da bandeira Maxxi, inicialmente restrita à Região Sul, data de meados de 2004; no entanto, a expansão para outras regiões do país só começou a ganhar corpo em 2008. Os investimentos futuros se destinarão às regiões Sudeste, Nordeste e Centro Oeste, sendo que a expansão partiu da Bahia, em virtude da pungente inserção de novos consumidores que vem acontecendo no Estado. Outra característica importante da estratégia do Wal Mart, que funciona através da segmentação de preços, é a perspectiva de lançamento das “lojas de bairro” Todo Dia, visando capturar o maior número de nichos do mercado de consumo popular. O Maxxi se responsabilizaria pelas compras mensais e o Todo Dia pelo consumo pontual.
    Frente à crise mundial, o consumo de bens não-duráveis, principalmente aquele norteado pelo preço, passou a ser uma forma que os varejistas têm de impedir a corrosão de seus ativos. O advento do formato do “atacarejo” mostra-se como mais um passo para a disputa da preferência do consumidor através itens low price.


    No dia 22 de setembro, segunda-feira, foram inauguradas 50 lojas da rede varejista Magazine Luiza, totalizando 447 unidades nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A aposta sobre as novas lojas recairá na utilização dos cartões próprios como meio de pagamento. Segundo dados divulgados pela própria empresa, os pagamentos com carnê caíram de 60% do total vendido, para uma parcela inferior a 25%, o que abre margem para uma possível expansão das vendas na medida em que a transição entre meios de pagamento se faz mister. O Magazine Luiza vê essa realidade como pedra angular para a inserção de seus negócios em um mercado tão acirrado como é o varejo na região metropolitana de São Paulo.
    As novas lojas se destinarão ao atendimento da classe C, representante de 43,4% do total de potenciais consumidores, 2,8 milhões, de acordo com dados obtidos junto à Associação Comercial de São Paulo, Serasa e Unibanco. Os recursos destinados a essa nova empreitada somam um total de R$ 150 milhões e a perspectiva é de que sejam abertas 120 lojas até 2010. Entre 30 e 40% dos recursos são de origem própria e o restante obtido através de linhas de crédito do BNDES que já aprovou R$ 75 milhões para utilização em novos projetos.
    A inserção das novas unidades deve pressionar as margens do setor, fazendo com que a concorrência se dê principalmente no aumento da escala comercializada. A demanda pelos eletroeletrônicos, segmento do comércio varejista que mais vem crescendo em volume de vendas no último ano, será o principal alvo do Magazine Luiza, colocando-o frente a frente com as Casas Bahia, atual líder desse mercado, detentora de 74% do total de vendas da linha branca, 43% de eletroportáteis e 60% das vendas de câmeras filmadoras e fotográficas. Em virtude da clara expansão do mercado varejista é possível que não haja perdas significativas para os grandes agentes, uma vez que expansão deve ser feita sobre a demanda adicionada, entretanto, a intensa concorrência será um elemento considerável a contenção na variação positiva dos preços praticados.


    A Lojas Renner, uma das maiores redes de lojas de departamento brasileira, anunciou na quinta-feira, 4 de setembro de 2008, a aquisição da Leader Participações, responsável por 100% do braço varejista da mesma, bem como detentora de 50% do capital social da administradora de cartões homônima.
    Com a operação, orçada em R$ 670 milhões, sendo 35% desse valor parcelado até 2013, a Renner amplia a segmentação do mercado varejista reiterando sua posição junto ao consumidor médio e de alta renda, enquanto objetiva, através da Leader, contemplar a demanda por artigos populares. A aquisição também será significativa para a base de cartões private label, totalizando aproximadamente 17 milhões de unidades. Foi firmado com o Bradesco, proprietário da outra metade da Leader Crédito, um contrato de prioridade na aquisição de ambas as partes.
    O faturamento de ambas empresas, no ano de 2007, foi R$ 3,1 bilhões em 133 lojas e 3 centros de distribuição. Quanto aos cartões de crédito, Renner e Leader, emitiram mais de 15,5 milhões de unidades.


    O aumento do imposto sobre operações financeira (IOF) anunciado pelo governo, na última quarta feira (02/01/08), eleva em 0,38% a alíquota sobre as operações de crédito, seguros e câmbio. O impacto na renda do consumidor será mais significativo para a classe média, que utiliza do cheque especial e cartão de crédito em suas despesas mensais.
    Ocorrerá, também, o encarecimento dos produtos que venham a ser pagos parceladamente, proporcional à magnitude de seu preço, isto é, artigos de alto valor agregado, computadores, TVs de plasma e LCD, ficarão proporcionalmente mais caros, como é o caso do financiamento de veículos automotores. Entretanto, a pessoa física será isenta da taxa sobre o crédito na aquisição de imóveis, o que minimizará o impedimento às perspectivas de crescimento da construção civil no ano de 2008.

    O fortalecimento da confiança do consumidor, que de acordo com a Fundação Getúlio Vargas atingiu seu pico histórico no mês de dezembro, se traduziu em forte ampliação das vendas do comércio varejista nesse Natal. O ICC/FGV (Índice de Confiança do Consumidor) atingiu valor de 120,3 pontos em dez/07, uma alta de 5,2% frente a nov/07 (114,3 pontos), o maior índice registrado até então. Ainda que os dados levantados pelo IBGE para todo o país ainda não tenham sido divulgados, a Associação Comercial de São Paulo apurou que as vendas no varejo do estado de São Paulo entre 21 e 23 de dezembro foram 9,9% maiores que as do mesmo período de 2006. Os resultados no acumulado entre 1 e 25 de dezembro já garantiriam o melhor Natal em vendas dos últimos dez anos (cerca de +7,9%).
    Diversos fatores explicam esse comportamento do comércio varejista. A expansão do crédito (+28,1% no acum. jan-out/07) ganhou expressão principalmente no crescimento das vendas do bens de consumo duráveis, mas também vem desempenhando papel relevante no consumo de não- duráveis dadas as parcerias firmadas entre supermercados e instituições financeiras na emissão de cartões de crédito private label e empréstimos pessoais. Os eletroeletrônicos ainda contaram com redução de preços (-3,4% no acum. jan-nov/07), condicionada pela apreciação cambial, e com a introdução de novos produtos, com destaque para os televisores de tela de plasma ou LCD, e a popularização de outros, como os aparelhos de DVD. Ademais, a apreciação cambial favoreceu a venda de computadores (desktops e laptops), cujos preços (-13,6% no acum. jan-nov/07) também foram condicionados por medidas de isenção fiscal.
    Apesar do papel central dos efeitos crédito e preço, a evolução do rendimento médio (+3,3% jan-nov07/jan-nov06) e da massa salarial (+6,3% jan-nov07/jan-nov06) é importantes não apenas para as vendas de não-duráveis, mas principalmente para dar sustentabilidade aos maiores níveis de endividamento, de maneira a manter controlados os índices de inadimplência.