Novo no site?


Login


Esqueceu a Senha? (X)

Recuperar Senha


(X)

Digite sua nova senha


Ver senha

Ver senha

(X)

Já tem uma conta?


Inscreva-se


(X)
Farooq


BLOG LAFIS

Home Blog
  • carnes, empresas do setor carnes, aves, empresas do setor aves, suinos, empresas do setor suinos,  economia, macroeconomia

    A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou recentemente algumas perspectivas para o setor de carnes em 2025, com números especialmente positivos para as carnes suína e de frango.

    A demanda internacional aquecida e o controle de custos, favorecidos pela baixa nos preços de grãos, proporcionam um cenário otimista para o setor. Especificamente, a produção de carne suína deverá alcançar 5,45 milhões de toneladas em 2025, enquanto a de carne de frango pode atingir 15,51 milhões de toneladas.

    Em termos de exportação, espera-se que as vendas de carne de frango cresçam 1,9% em relação a 2024, atingindo 5,2 milhões de toneladas. A competitividade do produto brasileiro, aliada à ausência de Influenza Aviária em granjas comerciais e a um câmbio favorável, constitui um diferencial estratégico. Adicionalmente, o mercado interno também deve se beneficiar, com um crescimento projetado de 2,3%, o que elevaria o consumo para 10,32 milhões de toneladas.

    O mercado de carne suína segue um caminho semelhante, com incremento tanto nas exportações quanto no mercado doméstico. Para o ambiente interno, a projeção é de um crescimento de 1,1%, com uma oferta de 4,2 milhões de toneladas, enquanto as exportações podem alcançar 1,27 milhão de toneladas, um aumento de 3%. Vale destacar a diversificação de destinos no mercado externo: enquanto em 2020 a China representava mais de 50% das exportações, essa participação caiu para menos de 20% em 2023, à medida que outros mercados, como Emirados Árabes, Rússia e Filipinas, emergem como compradores significativos.

    Contudo, o cenário para a carne bovina apresenta uma dinâmica diferente. Embora as exportações devam crescer 2,5%, alcançando 3,66 milhões de toneladas, a produção doméstica pode cair para 9,78 milhões de toneladas. Essa redução se deve ao ciclo pecuário, que prevê a retenção de fêmeas e, consequentemente, uma menor oferta de animais para abate. Assim sendo, a disponibilidade interna deverá se estabilizar em torno de 6,2 milhões de toneladas.

    Portanto, as projeções reforçam o papel do Brasil como líder global na produção e exportação de proteínas animais, ainda que há desafios específicos em certos segmentos. As tendências indicam um crescimento moderado, sustentado tanto pela demanda internacional quanto pela estabilidade do mercado interno.

    Especialista do Setor Henrique Pavan.

     


    Nos últimos anos, o mercado vem se movimentando com notícias e investimentos milionários de start ups dedicadas à produção de carne de laboratório. Enquanto alguns apontam ser este o futuro da alimentação, recomenda-se aqui um tanto de ceticismo e cautela. Elevados custos de produção – pressionados também pela ausência de  grandes escalas de produção e comercialização -, restrições por parte dos consumidores e as próprias dificuldades de replicação devem seguir como obstáculos a essa importante, mas ainda incipiente, inovação.

    Enquanto isso, estudos recentes apontam para uma predileção dos consumidores mundiais para as proteínas de origem animal. Melz et al (2014)[1], em estudo abrangendo o período entre 1995 e 2013, encontram evidências de que a relação entre renda a consumo de carne é positiva e mais que proporcional. Em outras palavras, um aumento em 10% da renda dos consumidores mundiais implica em variação do consumo de carne bovina ainda maior. Favro et al (2021)[2] encontram evidência semelhante para o consumo da carne de frango, em estudo que coletou evidências entre 2002 e 2015.

    Pois bem, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou recentemente suas projeções para o PIB mundial para 2024 e 2025. Em ambos, espera-se um crescimento de 3,2%. Dentro deste universo, os países emergentes devem crescer acima da média: 4,2%. Vale destacar que Índia, China e Rússia registrarão crescimentos médios no biênio de, respectivamente, 6,7%, 4,4% e 2,5%. São mercados que consomem grande quantidade de carnes. Além disso, por se tratar de países em desenvolvimento, os incrementos de renda de sua população se traduzem em maior procura por alimentos que enriquecem a dieta cotidiana.

    Para além disso, há outros mercados emergentes que devem impulsionar a demanda por proteína animal. Deve-se ficar de olho sobretudo no Oriente Médio e no Sudeste Asiático. Com isso, a produção brasileira deve colher benefícios mantendo-se na liderança geral do setor. Inovações e diversificação na dieta humana devem sem dúvida surgir no horizonte, mas provavelmente a passos ainda lentos.

    Especialista do Setor Henrique Pavan.

     




    O primeiro trimestre de 2024 apresentou bons resultados para a pecuária no Brasil. Entretanto, o desempenho das exportações não se mostrou tão promissor: a receita proveniente das vendas no exterior do segmento de carnes (bovina, suína, frangos e outras) alcançou US$ 5,01 bilhões no período. Isso significa uma queda de 9,2% em comparação com o mesmo período de 2023. Destaca-se que a maior diminuição nas vendas ocorreu na carne de frango, que registrou uma receita total de US$ 1,67 bilhão entre janeiro e março deste ano, uma queda de 34,2% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

    No entanto, é importante ressaltar que o primeiro trimestre de 2023 teve um comportamento excepcional e atípico no que diz respeito ao fluxo de exportação da avicultura brasileira, com março daquele ano atingindo o valor máximo da série histórica divulgada pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Assim sendo, em termos de tendência, as vendas registradas no primeiro trimestre de 2024 estão alinhadas com o padrão esperado para o setor. Espera-se uma recuperação gradual das exportações de frango para os próximos meses, especialmente por conta do surto de gripe aviária que vem assolando alguns dos países concorrentes.

    Com relação à carne suína, o volume exportado aumentou 2% em comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo 276,02 mil toneladas enviadas ao exterior entre janeiro e março de 2024. O Brasil compensou a redução da demanda chinesa (cerca de 49% de queda no primeiro trimestre deste ano) com a diversificação dos mercados de destino: países como Filipinas, Chile, Japão e Coreia do Sul  geraram uma receita de US$ 203,36 milhões no primeiro trimestre de 2024 para os exportadores brasileiros, valor que representa 34,68% do total de exportações no período, indicando um crescimento de 69,26% em relação ao mesmo trimestre de 2023.

    Esse desempenho do Brasil no mercado internacional se deve em grande medida aos altos níveis de segurança sanitária praticados em nossa suinocultura, algo que oferece confiança aos consumidores internacionais, garantindo assim a demanda por nosso produto. Ademais, tanto no caso da produção de carne suína como na de frangos, a produtividade e a eficiência brasileiras se destacam, mantendo-nos em posições de destaque, apesar de pontuais oscilações de mercado.

    Especialista do Setor Henrique Pavan

     


    Em janeiro de 2024, pelo quinto ano consecutivo, houve queda no nível de rebanho bovino nos Estados Unidos. O país contava com 87,2 milhões de bovinos e bezerros no início de 2024, registrando uma queda de 2% em relação ao ano anterior, conforme relatório do USDA.

     

    O número de vacas de corte também apresentou uma redução de 2%, totalizando 28,2 milhões de cabeças, o menor volume desde 1961. Um ano atrás, o rebanho de vacas de corte havia alcançado seu nível mais baixo desde 1962. Durante esse período, o número de vacas leiteiras diminuiu em 0,4%, totalizando 9,4 milhões de cabeças.

    A explicação para tal queda reside no clima. Ao longo do ano, o tempo seco no oeste do país reduziu as terras disponíveis para pastagens, o que aumentou os custos com alimentação. Assim sendo, os produtores tiveram de reduzir a oferta de gado, fazendo com que o país aumentasse suas importações e diminuísse as exportações para amenizar a menor disponibilidade interna.

    Apenas uma efetiva política de recuperação de terras e de redução dos efeitos da seca poderia voltar a normalizar a produção no país.

    Especialista do Setor Henrique Pavan.

     


    A proteína vem se destacando nos últimos anos, especialmente como substituta da carne bovina que teve seus preços elevados a níveis recordes. Ademais, a Gripe Africana que abateu cerca de 1/3 do rebanho chinês em 2019, colaborou para o aumento da demanda de suínos brasileiros, elevando seus preços a patamares históricos.
    De janeiro a agosto deste ano, o Brasil exportou 798,5 mil toneladas de carne suína, volume 12,3% maior que o escoado no mesmo período de 2022. O expressivo incremento no volume embarcado em 2023 (até agosto) está relacionado à maior demanda de destinos da Ásia, como China (+4,5%), Filipinas (+26,4%) e Hong Kong (+17,7%), que, até agosto, haviam importado respectivamente 282,9 mil toneladas, 78,04 mil toneladas e 78,01 mil toneladas da carne suína brasileira.
    Segundo relatório da Cepea, “o excelente desempenho dos embarques de carne suína pelo setor exportador suinícola nacional está atrelado à diversificação de países de importadores, como é o caso do México, cujo destino iniciou as compras em fevereiro deste ano com 26,99 toneladas e já chegou a 4 mil toneladas no último mês. Além da liberação de produtos processados, exemplo disso é Singapura, acordo ratificado em agosto, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). ”

    Especialista do Setor Marcos Henrique


    A pandemia da COVID-19 causou uma reviravolta econômica sem precedentes em todo o mundo. Empresas de todos os setores enfrentaram desafios significativos, desde restrições de operação até mudanças nos hábitos de consumo dos clientes.

    Nesse cenário de recuperação, é crucial que as empresas estejam preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem. E uma ferramenta valiosa para essa preparação estratégica é a análise setorial.

    Compreender as tendências do mercado, as mudanças de comportamento do consumidor e as demandas emergentes torna-se essencial para se posicionar de forma inteligente e competitiva.

    Este texto explora a importância da análise setorial como uma poderosa aliada das empresas na retomada econômica, e como a análise setorial pode ajudar as organizações a identificar oportunidades, mitigar riscos e tomar decisões informadas que impulsionem seu crescimento.

    Prepare-se para desvendar os segredos por trás da análise setorial e descubra como essa ferramenta estratégica pode levar sua empresa a um novo patamar de sucesso.

     

    Entendendo a retomada da economia e o papel da Análise Setorial

     

    Após um período desafiador de incertezas e instabilidades, a retomada econômica pós-pandemia já se tornou uma realidade.

    No entanto, é importante compreender que o cenário econômico atual é marcado por mudanças significativas nos comportamentos de consumo, nas dinâmicas de mercado e nas demandas dos clientes.

    As empresas que desejam se destacar nesse novo contexto precisam adotar uma abordagem estratégica, antecipando-se às transformações do mercado e se adaptando rapidamente. É aqui que a análise setorial desempenha um papel fundamental.

    A análise setorial permite que as empresas compreendam em profundidade o panorama do seu setor de atuação. Ela vai além da análise macroeconômica geral e mergulha nas especificidades de cada segmento, identificando as principais tendências, desafios e oportunidades que surgem durante a retomada econômica.

    Ao entender os fatores-chave que impulsionam o crescimento do setor, as empresas podem ajustar suas estratégias, reposicionar seus produtos e serviços e se adaptar às novas demandas dos consumidores.

    Além disso, a análise setorial ajuda as empresas a avaliarem a competitividade do mercado, identificando os principais concorrentes e suas estratégias. Com base nessas informações, é possível desenvolver estratégias diferenciadas, encontrar nichos de mercado pouco explorados e conquistar uma vantagem competitiva.

    Em suma, a análise setorial permite que as empresas estejam à frente da curva, antecipando-se às mudanças do mercado e tomando decisões fundamentadas. Na próxima seção, exploraremos em detalhes como essa ferramenta valiosa pode ser aplicada de forma eficaz, fornecendo vantagens estratégicas e impulsionando o crescimento empresarial na retomada econômica pós-pandemia.

    A análise setorial desempenha um papel crucial na tomada de decisões estratégicas das empresas durante a retomada econômica pós-pandemia. Ela oferece uma visão aprofundada das tendências e mudanças que estão moldando o mercado, permitindo que as empresas compreendam o cenário em que estão inseridas e se posicionem de maneira estratégica.

     

    Benefícios da Análise Setorial para as empresas

     

    Ao adotar uma abordagem estratégica baseada na compreensão das tendências e mudanças do mercado, as empresas podem obter vantagens significativas. Vejamos alguns dos benefícios-chave da análise setorial:

     

    Identificação de oportunidades de crescimento: permite que as empresas identifiquem oportunidades emergentes e nichos de mercado pouco explorados – o que permite a possibilidade de direcionar seus recursos e esforços para o desenvolvimento de produtos ou serviços inovadores, atendendo às necessidades específicas dos clientes.

     

    Tomada de decisões informadas: Com acesso a dados e informações precisas sobre o setor, as empresas podem tomar decisões estratégicas fundamentadas, permitindo que empresas se adaptem rapidamente às mudanças do mercado.

     

     

    Vantagem competitiva: A análise setorial ajuda a identificar os pontos fortes e fracos dos concorrentes, bem como as lacunas no mercado que podem ser aproveitadas. Isso permite que as empresas se posicionem de forma única, atendendo às necessidades dos clientes de maneira mais eficaz do que seus concorrentes.

     

    Mitigação de riscos: auxilia na identificação de riscos e ameaças que podem afetar o desempenho das empresas. Ao antecipar esses desafios, as empresas podem desenvolver estratégias de mitigação adequadas e estar preparadas para enfrentar obstáculos.

     

    Aproveitamento das tendências de mercado: as empresas podem se adaptar de maneira proativa e capitalizar as oportunidades que surgem, ajustando-se rapidamente às mudanças nos comportamentos do consumidor, nas demandas de mercado e nas inovações tecnológicas.

     

    A análise setorial é uma ferramenta poderosa para as empresas que deseja estar sempre prontas aos desafios do seu mercado.

    Ao identificar oportunidades de crescimento, mitigar riscos, adaptar a estratégia de negócios e conquistar uma vantagem competitiva, as empresas estarão bem posicionadas para se destacar no mercado e alcançar o sucesso.

    Lembre-se de que a implementação da análise setorial requer uma coleta cuidadosa de dados, análises aprofundadas e monitoramento contínuo. Além disso, contar com especialistas nessa área, como a LAFIS, pode fornecer um apoio valioso na interpretação dos dados e na orientação estratégica.


    A conjuntura do setor em 2022 vem sendo marcada, assim como o de todas as commodities em que o Brasil se destaca, pelo conturbado cenário externo. Seja em função dos desequilíbrios produzidos pela volta da atividade pós-pandemia ou, mais recentemente, pelo conflito bélico entre Rússia e Ucrânia, há impactos diretos e indiretos. Embora o Brasil esteja geograficamente afastado da guerra e seu principal cliente, a China, não esteja envolvido, os impactos indiretos podem ser percebidos.

    De um lado, o aumento do preço dos grãos utilizados como ração para os animais tem pressionado a estrutura de custos do setor. Num contexto interno de renda comprimida, os produtores têm tido dificuldade de repassar aos preços, sendo obrigados, em alguns casos, reduzir a margem de lucro para evitar perdas. Por outro lado, os embargos e disputas comerciais, se acirram dentro de um contexto de guerra, obrigando todos os países irem em busca de novos parceiros; no dia 13 de maio, a China autorizou 13 frigoríficos dos EUA a exportarem para o país, enquanto suspendeu mais quatro frigoríficos brasileiros. Seja por fatores econômicos ou geopolíticos, o cenário externo vem sendo o fiel da balança para o setor.

    Acumulado de janeiro a abril, as exportações de carne bovina atingiram 732,4 mil toneladas, alta de 30% em comparação ao primeiro quadrimestre do ano passado. Já as receitas, atingiram US$ 4 bilhões no período, uma alta de 60% sobre o mesmo período de 2021. A China segue na dianteira como maior compradora, responsável por 344,4 mil toneladas de janeiro a abril, 37,2% a mais que o observado no mesmo período do ano passado. A tendência de alta deverá ser mantida enquanto o cenário externo permanecer como o atual.

    Especialista do Setor Marcos Henrique

    A ausência de respostas dos importadores chineses preocupa a cadeia produtiva brasileira, que já soma 20 dias sem exportar ao seu maior cliente, responsável por cerca de 60% das compras. Segundo o relatório semanal do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), o diferencial de base MT – SP encurtou 3,73 p.p. na terceira semana de setembro ante a segunda. O recuo mais intenso nas cotações da arroba mato-grossense ante a São Paulo influenciou para este cenário.  

    Após a confirmação de dois casos atípicos da doença da “vaca louca” em Minas Gerais e Mato Grosso, as expectativas dos agentes eram de que a China voltaria a comprar do Brasil em duas semanas, no máximo. O Ministério da Agricultura afirma ter enviado todas as informações sanitárias que são necessárias, mas o país asiático segue em compasso de espera, sem dar mais informações.

    A despeito da concorrência externa, a China não tem muitas opções de compra, tendo em vista a limitação da oferta de países como Argentina e Austrália e, adicionalmente, o fato de que, ao contrário do Brasil, os EUA não renunciam ao abastecimento interno em troca do exportador chinês. Com o mercado interno fragilizado e a renda comprimida, a indústria brasileira não vê alternativa e vem reduzindo suas compras, o que tem provocado queda nas cotações, mas ainda em velocidade lenta, o que não deve atrapalhar a performance do setor caso a situação se normalize nos próximos dias.

    Analista responsável Marcos Henrique

    Os preços da carne têm se mostrado um desafio ao consumidor brasileiro, em especial como resultado da demanda externa, além de fatores internos como diminuição de abates no segundo trimestre de 2021 e a redução no número de matrizes. A arroba bovina, que vem num comportamento recorde e crescente desde o final de 2019, não mostra sinais de arrefecimento, comportamento que se reflete também em outras proteínas, como suína e frango, por meio do efeito substituição. Com o desemprego elevado e a renda comprimida, o consumidor brasileiro tem optado também por outros tipos de proteína mais em conta, como o ovo de galinha, por exemplo.

    De acordo com os resultados preliminares da pesquisa de abates feita pelo IBGE (o resultado sai em 10/09), o abate de bovinos caiu 4,5%, enquanto o de suínos cresceu 7,1% e o de frangos aumentou 7,4% no segundo trimestre de 2021, na comparação com o mesmo trimestre de 2020. Já na comparação com o primeiro trimestre de 2021, houve aumento no abate de bovinos (7,7%) e no de suínos (3,2%), enquanto o de frangos caiu (-3,0%). 

    A seca em diversas regiões do país, que diminui a disponibilidade de grãos para ração e os custos de transportes majorados pela alta nos combustíveis fósseis, certamente tiveram impactos negativos sobre a decisão de produtores e compradores. Adicionalmente, com os preços de exportação elevados, há maior direcionamento de proteína para o exterior, reduzindo a disponibilidade interna e elabando ainda mais os preços.

    Na contramão, porém, os exportadores vêm obtendo resultados recordes. Além do já destacado aumento dos preços externos, a China segue comprando em grande intensidade e, entre janeiro e julho de 2021, o país asiático comprou 490,17 mil toneladas, 8,5% acima do observado no mesmo período do ano passado e correspondendo a 54% das vendas brasileiras. No total, embora o volume de carne exportada tenha caído nos sete meses de 2021 em comparação ao mesmo período de 2020, a receita cambial teve elavação de 6,75%, ultrapassando US$ 4,4 bilhões no que diz respeito apenas à carne in natura. 

    Analista responsável Marcos Henrique

    O custo da carne bovina tem pesado no orçamento das famílias. Câmbio desvalorizado, demanda externa aquecida e menor oferta de animais no pasto são os principais fatores a pressionar os preços da carne, o que tem feito os consumidores alterarem seus hábitos alimentares. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o setor de carnes espera um aumento no consumo de frango, suínos e ovos, diante da diminuição na demanda por carne bovina.

    Segundo o presidente da associação, “houve uma diminuição na produção de carne bovina e um aumento na exportação, então uma oferta menor, o que fez com que o boi aumentasse de preço. E, realmente, as proteínas, quando comparadas em preços efetivos, são mais acessíveis a suína e a de frango. O consumo de carne suína aumentou 5,5%, enquanto para o frango foi de 6,5%. Isso tem relação com os hábitos alimentares. As pessoas, durante a pandemia, procuraram novas alternativas de consumo de proteínas, com a inserção de mais carnes suína e de frango dia a dia. Essa é uma situação que já vem se prolongando há bastante tempo e deve se consolidar até o fim do ano”.

    No mesmo sentido, destaca-se os bons ventos para as demais proteínas, com reflexos na performance dos criadores. Maior produtor de carne suína e segundo maior produtor de carne de frango do Brasil, Santa Catarina segue ampliando mercados e consolidando sua presença internacional. No primeiro semestre de 2021, o Estado exportou mais de 775,6 mil toneladas de carnes, com um faturamento que passa de US$ 1,5 bilhão – 5,6% a mais do que no mesmo período do ano anterior. O estado do Sul não é apenas o maior criador, mas segue padrões rígidos e reconhecidos internacionalmente no que diz respeito aos aspectos sanitários. Desta forma, estima-se que o Brasil terá mais um ano positivo em termos de desempenho e performance do setor, ainda que a recuperação do emprego e da renda internamente ocorra de maneira mais lenta.

    Analista responsável Marcos Henrique

    O abate de animais tem crescido de maneira sistemática no Brasil nos últimos anos, cuja pecuária assume lugar de destaque na produção interna. Por outro lado, conjunturalmente, de acordo com o IBGE, as estatísticas parciais da Pesquisa de Abate Trimestral, mostram que, no 4º trimestre de 2020, o Brasil registrou abate de bovinos 8,5% abaixo do observado em 2019, enquanto houve crescimento no que diz respeito a frangos e suínos. 

    No que diz respeito ao gado bovino, foram 29,7 milhões de cabeças abatidas sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária federal, estadual ou municipal. A redução ocorreu após três anos de crescimento. Desta forma, o resultado voltou ao patamar de 2016 (29,7 milhões). Em 2017 foram 30,8 milhões; em 2018, 32 milhões; e em 2019, foram abatidas 32,4 milhões de cabeças bovinas. De acordo com o gerente de pesquisa do IBGE, “estamos no chamado ciclo de alta na bovinocultura após um período de baixa. A arroba subiu de preço, o bezerro, um dos principais insumos de produção, está escasso e valorizado. Isso quer dizer que quem tem fêmea, retém para criação de mais bezerros”.

    Por outro lado, a pesquisa também identificou que, em 2020, o abate de frangos e suínos seguiu a tendência de alta. Com aumento desde 2005, o abate de suínos cresceu 6,4% no ano passado, totalizando 49,3 milhões de cabeças abatidas, o que representa um novo recorde. Já o abate de frangos cresceu 3,3% e chegou a 6 bilhões de cabeças, novo recorde da série histórica. Em parte, o que explica as altas, além da demanda externa com a retomada pós-bloqueios, é o preço da arroba bovina que disparou, transformando em substitutos à mesa do brasileiro as duas carnes em destaque.

    Desta forma, de acordo com as projeções da Lafis, o setor deverá ter mais um ano de resultados positivos, com possibilidade de novos recordes no que diz respeito às receitas de exportação. O câmbio desvalorizado e o apetite da China são os fatores mais relevantes.
     
    Analista responsável Marcos Henrique


    O IBGE divulgou nesta semana a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), onde observa que o rebanho bovino cresceu 0,4% em 2019, depois de 2 anos de queda. “Essa leve recuperação foi puxada pelo estado do Mato Grosso, que aumentou seu rebanho em 5,1% e segue como estado com mais cabeças de gado, 31,7 milhões, respondendo por 14,8% do total nacional. Entre as grandes regiões, o maior crescimento de rebanho bovino ocorreu no Nordeste, avançando 2,7%. O Centro-Oeste, contudo, concentrou um terço do rebanho do país (34,5%), seguido pelo Norte (23,1%), que vem crescendo nos últimos anos.”

    O total de galináceos (1,5 bilhão de cabeças) ficou praticamente estável em relação a 2018, com variação de 0,1% (ou 940 mil animais). Já o rebanho suíno caiu 1,6%, totalizando 40,6 milhões de animais, mas o número de matrizes de suínos (4,8 milhões) teve leve alta (0,5%), crescendo pelo terceiro ano consecutivo. A região Sul detém o maior rebanho suíno e concentra 49,5% do total, apesar da queda de 2,4%, no ano, de acordo com a pesquisa. O bom desempenho do setor agropecuário pode ser atribuído, em boa medida, à elevação da produtividade, além da forte demanda externa por proteína animal.

    As exportações de carne bovina (in natura e processada) em setembro somaram 166,4 mil toneladas, alta de 2% ante mesmo mês de 2019, enquanto a receita atingiu US$ 668,7 milhões, contra US$ 679,8 milhões no ano anterior, de acordo com a Abrafrigo. No acumulado do ano, registra-se crescimento de 10% em relação a 2019, com total de 1,46 milhão de toneladas até o mês passado; no que diz respeito às receitas, a alta é ainda mais expressiva, acumulando 20% acima do observado até setembro de 2019.

    Neste sentido, os dados apresentados pelo IBGE reforçam o bom momento vivido pela pecuária brasileira, que vem inclusive abrindo novos mercados e recuperando antigos em função de crises sanitárias recentes. A produtividade, associada ao aumento da área de pastagem, em que pese as críticas dos ambientalistas, tendem a continuar melhorando o desempenho da oferta de proteína animal.

    Especialista do Setor Marcos Henrique. 

    A média do preço da arroba do boi no primeiro semestre situou-se 31,2% acima do observado no mesmo período de 2019. Após a forte inflação ocorrida nos meses finais do ano passado, o preço da arroba havia caído para abaixo de R$ 200 no primeiro bimestre de 2020. No entanto, após a volta da atividade econômica na China e em alguns países da Europa, os preços voltaram a subir para além daquele patamar; em julho, antes do encerramento do mês, a arroba do boi gordo está cotada em R$ 220, patamar bastante atrativo aos produtores. As exportações brasileiras de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada seguem em ritmo forte e podem registrar em julho o segundo maior resultado da série histórica.

    Com a carne suína o movimento não foi diferente. Neste mês de julho, a alta nas cotações tem sido reforçada pela baixa oferta de animais em peso ideal para abate, informou o órgão de pesquisa. O preço médio entre janeiro e julho apresentou um crescimento aproximado de 17,3% ante o mesmo período de 2019, o que reforça a tese da forte pressão de demanda que tem contribuído positivamente para o setor produtor/exportador. 

    Somente a China, principal parceira comercial do Brasil, importou 400 mil toneladas de carne suína em junho, alta de 128,4% na comparação anual, continuando uma série de compras que já dura meses, com importadores tentando suprir o mercado em meio à escassez de oferta doméstica do produto. A peste suína africana reduziu o rebanho de porcos no país asiático em torno de 40%, reduzindo a produção de carne suína e levando os preços da carne preferida no país para níveis recorde. Neste caso, o Brasil se torna um dos principais fornecedores.

    Em ritmo menos intenso, estão as exportações de frango, que ainda se recuperam dos efeitos negativos de 2018. As exportações desta proteína tiveram recuo de 13,2% no volume e 32,2% na receita no mês de junho. No acumulado do ano, a receita acumula queda de 7,6% em relação ao primeiro semestre de 2019, enquanto o volume apresenta alta de 2%. 

    De todo modo, a despeito da pandemia global que paralisou a economia mundial, o setor agropecuário brasileiro, especialmente o de proteína animal, deverá ter um dos melhores desempenhos da sua história.

    Especialista do Setor Marcos Henrique. 

    A pandemia global vem espalhando um rastro negativo sobre a demanda por bens e serviços; seja pelas medidas de isolamento social, ou mesmo pelo desemprego que já começa a escalar em alguns setores. Com restaurantes e lanchonetes fechados e os tradicionais churrascos limitados ao pequeno grupo familiar, as carnes nobres estão saindo do cardápio do brasileiro o que tem feito alguns frigoríficos tomarem medidas como o congelamento destas carnes, algo pouco usual. Num primeiro momento, a carne mais cara consumida fora de casa, passa para a mais barata, consumida dentro de casa; em caso de extensão do período de calamidade pública, a perda de emprego e deterioração da renda deslocará a demanda para proteínas mais baratas, como frango e ovos.

    A maior parte da produção pecuária, cerca de 75%, é destinada ao mercado interno, a despeito da participação crescente das exportações, especialmente demandas por China, UE e EUA. Vale destacar que, de acordo com o Ministério da Agricultura, no primeiro bimestre do ano (ainda sem os efeitos do Covi-19), os abates tiveram queda de 12,6% em comparação com o mesmo período do ano passado. Adicionalmente, algumas plantas vêm sendo paralisadas dentro do plano de contenção da contaminação; em março, apenas a JBS parou por 20 dias a produção em cinco frigoríficos, enquanto a Minerva paralisou por período de 10 a 15 dias, quatro das nove plantas que atuam no Brasil.

    O preço da arroba, porém, tem se sustentado ao redor de R$ 200,0, sustentado pela demanda externa, particularmente da China que já vem se recuperando do isolamento social imposto desde janeiro, além dos efeitos da gripe africana sobre a carne suína naquele país, o que o faz manter firme sua demanda por proteína, a despeito das dificuldades impostas pela pandemia. A receita de exportação com carne in natura no primeiro trimestre foi de US$ 1,6 bilhão, cerca de 29% acima do observado no mesmo período de 2019; a desvalorização cambial observada no período recente contribuiu decisivamente para o resultado. Por outro lado, deve-se destacar que mercados demandantes de carnes nobres, como o europeu, segue em compasso de espera do desfecho da pandemia que ainda se alastra pelo velho continente.

    Desta forma, a Lafis segue de perto os movimentos globais com impactos sobre aos diversos setores da economia brasileira, revendo projeções à medida que as condições vão se impondo de maneira mais complexa.

    Especialista do Setor Marcos Henrique 

    O complexo de carnes, de modo geral, apresentou resultados satisfatórios no ano passado. Após dois anos de dificuldades conjunturais como as operações sanitárias iniciadas pela PF, somado à greve dos caminhoneiros que acabou matando diversas aves prontas para o abate, o setor parece estar se estabilizando com boas perspectivas para o futuro. Um evento mais recente e que contribuiu para a melhora das expectativas, foi a Gripe Africana que, ao diminuir a população animal chinesa, fez com que o gigante asiático aumentasse sua demanda, utilizando inclusive seus estoques de emergência.

    No que se refere às exportações, os volumes embarcados alcançaram 1,847 milhão de toneladas e a receita US$ 7,59 bilhões; os números representam um crescimento de 12,4% e 15,5%, respectivamente, em relação a 2018, superando as projeções realizadas e consolidando o ritmo de crescimento das vendas brasileiras. Impulsionadas pela demanda da China, as vendas atingiram novo recorde, além da manutenção de clientes já consolidados como Emirados Árabes e Rússia, o que reforça o papel de destaque do produto brasileiro, abandonando a imagem ruim gerada ao longo da operação Carne Fraca de 2017. 

    O país asiático representou 26,7% das compras, o que representou acréscimo de 53,2% em relação a 2018. Em termos de receita, China e Hong Kong (protetorado chinês), representaram 52,5% das vendas brasileiras, seguida por Egito (7,1%), Chile (6,4%), Emirados Árabes (3,9%), Irã (3,5%) e Rússia (3,3%). Adicionalmente, os dados reforçam o papel de destaque que os países muçulmanos exercem na balança comercial brasileira, e que exige toda cautela no complexo xadrez geopolítico. De todo modo, as perspectivas para 2020 são positivas, a despeito de já formulada a primeira fase do acordo China e EUA; embora a concorrência norte-americana deva aumentar em produtos oriundos do campo, o Brasil segue com capacidade produtiva de destaque e produtos de alta qualidade.


    Especialista do Setor  Marcos Henrique

    A China declarou recentemente estar disposta a aumentar o volume de compra de carne de porco e soja dos EUA até que as disputas estejam resolvidas. Além disso, o gigante asiático anunciou que iria isentar importações desses dois produtos americanos das tarifas retaliatórias, o que reforça uma aproximação entre os dois países, ainda que ocorra por canais não oficiais.

    Em 12 meses acumulados até julho, as exportações agrícolas dos EUA para a China recuaram cerca de US$ 10 bilhões em comparação ao mesmo período do ano passado em relação a 2017, o que significa redução de mais de 50% nas vendas. A disposição dos chineses em comprar carne suína dos americanos ocorre na esteira de uma crise derivada da escassez desse produto, fortemente impactado pela gripe africana. 

    As medidas vão dos incentivos agrícolas a utilização das reservas emergenciais de carne suína, passando pelo aumento de importações do produto. Em adição, os embarques de carne suína da União Europeia (UE) para a China vêm aumentando substancialmente, em comparação com anos anteriores, o que revela a restrição no abastecimento da demanda interna do país. 

    Nesse sentido, o Brasil tem uma grande oportunidade de expandir suas vendas, mas também enfrentará maior concorrência no plano internacional. De acordo com relatório recente da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/ Cepa), no que diz respeito à cerne suína, o estado de Santa Catarina (maior produtor do país) exportou 266,08 mil toneladas entre janeiro e agosto, um aumento de 20,49% em relação ao mesmo período de 2018. O faturamento, por sua vez, foi de US$ 530,40 milhões, o que representa avanço de 28,09% no mesmo período.

    Especialista do Setor Marcos Henrique

    Na semana em que o presidente Jair Bolsonaro foi Fórum Econômico Mundial em Davos para apresentar ao mundo seu plano de transformar o Brasil num grande player do comércio internacional, a Arábia Saudita resolveu suspender parte das importações de carne de frango do país. Principal destino do frango brasileiro em 2018, o país árabe foi responsável por 13,7% das compras, seguido por China (13,6%) e Japão (12,05%).

    Entre as razões ainda não totalmente detalhadas, os desdobramentos da operação Carne Fraca no que se refere às regras sanitárias, explicam, em parte, a suspensão. Além disso, desde a deflagração da operação da Polícia Federal em 2017, a Arábia Saudita deixou de habilitar frigoríficos brasileiros no sistema “pre-listing”, onde apenas amostras são inspecionadas e não todas as fábricas. 

    Por outro lado, outra hipótese para explicar o evento não pode ser destacada, a saber, a simpatia do governo brasileiro por seguir Donald Trump e também transferir a embaixada em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém. Para o mundo árabe, caso isso se confirme, será interpretado como uma agressão a preceitos internacionalmente aceitos; como o Brasil não é os EUA, é sempre bom lembrar que tem muito mais a perder do que os norte-americanos. Os Emirados Árabes Unidos, por exemplo, país de religião oficial muçulmana também, foi o quarto importador de frango brasileiro em 2018, responsável por uma receita de US$ 496 milhões.

    A BRF, maior exportadora de carne halal  no mundo, amargou perdas importantes no Ibovespa no momento do anúncio. No entanto, é preciso destacar que das 58 plantas habilitadas a exportar para a Arábia, 25 ainda estão em conformidade para exportar. Resta saber se haverá desdobramentos, seja de outros países ou do mesmo para outros produtos. No que se refere à carne bovina, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes representaram em exportações, em 2018, 14,7% das receitas do setor.

    Especialista do Setor Marcos Henrique. 

    Em decisão recente, o bloco econômico europeu decidiu barrar a importação da carne brasileira, proibindo 20 frigoríficos, entre eles, 12 da maior exportadora de carne de frango do mundo, a BRF. Em nova fase da operação deflagrada pela PF “A Carne é Fraca”, denominada agora de “Trapaça” e que prendeu em 5 de março os ex-presidente e vice-presidente da gigante do setor, mais uma enxurrada de críticas e desconfiança caiu sobre o produto nacional.

    Desta vez, o motivo para bloqueio são as fraudes laboratoriais e os procedimentos para respaldo à certificação sanitária. De modo mais específico, os frigoríficos estão sendo acusados de fraudar laudos que estariam escondendo a presença da bactéria salmonella, grande responsável por diversos problemas de saúde pública no mundo. O bloco europeu, principal comprador de carne de frango do Brasil, afirma em nota que foram “detectadas deficiências no sistema de controle oficial brasileiro".

    Embora o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, tenha ameaçado fazer uma reclamação formal junto à OMC, o estrago para o setor já está feito, ao menos na imagem já desgastada desde o início da operação em 2017. Além disso, a restrição deve entrar em vigor em até 15 dias, horizonte de tempo estreito para tentativa de revisão. Nesse sentido, em que pese o importante papel do Brasil na exportação de gêneros primários e alimentícios, as desconfianças quanto às práticas de comércio podem reverter essa vantagem comparativa nos médio e longo prazos, sobretudo num cenário de guerras comerciais globais.

    É preciso, porém, ter celeridade nas investigações, de modo que os problemas sejam resolvidos o quanto antes, minimizando, assim, os efeitos prejudiciais sobre toda cadeia produtiva.

    Especialista do Setor  Marcos Henrique.


    Um longo acordo se arrasta entre os dois blocos no que se refere à entrada da carne brasileira no mercado europeu. Os pecuaristas daquela região, em especial o francês, têm, por um lado, fortalecido o bloqueio ao Brasil. Por outro lado, episódio recente como a operação “A Carne é Fraca”, desencadeada pela PF em 2017, contribuiu para atrasar ainda mais a proposta. 

    Além disso, os russos, principais compradores de carne suína, também frearam as importações brasileiras após encontrarem vestígios de ractopmina (autorizado no Brasil, mas não na Rússia). Sanadas as dúvidas, as negociações foram retomadas, mas o sinal de alerta continua acesso diante da voracidade da concorrência internacional, em especial dos países asiáticos que, por sua vez, possuem custos de produção competitivos.

    Em linhas gerais, o Brasil espera uma proposta maior por parte dos europeus em relação a atual cota de 70 mil toneladas anuais. A UE ofereceu recentemente 99 mil toneladas, o que tem animado alguns pecuaristas, sobretudo no atual cenário de expansão da safra agrícola, fundamental para queda dos custos de produção.

    Especialista do Setor: Marcos Henrique.

    Após quase três meses da suspensão das exportações de carne in natura para os Estados Unidos, uma das consequências da operação carne fraca, operação deflagrada pela Polícia Federal em 17 de março, o Brasil recebeu nesta segunda-feira uma missão de veterinários dos Estados Unidos com o objetivo de inspecionar frigoríficos de carne bovina em São Paulo de modo a suspender o embargo.

    A suspensão foi anunciada em 23 de junho, após um aumento da rigidez na fiscalização das carnes brasileiras que chegavam aos EUA desde março, pois apontavam inconformidades sanitárias. O percentual de carnes in natura rejeitadas pelo país chegou a 11%, quando a taxa média de rejeição é de 1%. E, embora o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) tenha revisado as normas de inspeção em frigoríficos para atender as exigências dos EUA e enviado, no início de julho, uma missão técnica ao país na tentativa de reverter a suspensão, o Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal (Aphis, na sigla em inglês) dos EUA sustenta o embargo até hoje.

    O mercado norte americano tornou-se importante fonte de faturamento das exportações de carne in natura, a média mensal de faturamento de janeiro até maio foi de US$ 9,5 milhões. A suspensão representou uma queda de 54% do faturamento entre maio e junho, um resultado insignificante em julho, e nulo em agosto. Além disso, o mercado norte americano é tido como passaporte para outros mercados, como o europeu, dada à fiscalização rigorosa imposta, que exige altos níveis de cuidados com higiene na produção de alimentos, portanto a perda deste mercado incorre em impactos negativos que vão além do próprio mercado norte americano. 

    A missão norte americana foi solicitada em caráter extraordinário pelo MAPA e representa importante esforço por parte do governo brasileiro em retomar as exportações de carne in natura para os Estados Unidos. Se a missão for bem-sucedida, espera-se que o setor recupere o faturamento perdido com este mercado, e se sustente a trajetória de crescimento apresentada até maio, com um ganho em torno de US$ 13 milhões.

    Especialista do Setor: Beatriz Araújo.


    A operação “Carne Fraca” deflagrada no dia 17/03, que visa combater casos de corrupção nos órgãos fiscalizadores de produção de carnes, acabou assumindo proporções que não eram esperadas pelo setor, inclusive abrindo uma crise no setor devido a expectativa de que as exportações caiam ainda mais nos próximos meses.

    A operação da PF acabou indicando problemas no preparo das carnes, inclusive de um frigorífico, da BRFoods, que tinha como foco a exportação de carne de aves, o que acabou gerando preocupação nos principais compradores de carne bovina, suína e de frango brasileira. Uma parte dos grandes compradores, como Hong Kong e China (os dois maiores importadores da carne bovina brasileira), efetuaram suspensão da compra de carne por tempo indeterminado, já outra parte, como União Européia e Japão, efetuaram suspensões provisórias. Os EUA somente intensificou a fiscalização das cargas importadas do Brasil. Esse movimento de suspensões foi suficiente para preocupar seriamente o setor, pois grandes compradores, como a China, impuseram suspensão por tempo indeterminado. É possível que estes problemas piorem, já que existem frigoríficos que estão sendo investigados pela PF e que podem vir a ser fechados por problemas sanitários. 

    Assim, a crise no setor chega em um momento em que o mesmo desfrutava de confiança dos compradores externos, o que se refletia na quantidade de aberturas de mercados que o setor havia conseguido nos últimos quatro anos (com destaque para a abertura de mercados como EUA, Coréia do Sul e Japão, todos notoriamente conhecidos por serem exigentes compradores, que demanda altos níveis de cuidados com higiene na produção de alimentos), o que deverá ter um impacto ainda não possível de estimar no faturamento, mas que deverá reduzir os ganhos do setor para os próximos 2 anos. 

    Analista Responsável: Ricardo Quirino.


    Nesta semana produtores de carne bovina da Bahia conseguiram a autorização para exportar carne para o mercado internacional, só demonstrando o crescimento no que tange a qualidade da produção do setor na região Nordeste. 

    As exportações serão direcionadas para a China (Hong Kong), com um contrato de seis meses renováveis por mais seis meses. A expectativa é de que as exportações sejam ampliadas ainda mais, com diversos frigoríficos adotando as praticas halal, que visam abates de forma especifica para a aprovação de exportações para países do Oriente Médio. 

    Assim, o acesso ao mercado chinês deverá ser o primeiro de vários outros que deverão impulsionar o mercado de carnes Nordestino, ampliando os ganhos de faturamento do setor. 

    Analista Responsável: Ricardo Quirino


    Segundo estudo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), em conjunto com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), a cadeia produtiva de carnes atingiu R$ 483,5 bilhões em 2015, um crescimento expressivo de 27% em comparação a 2014, e 44% em comparação a 2010, com todos os integrantes da cadeia apresentando crescimento.

    O resultado representa, R$ 147,03 bilhões referente as atividades anteriores e nas próprias fazendas; R$ 145,88 bilhões das indústrias; e R$ 176,36 bilhões no varejo. 

    A pecuária brasileira se fortaleceu consideravelmente nos últimos anos, especialmente devido ao fortalecimento do consumo interno e da abertura de novos mercados externos. A expectativa é de que esse número fique ainda maior, tendo em vista a recuperação econômica em curso no mercado interno e a perspectiva de que novos mercados, especialmente mercados maduros (EUA e Europa), abram ainda mais os mercados para receber as carnes brasileiras. 

    Em termos de faturamento, o mesmo deve crescer de forma consistente, especialmente após 2017, com a consolidação da abertura de alguns mercados e a gradual recuperação da economia brasileira.

    Analista Responsável pelo Setor: Ricardo Quirino


    O mercado Norte-Americano, um dos maiores  mercados e de mais difícil penetração no planeta, especialmente em mercados agrícolas, voltará a importar carne bovina in natura brasileira.  As tratativas para a reabertura do mercado Norte-Americano para a entrada de carne bovina in natura brasileira estão em andamento desde 1999, época do fechamento do mesmo devido a problemas com a febre aftosa no Brasil. 

    A abertura só mostra o momento favorável para exportação da indústria brasileira de carnes, considerado o melhor da história em termos de abertura comercial. Desde a abertura comercial efetuada nos anos 90, nunca o setor de carnes teve tanta abertura em mercados internacionais como hoje, incluindo mercados mais exigentes como o de países do Oriente Médio e agora os Estados Unidos. Também, é esperada a expansão para mercados asiáticos e maiores investidas para ampliar as exportações para Europa.

    Assim, é esperado que o faturamento do setor seja ampliado e seja auferido ganho significativo com essa abertura. Só em termos de receita de balança comercial é esperado aumento de US$ 900 milhões. 

    Analista Responsável pelo Setor: Ricardo Quirino


    No final da semana passada (24/06) o Reino Unido decidiu, por meio do referendo Brexit, se desligar da Zona do Euro, após 43 anos como integrante do bloco. Apesar dos fortes temores gerados com essa medida, principalmente no âmbito comercial, o setor de carnes mostrou-se empolgado com a medida.

    A razão para o otimismo é devido ao fim do PAC (Política Agrícola Comum) que o bloco impunha para todos os seus membros, o que deverá reduzir a quantidade de subsídios que os produtores recebiam, permitindo uma competitividade maior dos produtos de carne brasileira em terreno britânico. Outro ponto relevante é o perfil do consumo britânico de carnes, que com o encarecimento das importações diretamente da Zona do Euro, dado o fim da integração, deverá abrir espaço para a entrada da carne brasileira, que é mais competitiva e barata. O potencial do mercado é enorme, já que 79% dos alimentos processados consumidos no Reino Unido são à base de carne, que era majoritariamente importada da Zona do Euro. 

    Assim, apesar da instabilidade e medo que a medida trouxe para os mercados, o setor de carnes está muito otimista com relação aos impactos desta medida no médio prazo, que deverá fortalecer ainda mais as exportações brasileiras de carnes, aumentando os ganhos do faturamento do setor.

    Analista Responsável pelo Setor: Ricardo Quirino


    O Governo Norte-Americano confirmou o que era aguardado, ansiosamente, pelo setor de carne bovina desde o ano de 2013: A liberação da entrada de carne bovina brasileira no mercado Norte-Americano.  O mercado se encontrava fechado para a entrada de carne bovina brasileira desde o ano de 2000, dado uma suspeita de febre aftosa. 

    O tipo de carne que será exportado é o in natura (Não congelado e não processado), que não é voltado para a venda direta para o varejo, mas sim, carne que é diretamente voltada para a fabricação de hambúrgueres e derivados nos Estados Unidos. A carne in natura brasileira que poderia ser vendida diretamente ao consumidor norte-americano  ainda é considerada como de baixa qualidade pelas autoridades do país. As exportações deverão começar a ocorrer em setembro de 2015.

    Assim, o Brasil acessa um dos mercados mais rentáveis e consumistas de carne bovina do mundo. No total, 14 estados do país estão habilitados à exportar para os EUA. A expectativa, de especialistas e estudos, é que  os embarques de carne bovina para os Estados Unidos recebam um acréscimo acima de 15 mil toneladas por ano.  Hoje o Brasil exporta quase 22 mil toneladas, fazendo com que as exportações quase que dobrem devido a esta  abertura. Assim, o impacto dessa medida é expressivo, impactando (positivamente) o faturamento do setor.

    Analista Responsável pelo Setor: Ricardo Quirino



    O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou que o serviço sanitário da Rússia abriu as portas para mais de  100 frigoríficos brasileiros exportarem carnes bovina, suína e de aves, além de miúdos desses animais para o país europeu, e ainda para a Bielorússia e o Cazaquistão, que fazem parte da União Aduaneira Russa. Receberam autorização, ainda, dois estabelecimentos de produtos lácteos. As liberações ocorreram no dia 06/08.

    Essa abertura aos produtos brasileiros é parte de um processo de retaliação à países da Zona do Euro, Estados Unidos, Austrália, Canadá e Noruega, tendo em vista as medidas adotadas por estes mesmos países com relação a Rússia no começo dos conflitos políticos entre a Rússia e a Ucrânia.

     Os ganhos serão muito grandes para os setores de carnes e laticínios, especialmente para carnes, que ampliarão o acesso a um dos maiores mercados consumidores de carnes do planeta, especialmente de carne suína e bovina. O impacto no faturamento de carnes será positivo para 2014, mas será ainda mais positivo em 2015. Para laticínios, inicialmente o impacto não será tão grande como em carnes, mas existe a possibilidade do governo russo liberar, ao longo de 2014 e 2015, mais empresas de laticínios brasileiras para exportarem para o país.  
     
    Analista do Setor de Carnes e Laticínios: Ricardo Quirino Theodoro

    O ministro da Agricultura, Neri Geller, anunciou quinta-feira (17) que o governo chinês concordou em retirar o embargo à carne bovina brasileira. O embargo estava vigente desde 2012.
     
    As vendas haviam sido suspensas em função da suspeita, naquele ano, de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), a doença da vaca louca, em um animal morto em 2010 em Sertanópolis (PR). Mais tarde, no mesmo ano, foi confirmado que o caso era apenas atípico e que não houve contaminação para outros animais.
     
    Com a volta das exportações de carne bovina para a China o Brasil retorna a um dos maiores mercados consumidores de carnes no mundo, o que deve impactar positivamente o faturamento do setor e a balança comercial do país. Estima-se que as vendas externas para a China podem chegar a 18% do total de carne bovina exportado anualmente pelo Brasil com a abertura. A expectativa é vender de US$ 800 milhões a US$ 1,2 bilhão para os chineses em 2015.


    Na semana do dia 24 de abril, a JBS e o Ministério da Agricultura (MAPA) confirmaram a ocorrência de um caso da doença da "vaca louca", esta pode levar o animal a morte e trazer malefícios à pessoa que consumir a carne infectada.

    Apesar do MAPA afirmar que o caso era atípico e o animal nem chegou a morrer da doença, houveram os primeiros impactos deste caso, os embargos de outros países às importações de carne bovina brasileira. O primeiro a decretar o embargo foi o Peru, no dia 08 de maio, seguido por Egito, Irã e Argélia na semana de 12 de maio. A priori, os embargos serão temporários, até que as investigações indiquem a extensão do problema. No entanto, existe o risco desta se arrastar por mais tempo, tendo em vista um caso semelhante, em 2012, no qual a China embargou as importações de carne bovina brasileira, e assim permanece até hoje.

    Apesar dos embargos anunciados e o potencial de manutenção dos mesmos, o impacto nas exportações de carne brasileira não devem ser grandes, já que somente as exportações oriundas do Mato Grosso foram embargadas e existem fortes indícios de que o animal infectado não chegou a transmitir a doença para os outros animais.    


    A Minerva Foods, que compõe o grupo das principais produtoras de carne in natura da América do Sul, anunciou a aquisição de duas unidades de abate de bovinos da BRF em Mato Grosso. O negócio incluirá a transferência de 15,2% das ações da Minerva para a BRF, cujo foco é alimento processado, carne de frango e suínos.

    Segundo divulgação da Exame, com o negócio, a Minerva, que atualmente é 3ª em produção de carne bovina no Brasil e segunda na exportação do produto do país, deverá agregar um faturamento líquido anual de pelo menos R$ 1,2 bilhão (total faturado pela unidade de bovinos da BRF em 2012). Cabe acrescentar que esse faturamento representa o equivalente a 27,4% das receitas totais da Minerva no ano.

    De acordo com executivos da Minerva, com a operação, a empresa concluíra o ciclo de fusões e aquisições no Brasil; com isso, a empresa deverá focar sua estratégia no mercado externo. Por outro lado, a BRF diz ter "ajustado" seu modelo de atuação no mercado de bovinos, ao "desverticalizar" a cadeia, atribuindo a gestão do segmento a uma empresa especializada.


    Começou ontem, e estará em  vigor por 60 dias, um novo embargo temporário da Rússia para a carne brasileira. O embargo se estende a 9 unidades de carne bovina (6 plantas da JBS, 2 da Minerva e 1 da Marfrig) e 1 de carne suína (Frigorífico Pamplona). 

    A nova restrição temporária feita pelo Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) se deve à presença de Ractopamina na carne brasileira. A Ractopamina é uma substância usada para estimular o crescimento e engorda de bovinos e suínos e seu uso tem sido crescentemente questionado por importantes mercados de exportação, como União Europeia, Rússia e China, devido aos efeitos questionáveis do consumo da substância sobre a saúde humana no longo prazo.

    Apesar das empresas poderem manter o fornecimento à Rússia por meio de outras plantas, é evidente que tais embargos tendem a prejudicar a imagem do produto brasileiro no mercado externo. Como no Brasil, assim como nos Estados Unidos, é permitida a mistura de Ractopamina nas rações de bovinos e suínos (dentro de limites pré-estabelecidos), não são raras as inspeções e embargos à carne brasileira. Para agravar, a Rússia é o maior mercado de exportação de carne bovina (cerca de 24% do volume exportado), além de responder por mais de 40% das exportações do setor suinícola, o que denota a importância de se atender tais restrições sanitárias.

    A Marfrig confirmou a venda da marca Seara para a JBS. O valor da transação, que envolve também a venda da Zenda (negócios de couro no Uruguai), alcança R$ 5,8 bilhões, que será pago por meio da assunção de dívidas da Marfrig pela JBS. Com o negócio, a Marfrig perde 30% do tamanho, mas, em contrapartida, consegue dinheiro para reduzir em mais de 60% sua dívida líquida, que, em março, era de R$ 9,95 bilhões, segundo publicação de O Estado de S. Paulo.

    A Seara foi adquirida pela Marfrig em 2010, entre as 40 aquisições feitas pelo grupo nos últimos cinco anos, com ajuda do BNDES, o que impulsionou o endividamento da empresa, que não conseguiu recuperar níveis saudáveis. Atualmente, a Seara é a segunda maior produtora de carne de aves e suínas no Brasil, atrás da líder BRF, com presença também na área de alimentos processados, como pizzas e lasanhas. 

    Com a aquisição, a JBS ganhará espaço no segmento de aves e suínos, que representa cerca de 40% das proteínas consumidas no país. O grupo é o maior produtor global de carne bovina, mas ainda tem presença tímida na área de frangos no país (embora lidere a produção de frangos no exterior). Atualmente, o JBS atua no segmento local por meio das unidades do Doux Frangosul, o qual arrendou em 2012.

    Apesar da aquisição ser importante para a diversificação de mercados, estratégica para a JBS, após a aquisição as principais agências de risco (Moody's, Standard & Poor's e Fitch) colocaram o rating da JBS em perspectiva negativa pelo aumento significativo que a compra da Seara causou no nível de alavancagem da empresa.

    Em 2009, na negociação que originou a maior empresa de processamento de carnes do mundo, a JBS anunciou a incorporação da Bertin; na época, a Bertin figurava como a segunda maior empresa de carne bovina do Brasil, atrás da própria JBS. Ao mesmo tempo foi anunciada a aquisição da Pilgrim's, a segunda maior produtora de carne de frango dos EUA.

    Mais de 3 anos depois, o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a incorporação da Bertin, além da aquisição de 11 frigoríficos em operações menores realizadas pela JBS. Apesar de não ter exigido a venda de unidades de abate, como chegou a ser cogitado, o conselho exigiu monitoramento das condições de mercado, em relação a qualquer movimentação de ativos ao longo dos próximos 30 meses e cobrou uma multa milionária (R$ 7,4 milhões) pela não notificação de novas operações de arrendamento no decorrer do processo. O acordo firmado com o CADE prevê que a empresa não recorra desta multa.

    Segundo o CADE, a participação nacional do JBS no abate total é inferior a 25%, o que levou à autorização da operação. A concentração é a mais intensa no estado do Mato Grosso, onde a participação da JBS chega a 50%. O CADE também considerou que a relação entre os preços do boi pagos ao pecuarista e os valores da carne in natura praticados pelos frigoríficos, nas circunstâncias atuais, faz com que o setor opere com margens de lucro pequenas, o que impossibilita que a concentração de frigoríficos da JBS acarrete aumentos de preços ao consumidor ou extração de renda dos pecuaristas.


    A Coopercentral Aurora, terceira maior processadora de aves e suínos do país, anunciou ampliação dos investimentos a serem direcionados ao frigorífico de suínos de Joaçaba, no oeste de Santa Catarina. Em fevereiro de 2012, a empresa havia anunciado desembolso de R$ 40 milhões para duplicar a capacidade de produção do frigorífico; um ano depois, a empresa pretende triplicar a capacidade da unidade, com investimento que deverá chegar a R$ 61,5 milhões, montante cerca de 54% superior ao planejamento inicial. Segundo comunicado da empresa, a unidade voltará a operar a partir de janeiro de 2014 e deverá ser a principal responsável por  atender a demanda por exportações de carne suína.

    A Aurora tem direcionado esforços para ampliar a sua produção no estado: recentemente, a empresa anunciou investimentos também em torno de R$ 60 milhões para a retomada da operação da unidade de abate e processamento de aves, localizada em Xaxim (SC). A indústria, pertencente à  massa falida da Chapecó, foi arrendada pela Aurora nos últimos dias de 2012.


    A união entre Camil Alimentos, Cosan e a Gávea Investimentos poderá dar origem a uma gigante do mercado de alimentos. A nova empresa deverá ser composta por 30% de participação da Gávea Investimentos, 12% da Cosan e o restante ficará com a Camil. Pela associação, a Cosan deverá receber algo entre R$ 300 e R$ 400 milhões. O valor de mercado da nova companhia está previsto para ser algo próximo a R$ 3 bilhões.

    A associação entre as duas empresas (mais um fundo de investimento) reunirá, sob a tutela de uma única empresa, marcas de peso nos mercados de arroz, pescados e açúcar onde, Camil e Cosan, respectivamente, possuem grande fatia do mercado. Ademais, os ganhos previstos inicialmente com a sinergia das operações (principalmente com fretes, marketing e créditos fiscais) aproximam-se de R$ 50 milhões por ano.

    A inclusão de grande contingente populacional no ambiente urbano, principalmente em regiões da Ásia, África e América Latina, tende a aumentar consideravelmente a demanda mundial por alimentos. O Brasil é um importante player na produção agrícola e pode aproveitar desse aquecimento na procura por alimentos. A criação de gigantes neste nicho, pode reforçar a posição brasileira no mercado internacional.


    A empresa de genética avícola Cobb-Vantres, controlada pela empresa norte americana Tyson Foods, irá investir R$ 35 milhões na construção de sua 11ª unidade no Brasil, desta vez uma granja de avós em Itapagipe (MG). A companhia possui 75% do mercado de matrizes de frangos e se prepara para ampliar sua presença nas exportações.

    A escolha pelo município de Itapagipe se deu em função das condições sanitárias que a região possui, além da disponibilidade de mão de obra. A perspectiva é que a unidade mineira, quando concluída, seja responsável pelo alojamento de 3,5 milhões de aves, o que representará 8% do total de matrizes alojadas no país. A planta deverá estar concluída em 18 meses.

    O crescimento do consumo nacional de proteína animal, principalmente de frango, impulsionou a empresa a realizar tal investimento. A companhia espera também incrementar suas exportações de matrizes, difundindo a genética no Brasil para distribuir para a América do Sul. O investimento é importante para que o Brasil possa se tornar um pólo exportador de matrizes, ocupando um lugar estratégico na cadeia internacional de aves.


    A Coopercentral Aurora investirá R$ 65 milhões para reabrir e dobrar a capacidade de abate de suínos em sua unidade em Joaçaba (SC), além de também aumentar a capacidade da planta de São Gabriel do Oeste (MS). A planta de Joaçaba encontrava-se fechada desde a crise financeira de 2009 e deverá voltar a funcionar em dezembro deste ano, impulsionada pelas boas perspectivas para a carne suína no mercado externo.

    A unidade de Santa Catarina, que antes trabalhava com abate de 1100 cabeças por dia, passará a operar com 2200 e terá a produção totalmente voltada para o mercado externo. O projeto de retomada em Joaçaba contará com a cooperação do governo catarinense. Já na unidade do Mato Grosso do Sul, o investimento na ampliação da capacidade pretende aproveitar da maior disponibilidade de grãos na região, que impacta na redução dos custos de produção de suínos. A unidade também dobrará a capacidade de abate atingindo 2000 cabeças por dia e a produção desta será destinada ao mercado interno.

    O investimento da Aurora tem por objetivo aproveitar o bom momento vivido pelo setor de carne suína, com a ampliação de vendas para a China e a abertura do mercado dos Estados Unidos. O crescimento do consumo no mercado interno também impulsionou o investimento na expansão. A cadeia produtiva de carnes tem sofrido com a alta dos custos de produção e é uma tendência crescente no setor a mudança das indústrias para o centro oeste, onde se produz o suíno mais competitivo.


    Pelo montante de R$ 3 milhões, a JBS adquiriu dois frigoríficos de pequeno porte na região Norte do país. Uma das unidades fica localizada na cidade de Ariquemes em Rondônia e a outra fica em Rio Branco, no Acre. A companhia já recebeu a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

    A capacidade conjunta de abate dos dois frigoríficos é de 900 cabeças por dia. A capacidade total da empresa tem aumentado bastante em 2012, visto que, juntando essas duas aquisições, a empresa já realizou sete negociações entre arrendamento e compra de frigoríficos esse ano. 

    Além das aquisições já realizadas, a JBS ainda tem se mostrado interessada em adquirir os ativos da francesa Doux, no Rio Grande do Sul. O número de negociações envolvendo a companhia mostra o grande apetite que a JBS tem demonstrado por crescer no mercado interno, visto que o país tem aumentado seu consumo de carnes, além de se posicionar como um grande exportador.


    A Rodopa Alimentos, empresa focada no pequeno e médio varejo além do segmento de food-service, pretende investir cerca de R$ 70 milhões durante o ano de 2012 visando aumentar a capacidade de abate de bovinos. Neste planejamento está inclusa a aquisição de dois frigoríficos, o que dobraria a capacidade de abate da empresa, chegando a 6 mil cabeças por dia.

    A empresa, um dos maiores fornecedores do pequeno e médio varejo, possui frigoríficos no interior de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás e uma unidade de food-service em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. Com os aportes pretendidos para 2012, a empresa prevê a elevação do faturamento bruto da empresa para R$ 1,3 bilhões.

    A estratégia da empresa em direcionar seus maiores esforços para os segmentos em que atua parece correta dada a concorrência ferrenha entre as três gigantes do setor no grande varejo: JBS, Marfrig e Minerva. A maior consolidação da Rodopa Alimentos nos segmentos supracitados e a busca pelo mercado externo, no médio prazo, podem figurar como importantes estímulos para que novos investimentos se materializem no longo prazo.


    As cooperativas Castrolanda, Batavo e Capal se uniram para implementação de um frigorífico dedicado a suínos em Campos Gerais, no estado do Paraná. O investimento para o projeto está estimado em R$ 100 milhões. Na primeira fase, a capacidade da planta deverá ser de 2,3 mil abates por dia e, posteriormente, esse número deverá dobrar. A expectativa é que a inauguração ocorra no segundo semestre de 2013.

    Alguns detalhes ainda estão sendo acertados pelas empresas, dentre eles estão se trabalharão com marca própria ou se prestarão serviços para terceiros.  As três cooperativas já atuam na área mas por não possuírem frigorífico próprio, trabalham com o fornecimento do animal vivo. Além disso, elas já haviam formado parcerias anteriormente mas esse é o maior projeto em que já se envolveram. A intenção é dedicar a produção para o mercado externo e interno.

    A intenção da parceria é trabalhar com a industrialização de produtos visando o crescimento e a melhor remuneração ao produtor. Ao trabalhar somente com o produto bruto, os associados ficam a mercê da volatilidade das cotações do mercado, além de sofrer mais com o aumento dos insumos básicos para a alimentação do animais. Além disso, a parceria pode estar ainda visando as recentes oportunidades que estão se abrindo para o mercado de suínos, com a abertura das exportações para China e Estados Unidos, além do aumento do consumo no mercado interno.


    A Marfrig decidiu integrar em uma única divisão (Seara Foods) as operações de aves, suínos e processados de três empresas do grupo (Seara, Moy Park e Keystone Foods) na busca por ganhos de sinergia que podem atingir o montante aproximado de    R$ 330 milhões anuais no prazo de cinco anos.

    O agrupamento destas três empresas não eliminará as mesmas do mercado; pelo contrário, cada empresa continuará existindo e operando com suas próprias identidades - excluindo a possibilidade de haver uma fusão. A intenção é que a condução da empresa se dê através de comitês colaborativos que busquem consolidar a sinergia esperada desta junção.

    O movimento da Marfrig pode ser encarado como mais um passo da empresa em busca da reestruturação dos seus negócios, iniciada em 2011. Essa busca por sinergia visa, principalmente, reduzir custos e gerar caixa e foi bem recebida no mercado financeiro uma vez que as ações da empresa fecharam o pregão de 27 de fevereiro com alta de 7,2%, dia que o Índice Bovespa encerrou em queda de 1,1%.


    A Brasil Foods (BRF) concretizou uma joint venture com a empresa chinesa Dah Chong Hong (DCH), com o intuito de estabelecer sua marca Sadia na China, ter acesso à distribuição no mercado chinês e processamento local, além de ter acesso aos canais de varejo e food service. As operações englobam os mercado da China Continental, Hong Kong e Macau. O ínicio das negociações para a formação da parceria foi anunciado em maio de 2011.

    Na nova empresa, a participação de ambas será de 50%. A companhia brasileira ficará responsável pela produção, suporte técnico e marketing dos produtos. Já a DCH se concentrará na cadeia de suprimentos, distribuição, processamento e embalagem. A BRF espera que a joint venture movimente um volume acima de 140 mil toneladas representando um montante de US$ 450 milhões no primeiro ano. A companhia prevê ainda que as operações possam começar entre 2012 e 2013.

    A parceria criada entre as duas companhias fortalece a relação comercial entre os dois países e visa o enorme potencial consumidor da China para o mercado de carnes. O anúncio vem em um momento que a expectativa para o aumento de importações de carne brasileira pela China é imenso. Essa inserção de produtos brasileiros no mercado chinês tende a acelerar a relação de confiança entre os países, impactando mais ainda nas expectativas para o aumento dos embarques.


    O serviço de inspeção e segurança alimentar dos Estados Unidos (FSIS na sigla em inglês) autorizou a habilitação de frigoríficos de Santa Catarina para a exportação de carne suína in natura. O estado brasileiro é o único a ter sido liberado, até o momento, pelo fato de ser livre de aftosa sem vacinação e isto abre boas perspectivas para a suinocultura brasileira.

    As perspectivas do setor para 2012 poderão ser beneficiadas não apenas pelo aumento das importações norte-americanas mas sim pela possibilidade mais concreta de abertura de novos mercados ao redor do mundo. Países como Japão e Coréia do Sul, onde as negociações se arrastam a algum tempo, podem abrir seus mercados à carne brasileira -  em um mercado estimado em US$ 7 bilhões. Além destes, o México, grande consumidor do produto, surge como nova possibilidade.

    O setor de carnes suínas viveu o ano de 2011 cercado de incertezas principalmente após o embargo russo. A notícia positiva norte americana, além de abrir novas possibilidades no mercado, atesta o produto brasileiro perante os russos em eventuais negociações para o fim do embargo. A continuar assim, o ano de 2012 pode ser de grandes conquistar para o setor como um todo.


    A BRFoods informou a compra do laticínio Heloísa Indústria e Comércio de Produtos Lácteos, localizado em Terenos, no Mato Grosso do Sul. O negócio foi fechado pelo montante de R$ 122,5 milhões, que abrange a aquisição de 100% do controle e a dívida da companhia. O Laticínio é direcionado para a produção de queijos, e tem capacidade de produzir 600 mil litros de leite por dia. A companhia pertencia ao grupo Vencedor, fundado pelo empresário Rodolfo Nagai, que possui outros cinco laticínios.

    As outras linhas de produtos lácteos, além do queijo, que serão produzidos no local, ainda não estão funcionando. A unidade começou a ser construída em julho de 2010 e deverá ser inaugurada até o final deste ano.

    Desde a aprovação da fusão entre Sadia e Perdigão pelo Cade - que deu origem a Brasil Foods - que a companhia tem se mostrado interessada em crescer ainda mais, inclusive no setor de lácteos, onde a empresa pretende agregar valor, já que no setor de carnes a mesma já esta consolidada.

    O setor de laticínios vem enfrentando uma crise com importações demasiadas, o que desestimula a produção nacional. A demonstração de interesse por grandes companhias no setor impulsiona a tendência já existente da concentração em grandes grupos.


    O Frigorífico Minerva anunciou a compra da totalidade de ações do Frigorífico Pul, do Uruguai, por US$ 65 milhões, transação que marca a sua entrada no mercado uruguaio. Nesse montante, estão inclusos investimentos em modernização e expansão do frigorífico adquirido, o qual passará a ter capacidade de abate em torno de 1.400 cabeças após a expansão prevista. Para efeito comparativo, os outros frigoríficos brasileiros que atuam no país, a JBS e a Marfriq, possuem capacidade para abate de, respectivamente, 1.100 e 3.900 bovinos ao dia; juntos, tais frigoríficos respondem por cerca de 36% dos abates uruguaios.

    O início das atividades do Minerva no Uruguai se configura como um passo crucial do processo de internacionalização da companhia, que atua mais fortemente no mercado internacional através das exportações, e ocorre na esteira da sua estratégia de diversificação geográfica e de participação em novos mercados.

    Segundo a imprensa, cerca de 85% das vendas do frigorífico uruguaio são destinadas ao mercado externo. Aém disso, produz carne bovina orgânica, produto exportado ao mercado europeu e americano. Diante disso, embora sejam considerados os ganhos potenciais no mercado uruguaio, fato determinante para a performance do frigorífico será o desempenho dos mercados de exportação. Assim, com a aquisição, o Frigorífico Minerva terá acesso aos mercados mencionados e poderá ampliar sua participação nas exportações de produtos com maior valor agregado.

     


    A Rússia, principal destino das exportações brasileiras de carne suína, tem como objetivo explícito reduzir a sua dependência com relação à importação de carnes. As medidas adotadas nesse sentido, principalmente as políticas de subsídio aos produtores locais e as barreiras não-tarifárias, prejudicam a competitividade da carne brasileira nesse mercado.

    Diante disso, após diversas sinalizações de melhoria das condições de acesso da carne brasileira à Rússia, em linha com o seu interesse de integrar a OMC e de obter vantagens no fornecimento de trigo e fertilizantes ao Brasil, contraditoriamente, o governo russo anunciou redução das cotas de importação de carne suína brasileira para 2011, cedendo a pressões por parte dos seus produtores, menos competitivos que os brasileiros.

    Essa decisão russa certamente prejudicará as receitas de exportações do segmento, uma vez que as exportações efetuadas acima da cota são sobretaxas. No entanto, esse efeito poderá ser amenizado pela dinâmica do mercado interno, que demonstra perspectivas favoráveis quanto ao consumo de carne suína, beneficiado pelos elevados preços da carne bovina e pelos bons indicadores internos de renda.

    A Martini Meat, empresa especializada em armazenagem e movimentação de cargas frigorificadas, anunciou o início da construção de um novo armazém frigorífico no distrito industrial do Rio Grande (RS) destinando, inicialmente, R$ 40 milhões para a obra. A unidade terá capacidade para estocar 13 mil toneladas de carne bovina, suína, de frango e pescado do próprio Estado e de Santa Catarina a partir do segundo semestre de 2011.

    O frigorífico já possui instalações no Paraná e em Santa Catarina; no entanto, a construção de uma nova unidade no Rio Grande do Sul permitirá que as indústrias gaúchas armazenem sua produção próximo ao porto reduzindo os custos de transporte tanto da indústria à exportação quanto do produtor à indústria, uma vez que a região abriga 13,6% do rebanho bovino nacional, 48,5% do suíno e 46,3% dos frangos alojados no país.

    O investimento ocorre na esteira de boas perspectivas quanto à demanda interna por carnes; a alta dos preços da carne bovina, em função de restrições na oferta de animais para abate, tende a sustentar os preços dos demais tipos de carne. Por outro lado, esse aumento de preços, mesmo que seja repassado para a demanda, poderá não exercer efeito fortemente restritivo sobre o consumo, uma vez que sob melhores condições de renda, o consumo de carne tende a ser mantido em patamares elevados.


    Foi anunciada a formação de uma joint venture entre a maior processadora de carne bovina do mundo e a líder do mercado americano de beef jerky (snack de carne bovina defumada). Segundo a imprensa, a joint venture, formada pela brasileira JBS Friboi e pela americana Jack Link's, deverá operar duas unidades produtoras de beef jerky, ambas localizadas no Estado de São Paulo. Segundo a imprensa, a JBS fornecerá a matéria-prima a preços de mercado para a produção de beef jerky e operará, conjuntamente com a Jack Link's, as duas unidades.

    Um ponto importante do acordo é que, além de ser fornecedora da joint venture, a JBS venderá produtos semi-processados para a Jack Link's reprocessar, embalar e distribuir nos Estados Unidos e outros mercados de destino. A joint venture deverá operar até o fim de 2010, com participação de 50% de cada sócio. Simultaneamente à formação da joint venture, a JBS anunciou que vendeu para a Jack Link's uma unidade de produção de beef jerky situada em Minnesota (EUA); o valor da transação não foi divulgado.

    A negociação permitirá a JBS expandir a sua presença no mercado de beef jerky, especialmente o mercado americano, através da marca forte e da experiência da Jack Link's nesse nicho de mercado, que cresce consideravelmente em função da demanda por produtos mais saudáveis à base de proteína. 


    A Marfrig, companhia especializada em processamento e distribuição de produtos de carne bovina, suína, ovina e avícola in natura, anunciou em 26/03/2010 a aquisição de uma unidade frigorífica de pequeno porte situada na cidade de Veríssimo (MG). A unidade é voltada ao abate de frango caipira da marca Nhô Bento, pertencente ao Grupo Globoaves. A negociação envolveu montante de R$ 9,2 milhões.

    A aquisição permitirá a ampliação do portfólio da empresa, com conseqüente dispersão do risco das suas atividades. Apesar da recuperação alcançada em 2009, com aumento de 47,6% do volume de vendas e de 6,8% da Receita Líquida, ambos em comparação com os resultados de 2008, a Marfrig tem priorizado investimentos na ampliação da sua capacidade produtiva.

    De modo geral, o setor se encontra em processo de concentração, simultaneamente à internacionalização dos principais players, embora atualmente sua dinâmica se encontre no mercado interno. Em coerência com esse fato, a Marfrig, que comprou a Seara no ano passado, pretende focar esforços no aumento da sua participação nos mercados em que atua (Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, EUA e Europa) e nas exportações para os países em que ainda não atua, assim como ampliar sua atuação em produtos de maior valor agregado.


    O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio de seu Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), anunciou a proibição da produção e comercialização de carcaças e cortes de aves temperados por injeção, bem como dos marinados, destinados ao mercado interno. De acordo com o Ofício Circular Nº 006/2010, o varejo possui 60 dias para escoamento dos estoques, a partir de então, as sanções pertinentes começarão a ser aplicadas.

    A medida visa evitar fraudes e adulterações através da adição de água além dos limites permitidos por lei (20% para o frango e 25% para o peru), uma vez que, somente no período de 2007 a 2009, dos 28 Regimes Especiais de Fiscalização instaurados pelo ministério, 14 apresentaram irregularidades em produtos temperados.

    Apesar de concordar quanto à importância da suspensão para o fim da concorrência desleal, o setor produtivo está apreensivo em relação ao impacto da medida nos preços do frango "in natura". A carne temperada estocada deverá ser vendida a preços baixos justamente no mês em que as cotações do frango começam a esboçar recuperação (em janeiro e fevereiro apresentam quedas sazonais) em função do período de quaresma, em que muitos consumidores optam pelo consumo de carne branca em detrimento da vermelha. Apesar do receio, a Associação Brasileira de Avicultura alerta que a indústria não trabalha com grandes estoques de carne temperada dada a sua alta pericibilidade, desta forma, os efeitos deverão ser minimizados. Ao mesmo tempo, as perdas ocorridas devido ao excesso de calor neste início de ano deverão se constituir como força propulsora para escalada preços, reduzindo ainda mais o impacto da proibição.  


    A Cooperativa Aurora anunciou a retomada de um investimento no valor de R$ 400 milhões, voltado para a construção de uma unidade de abates de frango em Carazinho (RS). O projeto, anunciado em 2007, havia sido cancelado em 2008 ao eclodir a crise. Contudo, com a recuperação do comércio exterior e o comprometimento do governo gaúcho na concessão de incentivos ao setor avícola no Rio Grande do Sul, a empresa optou pelo retomada do projeto, buscando consolidar sua posição no mercado de frango. Na esteira da conjuntura mais favorável, a Diplomata, empresa avícola com gestão integrada de todos os processos de suprimentos em sua cadeia produtiva, localizada em Cascavel (PR), confirmou que continuará suas obras em Trindade de Sul (RS), através de um aporte de R$ 150 milhões.

    Os investimentos sinalizam a recuperação da atividade avícola no Rio Grande do Sul, que perdeu recentemente a segunda colocação no abate de aves para Santa Catarina. A governadora do Estado, Yeda Crusius, confirmou o apoio ao setor por meio de um projeto que prevê a implantação de uma linha de transmissão de 43 kms entre Salto do Jacuí e Carazinho, sem a qual o investimento não teria sido consolidado, e que exigirá dos cofres públicos, cerca de R$ 16 milhões.


    O Frigorífico Minerva assinou nesta segunda-feira, 04/01/10, uma promessa de compra e venda de uma unidade de abate de bovinos localizada em Campina Verde (MG). A transação envolverá um aporte de R$ 46 milhões, entre aquisição e planos de expansão.

    A incorporação do ativo permitirá um acréscimo de 10% na capacidade total instalada da organização, fortalecendo ainda mais sua presença no segmento de carne bovina, tanto externamente quanto internamente, uma vez que a planta possui aprovações para os dois mercados. Ao mesmo tempo, permitirá que o frigorífico expanda sua atuação em território nacional, uma vez que ainda não possuía operações em Minas Gerais, estado com um dos maiores rebanhos bovinos do país. A estratégia de atuação no mercado interno privilegiará os pequenos e médios varejistas, incluindo o segmento de Food Service, que em 2008 foram responsáveis por cerca de 48% das vendas da organização.

    De modo geral, a sólida posição financeira em que se encontrava o frigorífico no momento que a crise econômica atingiu o setor, permitiu a continuidade dos projetos de expansão da organização, que tomara mercado daqueles que haviam entrado com pedido de recuperação judicial ou que estavam com as atividades paralisadas.


    Após adquirir três empresas gaúchas do setor alimentício, quais sejam, Mu-Mu, Wallerius e Neugebauer, a Vonpar, franqueada da Coca-Cola e distribuidora do portfólio Femsa no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, criou sua Divisão de Alimentos, marcando o início da diversificação dos segmentos de atuação da organização.

    O novo braço da organização já nasce internacionalizado, pois tanto a Wallerius e a Neugebauer têm presença em mais de 30 países. As três unidades produtivas empregarão mais de 1.000 funcionários e totalizarão um faturamento de aproximadamente R$ 300 milhões.

    Tal estratégia de diversificação mostrou-se bem sucedida no caso da PepsiCo., que ingressou no segmento de salgadinhos (Elma Chips e Lucky), achocolatados (Toddy e Toddynho), bebidas esportivas (Gatorade e Propel), pescados (Coqueiro) e água de coco (Trop Coco e Kero Coco). Por usufruírem redes de distribuição similares e por poderem compartilhar alguns insumos, é possível a ocorrência de ganhos de sinergia, com significativa redução de custos.


    Foi anunciada nesta semana a compra de ativos do grupo americano OSI no Brasil e em países da Europa por um dos maiores processadores de carne do país – o frigorífico Marfrig. Principal fornecedor de carnes para o Mc Donald´s, o OSI vendeu para o Marfrig 15 unidades de processamento de aves e outros animais, por US$ 680 milhões.
    Com esta operação, a mais importante feita pelo frigorífico, o grupo, que já fez várias aquisições nos últimos meses, dobra de tamanho, com um aumento estimado de US$ 2 bilhões em sua receita líquida anual, valor que representa quase a totalidade do faturamento registrado pelo grupo no ano passado. Além disto, a empresa expandirá seu potencial com alimentos industrializados, processamento de aves (de 16% para 38% do seu faturamento) e avança no mercado europeu.
    As expectativas são para que as transações sejam concluídas no segundo semestre de 2008, após serem realizadas as devidas análises pelos órgãos regulatórios dos países envolvidos. .
     


    Os frigoríficos Margen e Quatro Marcos decidiram se fundir na semana passada, dando origem à Uni Alimentos, companhia que nasce com faturamento superior a R$ 2,5 bilhões e capacidade diária de abate de 18,5 mil cabeças de bovinos, a maior instalada no país. O Friboi, até então o maior frigorífico do Brasil, encerrou 2007 com capacidade de abate de 18,4 mil cabeças por dia no país. Considerando as operações na Argentina, a capacidade total do grupo é de 25,1 mil cabeças/dia. O Marfrig abate cerca de 13,3 mil cabeças/dia no Brasil e 21,1 mil cabeças diárias considerando as atividades no Mercosul.
    A Uni Alimentos contará com 40 unidades industriais, sendo 26 de abate de bovinos, uma de desossa, três destinadas ao abate de suínos, seis à produção de charque e duas a curtumes, além de 12 centros de distribuição localizados em nove Estados.
    A Margen informou que as empresas farão um anúncio mais detalhado a respeito da transação e da nova empresa ao mercado nesta semana, depois que todos os detalhes da fusão forem finalizados..
     


    A partir de 24 de maio, foi restituído pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) o status de área livre de febre aftosa com vacinação a dez Estados brasileiros, mais o Distrito Federal. São eles: Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Sergipe, Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Estes haviam perdido o status em 2005, após o surgimento de focos da doença no Mato Grosso do Sul e no Paraná. Mato Grosso do Sul pode recuperar o status dentro de alguns meses, segundo o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. O único Estado brasileiro livre da doença sem adoção de vacinação é Santa Catarina.
    O reconhecimento conferido pela entidade internacional credencia o país a exportar para importantes mercados mundiais como o Chile e a União Européia, compradores de cortes mais caros da carne bovina, o que deverá impactar positivamente a receita de exportações brasileiras de carne no médio prazo. Convém lembrar, no entanto, que a oferta interna de carne bovina encontra-se restrita, devido a longo período de crise por que passou o setor no país nos últimos anos, o que limita as possibilidades de forte ampliação dos embarques.
    A medida pode beneficiar, inclusive, segmentos correlatos, como o da carne suína, cujas exportações também vinham sendo afetadas pela ameaça da febre aftosa, apesar de a doença não atingir efetivamente o rebanho suíno. O mercado externo em ambos os segmentos absorve quase 20% da produção brasileira de carnes, tanto suína como bovina.