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AutorLafis
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Ano2024
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Categoria
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Analista ResponsávelThaís Virga Passos
O setor de autopeças brasileiro continua
evidenciando desafios em 2024, particularmente, quanto ao setor externo.
Segundo últimos dados do Sindipeças - entidade que representa o setor no País, aponta-se
um déficit comercial crescente, que até outubro alcançou US$ 11,1 bilhões, um
aumento de 34,1% em comparação ao mesmo período de 2023. Tal resultado é
reflexo de uma queda de 15,1% nas exportações, que passaram de US$ 7,7 bilhões
para US$ 6,5 bilhões entre janeiro e outubro de 2024 comparado ao mesmo período
de 2023. Em contraste, as importações de autopeças aumentaram 10,4%,
totalizando US$ 17,7 bilhões.
Esse desequilíbrio comercial é
preocupante ao setor, em especial, quando se observa a crescente dependência de
componentes vindos de países como a China, que sozinha representa 18,2% do
total das importações brasileiras de autopeças, com um crescimento expressivo
de 28,2% no acumulado de janeiro a outubro de 2024, em relação ao mesmo período de 2023,
atingindo US$ 3,2 bilhões.
O aumento das importações de autopeças
da China relaciona-se, principalmente, à expansão da presença das montadoras
chinesas no Brasil, como a BYD e a GWM; as quais anunciaram vultosos
investimentos no país e que começam a produzir localmente em 2025. Esse
movimento pode intensificar ainda mais as compras de componentes chineses,
gerando um impacto substancial no comércio de autopeças.
Adicionalmente, enquanto as
exportações para a Argentina, principal destino das autopeças brasileiras,
caíram 22,2% até outubro, as importações de outros mercados também apresentaram
variações importantes. As compras de autopeças dos Estados Unidos, por exemplo,
diminuíram 10,7%, enquanto as da Alemanha e do Japão cresceram 9,2% e 7,7%,
respectivamente, destacando a diversificação das fontes de fornecimento do
Brasil.
Enfim, apesar da alta nas importações
e da queda nas exportações, destaca-se também que a indústria brasileira de
autopeças manteve um desempenho relativamente bom no mercado interno, o que vem
ajudando a suavizar o impacto das adversidades externas. Segundo o Sindipeças o crescimento da produção e das
vendas no Brasil ajudou a compensar, em parte, os resultados negativos nas
exportações.
No entanto, a tendência é de que o
déficit comercial continue a crescer, especialmente com o aumento das
importações de componentes automotivos da China. Para reverter essa situação no
futuro, o presidente do Sindipeças, Cláudio Sahad, mencionou a possibilidade de
fornecedores chineses investirem na produção local, o que poderia,
eventualmente, amenizar a atual dependência das importações e melhorar o quadro
do setor
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